segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A rosa

Uma rosa desabrocha na roseira,
Uma perfumada rosa vermelha,
No ápice longos e frágeis ramos,
Ramos aculeados e de folhas rigas,
Desabrochou uma roseira perfumada.

Daquele ramo cortado,
No esterco de bois,
Regada a roseira surgiu,
Quantas rosas belas mais virão,
Quem não parará para olhar a rosa.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Absorvido

Se há algo que nos incomoda
Este algo é o silêncio.
É quando se está presente,
Mas se faz oculto,
É quando as palavas não se articulam na mente.

O silêncio entre duas pessoas presentes.

Resigna-se a falar ou ficar a observar,

Quando se vive distante,
Distante se fica do presente.

Observar,
Observar,

Nenhuma palavra vertida,
Nenhuma frase intrometida.

É preciso ter habilidade com a palavra falada,
É preciso ter paciência com a gente mesmo,

Senão a loucura nos toma conta.

Junto

O sol que passa,
A lua que nasça
A noite que se aprofunda
Sem silêncio,
Um gemido de dor,
A dor do amor,
Sofre quem ver quem se ama sofrer,
Sofre quem não sabe o que fazer,
Apela para orações,
Aperta os corações,
Mais um dia,
Um riso cultivado,
Um riso abençoado,

Há quem não durma por opção,
E aqueles por sofrimento,
Viver muitas vezes é se calejar pela dor,
Ah, sofre-se junto por amor.

Paciência

Paciência,
A vida é assim mesmo devagar,
Carregada como poeira ao vento,
Levada mundo a dentro pelo tempo,

Seixos no caminho,
Floresta seca de espinho,
Solo seco com carrapicho,

Na vida não é preciso muito capricho,

A gente vai sendo levado
A deriva como folha ao vento,
Mas quem nos rege é o tempo,

São tantas vertentes
Que nem percebemos,
Mas ai,
Um dia percebamos
Enquanto é tempo,
A vida é breve,
E nós passageiros de algum trem
Mineiro,
Sabe lá.

sábado, 10 de janeiro de 2015

É preciso

É preciso aprender,
É preciso aprender a perder,
É preciso aprender a sofrer,
É preciso aprender a entender,
É preciso aprender a esperar,
É preciso aprender que as batalhas
Para se obter a vitória são hercúleas
E nem sempre se vence,
É preciso aprender que para vencer
Muitas vezes se leva muito tempo,
É preciso aprender que vencer ou perder andam juntos.
É preciso aprender a viver com o pior,
Que o melhor é sempre tão passageiro.
É preciso aprender a respeitar a vida,
Porque a morte é certa,
E os dias voam de nós.
É preciso...
Então entenda que é preciso.

Só assim

A vida necessita de um motivo para ter significado e é exatamente o que venho constatando ao longo dos meus dias vividos. É com alegria ou tristeza que percebo minha humanidade. Perceber que somos humanos demasiadamente humanos. A proporção que os anos escorrem de nossas mãos podemos perceber a perda ou o tingimento dos cabelos, as limitações físicas, dores na coluna e nas articulações, disfunções hormonais. A dor de uma certa forma torna-se nossa companheira pode variar de pessoa para pessoa. É com tristeza que vemos as pessoas mais próximas sofrerem de dores.
Borges já dizia que nos tornamos prisioneiros de nossos corpos. Quando não são levados para sempre.
A vida é para fortes.
A dor é para poucos.
Tudo faz parte da vida.
Só vivendo para saber.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Adeus Tio Jussier

O tempo passa,
Sempre passou,
Sempre passará,
Mas para alguns o tempo se desgasta.

O tempo para, depois de um início,
Depois de tanto passar,
O tempo para.
Hoje o tempo parou,
Para meu tio que viajou,
Viajou para o passado,
Estacionou sua viagem,
Decerto vó José e vô Sinhá
O esperam sua chegada na eternidade,
A gente continua aqui vendo o tempo passar,
Amanhã restará só a lembrança.

Meu tio que partiu,
Que vi envelhecer,
Vi a doença que o consumiu
Longos anos a fio.

Homem paciente que viveu de ilusão,
O chão de seixos ferrugíneos,
Não mais suportará seu peso,
Nem as bignoniaceas perfumarão seu caminho.
Adeus Tio Jussier.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Tenho tudo que quero?

A noite se aprofunda,
Como um navio se distancia no mar.
Tudo é horizonte distante,
Estrelas e praias.

Quem sou eu nesse universo
Ultra diverso?
Nada!

Tenho tudo que quero?

Tenho a noite,
Uma sacada para espiar
E sentir a brisa passar,
Uma grande caneca de chá,
Meus Adenium,
As lindas palmeiras Dypsis madagascarensis,
E todo o céu para observar,
Livros para ler
E a solidão para pensar.

Tem tanta coisa para me entreter
Não sei se quero.
Não sei se sei está só?

A solidão as vezes me amedronta,
Mas muitas vezes me dar força.

E assim continuo segundo minha vida.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Constante

A noite,
O silêncio,
O clima quente,
Nenhuma brisa,
Nenhuma expectativa,
Luzes da noite de Natal.
O passado,
O presente,
Amanhã o que acontecerá?

Sabe lá,
Sabe lá...

Tudo isso vai passar,
Absolutamente tudo,
Se concluirá,
Noites virão e passarão

domingo, 14 de dezembro de 2014

O ser e o nada

As paredes brancas,
Os poucos móveis,
A janela.

Deito-me ou vou a janela,
Olho para o mundo,
Olho através do meu ser.

Conhecer e ser conhecido.

Ser quem sou,
Antes de tudo requer
Saber o que eu sou
E quem eu sou
E o que posso ser.

Eu sou o que me fiz.
Eu sou a situação,
O devir,
O ser e o nada.

Sou a soma do que vivi,
A soma do que vi.

Eu vivi o querer ser o que sou.
E sou o que sou, mas querendo
Cada dia mais tornar ser o que sou.

E foi sempre olhando para o horizonte
Que visualizei ser quem eu sou.

A minha casa paterna tem a cozinha voltada para o poente,
E era de sua calçada que mentalizava meus pedidos,
Eu tinha fé,
No escuro do ocaso,
Depositava meus sonhos e meus anseios,
Olhando através dos ramos das Anonas,

Quando sai de casa perdi essa referência,
Eu materializei meus sonhos,
Mas faltou algo,
Olhar para um horizonte,
Eu andei perdido
Por tanto tempo,
Crendo está certo.

Perdi o hábito de olhar para o céu,
Perdi de olhar para meus queridos
Através das estrelas,
Encontrei no materialismo
A felicidade passageira,

Mas sinto falta
Do poente de minha casa,
Das frestas nas telhas,

Creio que muita coisa não se pode comprar,
Não se pode cultivar.

Aprendi uma nova forma de gostar,
Tenho a paciência e tenho que aprender a tolerar...

De minha casa tenho um novo poente,

Sei que tudo passará

E só restará o nada.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh