terça-feira, 23 de junho de 2020

65. O que acontece?

O que acontece depois que partimos?
O que somos deixa de ser,
O corpo material perde os movimentos e a forma.
Para onde vai o pensar?
Estou pensando agora,
Tenho consciência, 
Tenho memórias,
Tenho referências,
Tenho crenças,
Tenho saberes
E num instante não tenho nada,
Não posso nada.
Agora sinto, percebo, sou...
Mas e depois?
O infinito,
O nada,
O silêncio...
Essa incógnita me persegue!
Não sei se aceito,
Acho que me acostumo apenas.
Nascemos uma vez e temos os nossos pais, e irmãos
E uma família só uma vez.
Se voltarmos será outra história.
E o que acontece com nossa consciência?

64. Medo

As preocupações,
Os problemas,
A gente não sabe como conviver com estas coisas,
Ficamos atordoados com situações, de estresse,
Preocupados com o amanhã,
Nada disso nos é dado a conhecer,
Temos que deixar a adrenalina dispersar,
A vida sempre segue em frente.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

63. Igreja

Uma igreja,
O altar,
Os salões,
Os bancos,
O piso, 
O teto,
Os odores,
A cada momento 
Uma situação,
Um espaço,
O grande átrio,
As pessoas,
Os horários,
Os rituais,
As orações,
A fé,
Batismo,
Recomendar a alma,
Esses coisas todas.

62. Conduz

Desce a noite,
Estrelado céu,
Após um dia de sol e luz,
Espaço infinito,
Num dia de eterna luz.
Oh, beleza, oh lindeza,
A tudo isso conduz.

61. Continuo

Os dias passam todos iguais,
Sem diferença,
Só o que muda é o calendário,
Pela manhã caminhada,
E trabalho no computador,
Parada para o almoço e descanso,
A tarde continuação da manhã,
Até o fim da tarde quando o sol dobra o poente.
À noite é para descansar,
E tudo continua,

domingo, 21 de junho de 2020

60. Momento

As flores são efêmeras,
Nem por isso deixam de serem belas,
Muito menos de serem perfumadas,
Nem menos ainda de serem ternas,
O destino de uma flor é ser uma flor,
E no final de uma flor quase sempre há um fruto,
E tudo continua se reproduzindo,
E continuando a ser...
Somos apenas um momento de um ciclo.

59. Matéria

Logo mais tudo será diferente,
Agora tenho minha paz,
Agora me sinto sublime,
Pela música de Mahler,
Até o momento seguinte,
Que aprendi a temer,
Já não existem surpresas sublimes.
Nem sei qual é a matéria para isso.

58. Sublime sinfonia

Meu peito se enche de paz,
Com a quinta sinfonia de Gustav Mahler,
Pois me sinto preso a realidade das coisas como estas são objetivamente,
O céu profundo,
O vento fresco,
A matéria com suas forma, suas peculiaridades
Que me permitem conhecê-las em realidade.
A água que ingiro,
O cheiro das coisas,
Sua dureza ou maciez,
Que melodia fina,
É preciso saber fazer e sentir o que faz para apurar tamanha beleza,
Essa obra que parece que já fui e não existo,
Que sou apenas um espírito vendo o mundo de maneira angelical.
Sentir o que estou ouvindo é sublime...

57. Fumaça

Estar no presente,
Longe do passado,
Está aqui,
Está em qualquer lugar,
Próximo ou distante do imaginário.
Sei lá o que preenche o nosso ser?
O que preenche nossa existência?
Oras as coisas parecem vazias de sentido,
Oras parecem cheia de tudo,
Dança meu pensamento,
Feito som de violino,
Se enovelando e desenovelando,
Feito fumaça de incenso,
Essa existência despropositada,
E nós a todo tempo buscando um sentido,
Será que nos perdemos nesta busca?

56. Junho

O sol suave de junho,
O vento frouxo soprando o dia inteiro,
Os papacebos cantando,
Os capins amadurecendo,
Os cabeças de velho florescendo,
As jitiranas se enovelando cobertas de flores,
As pinhas maduras,
Os catolés com vivas folhas,
Estas são minhas paisagens favoritas
Do lugar onde cresci,
Tudo isso para mim é o mais belo enigma de Deus e da vida.
Vida que se reproduz,
Que é antes de tudo bela
Em uma de suas singularidades,
Quase tudo que é belo é passageiro.
Como é o mês de junho.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh