sexta-feira, 13 de julho de 2012

Repetição

Os dias estão a passar,
passam sem parar.
E o que vemos no mundo
muitas vezes se repetem
e parece o infinito.
Acabamos esquecendo
que a vida é finita.
Somos enganados
pelo tempo que cuida
em nos fazer esquecer
quão passageira é a vida.
Esquecemos das emoções
mais forte que nos fazem
nos sentir vivos.
Esquecemos tantas coisas
ao acharmos que nada
de diferente pode acontecer
em nossas vidas,
por acharmos
que tudo não passa
de uma repetição.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Noite vazia

Caiu a  noite,
as ruas estão vazias.
As ruas sempre parecem estarem vazias.
As ruas são sempre silenciosas,
se não fosse o barulho dos aviões
aqui estaria mais para selva.
As ruas são cemitérios de vivos.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mundo meu

Olho para o mundo, vejo formas com suas cores.
Nem sempre reconheço as formas, mas sempre reconheço as cores.
O mundo, que me é apresentado pela visão, é extremamente rico.
Vejo os movimentos das formas e suas cores,
mas nem sempre sei expressar em palavras o que vejo.
Necessito conhecer as palavras e que o outro também tenha conhecimento daquelas.

Vejo um mundo lindo, mas como dizer isso?
A beleza é subjetiva.
Gosto da história das coisas, da vida e de tudo que me cerca.
Não sou um domador das palavras,
pelo contrário muitas vezes sigo a vida sem me expressar.

Como não ser aprendido pela beleza das flores? Suas formas e cores.
Sou surpreendido com a organização das praças e jardins
onde plantas como animais foram domesticadas.

São tantas as flores e plantas e árvores...

E as casas...

Não entendo muito o que eles falam,
mas gosto da forma como se expressam.

E penso porque não nos expressamos assim?

Bem que nosso  mundo poderia ser assim.
Como construiria um mundo meu?
Não sei...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Dias

O dia nasce coberto por um sol lindo, mas em seguida é encoberto por nuvens que se estendem além céu.
Mesmo assim as flores continuam lindas e o rio continua a correr.
Que estranho é o verão Londrino, mais parece inverno nordestino no Brasil.
Quantas histórias ocultas não há nas ruas simetrias e frias de Londres, ocultas pelas nuvens ou
será que foi o verão que as ocultou?
Não sei. Na maior parte das vezes, quando falo com ingleses, mal entendo suas frases
e falas, muitas vezes não entendo o contexto.
Passo o dia conversando e observando seus costumes e não chego a conclusão nenhuma. Nunca chegarei, talvez entenda um pouco lendo Borges. Sei lá.
Nestes dias mesmo conheci portugueses. É estranho falar português com europeus,
mesmo que soe com sotaque mater.
E assim vivo os dias que me foram cedidos em Kew.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Retículo

O que somos?

Não somos nada, não podemos querer ser nada.
Nossa vida que é um acaso é algo nosso
mas que não está sob nosso domínio.
Temos nosso corpo, mas só por mera
respiração, caso ela pare.
Que somos?
Nada além de um corpo
que logo irá se decompor.
E para onde vão nossos sonhos,
nossas memórias, nossos medos?
Desaparecem ou são decompostos com o corpo?
A menos podemos nos expressar
no que fazemos.
Nossas particularidades estão em cada
coisa que fazemos,
no que gostamos,
pensamos...
Somos um pouco de tudo
no mar do nada.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Canção

As flores daqui são tão coloridas,
tão simétricas e perfumadas.
As flores daqui estão em todo lugar.
Como são coloridas e perfumadas
e melhoradas.
Ah, mas as nossas flores
no Brasil essas me encantam
pela simplicidade de ser.
As malváceas coloridas,
as euforbiáceas perfumadas...
Ah, aqui não tem palmeiras para o sabiá cantar.

Adoro as flores daqui,
mas amo as flores de lá.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O silêncio

Existe algo no silêncio que nos amedronta.
O silêncio nos apavora.
Não somos capazes de permanecermos com o outro em silêncio.
O silêncio nos angustia.
Mas porque não buscamos
no silêncio um sentido.
Será o silêncio desprovido de sentido?
Penso que achamos isso,
pois mesmo sós conversamos em pensamentos e muitas vezes gritamos.
Mas muitas coisas belas se expressam
em silêncio como o desabrochar de uma flor
ou o partir de uma tarde crepuscular.

Por não entendermos,
nem pararmos para refletir
em silêncio, falamos muitas vezes
o que o silêncio se expressaria muito melhor.

Saber silenciar é muitas vezes aprender a ouvir.

A reflexão tem como berço
o silêncio.

Existência


As vezes acordamos e nos sentimos mal por existir um vazio em nosso ser. Esse vazio no incomoda, pois não sabemos como preenche-lo. Então olhamos para o céu, para o nosso redor. Mas nada faz sentido. Então buscamos este sentido em nossa alma. Por que existir? Quem sabe a poesia não responda ou a filosofia quiçá. São os mistérios que precedem a existência.
Quer saber, nunca estaremos totalmente preenchidos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mundo subjetivo

Não há como está no mundo sem senti-lo.
Sentimos que o mundo nos toca nos toma por dono.
Cremos que temos algo no mundo
e sossegamos em nossa jornada
parando aqui ou ali.
O mundo não nos é revelado por inteiro
e vivemos na ilusão de conhece-lo.
Conhecemos um pouco hoje,
um pouco amanhã.
E o tempo passa sem que percebamos.
As coisas são coisas e não nos revelam isso,
mas as pessoas que conhecemos
essas sim estão constantemente mudando.
Crescem, envelhecem e desaparecem na eternidade.
Posso sentir o mundo,
mas sem memória o que é o mundo
para quem muito viveu?
Não temos a mesma empolgação de conhecer o mundo...
Podemos apenas sentir o mundo,
mas o mundo é muito subjetivo
e nós por demais egoístas.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ser o que sou?

Que sou?
Não sou nada.
Vivo por que estou vivo, não escolhi a vida.
Mas no domínio da vida não escolho a morte.
A morte é o fim de todas as possibilidades.
Vivo porque nasci,
nada escolhi.
Mas na vida aprendi a trilhar meus próprios caminhos.
Muitas vezes perdido,
muitas vezes sob algum intirário.
Busquei ser quem sou,
mas nem sei o que sou.

Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh