segunda-feira, 23 de maio de 2016

ininterruptamente

Viçosas as árvores crescem ininterruptamente,
Crescem os ramos e o tronco e as raízes,
Trocam-se as folhas,
Produzem-se as flores e os frutos e as sementes,
Tudo a seu tempo,
Agora mesmo, imponentes na mata
Estão imóveis, não há vento,
Só a luz se difunde se entranha, embrenha-se na mata.
Os fungos sempre a consumir a devorar
Troncos, e ramos e folhas mortas.
Algumas aves a cantar,
Seu canto ecoa na mata.
Eu, mero observador,
Não sou árvore, não sou fungo, não sou ave...
Nem sei o que sou,
As vezes sou árvore, sou fungo, sou ave...
Todavia, buscando sempre saber quem sou.
Espinhoso caminho, de saber quem se é,
Como saber quem se é?
Somos o que queremos ser,
Mas a moral, mas os códigos, mas tanta coisa nos desvia de nós mesmos...
Ser um ser livre.
E as árvores crescem ininterruptamente,
Como os nossos anos.

domingo, 22 de maio de 2016

Angústia

Como conseguiria escrever sobre o que sinto e penso
Sobre a existência, as sensações tão peculiares.
Há momentos em que penso que vou explodir de alegria, algo que creio ser felicidade,
No entanto no mesmo dia surge em mim um vazio intenso
Sinto meu peito tornar-se oco como uma caverna carbonática.
Varia tanto em meu ser todos os humores.
Feito milho numa panela aquecendo
E pipocas sendo estouradas...
Não entendo meu ser, não entendo a mim.
Minha memória é um espelho do passado
Que a todo momento como uma galeria expõe quadros
E me faz pensar no passado,
E me faz sentir um profundo niilismo,
Que me deixa descontente estando sou ou acompanhado,
Todavia na solidão creio serem menos brandas as sensações de vazio.
E vai se consolidando em mim um mundo ideal.
Existencialismo,
Kafkianismo,
Borges, Gogh, Mozart...
Aqueles que amo, nem eles me permitem expressar minhas sensações.
Esse meu ser inquieto,
Que garimpa na palavra um sentido para viver,
E nada encontra,
Nada me define...
Ojeriza,
Sabe lá...
Esse medo da vida.
Essas sensações inverbalizavéis, inexplicáveis,
São parte da angústia de nossa existência.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O melhor

Esse chegar,
Se apossar,
O amanhecer pós-madrugada estrelada,
A noitinha plenilúnea,
O silêncio...
Esse silêncio ensurdecedor,
Uma música,
A melhor melodia
Que nos enche de alegria,
Ah esperança que sempre
Enche os nossos corações
A qualquer hora...
Porque viver é a melhor coisa na vida.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Espiral

Gira  mundo,
Gira fundo,
Passa tempo,
Passa vento,
Vai o dia,
Nasce poesia,
O espanto,
O encanto,
Gira,
Gira,
Gogh,
Borges,
Chopin,
Mozart,
E acordamos,
Do sonho,
Viver é sonhar.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Chuva chovendo

E o dia foi quente,
E o sol reinou,
O dia inteiro,
Mas a noite
Se entregou a chuva,
A noite se domou,
A canção da chuva chovendo,
Sempre ouvir a chuva chovendo,
Ah.
Lembro de Pessoa.

Transcender

Renascer,
Das cinzas,
As cinzas ao vento,
Cinzas cinzas,
Desbotada do tempo,
Desgastada a matéria,
E assim tudo se transforma,
Tudo se acaba,
É a lei da natureza.

Renascer

A flor que pela manhã vicejava,
Já não é mais flor,
Efêmera existência de flor,

Suas pétalas e sépalas murcharam,
E agora parte de se fruto e faz,
O tempo não volta atrás,
Agora fruto será,
E depois que sobrará
Somente será semente.

domingo, 15 de maio de 2016

Entardece

Amanhece e é menino,
E o tempo cai, homem se faz,
Veio o meio dia, lesa poesia,
A gente entardece,
Para a vida,
Ah essa vida... 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Revolução

De que adianta ficar indignado?
Pessoas mediocres no poder,
Mesmo assim ainda podemos viver,
Essas pessoas gananciosas,
São todas iguais,
Fisiologistas,
Covardes, espertos como raposas,
As raposas ao menos o fazem para sobreviver,
Estas para surrupiar,
Para serem o que são tapurus,
Tapurus...
Larvas de mosca,
Vermes malditos,
Vermes que deveriam serem exterminados banidos da terra,
Mas continuarão alí
Com terno e gravada de pastores,
Todavia com roupa de grife,
Essas vermes,
Esses vírus nunca se acabarão,
Viver é uma condição,
São os incontentes,
Nunca saciarão sua sede de poder e de ter...
Somente uma revolução poderia mudar o Brasil.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Movimento

A  noite,
Tudo repousa,
Abriu se foi,
E o inverno chegou,
Chuva,
Chuvas sem parar,
E o tempo sempre a passar.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh