segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Morte

Eis que da vida
se passa à morte,
no último suspiro,
os músculos
se contraem e distendem,
a carne ainda viva
recebe as últimas descargas
enviadas pelo cérebro,
agoniza o corpo,
e então tudo para,
o calor esfria,
e o que era vivo
já não o é,
o que tinha entendimento,
nada mais entende
a matéria inteligente,
se desfaz em
matéria morta,
só restam
feitos e fatos
nada mais.

Indisposição

Hoje, segunda-feira, quando acordei, não queria sair da cama. Queria ficar ali sob os cobertores, dormindo e sonhando, queria ficar imóvel, mas a realidade bate na mente e tive que levantar, tomar café e tomar um banho e seguir minha vida normal. Senti uma moleza no corpo e na mente, minha vontade era de não fazer nada. Olhei para o jardim e as cores não me animaram, abri a geladeira e a comida não me animou. Liguei a tv e não vi nada de interessante. Tomei um banho quente, escovei os dentes e nada. Hoje meu corpo está duro na queda, se me conheço isso pode durar dias. Estou indisposto e nada parece que vai me animar. Nem um chá quente vamos tentar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Histórias

Na minha infância não tinha livros de histórias, poesias contos, nem uma bíblia em minha casa havia, sequer jornal. A unica forma de comunicação era oral. Não falo de muito tempo atrás falo dos anos 80. Então ou ouvíamos rádio ou conversas de adulto, ou conversávamos sobre nosso quotidiano. As pessoas conversavam bem mais, se reuniam mais. Era de constume ir casas dos outros, além de casa de parentes, ou iam para passear, passar o tempo, tomar um café, pegar uma janta ou um almoço,  para tomar emprestado alguma coisa café, açúcar, sal ou o que faltasse em casa, fazer ou pedir que alguém fizesse um serviço simples como concerto de roupas. A noite sempre meus pais iam para a casa dos vizinhos onde ouviamos muitas conversas, muitas histórias, as quais não me lembro mais de nenhuma, talvez por não ter a mínima graça. Então fui para a escola e lá pela primeira vez ouvi uma história sobre um rei muito arrogante. Foi uma das melhores coisas que ouvi até aquele momento. Demorei a aprender a ler, sim, muito tempo mesmo. Nunca vi em minha infância ninguém lendo, pois as letras para as pessoas de minha cidade era um peso, um fardo e ler um grande texto era muito enfadonho. Agora sei que as pessoas eram analfabetas funcionais, que são pessoas que sabem ler, mas não sabem interpretar. É muito triste porque perdemos muito com a falta de hábito de leitura. Enfim quando entrei na escola, aprendi a ler só no terceiro ano, e fui ler meu primeiro livro no décimo ano. A muito custo li o Cortiço, para um trabalho da escola, depois deserolei a ler a gostar de histórias. Hoje mais de uma década quero contar as histórias. Sei que minha infância não foi tão rica de letras, mas foi de vivência, nada que não possa ser superado.

sábado, 6 de agosto de 2011

Horizonte

Meu amor minha flor,
quando veres o mar,
e olhar para a linha
do horizonte e ve-la
distante, ah!  meu amor,
minha linda flor,
lembre-se que estou
la no horizonte,
estou esperando
por ti mesmo distante,

Estarei la
no azul do mar...

Londres

    Caminhar, calmamente, pelas ruas de Londres e muito muito interessante. Sentimos algo extremamente intenso, nao sei se sao as pessoas ou as construcoes. O fato e que por aquelas ruas antigas onde muitos fatos aconteceram e entraram para a historia, alimetam a imaginacao de quem por elas transita. Podemos perceber ou ver diversos detalhes nas fachas, nas janelas, nas portas, nas calcadas, nos muros, nos telhados. Percebomos ainda que as pessoas sao muito reservadas, alem do mais, acho que e mais facil encontrar  um indiano ou um japones por estas ruas que um ingles propriamente dito. Talvez seja porque eles ficam enclausurados em seus quartos escuros ou entre seus jardins observando o que acontece na rua. Nao sei por que, mas sensacao que temos e que estamos sendo espionado a todo instante.
    O tempo que na maioria das vezes esta nubaldo nao contribui com para torna-los expressivos. Acho que  talvez seja o habito de gostarem tanto de jardins que acabaram se assemelhando muito com as plantas em seu silencio.  No entanto as pessoas daqui sao muito bem humoradas, parecem rir de tudo e quando conversam usam muito os gestos que tornam muito mais engracado. No comeco acho que ria deles, mas agora estou aprendendo a rir com eles, nao sei se chegarei a tanto. O fato e que andar pelas ruas desta cidade e algo muito agradavel, sinto, realmente, que sao pessoas acolhedoras e generosas. Acho que sao muito timidos e muito  contidos em suas expressoes. Bem acho que o tempo e a sombra e o escuro das grandes construcoes silenciaram as geracoes que se sucederam. Talvez nao tenha entendido nada do que percebi. Quem sabe. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Silêncio


Às vezes nosso corpo faz silêncio
E nossa alma fica calma.
Às vezes o mundo faz silêncio
E nós nos apavoramos com o silêncio,
Pois cremos na força do movimento
Que a vida é movimento contínuo.
Então o tempo passa,
Com seu movimento contínuo e
Desapercebido e no silêncio
Do tempo as coisas
Se constroem e se destroem,
Isso é parte do mundo
E parte nossa.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Age

Meu irmão hoje completou quarenta,
daqui a nove anos serei eu,
pensa que estou feliz?
Não sei.

Verão

Flores nos jardins,
flores perfumadas
flores enfeitadas,
flores nos jardins,

o sol brilha no céu,
o céu todo azul,
nuvens feito véu,
o céu todo azul,

quente o tempo,
quente o tempo,

sob a sombra
das árvores
sopra o vento,

e pessoas fatigadas
cochilam após comer,

assim é o verão,
com flores,
jardins
e chás...

As rosas nunca
tiverão tão belas,

nunca estive aqui 
no verão
e a primeira vez,
é emocionante
...

Resfriado

A tanto que me conheço,
e desconheço meu corpo,
que as vezes fraco adoece,
sinto minha garganta colar,
sinto calor, sinto frio,
isso me dar um vazio
algo anormal,
mexe com meu existencial,
e se muda o tempo,
se faz calor,
ah o cansaço,
toma espaço em minha mente,
acho que estou doente,
sei que é só um
bendito resfriado,
mas que essa praga
não mata, mas incomoda paca.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tudo que vejo

Tudo que vejo,
nem sempre vejo,
às vezes vejo as cores,
às vezes vejo as formas,
e às vezes, olho e nada vejo.
Vejo o que conheço,
porque conheço,
porque gosto do que conheço,
o que desconheço,
muitas vezes muitas vezes
não estou aberto a conhecer,
simplesmente não quero ver,
mas o tempo me ensina a ver
as coisas e também me
ensina a não ver as coisas.
Percebo o que quero,
percebo o que quer ser
percebido...
As flores querem ser percebidas,
pois exalam cheiro,
e chamam atenção
com suas cores
e sua delicadeza,
vejo o que quero,
pois sou o que
entendo ser
um ser vivo
efêmero.

Jaca em família

 Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...

Gogh

Gogh