quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Através da janela

Sentado, olho para a janela
E bem, vejo através da janela,
As árvores a balançar,
Sei que a brisa está a soprar.
Perceber o mundo externo
É muito fácil, embora só vejamos o que queremos...
Mas perceber o mundo interno
É extremamente difícil,
Pois sempre nos comparamos por cima,
Sobrestimamos sempre...
Como compararmos, com os outros.
As vezes, paro e penso na vida,
Procuro ver o que me rodeia,
Nem sempre encontro um pensamento vigoroso,
Ao menos tento.
Tento me nortear através dos livros...
Talvez me perca mais que me encontre,
Talvez nunca consiga,
Mas persigo assim mesmo uma autonomia
Intelectual...
Talvez tudo seja em vão.
Pelo menos tenho a mania de ver as coisas
Mesmo que seja através da janela.

O canto da manhã

Rouxinol cedo cantou,
Cantou na minha janela,
Rouxinol anunciou,
Que aurora já viva,
Que o sol em breve viria,
Cantou, cantou, cantou,
E encheu meu coração de alegria,
E anunciou o novo dia,
E expressou a presença de Deus
Na beleza de seu canto.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Despedida

Partiu?
Partiu quando?
A que horas?
Para onde?
Estava feliz ou triste?
Chorou?
-Partiu sim,
-Partiu antes de você sair.
-Era cedo para a noite.
-Foi para onde sopra o vento.
-Estava vivo, nem percebi.
- Se chorou? Não sei.
-Só sei que partiu.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O mundo

O mundo que vejo é um mundo de substantivo,
É um mundo de coisas e de nomes.
Eu percebo o mundo e aprendi a nomear as coisas
Em categorias científicas, em categorias literárias,
Eu vivo o mundo e sinto o mundo e conheço as palavas,
Mas sou oculto no mundo,
Não sei trançar as palavras,
Sou quase mudo tudo em mim é alteridade,
Não sei relacionar as palavras,
O mundo que me comunico é extremamente subjetivo,
Morre comigo se morrer,
Não passará além-túmulo,
Embora tente lutar contra isso,
Sinto que o universo todo cala meu verso...
Quem sabe um dia, chegue a algum conhecimento
Categorizado por Spinoza
Ou serei sempre mudo das palavas...
Não seria minha intenção.
Vou continuar vendo o mundo
E quem sabe um dia expresse o mundo.

Heidgger

O que leva o pensar para esquecer do ser?

Dúvidas

Como ouvir o coração?
Como ouvir a alma?
Nossos corpos cheios de desejos,
Cheios de paixões.
Em nós há uma guerra interna
E travamos cada dia uma batalha,
Nem sempre vencemos,
Nem sempre perdemos,
Seguimos sempre em direção
Àquilo que melhor nos convém,
Mas o que nos fará bem?
Eis ai a vida,
Se somos condenados a liberdade,
Se a liberdade gera em nós angústia,
Viver é se angustiar,
Ou renegar os desejos.
Mas renegar os desejos
Não seria renegar a vida?

domingo, 12 de janeiro de 2014

Aquilo que me toma

Quatro paredes brancas,
Janelas claras,
O vazio da sala,
Um corpo vivo sobre o chão,
A brisa que passa,
Na mente inquietação,
Apatia ao tédio,
Apatia a luz,
Apatia ao dia,
Solidão...
Tédio,
Tantas coisas parecem desprovidas de sentido,
O som desconexo das aves,
A luz quente do sol...
Tantas coisas criativas a serem pensadas
Ou apenas assimilada,
Mas absorvo o brando das paredes,
A luz quente do sol,
E o que sou e o que me faço?
Sou tédio,
Sou nada, quando me disponho
A não fazer nada,
Poderia ser pior,
Mas poderia ser melhor,
E o que me falta?
E o que me toma?
Desprezo.

Sol

O sol brilha intenso,
As folhas viridescentes
Brilham intensamente.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Angustia da existência

Noite escura,
Noite profunda,
Um pouco de doce à solidão,
Um pouco de doce a escuridão,
Dos olhos fechados,
Do peito apertado,
O cheiro das flores colhidas na noite anterior,
A ausência de sentido em tudo...
Ao menos as memórias,
Ao menos as ideias!
Nada, absolutamente nada faz sentido,
Talvez fizesse, se despencasse,
Mas tudo continua como
A noite segue.
Grilos, estrelas, escuridão
E a Desilusão,
E nada mais.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Compreender-se

E a tarde cai,
E o sono cai,
E a vida cai,
E o tempo passa,
E os desconfortos não de passar,
Desconforto do que se come,
Desconforto do que se consome,
Desconforto de existir...
É preciso educação,
É preciso reduzir o pão...
Silêncio,
E reflexão.

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver ...

Gogh

Gogh