terça-feira, 21 de abril de 2020

55. Coisas do bem

Dias de chuva são sempre muito agradáveis.
Trabalhar em casa.
Fazer o que gosta.
Ir ao mercado.
Almoço caseiro.
Uma boa leitura,
Um poema ou um conto.
Coisas que nos faz bem.

54. Novo modo

Amanheceu, após uma madrugada escura sem crepúsculo ou som de aves.
Agora lá fora a chuva está chovendo e pela janela entra uma brisa úmida e fresca.
Tudo é silêncio e apenas ouvimos o som da chuva se derramando na rua e nas casas.
Fios de água se fazem no vidro de parte da janela fechada.
O silêncio!
O som da chuva é agradável e acalentador.
As ruas agora estão molhadas.
Estamos guardados em casa,
Esperando pelo futuro que tudo volte a ter esperança.
Enquanto a chuva nos faz pensar.
Quão agradável é a sua presença enquanto estamos em casa.
Estamos nos acostumando a um novo modo de viver. 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

53. Posição

Memórias
Lugares onde estive!
Nossa foram tantos.
Todavia há aqueles que mais desfrutei
Com a calçada da casa de mamãe.
O corredor da casa de mamãe.
A minha cama em Campinas.
O jardim sem nome com durantas,
Azaleias, samambaias e uma palmeira.
Lugares que travei uma batalha com as palavras.
Li romances, contos, poesia e filosofia.
Faltou-me sistematização.
Sou assistemático embora não pareça.
Treino ajuda.
O escuro que caia aos balanços da calçada,
Enquanto pensava, matutava assistematicamente nas coisas que fazia e vivia.
As coisas aconteceram a parte de tudo.
Tudo barro vermelho.
A existência é uma experiência fabulosa.
Bom recordar tudo isto.

52. Ser

Os dias se passam longa e demoradamente,
Dias quentes e feios.
Dias de trabalho e reflexão.
Quase um mês enclausurado,
Acordar, caminhar, comer,
Ler e ouvir, refletir.
Ser.
Assim é e será.

51. Amolar

No interior a simplicidade reina.
Numa casa um objeto essencial é uma pedra de amolar.
Esta pedra geralmente comprada em feiras,
É amorfa, de origem sedimentar.
Em geral é plantada no terreiro da cozinha
Na sombra de uma árvore.
Lá em casa ficava sob uma pinheira
E quando a pinheira morreu passo à sombra de uma cirigueleira.
Aquela rocha servia para amolar facas, canivetes, machados, roçadeiras e foices e principalmente pensamentos.
Amolar pensamentos isso mesmo.
A tomada de decisões geralmente se passava enquanto se amolava objetos.
Ao som do deslizar da lâmina os pensamentos vão sendo amolados, afiados feito navalhas.
Problemas são solucionados ali.
E os objetos servirão para cortar e os pensamentos para decidir.
Decisões é tudo que precisamos direcionar em nossas vidas.
Decisões ignorantes e rudes tiraram a vida de muita gente.
Lâminas que furaram, cortaram e fizeram verter sangue e vida em decisões errôneas amoladas em uma pedra.
Nossos horizontes são curtos quanto tomamos decisões cegas sem combinar ter uma segunda opinião.
A parte isso, geralmente se amola a faca na hora que vai se pelar uma galinha.
A pedra continua lá plantada no chão pronta para amolar o que seja pensamentos e lâminas.
Está lá como memória, como objeto de uso, objeto de necessidade que quando colocada em um contexto nos permite amolar a alma.

domingo, 19 de abril de 2020

50. Cachorrada

Cedo, a rua estava vazia. Ninguém ou nada passava. Exceto por um bando de cães e uma cadela. 
A gente atoa presta atenção em tudo.
Eles iam e vinham. Um cachorro novo vermelho feliz ia pulando e saltitando feliz tentando agradar a cadelinha preta, mas esta nem uma bola dava.
Tinha um outro velho e um baixo meia perna alvo, este a cadela até deu trela, mas houve incompatibilidade de tamanho.
A cadela cruzou a rua e foi acompanhada. Só alvo meia perna não acreditou na chance.
Ficou ali na esquina a olhar.
Depois a sena se desfaz e não sei o que aconteceu com a cachorrada na manhã deste domingo.

49. Ameno

O dia foi tão agradável 
Com sua amenosidade,
A brisa solta soprando,
As nuvens ocultando o sol,
Os pássaros piando e cantando.
Assim, o dia logo passou,
Dias bons passam logo.

48. Despertar

Que maravilha despertar numa manhã úmida e fresca.
Céu nublado sem muita luz, aquele escurinho no quarto.
Abro a janela e entra a brisa fresca da manha.
Nada de barulho de carros, reina o silêncio.
Ouvi-se apenas chamado e canto de aves.
Tudo é paz.
Então abrimos um livro e damos uma agradável lida.
Abri um ebook de Boaventura de Souza
"A cruel pedagogia de um vírus".
Excelente leitura.
Talvez não para quem está levantando,
Mas fica a dica.
Que o dia continue como iniciou,
Agradabilíssimo.

sábado, 18 de abril de 2020

47. Ouvir

Ouvi muitas coisas hoje.
Música indiana,
Música erudita,
Canto de aves,
Dois contos de Borges,
Dois contos de Machado,
Um de Clarice Lispector.
Tudo enquanto trabalhava.
O dia foi longo, porém muito agradável.

Dias agradáveis nós faz bem,
Chega a dar prazer em viver.
Ouvir as aves que maravilhoso
Poder ouvir é divino.
Uma singularidade da vida.

46. Preâmbulo

Sábado,
Acordei cedo.
Despertei, peguei o celular e visitei minhas redes sociais.
Então, sai das redes e fui dar uma olhada no livro nove ensaios dantescos e a memória de shakespeare de Borges.
Simplesmente a gente fica boquiaberto com a sagacidade com que Borges escreve.
O preâmbulo é maravilhoso.
Borges nos faz entrar num universo fabuloso onde o tempo e o espaço condensam tudo.
Nos faz refletir sobre a universalidade das coisas. E vai mostrando como era descrito o mundo antigo segundo a visão de Dante... E vai equacionando, mostrando um histórico de como autores foram avaliando a visão de Dante. E vai formando uma espiral histórica que nos desperta curiosidade e vontade de ler Dante e conhecer os autores que escreveram sobre Dante.
Acho que mudamos o mundo. Borges sabia disso quando usava a literatura para estender o mundo.
Ler Borges é isso. Ficar extasiado a cada parágrafo.
Sua genialidade vai tecendo literatura, filosofia, metafísica e tudo que nos permite  expandir nossa consciência.
Neste preâmbulo, lido, tenho material para matutar pelo resto do dia.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh