sábado, 16 de novembro de 2013

Profundidade

Uma canção perdida no ar,
O vento que a tudo afaga,
As flores que doam sua beleza.
O mar com seu horizonte ilimitado,
O céu com o sol ou suas estrelas,
A noite com sua profundidade,
O homem com sua visão limitada,
O desejo consumido,
Coração partido,
A partida...
O querer objetivado,
Algo de tudo isto nos compõe,
Algo de tudo isto nos faz ser quem somos.
Mais nada.

Acontecer

As flores desabrocham dos botões,
Flores vermelhas, flores brancas, flores amarelas.
O sol no céu azul.
Schumann tocando no sábado.
A solidão,
Alvo sótão,
O vento soprando,
Peito perdido,
Emoção,
Lágrimas...
Luz.
Flores e a solidão.

Como bolas de sabão "existência"

Quem eu sou e como me definir?
Não sei quem eu sou e nem como me definir.
Viver não me diz quem eu sou nem me define.
Ser para mim é viver, não preciso de uma definição.
Mas para o outro aquele que me desconhece,
Aquele que é. O vejo e o defino.
Nem um espelho nos define.
Nos definir seria nos conceituar,
Nos categorizar...
Não sei quem eu sou,
E todos os dias me descubro, forte ou fraco, bom ou mal, amigo ou inimigo.
Como saber, para o meu eu atribuo sempre o melhor,
O que não condiz com a alteridade.
Sou um pouquinho de cada um daqueles que me cerca,
Sou um pouquinho daquilo que aprendi a perceber...
Ser... Este fluxo que se esvai, essa ampulheta que conta os meus dias,
Meu construir existencialista...
As vezes me definem Borges, Pessoa e Drummond, e Adelha...
As vezes eles me indicam um caminho,
Quando os leio me vejo ali em suas palavras.

As vezes me encontro em meus pais,
As vezes numa máxima avulsa.

E tenho medo de existir e de desexistir.
Sei que amanhã não serei nada,
Nem este corpo que respira que age,
Que sigo para ser prisioneiro do meu corpo,
Caso não desexista primeiro.

Um gole de água, o sabor de uma fruta, o perfume de uma flor.
A paixão pelo perfume de uma pessoa que me prende,
Sabe lá por que? Química louca da vida,
Sem explicação...
Eu me defino na maior parte das vezes para o outro
E não para mim...
Uma definição seria a alma, a história de vida, saber agir...
Quem sabe,
Palavras avulsas como bolas de sabão.

O congresso

O encontro
Ainda é noite ou madrugada ou dia quando partimos,
Malas cheias, coração a mil.
Quantas expectativas!
E partimos de muito perto ou de muito distante.
Aos poucos vão surgindo rostos amigos,
Risos, abraços e beijos...
O grande encontro.
Encontro que já imaginávamos no passado,
Encontro do amigo querido, quase irmãos...
De quarto, de copo, de dificuldades, de estudo, de afinidade.
Aqui, faz-se amigos, renova-se a amizade, mata-se a saudade...
E aumenta a saudade daquele que ficou,
É festa, gente de todo o Brasil,
Gente que nunca se viu, mas que agora,
É parte de nossa existência,
Conversas, trocas de experiências,
E é cansativo, mas é gostoso,
Mas o tempo voa,
E já temos que partir, mesmo sem mochila.
E partimos de volta,
Cada um a sua maneira...
Ano que vem quem sabe, estaremos juntos novamente neste grande encontro.

Um maravilhoso congresso.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Povo mineiro

Belo Horizonte,

Que grande cidade,
lá encontrei a praça da Liberdade,
Um lindo jardim,
Cheio de cores das flores.

Prédios da década de vinte,
Estátuas de bronze de Bernardo Guimarães,
Arachis repens e Arachis pintoi...

Os meus passos calmos, meu olhar atento,
As formas e as cores...
O que eu vejo e o que senti na praça...

A arte mineira depositada nos museus,
Quanta coisa maravilhosa.

O povo mineiro valoriza a arte e a praça,
Sou mineiro de coração,

Sou brasileiro, senti um orgulho desse povo
bonito e culto, meus irmãos mineiros.

Sentir Minas

Minas Gerais,
Belo Horizonte,
As ladeiras,
Os bares,
As árvores,
O sotaque!
Quantas riquezas há em Minas?

O mercado central,
Gente bonita e hospitaleira,

Museus, a Pampulha...

Minas Gerais,

Drummond, Adelha prado de Divinópolis,

Milton Nascimento,

Pelé... Badine...

O paulista mais mineiro João Aranha,

As montanhas, a cachaça...

A arte sacra...

Que sei eu para falar de Minas,

Nada só vindo aqui

Para sentir.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Incognita

No deserto choveu,
Uma semente dormente geminou,
E choveu novamente,
E a semente numa planta,
Se transformou,
Se cresceu quem sabe?
O deserto é tão adverso.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Sensações cotidianas

O dia ensolarado,
Nuvens que passam carregadas e escuras.
O vento frouxo na rama das árvores e bambus.
Flores desprendendo de seus cachos,
Colorindo por um breve espaço
O vazio do mundo.
Tanta coisa me impressiona.
A vida é tão maravilhosa...
Que dizer da vida?
Vivemos fazes.
Cada uma destas fases devem ser vividas com intensidade.
O tempo é irreversível.
Devemos aprender com os dias que passam,
Com os dias presentes e tentarmos ser feliz
E valorizar tais instantes.
Há momentos que penso, poxa a vida poderia se cristalizar aqui,
Mas tudo passa...
Cuidado com as vaidades,
Cuidado com as vaidades.
Um dia ensolarado,
A saúde perfeita,
Flores florindo,
Que pode ser melhor?

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Envelhecer

É doce ver o mundo e ter uma opinião sobre este.
O tempo nos dá este sabor, mas tira-nos os dias que nos resta.
Cada manhã vivida é uma manhã perdida.
Cada tarde que se passa não volta mais.
O tempo é irreversível.
A infância passa,
A adolescência passa,
Nos tornamos idosos e nem percebemos
Que consumimos nosso tempo iludidos com nossos sonhos,
Muitas vezes nos esquecemos de viver.
Viver é conhecer,
Viver é consumir cada inspiração e expiração.
Coragem! O medo nos consome, mas temos que ir
De encontro com este e façamos os dias melhores,
Vivamos com intensidade,
Tudo é incerto,
Inclusive o amanhã.

Em algum lugar

Nascestes ali, naquela casa de tijolo cru caiada de branco, onde tudo era rústico por natureza. A frente dá para a estrada de poucos transeuntes e a cozinha da para um vale que depois de cruzado dá numa linda montanha. Seu horizonte tem um limite, mas quem precisa de um amplo horizonte se ali se concentra toda a beleza do mundo nas formas das rochas, na neblina frouxa das nuvens. A casinha simples rodeada de terreiros de terra branca. Uma pequena planta cresce no rodapé da casa botando cada flor linda e colorida.
Ai há silêncio, tudo é silêncio exceto quando a barra é quebrada, quando aurora surge e anuncia a chegada do sol. Um jatobá faz sombra sob o céu e o sol azul. A água se derrama montanha abaixo.
Tudo é silêncio. O tom azulado das rochas na montanha. Ode casa! E lá vem uma pessoa adorável e doce e nos atende com a paciência de um tibetano. Oferece-nos um café. A brisa fresca nos dar uma sensação de paz. A voz abreviada e tímida moldada pela montanha e pelo silêncio. Gente ali fica feliz quando ver gente.
A vida ali é calma e longa...

Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh