domingo, 5 de abril de 2020

11. Drama real

Enquanto o tempo passa a agonia aumenta.
Tristeza, angústia e todas as tristes sensações.
A partida de um ente querido é muito sofrida.
Aos poucos a realidade vai se concretizando em nossa vida.
A chuva começa a chover.
E já é noite.
E nada.

10. Trágico

Algo muito trágico aconteceu!
Pela segunda vez, num domingo em tempos muito diferentes.
Um afogamento! 
Pessoas muito próximas.
A notícia nos atordoa, nos desnorteia.
Primeiro queremos entender.
Não aceitamos, não acreditamos.
Depois, vamos nos ficando anestesiados.
Descontrolados.
Todo o corpo sente a dor da perca.
Nada mais será como antes.
O sol não terá o mesmo brilho por muito tempo.
Realidade, dura realidade.
Eterno devir.
Deixou de ser.
Vai?
Por favor não.
Vai!
Fica!
Ainda falta tanta coisa para ser vivida.
A partir de agora é história.
As paixões, os gostos, os desejos e saberes
Voltam para o cosmos.
Para os braços de Deus.

9. Segundo domingo

Amanhece,
Intensamente brilha o sol.
Na sacada estão dispostas muitas plantas,
Entre estas, se destacam as flores do deserto
Com suas flores rosas.
O céu azul,
O café quente e a tapioca são comidas,
Enquanto mastigo meus pensamentos.
O rádio dá notícias do mundo, sobre o Corona vírus.
Assim, mais um fim de semana acontece,
Reclusos estamos.

sábado, 4 de abril de 2020

8. Fim de noite

É fim de noite.
Deitado, tenho meus últimos pensamentos do dia. Penso no que não fiz e no que concluí.
Penso no que ouvi, senti, percebi.
Penso no que li.
Penso.
Neste momento muitas pessoas assim como eu, estão deitadas.
Algumas estão orando, outras cansadas da monotonia, do sofrimento, da dor.
É fim de noite e fim de dia.
Quanto mais tarde, mais próximo e um novo início.
Cristalizado este texto, registro paciente
Minha existência.
É fim de mais uma noite.

7. Ave

As aves existem para voar, cantar e embelezar ainda mais a natureza.
Por que prender uma ave e impedí-la 
De voar, de cantar e de se reproduzir.
Não uma ave não é um objeto,
Mas sim um ser vivo.

6. Encantador

Nietzsche quando foi apresentado por Wagner
Ao livro "O mundo como vontade e representação" de Schopenhauer,
Entrou em profunda paixão e devorou a obra em poucos dias.
Borges aprendeu alemão para ler esta obra em alemão.
Que magia há por trás deste livro?
Que grande encanto lançou o grande pessimista nesta obra  magnífica?
Saberemos, saberemos!
Vamos ler!
Schopenhauer contemporâneo de Hegel, não teve a mesma sorte deste
Em sala de aula.
Quando deu aula os alunos preferiam a Hegel.
Sera que seria devido ao sucesso do livro "Fenomenologia do espírito".
Quem sabe!
De certo Schopenhauer influenciou Nietzsche e Borges.
Embora ambos sejam profundamente originais.
A ontologia de tudo seria Kant?

5. Vivemos

Vivemos um momento delicado.
Estamos reclusos em quarentena a cerca de duas semanas.
Presos em nossas casas estamos vivendo algo nunca visto.
Nossa audição fica acurada,
Nossos músculos tensos e cansados.
Psicologicamente abalados.
Vai passar.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

4. Compensação

É época de chuva em minha Serrinha.
As matas verdes, os córregos escorrendo,
Açudes cheios, Jitirana fazendo latadas.
E as aves devem estarem contentes.
Como queria está lá.
Calçar botas, vestir uma roupa e um chapéu.
Depois pegar minha câmera e sair de moto
Para fotografar.
Fotografar de tudo.
As rochas, lagartas, borboletas, grilos,
Besouros, calangos e aves.
As paisagens e as plantas e as flores...
É época de páscoa.
Se não poderei está lá, então vou ouvir um canto gregoriano.

3. Entardecer

A tarde vai silenciosa e cheia de luz douradas.
Os tons aos poucos vão ficando escuros,
Rubros e dourados.
O céu azul maculado de nuvens brancas
Que fazem e desfazerem suas formas amorfas.
O chiado de aves.
A brisa fresca na janela.
O descanso desejado.
No caos dos pensamentos,
Tento gerar um cosmo.
E tudo que conheço me ajuda
Nessa aventura.
Enquanto a tarde vai.

2. Ninhos

As aves estão chocas,
Todas após acasalarem
E construírem seus ninhos,
Estão chocando seus ovos.
Na rua já vi ninhos de beija-flor,
Lavandeira-mascarada,
Bem-ti-vi, sanhaçu, sanhaçu-de-coqueiro.
Paradinhas aquecendo suas pedrinhas.
Era como dizíamos no interior.
Não podia falar ovinho que a cobra vinha comer.
A gente falava pedrinhas.
Que atmosfera fabulosa.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh