domingo, 7 de junho de 2020

19. A flor



A planta que amor plantou pegou,
Depois essa planta cresceu,
E encantou nossa vida com seu vigor,
Seu verde clorofila,
Sua textura caulinar afila,
Encantava pela forma,
Mas um pequeno botão surgiu,
E foi crescendo e crescendo,
Foi aparecendo,
Tomando forma 
E crescendo,
Até que neste domingo,
À noite teve sua antese,
E virou a mais linda flor,
Alva e perfumada flor.
Flor de amor.

18. Ondas

O que é está vivo?
Às vezes nos, perguntamos o que é está vivo,
Ou o que é o viver?
Estou aqui pensando e enquanto penso escrevo.
Esta ação reflexiva é neste instante um substrato para meu pensamento,
E matéria para minha discussão.
Amanhã ou outro dia se voltar a ler este texto, talvez não faça sentido algum.
Pois assim são as coisas.
O sentido, muitas vezes, é temporal, emocional, visceral,
Mas não estou e nem quero entrar por esse viés.
Minha ideia é que a vida é frágil.
Neste instante, sou.
Domingo passado, fui.
Todavia me falta a certeza, na verdade é uma incógnita se domingo serei.
Ou se amanhã mesmo.
Fatalidades, infelizmente acontecem.
E quando estas acontecem nos pega de surpresa.
E por um tempo nos sentimos atordoados.
Imagine o espelho de um lago quando é perturbado por uma rocha.
As ondas que perturbam o espelho e as ondas se expandem
E logo volta ao espelho.

17. Lastro

Crer que a vida é tudo é cruel.
Os invólucros que são os anos,
Que se desvelam com o tempo,
Se mostra profundo ou superficial.
A existência essa incógnita
Que pode nos deixar a qualquer instante
E quando uma existência próxima se desfaz 
Deixa um rasgo, um lastro de dor, de saudades...
Memórias que não creem e não aceitam o não ser,
Só o tempo nos faz aceitar.
As memórias serão eternas no ser.

16. Domingo

Amanhece silenciosamente,
O sol não apareceu ainda,
Assim como a lua cheia, à noite,
O sol está oculto sobre as nuvens
Que ora chove, ora não chove.
Apesar de acordar cedo,
Ficar na cama é excelente,
Sentir o corpo inteiro,
E poder pensar em qualquer coisa
Ou não pensar em nada.
Numa manhã de domingo.

sábado, 6 de junho de 2020

14. Cansaço

Tanta coisa acontecendo. 
O que podemos fazer?
Centenas de mortes diariamente,
Estamos em estado de alerta!
Até quando?
Quando isso vai parar?

13. Graças

A vida tema do meu ser,
Metafísica que me atormenta,
Vir a ser e deixar de ser.
Há um significado para tudo isso?
Ficamos atordoados quando
algo sai do prumo,
Quanto o contingente se materializa,
O medo se torna realidade,
Proveniente do inesperado.
Quanto seremos resilientes,
Mistério divino.

12. O fim

O silêncio e emoções se fundem neste momento.
Momento em tudo é reflexão.
Momento em que a vida se revela ser o que é em plenitude, fragilidade.
Algo contingente que aconteceu se materializou aconteceu e deixou de ser
Feito raio em céu cereno. 
Atordoados buscarmos explicação,
Quem dera parar o tempo. Apenas um segundo poderia mudar tudo, mas não é possível. O tempo é irreversível.
O que nos resta é orar,
Desejando que siga em paz.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

11. Eternitate

A noite plenilúnea
Com uma lua prateada,
Noite enluarada de junho,
Mês de Santo Antônio e São João.
Poderia ser apenas uma noite de lua qualquer,
Mas é uma noite enlurada com uma cortina
Triste.
Surpresas imediatas são sempre desagradáveis.
De supetão fiquei sabendo
Que uma rosa branca foi ceifada.
Aquela que tanto agraciou este mundo,
Dona de um riso doce e puro,
No trágico acidente se desprendeu da vida,
Como um cristal se desfez.
Não, não viu o brilho da lua desta noite.
Agora a flor se foi,
Agora temos apenas as memórias.
Descanse em paz Rejane.

10. Temor

Um momento,
Este momento.
O agora que é um devir.
Vem a ser e deixa de ser.
Esse movimento que ora é intenso
E ora enfraque.
Memórias que vem e vão
Via impressão.
Dá um desalento saber que tudo será nada.
Tudo será nada inclusive este momento.
Neste universo contingente, vamos habitando.
E vamos nos cultivando, nos nutrindo
Daquilo que a cultura nos oferece,
Vamos nos definindo de forma contingente.
É sempre improvável que algo der certo ou errado.
Momentos como este ajudam-nos a refletir
E ao decidir ser.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

9. Dejavou

À tarde,
Senti uma intensa alegria de viver.
E sim vi tanta beleza na vida que fui feliz.
Fui a janela e vi o céu azul com nuvens frouxas passando.
Vi a rua vazia, a luz refletida nas paredes alvas.
Vi o verde das castanholas das três ruas.
Pensei que a vida é movimento.
Sempre foi e sempre será.
Até que percebi que se tratava de um delírio.
Sabe quando você acha que alguém se interessou por ti, mas foi só um engano.
Pois é um flerte com uma realidade contingente.
Aí passou e a tarde voltou a normalidade.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh