terça-feira, 30 de setembro de 2014

Aprender a ver

As formas,
As palavras,
As cores,
A matéria...
A matéria apresenta formas e cores
Que são reveladas apenas através das palavras,
Nem sempre as formas são nomeadas,
Por isso precisamos nomear o mundo,
Nomear as coisas,
E tornar as coisas compreensíveis,

As relações podem serem pronunciadas,
Pronunciadas através das palavras,
Podem serem faladas...

O meu mundo ganhou cantos
Nas linhas e entrelinhas dos textos,
O meu mundo se expandiu quando
Aprendi a ler,
Na verdade aprendi a ver através dos signos,
Compreendi melhor o mundo
E tudo que me cerca.

Descobrir
As formas,
As palavras,
A matéria que me constitui
É mágico.

Manhã

De repente somos,
De repente acordamos,
Ficamos deitados aquecidos com o próprio calor,
Ouvindo o corruchiar dos pardais,
O canto de cambacicas,
E pensamos em toda a  vida,
E pensamos no que faremos,
A razão nos faz levantar,
Mas a preguiça, ai! Essa nos puxa, nos abraça, nos afaga!
A manhã desabrocha como uma flor,
Os crisos raios do sol,
Suavemente vai subindo,
Se revelando vivo, pleno e dominante,
Então, nos levantamos e tomamos um café,
E partimos para a vida,
Porque precisamos de tudo isso,
Amanhã é outro dia,
O que nos importa é o agora,
Bom dia, 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Outra estação

A primavera chegou nas regiões temperadas,
Porque aqui chegou foi o verão,
O sol já amanhece quente,
Janelas de vidro fervem luz do sol,
Nos jardins sem água a grama torra.
Nossas matas muda de folha,
No chão um tapete espesso de folhas
Amortecem e fazem soar nossas pegadas,
As flores da castanhola fedida é sentida de longe,
As gameleiras estão tão belas,
No fim da noite nuvens de morcegos voam
Orbitando as lindas árvores...
Agora até que enfim,
Temos noites estreladas,
Vento e poeira frouxa,
Temos uma lua cristalina,
Ah, não que a chuva seja ruim,
Mas depois de tanto inverno,
Que venha um caloroso verão.
Então vamos viver outra estação.

domingo, 28 de setembro de 2014

Noite de domingo

Depois da manhã ensolarada,
Depois da tarde preguiçosa,
Cai a noite de lua crescente,
Lua nua na noite escura,
Lua que aprece junto a belas estrelas,
E a vida vai passando,
Ouvi a voz de mamãe,
Que quase sempre tem um som de solidão,
Sinto com ela um pouco de tristeza,
Algo nos falta na vida,
Algo nos falta na vida,
Vejo o tempo passar,
Sem perceber vou vivendo minha vida,
Alegre ou triste,
Alegre ou triste,
Mas inventei um jeito peculiar para viver,
Diante da vida,
Sempre serei vazio se não aceitar a realidade.

sábado, 27 de setembro de 2014

Sábado sem Por do sol

O dia nasce ensolarado,
E seus raios aquecem
As plantas, as ruas e os cantos das camas
Daqueles que descansam da semana,
Mas logo que a manhã vai passando,
As nuvens e a chuva chegam
E se derramam durante a tarde,
E a chuva chove,
E a tarde entardece,
Quando a chuva da trégua,
Cantam alegre as aves,
Patativas, Bem-ti-vis, Sairicas,
E o cão late na esquina.
E a chuva continua chovendo,
Hoje não veremos o por do sol do sábado...
Mesmo aqui,
Que dia especial.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Mata

Ah,
Quem nunca andou no meio da mata,
Quem nunca sentiu o cheiro das folhas esmagadas,
Que nunca viu um ipe florido,
É triste viver ser perceber as belezas
Que a natureza nos mostra,
Viver sem nunca se deparar
Com uma árvore grandiosa,
Ou uma frama fresca,
Ou um jardim colorido,
Pobre do ser que só ver nas plantas  mato...
Bem, esta visão pode ser pequena,
Cada um aprenda e desfrute de sua
Experiência de vida.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Passageiro

Vão-se os velhos hábitos e novos se estabelecem. Sou sempre assim, sempre me apego a uma rotina.
As quintas-feiras sempre foram mornas, mas ótimas porque antecedem as sextas. Bom depois que cheguei em João Pessoa, passei um tempo só, um curto tempo sem amizades e o melhor dia passou a ser a quinta-feira, pois descobri um restaurante que as quintas serve baião de dois e carne de sol. Bom então todos os dias chegava lá, cumprimentava as meninas, almoçava e voltava para minha sala. Com o tempo aquelas pessoas ganharam nome e ganharam vida para mim e me conhecem como ninguém. A atendente, descobri que se chama Kênia, a cozinheira que fica no balcão se chama dona Linda, a que faz suco se chama Lu, tem a Lívia que faz fono e é sobrinha dona Marta quem eu gosto de aperrear. Bom assim não dá mais para almoçar só, tenho a companhia e o carinho dos funcionários e a quinta é certamente o dia mais interessante. Sei que isso tudo é passageiro, mas bom. Passageiro como foi o tempo que almoçava sempre com os amigos em Brasília na Embrapa, passageiro como foi os almoços no RU na Unicamp, passageiro como foi o tempo que almoçava com o povo na cozinha do Instituto de Botânica em São Paulo, passagueiro como o tempo de RU da UFRN, isso sem voltar a Serrinha dos Pintos. Assim percebo quanto a vida é passageira e como os anos caem sobre nossos corpos.
Bom esses dias tenho sentido a alegria da Primavera, as plantas floridas, parecem sorrir.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Entender a si

Nasci no meio do mato,
Aprendi a calar por não saber falar,
Aprendi a falar sem comunicar,
Falo coisas sem sentido,
Só pela beleza do som das palavras,
Ou falo por alvoroço,
No fundo e no exterior sou aquele matuto do sertão,
Que fala, fala e fala...
Mas apesar de tudo sou,
Algo me fez essa matéria viva,
Que vivo está,
E que ver a vida passar,
Que faz as coisas acontecerem,
Na timidez de um ser do mato,
Um bicho do mundo.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cariri

A luz,
A luz que alumia cada forma,
A luz que acende o mundo,
E através da luz eu posso ver,
O vermelho da semente do mulungu,
O branco da areia lavada do riacho,
O cinza tingido nas plantas da caatinga,
O brilho dos feldspatos,
As garras da macambira,
As chamas da cansanção que queimam a pele do sertanejo,
A roseta do chique-chique,
E quando a noite cai,
E quando a brisa chega...
O céu tão limpo e estrelado,
O Cariri tão enamorado.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Divagar

Cai a noite,
O que me faz seguir vivendo?
Um suspiro de esperança,
Um texto de Borges,
A filosofia de Kant,
A busca em conhecer uma nova espécie botânica...
Queria tanto que as pessoas sentissem o que sinto,
Mas ai, cada um com seu cada um...
Nos imaginamos sempre tão especiais,
Mas somos tão solitários,
E frios e Vazios,
E inseguros.
Cai a noite, um chá ia bem,
Uma leiturazinha também,
Mas esse mundo online,
Mas esse mundo online,
Amanhã não tem nada,
Mas quinta tem Luiz Fernando,
Antes hoje tinha Eliane,
Falando nisso!
Boa noite.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh