sexta-feira, 1 de julho de 2011

Silêncio da casa

A casa está vazia,
está escura e fria,
cada átrio vazio,
cada coisa fria,
esfria minha alma,
flores no vaso
perfumam a cozinha
e murcham lentamente,
me sinto só nesta hora,
a luz amarela
ilumina a mesa,
e o resto da casa
está escuro e frio
vazio.
Esse silêncio
que é quebrado
pelo som de aviões
que partem e que chegam,
vai para não sei aonde
e chegam de não sei aonde,
é noite de sexta-feira,
não posso esperar
comer uma pizza ou
uma carne assada,
nem conversar com
os amigos,
resta conversar
com o silêncio
ouvindo Mozart,
resta esperar
a noite passar.

domingo, 26 de junho de 2011

Conhecer ruas

Ruas com calçadas baixas,
prédios antigos,
árvores nas praças.
Os sinos anunciam o meio
e o fim do dia,
aves cantam felizes,
aves morrem de fome,
monumentos nas praças,
estátuas frias,
tilia perfumam as ruas,
pessoas vão e pessoas
voltam em busca de
formas e novidades.
E assim se vai
e assim se vem.

a tarde tarde

É muito estranho,
o mundo,
esse mundo de raimundo,
aqui em Bruxellas são 22h
e agora que o sol está se pondo,
o sol vai se recolhendo nas velhas ruas,
onde tanta gente passou,
tanta coisa aconteceu,
a essa hora da noite
de sol,
pessoas passam na rua
como se fosse o fim
da tardem
uma tarde limpa,
e o sol se vai
e a noite abraça
Bruxellas,
longe daqui ainda é tarde,
no meu Brasil,
ainda é tarde.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Jardins

Jardins

Ah, que belos jardins,
banhados de flores,
de cores e cheiros.

Ah, que belos jardins,
onde reina o silêncio,
onde reina a paz.

Ah, que belos jardins,
onde cantam aves
uma linda melodia.

Que belo jardim,
quantas qualidades
juntas, quanta harmonia,

É primavera,
quem sabe quando calarão
as aves,
e as flores se apararão
e só restará o frio
cinza do inverno?

Não sei
só sei que vejo
os belos jardins,
suaves jardins,
lindos jardins
com salvias vermelhas...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Quem sou?

Ando divagando no que sou e quem não sou.
Quem sou ou o que sou?
Falo e ninguém me entende,
por isso calo,
não falo, penso,
mas o meu pensar
está diretamente
ligado a língua,
sem ela como penso,
nada compreendo,
absolutamente nada,
todo o meu conhecimento
mais primoroso foi construído
através da língua,
e me vejo sem comunicar,
sem prensar,
por isso
me pergunto quando estou só,
mesmo tendo tanta
gente ao meu redor,
estou só,
e não encontro uma resposta para
quem sou,
sou minha língua,
o meu pensar,
meu interpretar,
ou não sou nada.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Saudades

O tempo passa. Sei disso.
Sei também que cada momento
passado, jamais será recuperado,
tudo é muito impar na vida.
Mas tem momentos que nos sentimos só.
Momento em que nosso peito parece que
vai explodir de emoção.
Ficar distante de pessoas com quem
tanto gostamos nos enche de saudades.
Estou sentindo uma saudade muito forte
hoje, agora.
Saudade da Ana, meu amor,
dos meus colegas,
de poder falar com meus pais.

Sei que devo curtir,
mas quem segura as emoções,
quem segura os sentimentos,
estou felicíssimo de está aqui,
me sinto pleno aqui,

mas queria muito compartilhar isso
com alguém.

Sei que o tempo vai passar
logo, sei de muita coisa,
mas quem agrada os afetos?

Só sei que sinto uma saudade,
mas é uma saudade boa.

O tempo vai passar,
as pessoas vão continuar
vindo para cá,
as tilis vão frutificar,
e perder suas folhas,
logo virá outra estação,
mas não estarei aqui,

estarei por ai,
sentindo saudades,
e vivendo os dias
que me são dados.

domingo, 12 de junho de 2011

Alone

Estou em silêncio, nunca estive tanto tempo em silêncio. Posso até falar com as pessoas, mas estou em silêncio.
Converso, mas meço as palavras. Não posso conversar a vontade numa língua que não domino. Por isto, estou me sentindo só. Estou conhecendo tanta coisa maravilhosa, rica e não tenho com quem compartilhar. Estou em silêncio, completo silêncio. Contemplo o que tenho que tenho que contemplar, mas pouco me expresso. Até estou conversando com uma galera do hostel, eles são muito legais, falam mal o inglês como eu então nos entendemos. Bem esse silêncio me ajuda a prender a língua.
Caminhando pelas ruas, vejo as pedras, os prédios, as coisas, percebo que elas estão ali, sempre estiveram ali, eu que nunca estive ali, não estive na ora da construção. Nunca estive ali, mas elas sempre estiveram ali, presenciaram tudo frio, calor e nunca falaram, até estavam presente quando Mozart por ali passou, mas permaneceram caladas.
Estou me sentindo uma rocha, calado.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tempo

O tempo é curto,
muito curto,
mas dar para tudo.
Dar para caminhar
sem parar e reparar
o mundo.
Nem tudo é preciso,
mas com um pouco de tempo
tudo dar,
dar para cantar,
uma ou outra coisa,
uma prosa,
uma poesia,
então ria,
o tempo não nos
pertence, nada nos pertence,
nada,
somos passageiros
que escolhemos o que olhar.

Flores no jardim

Flores de petúnia no jardim,
flores doces e singelas
todas elas para mim,
flores cheias de cores e belas.

São tão importantes assim,
uma flor, duas flores,
todas são todas enfim
cheias de odores e cores,

são todas importantes assim,
para abelhas, beija-flores,
mariposas, simples mente são assim.

Manhã que passa

O dia nasce lindo,
ensolarado, e
a manhã se faz
serena
sobre o aroma
que o sopro da
bruma da manhã
espalha por
esse mundo.
E quando saio
vejo os belos
jardins com
flores em
diversas cores,
com diversos odores
doces, suaves.
Umida manhã
onde pessoas
trabalham em silêncio,
limpando os jardins,
ou reclusos em suas
células.
A grama fresca
orvalhada
tão verde
chamam a um momento
de contemplação.
Os pinos
e os carvalhos
com seus troncos
fortes seguram o peso
de seus corpos
estático
sem mover uma
folha.
O céu azul
é refletido pelo espelho
das águas do lago.
Nenhuma criança corre
nos jardins,
ainda é cedo
e a manhã
é tão linda
que senti-se vontade
de paralisa-la.
não deixa-la
passar.
Contudo o sol
sempre vai,
vai... e a manhã
segue junto.

Geneve 09-06-2011 

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh