A catingueira madeira torta
Na seca até parece morta,
Tronco forte e acinzentado,
As vezes oco e habitado,
Seu crescimento lento,
E longa é sua vida,
Hiberna maior parte da lida,
Se chove desperta,
Brotam das gemas as folhas,
Das folhas o intenso odor,
Depois aparece a flor,
E com elas as abelhas
Que visitam sem parar,
O dia inteiro vem e vai,
Mamangava vem abelha sai,
O polém e néctar a explorar
Após a polinização
Ocorre a fecundação,
E a semente a crescer,
Em vagens duras de roer,
Vem o verão,
Fim da estação,
A vagem explode,
E atira a semente,
Em um distante lugar,
Caminhando na mata
Só se ouve o estalar,
Espoca, pra cá e pra lá,
Quando cai a chuva,
Germina a semente,
E a vida renova,
Sem precisar de cova,
A natureza,
Mostra sua beleza,
Independência humana,
Cresce forte a catingueira.