domingo, 24 de maio de 2020

45. Lar

Aprendi que a natureza é nosso lar e também nossa mãe.
Quando estou em casa, traduzo e assimilo aquilo que minha mãe expressa.
Para isso, dediquei-me as ciências naturais ou maternas. Sinto-me bem em reconhecer as espécies pelo nome, através de suas características. Estou aberto a aprender mais a todo instante. Já aprendi que nunca se sabe tudo, pois a totalidade é muito plástica e complexa. Aprender é sublime e nos liberta da ignorância e nos faz respeitar nosso lar e nossa mãe.

sábado, 23 de maio de 2020

44. Entender

O dia inteiro foi de chuva.
O sol nem apareceu.
Dava pra ficar só ouvindo Chopin.
Mas a vida é ação e não pude me dar esse luxo.
Trabalhei.
Ouvi vários podcast de política.
Não serviu pra nada.
Ri com a turma da Serraria.
E refleti com C. Lispector.
E contemplei a chuva que é sempre generosa.
Cada dia a gente entende um pouco mais.

43. Perturbação

Amanhece.
E enquanto amanhece chove.
A luz ainda segue tímida.
Na cama, sinto conforto e calor.
Sinto proteção.
Mas nem sempre aproveito esses momentos,
Pois minha mente tem o costume de pensar no passado ou imginar situações futuras.
Costuma ser idealista.
E me tira o sono e a paz.
Alinhar-se ao presente talvez nos ajude a fugir de nós mesmos.
Poxa. 
Como é difícil existir com consciência.
É um desafio a ser superado a cada instante.
Ou é tudo ou não é nada.
Bom vou voltar a ouvir a chuva,
Pois sinto que não disse nada.
E essa perturbação não vale nada.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

42. Surpreendente

Já falei que estou lendo Clarice Lispector,
Simplesmente adoro suas crônicas.
Trata-se de um trabalho primoroso,
Muito bem escrito,
Com conteúdo que nos faz ficar pensando por um bom tempo.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

41. ESEC

Enquanto mexia no Facebook, vi uma foto de Messias num campo na caatinga.  Fui  tomado por uma maravilhosa memória de quando fazia minhas coletas botânicas de mestrado. Estas coletas foram realizadas na estação ecológica de Serra Negra no Seridó e ocorreram entre os anos 2005 e 2006.
A caatinga aberta com campos naturais forrados de erva enchia a vista e a minha alma de alegria. Sozinho no meio do mato ia coletando, anotando e as vezes fotografando.
Saia do alojamento ainda escuro e só voltava com a presença cheia de ervas.  Eu sentia uma felicidade imensa a cada planta que coletava. E assim, os números iam crescendo. Além disso, tinham os amigos com quem dividia as alegrias e angústias. Adalberto, Carlinhos, George, Manu, Rosali e Thaís.
As coisas iam bem da maneira que era e que dava pra ser.
Assim foi.

40. Ouça

Em tempos difíceis como vivemos agora que estamos todos confinados por causa de uma pandemia, precisamos de algo que nos ajude a perceber a beleza da música. Nestes momentos, buscamos ouvir algo que expresse algo belo, simétrico e harmonioso. Uma dica, as músicas eruditas estão ai. No youtube, temos vídeos dos grandes clássicos. Interpretações absolutamente maravilhosas. Mozart, Chopin, Brhams, Bach, Beethoven, Schumman, Schubert, Dvorak, Paganini, Liszt são apenas uma das inúmeras opções. 
Faça sua escolha e ouça...

quarta-feira, 20 de maio de 2020

39. Pro passado

A chuva cai de mansinho bem devagarinho.
Enquanto a manhã vai crescendo em silêncio.
Silêncio que diz muito.
Só os inocentes pássaros contam.
Infelizmente, chegamos a mais de mil mortes por Covid-19.
Nosso medo só aumenta.
Nossos nervos já nos traem.
Estamos no clímax.
E tudo que podemos fazer é ficar em casa.
Estamos acoados feito caça na loca.
Vou-me embora para o passado.
O presente está nos matando de baixas emoções.
Resta apenas aguardar o que torna o tempo longo.
Nada mais.

terça-feira, 19 de maio de 2020

36. Ser feliz

Viver é tão bom.
Ter saúde,
Poder ir e vir,
Ter o que comer,
Trabalhar sem ver o dia passar...
Penso nessas coisas.
Como era feliz vô José com a chuva no inverno.
Como era feliz vô Sinhá com nossos carinhos.
Como era feliz vô Chiquinha na presença de vô Chico.
A vida apesar de boa
É um drama,
Estamos sempre fora do eixo,
Descolado do que somos,
Na maioria das vezes não percebemos o óbvio.
Será se aprenderemos?
O será sempre essa consciência tardia?
Viver é tão bom.
Ter saúde,
Poder ir e vir,
Ter o que comer.
Com saúde até um café nos deixa feliz.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

35. Cenário

Nosso sítio.
Não, não consigo esquecer a minha infância.
A minha infância teve como cenário um maravilhoso sítio. Não que tivesse o maior pomar. Não. Era muito simples. Muito simples mesmo. Nele tinha cajueiros. Árvores que conhecia cada uma delas pela localização, pelo porte, pela doçura e pela castanha. À sombra dos cajueiros haviam as pinheiras, as goiabeiras e os araçás.
No entorno de casa tinham as cirigueleireiras, os coqueiros, mamoeiros e pinheiras. Tinha um pé de mangueira.
Que belo cenário. Tinha a área para plantar feijão, milho e fava e uma baixinha para plantar arroz. Tinham as cajaraneiras.
Tinha uma casa cheia de gente.
Tinha vacas no curral e galinhas na faxina e um porco no chiqueiro. 
Tinha muito amor.
E que cenário.
Tinham as Jitiranas, as bomba-d'água com flores azuis que me ensinaram a amar a botânica.
Tinham os vizinhos e os tios e os avós.
Tinha tudo e não tinha nada.
Hoje só restam as memórias,
Tenho tudo e mais as memórias.
E isto me basta.

34. Palavras

Palavras expressam tudo,
Mas são frias e mortas.
Palavras podem expressar meus sentimentos e minhas emoções.
As palavras são fixas, retas e exatas.
As vezes expressão emoções quando organizadas na forma de poemas.
Não sei escrever poemas e nem contos e nem escrever...
Gosto do que escrevem. 
Gosto gosto sim.
Por isso gosto de livros.
Mas não compreendo tudo que leio.
Não muitas coisas não são apenas para serem lidas, mas para serem estudadas.
Certa tarde! Estava meio nublado.
Estava no Solo Sagrado.
Não contemplei a realidade,
Mas acariciava um livro.
Era um livro de Lock.
Bom uma memória foi gerada.
A mata Atlântica,
As tibouchinas.
Tudo isso, via palavras.
As palavras nos dão um norte
Ou nos dão o caos.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh