sábado, 25 de julho de 2020

46. Telhado

Aqui no interior quando acordo
A paisagem mais próxima é o teto
De telhas sem forro,
Vejo formas geométricas no cruzar
Das linhas e ripas em  diagonal
E dos caibros em longitudinal.
A organização das telhas com as frestas
Num tom ócre,
Vejo lanças, vejo facas,
Não limito minha imaginação,
Nem teria como
A imaginação não tem limites,
É nosso maior bem.
Vejo as perspectivas mudarem,
Penso no que acho certo,
Talvez nunca no errado,
Nosso limite é a nossa subjetividade
Ou nem isso.
Melhor ficar quieto sem pensar em nada.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

45. Despropósito

Essa luz diáfana,
Que brilha entre folhas
Sob a copa das árvores.
O frio da sombra das árvores.
O canto das aves.
Luz, luz, luz.
Fico aqui matutando,
O físico e o metafísico,
Penso.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

44. Assim é

A tarde cai silenciosa.
Nublada e fresca,
Pacientemente esperamos o tempo passar.
Melhor assim.
Agora a toa relaxando imóvel apenas ouço 
O zumbido de asas de insetos,
Cantos de pássaros.
O vento fresco sopra em lufadas.
Canta um ou outro sabia.
Assim é

43. Partida

Este ano quando começou estavamos todos juntos. Não sabíamos o que ocorreria.
Conversamos, rimos, trocamos idéias e afetos. Todavia algo mudou. Algo inimaginável aconteceu. Mudastes de mundo e nós ficamos aqui atordoados.
Não cremos ainda que partistes.
Este mês a lua nascerá sem ti. 
Está estação de seca virá sem ti.
Tu dormes na eternidade.
Quando isto acontece só quem fica sofre.
Assim é.

42. Por quê?

À noite, às vezes, nos acordamos
E perdemos o sono.
Quase sempre ficamos pensando no inútil.
Pensar no inútil é tentar resolver o irresovível.
Está no instinto e não na razão pensar.
Assim é.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

41. Mudança

Vi o sol no céu azul,
Vi o calor arder,
Vi as plantas secarem
Cobertas de pélos,
As flores murchas,
Os frutos maduros estourando,
Agora que as chuvas se caem,
Vem o verão,
Com suas peculiaridades,
Precisamos de tudo,
Seca e chuva,
Noite e dia...
Assim são as coisas.

terça-feira, 21 de julho de 2020

40. Ousadia

A prática de olhar
Ver e perceber o mundo,
Num espaço e num lugar.
Onde estamos?
Onde iremos?
Tempo, tempo e tempos.
Temos tão pouco de tudo.
Vamos aprendendo ao viver.
Só isso.

39. julho presente

Julho mês das flores e dos frutos.
No roçado as plantas já secaram,
Tanto o milho e o quanto o feijão 
Só as favas e jerimuns estão verdes,
E as ervas todas floridas de todas as cores,
Alvas,
Lilases,
Rosas
Violetas,
Amarelas, 
Azuis...
Tão belas cores ornadas de formas simétricas.
Perfumadas e visitadas
Por mariposas, borboletas e abelhas nunca vistas.
E julho se vai
Até o ano que vem.

domingo, 19 de julho de 2020

38. Carnaúba

Uma estipe linheira com base áspera,
A pluma é composta de folhas pediladas,
Sendo o pecíolo aculeado,
E a lâmina foliar plicada,
As Inflorescências são panículas laxas
E os frutos Drupas orbiculares,
Estas nascem nos baixios.
E crescem se abanando
Chiando...
Eis a beleza da carnaúba.

38. Realidade

A paisagem ainda está verde.
O sertão não virou cinza ainda,
Todavia já faz calor.
O céu azul traz o vento fresco 
Que logo estará aquecido,
Nuvens alvas desfiadas,
O galo cantando,
Bezerros urrando.
Realidade é isto.
A ilusão foi descortinada,
Assim se passa a vida.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh