sexta-feira, 11 de março de 2011

Sinfonia 9 Beethoven

A música acalma minha alma,
encanta totalmente minha mente,
me prende, me atem a atenção,
quer olhando o céu ou o chão.
A música desperta tudo quanto há de beleza,
a mim falta a destreza,
resta ouvir, contemplar
e deixar a música libertar minha alma,
e faze-la viajar.
Não sei o que dizem as músicas,
mas estou estudando,
aprendendo.



Olho para o céu estrelado,
vejo o brilho a anos irradiado,
vejo o silêncio escuro da noite,
e as estrelas a brilhar,
feito fogueiras a flamejar,
quão vasto é o céu,
infinito parece o espaço,
e o tempo perdido
entre rotações terrestres.
Olho para o céu,
um céu sem véu,
escuro, estrelado,
olho e tento me encontrar,
tal qual o céu minha mente,
nada consigo decifrar,
nada consigo imaginar
e fico assim a contemplar,
a beleza divina,
neste momento converso com Deus,
ouço o canto das estrelas,
ouso o vento sussurrar,
meu peito a pulsar,
os ares trazem o sono
então mergulho nos meus sonhos.
boa noite

Saudoso

Muitas coisas já não existem mais além de lembranças em minha mente, pode ser que algo se encontre em outras mentes daqueles que por certo tempo foram parceiros de caminhada, mas que seguiram suas próprias estradas. Como num sonho vou buscar algumas memórias e tentar reviver algo que não vivi. Algumas canções fazem minha mente despertar doces memórias e faz-me viajar para a infância, para minha primeira casa, meus irmão muito jovens, meus pais ainda tinham cabelos brancos e muita esperança, tempo em que as estações passavam sem deixar marca, parece que o tempo não passava, queria tanto ter quinze anos e agora o dobro já se passou. Saudoso, viajo no tempo e aos poucos relaxo e volto lentamente a vida normal.

Blue

O céu azul, todo blue,
o sol a brilhar,
nuvens claras,
numa sexta feira blue,
aqui tudo azul,
mas no Japão não,
lá o mundo está
ao avesso, o mar
invadiu a terra,
chamas, lamas,
é um dia blue,
tão distante,
tão próxima,
aqui o sol brilha,
o céu está azul,
lá o dia está blue.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Belo

Onde está a beleza?
Está numa flor,
numa obra de arte,
num por do sol,
numa noite de lua,
numa noite estrelada,
num horizonte do mar,
está numa canção,
no riso feliz,
na estética,
na simetria,
na química, física, matemática, quiçá na biologia,
nas curvas humanas,
na sabedoria.
O que é a beleza?
é uma flor
é uma obra de arte,
é um por do sol,
é uma noite de lua,
é uma noite estrelada,
é um horizonte do mar,
é uma canção,
é riso feliz,
é a estética,
é a simetria,
é a química, a física, a matemática, quiçá a biologia,
são as curvas humanas,
é a sabedoria.
E o que é o belo?
Cabe a cada um julgar o que é belo para mim esses predicados são formas de beleza, talvez a beleza seja algo subjetivo, mas seja muito além, talvez seja cultural.
Nem todas as flores são belas, algumas são esteticamente assimétrica, mas teleologicamente atingem seus objetivos quando é fecundada e produz frutos e sementes.
Para entender certas obras de artes é necessário fazer uma leitura da mesmas, sem esta o que é arte para uns é algo indiferente para os outros.
Nem todos por do sol é igual, existem os mais perfeitos, mas por motivos peculiares são tristes, frios desprovidos de interesses. O mesmo acontecendo com as noites pleniluneas e estreladas.
Muitas pessoas já se perderam no horizonte do mar, muitas vidas por lá ficaram.
Nem toda canção nos faz feliz, nos traz tristeza, pra mim muitas canções me angustiam.
As vezes sorrimos porque chorar vai mostrar nossas fraquezas.
Todas as coisas quando humanizadas ganham um sentido, o belo talvez tenha sido humanizado ao extremo e quem sabe um dia não o banalizemos.

Chuva reminiscentes

Uma semana que não parou de chover,
os fungos voltaram a reaparecer,
com seus corpos de frutificação,
anunciam a estação do verão,
alta umidade, calor, chove,
neblina todo fim de tarde,
e as águas escorrem rua abaixo,
lavando telhados e calçadas,
deixando todo mundo indignado,
mas é chuva de verão,
lá no sertão chuva é coisa divina,
quando chove tudo agradece,
os sapos cantam, as plantas agradecem, forescem,
o solo molhado, formigas e cupins criam asas,
e voam pra alimentar os passarinhos,
ou para povoar um novo lugar,
quando era fim de tarde que chovia
sentia aquela alegria,
tomava um café, e depois logo vinha o jantar,
a lenha lascada guardada, alimentava
o velho fogão a lenha que aquecia a cozinha,
e logo que caia a noite,
a natureza recolhida,
fazia aquele frio gostoso,
a chuva se recatava,
e nos todos felizes estavamos
por mais um dia, mais uma chuva
cheios de esperança da chegada de dias melhores.

Espatodeas de janeiro

No mês de janeiro
é verão, caem as chuvas,
floram as Murraias com suas
folhas verdes e suas flores alvas,
floram as espatódeas com suas flores encarnadas,
e no fim da tarde, quando cai a chuva,
as vias e as estradas ficam todas molhadas,
caem as flores de espatódeas pelo chão,
molhados o chão,
o chão vermelho das flores campanuladas
flores próximas ao pé de limão,
vermelhas parecem incendiar o chão,
e por ali caminhar com é gostoso,
passar sobre as flores macias
de espátodeas que caem
por ocasião,
após a chuva,
o cheiro umido,
o viço do brio sobre os troncos,
o sol escondido, chovido,
o cheiro das murais, são poucas flores nesta estação,
logo acaba o verão,
e as quaresmeiras sempre floridas,
sempre roxas.

Vício

Tomo o chá, terere e o que sinto? Sinto o líquido gelado amargo que refresca minha minha mente, macula meu calor, meus dissabores. Sinto um breve alívio. Meu corpo me sente bem. Ao sugar o terere, ao sentir o leve sabor amargo e gelado, minha mente brevemente se atem a sentir o sabor, se desvencilha, se desprende dos pensamentos e neste momento, neste brevíssimo momento sou pleno em mim mesmo, me sinto conformado. Não seria isso um vício? Em que isso diferencia de tragar um cigarro, um xara, um gozo numa relação sexual? Será que todo mundo não tem um vício, não seria esse momento que sentimos plena fortemente humanos? Será que todos não temos nossos vícios. E somos tão peculiares que temos fontes diferentes de preenchimento nossos desejos? Dai o conheça a ti mesmo.

Extra

Contemplo o mundo fora de mim,
a natureza cheia de beleza,
me vejo fora da natureza,
me vejo no meu mundo subjetivo assim,

o sol a brilhar, o céu azul,
as nuvens brancas,
as plantas verdes,
fungos, flores,
tijolos, prédios
e construções,

Todo o mundo fora de mim
e minha vida assim,
intenso brilha o sol,
espatodeas vermelhas,
verdes flores,

o mundo fora de mim,
o mundo caos do mundo,
e no meu mundo,
extrapolo pra sugar o mundo
além de mim,
é assim meu mundo,
é assim o mundo.

Matéria

Sei que a matéria fica,
sim ela fica, e nos
passageiros que somos
quantas vezes nos iludimos,
somos frutos de nosso tempo
e nosso tempo tem vencimento,
e a natureza selvagem continua
a rua é renovada, e o meu novo
é antigo, e o meu abrigo com o tempo
perde a tinta, cria mofo,
a nossa pele ganha rugas,
os cabelos tingem de branco,
ontem na catedral da Sé
tiramos fotos,
vi a magestade daquele templo
e a eternidade das pedras de sua fundação,
olhei para sua frente e vi
as palmeiras reais que parecem
estarem no fim da vida,
percebi a beleza das tipuanas
cobertas de microgramas,
as tipuanas adultas parecem que logo partirão,
quantas pessoas não as veem,
o que elas já não viram,
e logo essas plantas partirão,
e quantos de nos partiremos,
a praça pode ganhar uma nova cara,
mas a catedral vai está sempre lá,
então pensando como somos passageiros,
tal qual um formigueiro,
as vidas não fazem a mínima diferença
a catedral, no futuro o que restará?
o tempo e a matéria.

Algo em mim sorri

Algo sorri em mim,
apesar de sentir
e ver no próprio corpo
as marcas do tempo,
sinto que nem sempre
me sinto plenamente descansado,
vejo as marcas na pele e a falta
de pelos em minha cabeça,
quando vejo o calendário,
me acho centenário,
mesmo assim
algo sorri em mim,
é um riso tímido,
mas doce, um riso que diz
quanto já vivi,
quanto superei,
e esse riso vai se tornando
gargalhada quando tomo conta
o quanto sou ignorante e o quanto tenho para aprender,
ai vem uma intensa sede de ler, aprender e viver,
ah, viver quanto mais melhor
assim será um riso pleno,
um riso de contentamento,
que transforma em mim
o emocional em racional.
Há dias acordo e vem a minha mente,
a luz clara, da terra molhada,
e a babugem nascendo,
as plantas rebrotando,
o mundo claro, limpado
pela chuva,
que lava a poeira,
nesse momento sinto saudades,
do tempo que era
oculto, mas era,
então meu riso fica tímido,
penso o quanto caminhei,
e onde cheguei, e meu riso cala,
já não vejo as terras abrejadas,
não vejo a mata floridas,
intensamente odoriferas,
a terrinha de meu pai,
vejo que tudo se vai,
a vida,
e faço da minha realidade vivida,
breve poesia,
e enche meu peito de alegria,
e algo dentro de mim sorri,
esse riso peculiar,
que me faz viajar,
voltar para o meu mundo,
imagino um dia
poder voltar,
e encontrar a casinha
do meio da terra de papai
erguida, varrida,
limpinha, com um panela de feijão e torcinho,
e arroz, e eu na minha infância,
meus pais, irmãos,
queria sonhar e nunca mais acordar,
sabe lá,
Não sabia que a vida era complicada,
que a vida sempre segue pra frente,
e algo em mim sorri,
me leva além daqui,
e para onde irei,
bem não sei,
mas sempre levarei,
meu mundo internamente,
dentro de mim.
Algo em mim sorri.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh