terça-feira, 24 de maio de 2016

Interrogações

Cada maneira de ser,
É uma maneira de existir,
Quantas maneiras poderemos assumir como ser?
Haveria de mudar se mudasse a língua?
A cultura? os hábitos?
Será?
Poderia ser outro?

Epifania

Uma manhã de chuva suave,
O caos das vias,
Ônibus lotado, calor,
Nada impede de seguir para o trabalho,
Todavia algo distinto pode está acontecendo neste momento.
Uma compreensão distinta do mundo,
Despertada por uma imagem,
Uma palavra, uma música,
Qualquer coisa pode ser causa de epifania.
Ser causa de uma epifania eis grande gloria,
Sábios são os poetas que as fazem estourar como milho de pipoca.
As vezes a gente aprende a fazer da vida um caldeirão de pipoca.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Hoje

E no fim do dia,
Se fecha um ciclo,
Amanhã, talvez,
Tudo pode ser melhor,
Talvez não,
Todavia quem deve esperar pelo amanhã?
Ninguém...

ininterruptamente

Viçosas as árvores crescem ininterruptamente,
Crescem os ramos e o tronco e as raízes,
Trocam-se as folhas,
Produzem-se as flores e os frutos e as sementes,
Tudo a seu tempo,
Agora mesmo, imponentes na mata
Estão imóveis, não há vento,
Só a luz se difunde se entranha, embrenha-se na mata.
Os fungos sempre a consumir a devorar
Troncos, e ramos e folhas mortas.
Algumas aves a cantar,
Seu canto ecoa na mata.
Eu, mero observador,
Não sou árvore, não sou fungo, não sou ave...
Nem sei o que sou,
As vezes sou árvore, sou fungo, sou ave...
Todavia, buscando sempre saber quem sou.
Espinhoso caminho, de saber quem se é,
Como saber quem se é?
Somos o que queremos ser,
Mas a moral, mas os códigos, mas tanta coisa nos desvia de nós mesmos...
Ser um ser livre.
E as árvores crescem ininterruptamente,
Como os nossos anos.

domingo, 22 de maio de 2016

Angústia

Como conseguiria escrever sobre o que sinto e penso
Sobre a existência, as sensações tão peculiares.
Há momentos em que penso que vou explodir de alegria, algo que creio ser felicidade,
No entanto no mesmo dia surge em mim um vazio intenso
Sinto meu peito tornar-se oco como uma caverna carbonática.
Varia tanto em meu ser todos os humores.
Feito milho numa panela aquecendo
E pipocas sendo estouradas...
Não entendo meu ser, não entendo a mim.
Minha memória é um espelho do passado
Que a todo momento como uma galeria expõe quadros
E me faz pensar no passado,
E me faz sentir um profundo niilismo,
Que me deixa descontente estando sou ou acompanhado,
Todavia na solidão creio serem menos brandas as sensações de vazio.
E vai se consolidando em mim um mundo ideal.
Existencialismo,
Kafkianismo,
Borges, Gogh, Mozart...
Aqueles que amo, nem eles me permitem expressar minhas sensações.
Esse meu ser inquieto,
Que garimpa na palavra um sentido para viver,
E nada encontra,
Nada me define...
Ojeriza,
Sabe lá...
Esse medo da vida.
Essas sensações inverbalizavéis, inexplicáveis,
São parte da angústia de nossa existência.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O melhor

Esse chegar,
Se apossar,
O amanhecer pós-madrugada estrelada,
A noitinha plenilúnea,
O silêncio...
Esse silêncio ensurdecedor,
Uma música,
A melhor melodia
Que nos enche de alegria,
Ah esperança que sempre
Enche os nossos corações
A qualquer hora...
Porque viver é a melhor coisa na vida.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Espiral

Gira  mundo,
Gira fundo,
Passa tempo,
Passa vento,
Vai o dia,
Nasce poesia,
O espanto,
O encanto,
Gira,
Gira,
Gogh,
Borges,
Chopin,
Mozart,
E acordamos,
Do sonho,
Viver é sonhar.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Chuva chovendo

E o dia foi quente,
E o sol reinou,
O dia inteiro,
Mas a noite
Se entregou a chuva,
A noite se domou,
A canção da chuva chovendo,
Sempre ouvir a chuva chovendo,
Ah.
Lembro de Pessoa.

Transcender

Renascer,
Das cinzas,
As cinzas ao vento,
Cinzas cinzas,
Desbotada do tempo,
Desgastada a matéria,
E assim tudo se transforma,
Tudo se acaba,
É a lei da natureza.

Renascer

A flor que pela manhã vicejava,
Já não é mais flor,
Efêmera existência de flor,

Suas pétalas e sépalas murcharam,
E agora parte de se fruto e faz,
O tempo não volta atrás,
Agora fruto será,
E depois que sobrará
Somente será semente.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh