sábado, 21 de maio de 2011

Ilusões

A manhã está fria aqui dentro,
mas lá fora está tão ensolarada,
aqui dentro todos os objetos estão
parados sem vida,
lá fora há vida, plantas,
aves, e gente indo e vindo.
Aqui dentro só
a energia sustenta meu
computador que me engana,
me ilude som sons
e imagens.
Isso é real?
Construo um universo
em minha mente,
mas aqui continua frio,
lá fora que há vida,
aqui só meu corpo
pulsa, vive,
lá fora há luz,
vida,
e aqui ilusões.

Família

A vida é uma semente.
Pois, assim como uma semente, cresce e torna-se uma árvore.
E quando uma árvore torna-se adulta, flora e reproduz-se.
Mas uma árvore para ter uma geração diversa, precisa das flores das outras árvores.
Às vezes precisa ainda de polinizadores.
A vida, ao longo do tempo, se diversifica e se enriquece.
Com o tempo a toda a vida renova.
Como as árvores que renovam suas folhas,
a vida se renova, mas  o tronco, as raízes
continuam a existir.
E quando penso nos meus avós,
nos meus tios, pais e irmãos,
penso que uma semente se desenvolveu
e se tornou minha família,
e me vejo como um destes ramos
que continua a crescer,
desenvolver e eterniza-se. 

Busca

Quando o corpo adoece,
todo o ser padece,
a alma também adoece,
perdemos todos os rumos
e canalizamos nossas forças
na busca da saúde.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Crepusculo

O crepúsculo aqui é sempre tão belo,
o céu tinge-se de vermelho e aos poucos
a noite vai cobrindo o sol
como sereias que encantam
guerreiros o sol se enebria,
dorme numa alegria,
enquanto a noite
sai abre as festas,
e todo mês chama a lua
pra fazer a festa dos românticos.
Ah, crepúsculo mais belo que aqui não há.

Manuel de Barros

Barros,
Querido Manuel,
Tu que contas a gratuidade dos pássaros e dos lírios.
Que gênio, mais meigo e doce tu sedes.
Barros tu sedes tímido e sábio como uma coruja,
quando leio, ouço suas poesias,
Barros,
Querido Manuel,
Tu sabes mesmo fazer encantamento!

http://www.luisnassif.com/profiles/blogs/gratuidade-das-aves-e-dos

Tarde

Que linda tarde de céu azul com nuvens branca.
E o frio que faz torna-a maravilhosa.
Pássaros voam no céu.
As nuvens passam devagar,
tomam diversas imagens.
A brisa fria prende as pessoas
no conforto de suas casas. 
É uma tarde típica de outono.
É maio, o ano está passando tão rápido.
Estou só em casa, sinto vontade
de comer, fazer algo, sair deste estado,
mas nada mudará é a tarde
é maio, é o frio
e nada que eu faça me sacia,
não adianta comer, dormir, correr,
resta ficar quieto
e contemplar a tarde
que passa devagar,
fria, bela.
Diferente do ano
que voa na asa de um jato.

Por que escrever?

Escrevo sobre o que está ao meu redor e que me desperta curiosidade, ou faz acordar alguma ideia, ou ainda me faz lembrar de algo. Tem muitas coisas que nos faz bem e enche nossa mente de desejo de escrever de eternizar aquilo pra si ou quem sabe pra outra pessoa. Nem sempre somos tomados de tal vontade. E muitas vezes somos indolentes. Nos somos tomados pelas preocupações quotidianas, coisas que achamos ser essencial  para nossa existência, mas que na verdade não faz a mínima diferença. Somos nos quem julgamos o que é melhor para nós. Acreditamos muitas as vezes que os nossos julgamentos servem para julgar as situações, o caráter dos outros, somos muito subjetivos. Eis um grande engano. Com a correria do cotidiano, esquecemos da humanidade do outro e no unimos com quem pensa igual a nós e categorizamos o que está ao  nosso entorno. Acabamos por esquecer quem somos, o que queremos e a que viemos, por que viemos. Nossa vida muitas vezes parece sem graça, interessante é o alheio achamos. Esquecemos as pequenas coisas que nos dar prazer e por fim felicidade. Esquecemos de viver as mínimas coisas, de refletir sobre certas coisas,  de não racionalizar muitas coisas, simplesmente viver aquilo. Uma das maneira que encontrei para estar comigo mesmo, foi escrever. Quando comecei a por uma ideia no papel, percebi que precisava de fatos, de ideias geradas destes fatos, então passei a prestar atenção nas coisas, nas situações, nas pessoas, nos seres ao meu redor, na natureza, no céu. Percebi a partir de então que a vida é colorida, que existem pessoas além de mim, pessoas que muitas vezes precisam de mim, e  na maioria das vezes não, mas as minhas atitudes diante destas pessoas pode mudar seu comportamento e mudar o nosso comportamento junto. Eu descobri a riqueza das poesias, da filosofia e de todas as ciências. Descobri ainda a minha importância para as pessoas que estão no me entorno, para o meu bairro, para minha cidade, quiçá para o meu pais. Sou um cidadão, como todas as pessoas tenho direitos e deveres. E foi nessa busca por algo que escrever, que acabei dando significado a vida e foi ainda tentando entender o mundo que senti um intenso desejo de ser um escritor.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Flor de Jasmim

Tomava uma flor na mão,
tirava sua vida
só para sorver seu odor.
Muitas vezes nem tinha a cheiro,
simplesmente tomava-a
pelo prazer de desfaze-la.
Tomava uma flor na mão,
para desmachá-la
numa brincadeira boba
de bem me quer e mal me quer.
Tomava uma flor na mão,
olhava-a profundamente,
cheirava-a com carinho,
contava suas peças
as sépalas, as pétalas,
os estames e guardava-a
entre papéis.
Guradava-a em minha mente,
numa doce memória.
Sempre fora assim,
não acreditava na alma das flores,
até que em um certo dia
que encontrei uma flor
num velho livro,
da biblioteca municipal.
Aquela flor perdera a cor,
estava amarela,
doara a folha do livro uma cor em forma de flor
amarela e o livro doara a flor
a forma plana.
Aquela flor marcava
uma página onde
estava impressa
um poema de amor.
Então tomado pela
flor, comecei a refletir
quem pusera aquela flor ali,
o que pensava, quem pusera
a flor ali? Sofria? seria homem ou mulher?
Era uma flor de jasmim,
sim, fora branca, e se tornara
era amarela.
o poema tratava do amor
doce e maravilhoso como o jasmim,
nele havia
diversas palavras jasmim.
Sim aquela flor
se impregnou em minha mente,
roubou minha alma, por aquele instante,
tirou-me a calma.
Sim causou-me angústia
as dúvidas sobre a flor,
naquele livro de folhas desgastadas,
e capa preta.
Estava entre tantos livros.
Quem pusera a flor ali,
quem seria? Seria jovem?
Seria idoso?
Estaria vivo.
Peguei o livro emprestado,
li e reli o poema.
Então devolvi o livro
adormeceu em minha mente
a memória daquela flor.
Na correria da vida,
parei de olhar para as flores
até certo dia
ver um grande pé de jasmim,
a numa grande casa,
era o  maior jasmim
que já vi,
estava florido,
perfumado
de flores brancas.
Tomei uma flor do chão,
despetalei-a.
A casa estava fechada.
Então sempre que
por lá passava roubava uma
flor,
estava sempre fechada,
supunha que teria
sido da li,
a flor seca de jasmim.

Casa

Acordo cedo, está tudo escuro, as luzes da rua tem um brilho ainda muito intenso. Pego o computador e vou para a sala, ligo-o e começo a acessar o mundo, como uma janela que dar  para qualquer lugar. Para isso só preciso digitar o sítio e dar um enter. O sol ainda nem nasceu para o dia, mas eis que eu já. Tudo aqui é silêncio que é quebrado com o dedilhado no teclado. Meu primeiro sitio a ser acessado é o da rádio, assim poderei ler e ouvir as notícias do mundo. Então acesso duas rádios uma brasileira e outra inglesa. E me fico entretido acessando o que aconteceu, acontece e está previsto para acontecer no Brasil e no mundo. As notícias não são nada animadoras, graças a Deus tem as colunas pra entreter.
 Está frio, então me enrolo. Esquenta, desenrolo. Olho através da  janela e vejo a lua como um espelho de reflexo pálido. Então o sol nasce devagar, parece está cansado.
Ana finalmente acorda, tomamos o café, arrumamos as cobertas e finalmente começo a trabalhar, na janela mágica. Faz um frio muito gostoso, nunca visto aqui em Ribeirão Preto.
A impressão que tenho é que o a cor verde do piso torna mais frio o ambiente. Esse quarto pequeno de paredes brancas, com uma cama, uma escrivaninha e uma cadeira e um armário, se não fosse tão organizado não seria tão confortável. Então permaneço sentado em frente ao computador. Em outros tempos seria um louco. Como pode alguém ficar o dia todo em frente a uma máquina? Confesso que muitas vezes fico impaciente. Então olho através da janela. Olho para a organização dos objetos, presto atenção nas coisas, nas formas. Então escrevo algo. Procuro sítios com entrevistas, informações de escritores. Acesso uma rádio espanhola e ouço música erudita. Escrevo e respondo emails. Enquanto isso no mundo lá fora, as aves cantam ou voam pelo céu; as árvores esperam pacientemente pela primavera, a brisa esfria mais o mundo. Melhor assim, merecemos o frio, afinal aqui é sempre tão quente. Volto novamente para o quarto. E então entro no meu mundo subjetivo e penso e viajo em minha mente onde encontro uma ideia que quer ser investigada, volto ao mundo. Digito no sítio google que me dar n informações em milésimos de segundo. Leio, reflito.
E quando estou concentrado sou obrigado a ir ao açouge  comprar carne moída. Vou e volto, comprei uma melancia e ao provar que não é lá essas coisas. Sinto frio o dia todo. Então almoço...
Saímos para ir ao banco, voltamos volto para a janela mágica. Leio, completo os dados de uma tabela...
E chega então a noite...
E mais um dia vivido.

Açucena

Certa tarde, no outono, quando caminhava, à toa, numa estrada vazia, tentando alongar as pernas e um pouco corpo. Fazia muito frio naquela tarde. Era de costume caminhar no fim do dia ali, conhecia tudo que tinha naquele lugar. Mas naquela tarde, em que o sol brilhava intenso, e era um brilho tão vermelho. Então quando subia uma pequena declinação com a vista voltada para o chão. Eis que vi no barranco algo parecido com uma flor desabrochando. Era muito branca, algo parecido com uma mão com dedos fechados que estava pra se abrir. Então, aproximei-me e vi bem de perto era um lindo botão de uma flor muito parecido com açucena. Aquilo era uma açucena. Então, ouvi suave um estalo e como uma espigas de milho sendo desfolhada, vi aquela flor desabrochar, lentamente. Ah, fiquei boquiaberto, e quando ela se abriu e começou a exalar um doce odor. Então a noite já tomava conta de todo o lugar. Todas as formas desapareciam, quando repentimanente ouvi um som forte e rápido, som de asas batendo e eram mesmo asas, pois vi chegar uma grande mariposa escura. A mariposa voava com muita destreza, chegou na flor, desenrolou a probócide e ficou ai tomando o meu. Tudo já estava escuro, mas continuei vendo a bela flor a mariposa. Em poucos instantes só podia sentir o cheiro da flor. Então fui pra casa com aquela imagem das belas e suaves pétalas, do doce cheiro, da grande mariposa. Cheguei em casa ébrio com o cheiro e as imagens daquela flor, do seu desabrochar. Era como se tivesse acordado de um sonho. Seria um sonho? Comecei a me questionar. Tomei um banho. Comi uma graviola doce e me sentei na cadeira de balanço. Aos poucos em frente a minha casa a lua começava a despontar, junto com ela uma brisa soprava. No céu estrelas piscavam numa festa, mas aos poucas a lua ia ofuscando o brilhos das estrelas. Eu via as coisas e nada percebia. Tudo que minha mente pensava era na açucena, no cheiro, na mariposa. 
Então comecei a me indagar, mas naquele barranco nunca vi nenhuma açucena, nunca ninguém plantou nada lá.
De onde veio aquela açucena?

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh