terça-feira, 29 de maio de 2018

Passagem

Cai a tarde crepuscular,
Em pouco nascerá a lua,
A noite fresca chega.
E mais um dia se vai.
Amém.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Hélio

Ontem, 27 de maio de 2018, Hélio de Paulinha, nosso vizinho de infância, dormiu na eternidade.
Um infarto o ceifou.
Desde que tenho lembrança o conhecia e tínhamos como amigo da nossa família.
Era uma pessoa simples, muito sagaz e bem humorado.
Tinha estatura baixa não tinha 1,70, mas passava dos 1,50 m. Tinha olhos claros e uma barba fechada.
Hélio, desde cedo, aprendeu a arte do comércio.
Vendia e comprava coisas, galinhas, bodes, cabras, ovelhas, porcos, garrotes dentre tantas coisas.
Sabia sempre fazer uma transação comercial de maneira a ganhar sempre algum trocado.
Assim, desde cedo foi se construindo como uma pessoa honesta.
Lembro que quando casou já morava na casa de Crejo seu irmão, mas depois construiu sua própria casa onde viveu até os últimos dias.
No início de sua jornada para se deslocar tinha uma burra baixeira e só com muito tempo comprou uma moto.
Lembro quando nasceram seus filhos. O primeiro foi Hugo e depois veio Tiago. Naquele tempo a gente ia muito fazer boca de noite lá.
Papai adorava ri dos casos que ele inventava e contava.
Lembro na época que a gente precisava colocar água em casa no jegue a destreza como ele enchia as ancoretas.
As vezes que saia em busca de comida para as criações.
É! Hélio enchia aquela baixa de Serrinha do Canto de vida.
Foi um personagem muito importante.
Hoje, ele deve ter se encontrado com o povo que o esperava.
Seus pais Chico Franco e Maria, suas irmãs Nida e Dezu; os vizinhos Joãozinho e Elita de Licor; Artur Barreto, Seu Amaro e Ciça; Bunina, Josimá e Lenita, Diniz que chegou faz pouco tempo; Odaleia, Munda e Sua irmã; Iracema, Lúcia, Zé de Júlio, Nelope e Luiza, Luiz, Açuero; Luiz de Mundin, Dona Francisca, Rita das Arupembas e Zé, Sivirino.
Todos em festa.

Agora só renta de sua lembrança seu aniversário e a gaifa que fazia.

Ocaso

O ocaso está aí.
O dia se divide em noite.
Aos poucos o breu ocultará todas as formas e cores.
Em instantes os rádios tocarão a Ave Maria.
A lua de certo aparecerá.
Esta hora tão saudosa e reflexiva;
A pouca luz e a ave maria e a fé que une gerações.
Tudo isso, pode ter significado apenas para mim
E um par de pessoas,
Mas me emociona,
E me enche de lembranças.
A vida se revela solitária ai.

domingo, 27 de maio de 2018

Um pouco mais

A noite caiu suave, fresca e enlatada.
Depois de um dia de paz.
Assim, estou contente como se sente após
Uma jornada.
Um dia de leitura e reflexão sobre as coisas
Que me encantam como literatura e filosofia e botânica.
Mas ainda resta uma curta noite

Para pensar um pouco mais. 

Domingos e avós

Domingo, dia de calmaria.
Das lembranças que tenho da infância a visita a casa de meus avós era comum aos domingos.
A gente, mamãe e eu, sempre saia de casa cedinho e ia a pé mesmo.
Não sei se a gente conversava, mas talvez sim. Mamãe é uma pessoa muito comunicativa.
E saia pela ou caminho falando com os conhecidos.
Coisas inusitadas sempre aconteciam como encontrar Zé de Julho na burra faceira conversando sozinho.
Passar na casa de Nitinha, onde hoje é coração do açude do porção, para tomar água. Dava gosto ver a limpeza da velha dizia mamãe. Lembro do cachorro de balaio único que tinha visto. E seguia indo até a casa de Vô Sinhá.
Por mais cedo que a gente chegasse o feijão já tava quase cozido.
Quando a gente chegava lá mamãe ia ajudar vovó enquanto eu ficava atoa. Olhando as coisas quase sempre velhas. As cadeiras de balanço, uma com couro de porco espinho, o banco, o tripé de alumínio, a cristaleira, uma gaiola com um golinho, a foto de tio Raimundo.
Se saia via a calçada velha alta. As pinheiras com pinhas brocadas, o banheiro velho.
Entre o armazém e a casa as galinhas gordas de vovó, no oitão um pé de crinum.
Aquele sítio de fora silencioso e sombrio. Hoje entendo que era minha falta de entendimento.
E assim o tempo passava enquanto estávamos ali.
Vovó Zé que era só lembranças e silêncio. Gostava daquela voz que ele tinha, pena que peguei apenas a velhice. No passado era uma pessoa muito alegre e brincalhona.
Vovó que era a palavra de ordem.
O silêncio que hoje gosto era o que imperava e mais fazia não gostar daquela casa.
Palavras só as nossas ou os discursos preparados do rádio.
Hoje tudo passou.
Os domingos ai estão e nós somos os velhos do presente.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Pensar a solidão

Dentro da casa há um corpo solitário.
Ele foca nas coisas que se pode fazer só.
Abre a janela,
Deita,
Levanta,
Abre o livro e ler,
Fecha o livre e num atino ataca a geladeira.
Liga o computador
E se põe a trabalhar.
Ouvir música,
Escrever,
Organizar,
Fazer aula,
Tabelas,
Chaves...
E o tempo corre,
Ansiedade passa,
As costas cansam,
E cansado
Pára para descansar.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Chave!

A vida é cheia de descobertas.
A mim, cada descoberta é uma chave.
Esta chave  pode abrir uma porta
E nos levar a uma nova porta
Ou explorarmos o que há atrás da porta.
Na maior parte das vezes, optamos por buscar uma nova porta
E não conhecer o que se encerrava atrás da porta.
Sempre estamos buscando uma chave
E então sempre partimos do ponto zero.
Quase nunca paramos para matutar a tomada de consciência que nos deu encontrar a chave.
Um dia que não seja tarde,
Aprendamos a valorizar a chave que encontramos.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Insignificância

O silêncio da manhã entremeado pelo canto das aves.
A luz branda que aos poucos vai intensificando,
Vai clareando as formas de lhes dando cores.
Um folha se destaca do ramo da grande árvore
E cai planando feito borboleta.
Coisas insignificantes são tão singelas e puras que são capazes
De se congelarem em minha memória,
Tem mais beleza que uma palavra descoberta de origem grega.
Talvez porque não compreenda nada do que me rodeia.

domingo, 20 de maio de 2018

Metafísica

O tempo,
O espaço
E o ser
Dão forma a existência
E sentido a substância.
Talvez Pessoa tenha razão ao afirmar que a metafisica é uma consequência de se está indisposto.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A busca!

A manhã que nasce e passa é só um movimento no espaço e no tempo?
Como responder objetivamente se tudo que existe para o eu é subjetivo,
Embora tentemos, não conseguimos transpor a tipologia do eu,
Não somos holotípicos.
Respondemos ao que nos circunda...
Senão consumirmos o tempo o que apreenderemos do mundo,
Da realidade e do espaço.
Então o que devemos priorizar em nossas vidas?
Se pensarmos apenas subjetivamente nunca teremos algo para um bem comum.
Atenderemos nossos desejos? E assim atingiremos algo em comum para a humanidade?
É difícil de descrever ou até mesmo de responder.
Então voltemos a nossa busca, ao nosso trabalho, a nossa meta agora,
Nessa manhã.

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver ...

Gogh

Gogh