Na noite escura, oculta voa a mariposa. Que busca luz ou flores para saciar-se.
Voa, voa com suas leves asas, que batem sem parar. Leves asas que levam
noite adentro ao teu destino. A mariposa que suave voa, já foi pupa encantada,
que sofreu uma grande metamorfose, que se enterrou no solo e certa noite
como uma flor desabrocha, mariposeou.
Saiu de seu casulo bateu assas e voou, toda a noite.
Saiu beijando as flores e seguiu a luz de minha casa.
Lembro que acordei ouvindo o som do bater de suas asas...
Se debatia no escuro, não creio que via.
Acendi a luz e vi aquela linda mariposa
de escamas escuras, dorso veludo,
olhos brilhantes... Ela voou até a luz,
com suas asas leves voava, mas parecia flutuar no ar.
Tomei-a na mão, senti o veludo de de suas pernas,
suas asas descamarem em minhas mãos.
Segurei-a com uma mão, abri a janela.
Como eram belas suas antenas e veludosa sua textura.
Abri a mão e ela voou para o infinito de minha visão,
num instante sumiu na escuridão...
De onde veio e para onde foi aquele ser mágico?
Sabe-se lá...
E o que veio buscar em meu quarto escuro?
Nem chovia...
A noite mais uma vez mostrou-me um pouco de seus mistérios,
o voar da mariposa.