segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Tardes

Fecho os olhos e posso sentir a tarde.
Aquele fim de tarde preso em minha alma.
Ah que linda tarde calma...
Tardes que passava o tempo a contemplar.

Tardes de Serrinha,
Tardes de Natal,
Tardes de São Paulo,
Tardes de Campinas,
Tardes de Brasília

E as tardes que vejo vivas.

Tu tens sua tarde.

Confesso que ah,
Sinto falta da paz da tarde.

Ah, serão estas minhas últimas tardes?

Quem sabe...

Sei que as tardes nos escapam
Vão sem parar,
Só restam memórias,
Existência
E um fim.

Sede forte Coração

Aceitar que meu mundo ruiu quando você partiu
Não foi nada fácil. Parece que parte de mim morreu.
Tive que imitar uma semente e me desidratar completamente,
E em lágrimas meu peito expulsou você de mim.

Os dias sombrios povoaram meu coração.
Eu sentia alegria só de está em sua companhia.

O mundo era perfeito como teu riso enchia meu peito
De alegria, de poesia.

Cheguei a questionar por que apareceu em minha vida.

Foram pesados os dias.

Mas aos poucos a calma foi chegando,
Meu peito foi ficando brando...

Continuei minha vida na presença daquilo que me faz bem
E jamais me abandonará...

Leituras de Borges, sinfonias de Mozart, telas de Gogh...

Aprendi como é bom dar um bom dia...

Aprendi como dói a solidão,

Aprendi como faz sofrer uma paixão...

Aprendi a valorizar mais as coisas

A me valorizar...

Vou rir mais, ler mais poesia,
Vou imitar em algo Manuel de Barros,
E levar menos sério a vida.

Quem sabe num próximo amor
Não acerto.

E então... Sede forte coração...

domingo, 25 de janeiro de 2015

Quando esqueço

Quando esqueço por um momento
Que a vida é maravilhosa
E me perco em minha realidade
E carrego a tristeza do mundo...
Quando me esqueço de tudo.
Sou feliz.

Saudoso sertão

Ah, como é saudoso o sertão.
Como é saudoso o sertão,
Sertão de chão desnudado,
Sertão de mata rala e espinhenta,
Sertão preenchido por solidão...

E a brisa que passa arrasta poeira,
E a brisa que passa desnuda cada planta,
E apenas as garras se sustentam,
Árvores garranchentas.

Sertão de caminhos polidos por caminhadas,
De canelas secas que vão e voltam.

E quando cai a chuva,
Perfumada floração.

Saudoso sertão.

Conhecer seu ser

A noite canta o bacurau a presença da chuva.
E a noite esfria e um cheiro de mato invade nosso
Peito e enche nossa vida de memórias.
Cheiro de marmeleiro...
Ah, lembranças atiçadas,
Que me faz tão bem,


A noite que me afaga,
Noite que me apaga.

Ah! não tem como reviver nada,

Tudo passa,
Tudo passa,

E no caminho da vida não se pode olhar para trás jamais.

Aprende a viver,
Conhece os teus limites,
Conhece o que te faz feliz...

Pois é o que se fez,

É possível mudar?

Ouço o canto do bacurau sempre com alegria,
Sempre igual no mesmo tom,
Sempre a noite,

Ah, ai encontra minha magia.

Dúvidas

Olhar o mar e viajar
Através do horizonte,
Sentir a areia afagar os pés,
Sentir o sol te dourar,
Ouvir o quebrar das ondas na areia,
A brisa que afaga a face,
Ah, como é bela a praia.
E como viver sem amar o mar?
E como viver sem amar o ser?
Se amanhã talvez já não há.

Solidão

S o l  i d ã o

O silêncio da casa,
O vazio de uma presença querida,

Um peito machucado,

Quanto ócio há na solidão?

Há quem saiba lidar,

Há quem não saiba,

Voraz ansiedade,

Sem piedade nos consome,

Mas tudo passa,

Até mesmo o mais impacientes dos momentos.

Desculpas

E o que eu sou?
Sou o meu passado,
Sou o meu presente,
O qual me faço ausente,
Por falta de coragem,
Por malandragem,
Uma hora tem que crescer,
Só se tem dia após aurora nascer.

Permanência

Ontem,
Hoje e
Amanhã.
Não continua a mesma a terra de minha infância?
O mesmo sol,
O mesmo céu,
O mesmo calor,
As mesmas chuvas,
Os mesmos ciclos?

E não são as mesmas populações
Dos tempos de meus avós,
As mesmas ervas,
Os mesmos arbustos
E as mesmas árvores.

E não nos imergimos em nosso cotidiano,
Em problemas bestas na crença de indissolúvel?

Não continuamos nós crianças?
Crianças adultas,
Que não sabem como tratar do ócio,
Do tempo que se esvai?
Ontem meu pai,
Hoje sou eu,
Amanhã meu filho,
Sabe lá.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Enquanto envelheço

A noite Borges soturno fechado em sua biblioteca encontrava nos livros o alimento para sua solidão.
Entre um livro e outro, entre as páginas e as frases, reflexões. Borges se perdia no labirinto de seus pensamentos. Pensava, pensava e pensava. Um monge em profunda reflexão.
Refletia sobre poesia, romances, filosofia e religião. Em sua solidão era mestre em escrever.
Sentia uma necessidade profunda de se expressar. Borges de certo não conversou com Pessoa, talvez nem tenha conhecido sua obra. Sabe-se lá. Mas duas almas tão distintas teriam em sua timidez gastado tempo com conversas oníricas. Pessoa mais velho que Borges, mas contemporâneo achou seu aconchego na bebida e Borges na solidão.
A solidão que todo o mundo hoje afaga.
Eu que já vivi no ócio fugia da solidão no universo das leituras... E me perdi, encontrei na busca do amor fugir da solidão, mas ai... o amor como toda relação cobra um preço.
Então, ouço Chopin...
E vejo o dia passar e vejo a tarde passar.
Não se consola quem não quer ser consolado.
Sofre quem quer sentir a dor...
Pessoa me ensinou a fugir da imaginação e viver o presente o agora.
Dizia puxa pelos sentidos...
Então eu mergulho nas leituras de Borges, admiro Gandhi e Jesus Cristo.
Eu amadureço enquanto envelheço.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh