domingo, 16 de março de 2014

A noite, corpo e reflexão

A noite,
A lua,
As estrelas,
O céu,

A sombra da noite,
Nas ruas e becos e interiores de casas.

O canto dos grilos,
O calor,
O sono...
Cadê o sono?

Um copo de água gelada.

Pensar.

É noite de sábado,
É madrugada de domingo.

O cheiro úmido da madrugada.

Penso sob a luz fria que alumia,
Sob a lua e sua magia,

Só neste recinto.
Que sabe da minha existência agora?

Como uma flor que já floriu,
Frutos será ou nada,
Mas o que importa?

O que realmente importa?
Não sei.
A busca talvez.
Não sei.
Essa pergunta existiu e existe e persiste.

Enquanto não viver as palavras,
Qual seu sentido?

Não sei,
Talvez a noite ao menos me consola.

sábado, 15 de março de 2014

Tarde de sábado.

É fim de tarde.
O céu está azul, mas no nascente
Nuvens começam a surgir e se impor.
O vento ventando pela janela,
As flores floridas vermelhas
São sacolejadas de leve.
De toda parte ouço sons, dos mais distintos estilos.
Um cheiro de carne assada.
Ah, lembrei que não usei minha fala hoje.
Simplesmente permaneci oculto.
Tomo conta que podemos ser mais ocultos do que somos.
Nesta tarde penso em muitas coisas,
Que ocorreram...
Algumas coisas me espantam
Outras se banalizaram...
E a tarde de sábado passa.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Sabiá a cantar

A chuva chovendo suave,
Parece feliz.
O sabiá canta
E canta feliz.
Cadê o sol?
A chuva chove
É sexta-feira...
Sob a coberta seria  melhor
Ouvir a chuva.
A chuva me faz feliz,
Sinto-me um sabiá a cantar.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Questões de um destemperado

A noite fresca,
Janelas aberta,
O cheiro vivo da chuva,
O silêncio.
Coisas inimagináveis.
O amanhã,
O ano que vem.
O ano que passou.
O tempo como um rio
Escorre sempre no mesmo sentido.
A noite meus pensamentos
Que se construíram
E sumirão na calada da noite.
E a felicidade onde está?

Stêfani

A cigarra cantando,
O ar condicionado roncando.
Paro, ouço, penso
E escolho Chopin para ouvir.
Certamente me trás boas lembranças.
Da chuva que caiu,
Do olhar e da voz de Stefani.
Que me ensinou a ouvir Chopin.
Não sei por que, mas sentia tristeza em Chopin,
E acho que Stefani cultivava a tristeza.
Tão linda, educada e inteligentíssima.
Stefani dividia o mesmo espaço comigo com alegria,
Não se importava se era ou não supersincero.

Agora a cigarra calou,
O ar acalmou
E Chopin continua aqui,
E Stêfani trabalha lá em Brasília...
Só resta ouvir Chopin.

Tudo passa muito rápido.
Se sabemos desta certeza.
Qual o motivo de nosso sofrimento?
Por que não aceitamos a realidade?

Agora, cada um para o seu lado,

Levo no coração o que aprendi
Com os ensinamentos meigos
Daqueles que gostam de mim
Acima de minhas arestas.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Mistérios

O silêncio da noite,
O som do chiado da palho do coqueiro,
Anunciando a presença do vento.
Lá fora o mundo,
Há tanta gente.
Gente dormindo,
Gente acordada se divertindo,
Gente trabalhando,
Roubando...
Gente que não verá o dia nascer.
Mistérios divinos,
Ocultos em tudo.


terça-feira, 11 de março de 2014

Cantar da cigarra

As cigarras quando cantam
Cantam para seu amor,
Mas ai para nós anunciam o calor,
Cantam de manhã,
Cantam  tarde,
E o sol, nossa esse arde,`
Cantem cigarras,
Cantem e vão embora
E levem o calor
E o seu amor.

segunda-feira, 10 de março de 2014

A chuva chovendo

É de manhã,
Mas que calor,
O sol nem saiu,
O sol ninguém viu,
Nuvens escuras
Fazem a chuva cair,
E a chuva chovendo
É tão maravilhosa,
É tão generosa,
Cai e se doa a toda a vida,
Cai e se doa a eternidade.
A chuva chovendo é tão feliz,
A chuva chovendo.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Dúvidas

A noite em silêncio!
Ensurdecedor silêncio noturno.
Um apito,
A rua vazia preenchida pela luz amarela.
Nos quintais sombreados de escuro
Cantam grilos,
No céu rutilam estrelas.
E aqui dentro de mim o que me preenche?
Solidão, um coração e a razão...
Minha mente  não mente me traz lembranças...
Mas o meu vazio frio continua.
O silêncio de minha alma,
O cansaço de meu corpo,
O desânimo do existir.
Talvez quem sabe a angústia
Que talvez não seja só minha.
A noite logo se calará e passará.
Serei eu feliz com o existir?

Encontra-ti

Tudo aqui é passageiro,
A manhã, a tarde e a noite,
O dia, o mês e o ano.
Cultiva a vida a cada instante,
Nunca saberá qual é o último.
De Jesus a Gandhi...
De Platão a Habermas...
Há um fosso preenchido
Pelo nosso existir
Que faz sentido
Ou não.
Quem sabe.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh