domingo, 23 de março de 2014

Cicatrizes

Na vida nunca se sai ileso, carrega-se sempre alguma cicatriz quer seja no corpo ou na alma.
As cicatrizes são provas materiais da existência e do passado vivido.
As cicatrizes presentes no corpo, cotidianamente, nos revela quão frágil é nosso corpo e quão é finito. Revelam ainda quanto necessitamos constantemente de cuidado consigo. Estas, as cicatrizes físicas, já não machucam mais no presente, estamos isentos da dor, já estão curadas. Para alguns é um símbolo de resistência e de força, enquanto para outros fonte de vergonha.
Quanto as cicatrizes presentes na alma. Estas sim são aquelas que apresentam um poder violento de aflorar a dor e que muitas vezes são incuráveis e machucam sempre que são percebidas.

Mas o que provoca uma cicatriz na alma?
As cicatrizes presentes nos corpos são físicas, factuais e fáceis de serem explicadas, mas àquelas presentes na alma são profundamente subjetivas e praticamente inexplicáveis por suas peculiaridades.
Estas cicatrizes da alma que dizemos que está presente na alma são provocadas por sentimentos, portanto por sua peculiaridade, praticamente inexplicável de serem explicadas. Cabe então a cada um procurar a causa de sua própria cicatriz. Uma vez que são os sentimentos que serão sua causa em cada indivíduo.
Estas depende muito de indivíduo para indivíduo.
Quem sabe não são estas cicatrizes a causa da infelicidade humana.
 Marx dizia que a vergonha é a ira interna. Então quem sabe se esta não seria uma das causas. O orgulho ferido, talvez seja outra causa.
Portanto é pertinente a cada um de nós refletirmos sobre nossas próprias cicatrizes.
As cicatrizes físicas muitas vezes podem ser apagadas através de tratamentos medicinais. No entanto as cicatrizes da alma, só podem serem tratadas através de si mesmo.
Conhecer a si mesmo pode ser um caminho, um método a se seguir, mas para isto é necessário está disposto a tentar curar e limpar a alma destas cicatrizes ou carregar por toda a vida estas marcas que te fazem sofrer.

sábado, 22 de março de 2014

nocturna

A noite revela minha fragilidade,
O medo da solidão.
Sem uma voz humana,
Eu ouço alguma música,
Eu olho o mundo através da janela,
E vejo as estrelas
E vejo a lua,
E percebo a distância
E percebo a solidão em meu ser.
As coisas estão ai e nem sempre percebemos,
Na maioria das vezes não percebemos,
Vivemos simplesmente.

A essência e a noite

É noite,
Uma noite profunda,
Uma linda noite enluarada,
Uma silenciosa noite de sábado,
Tão clara e distante está a lua.

Que noite profundamente bela,
Quão maravilhosa para dormir,
Mais maravilhosa é para apreciar,
A lua mais e mais bela,
A noite com sua essência.


quinta-feira, 20 de março de 2014

Humano

O tempo,
O espaço,
Os objetos,
A existência,
As relações,
Os sentimentos,
Pode existir algo mais humano?

A beleza de uma flor,
A beleza de uma paisagem,
A elegância da inteligência,
O poder da tolerância e da temperança,
O poder destruidor do ódio e da ira.

A inveja...

A sensação de incapacidade,
O desespero...

Pode existir algo mais humano?

Quão sensual é o ser humano,
Quão criativo e destruidor,
Início e fim de seus pensamentos e extensões.
Tudo e nada.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Chuva

Ver a chuva chovendo,
Ouvir a chuva cantando,
Sentir o frio que traz a chuva,
Mas que deliciosa sensação.

Gosto de está próximo de quem me faz bem quando a chuva cai.
A chuva une, quando pode molhar,
A chuva evita diáspora,
Deixe a chuva parar.
Chuva,
Chuva.

terça-feira, 18 de março de 2014

A Deus

Sentir a vida,
Senti-se vivo,
Senti-se pleno.
Pleno dia,
Plena tarde,
Pleno momento.
Às vezes parece impossível,
Cada vez mais difícil,
Cada vez mais distante.
Deus meu, porque sentimos tantas coisas?
Tende piedade de nós que nos sentimos aflitos,
Temos medo de tudo, da solidão, do isolamento,
Da tristeza, de sua ausência.
Onde está o cerne da felicidade?
Dai-me um pouco dessa felicidade.
Ajuda-me a suportar este momento
Que vivo com fé.
Ontem já se foi,
Amanhã não veio.
Ajuda senhor a viver com sabedoria o agora.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O sentido

Uma flor,
Uma rua vazia,
A noite e o seu fluxo,
Cães a latir,
Ir e vir.
Quem vai?
Quem vem?
O que leva na ideia?
O que pensa?
Um transeunte, as vezes não é ninguém.
As pessoas só são alguém,
Quando se identificam,
Senão, não são.
Algumas coisas não fazem sentido nunca.

domingo, 16 de março de 2014

Após a chuva

Após a chuva,
As águas escoram sem pressa,
Após a chuva,
Brilha intenso o sol,
E tudo enxuga,
Vivas, viridescentes, crescem as ervas no jardim.
Sou tomado de alegria,
Como a ave que canta,
Como a esperança que surge do impossível,
E toda minha tristeza
E todas as minhas expectativas
Ganham um novo folego,
Neste momento sou feliz por existir,
Sou feliz por viver.
Após a chuva afirma-se em mim
A felicidade.
Acho que foi este momento
Que Deus escolheu para estarmos mais próximos.

Em minha mente

É noite,
Noite profunda,
Que hilário,
Não percebe um cheiro se quer,
Mas ouço e como ouço,
Os sons da noite:
Um ou dois quero-quero,
Grilos,
O vento,
Carros que passam.
Agora que é hora profunda,
Os sons me são agradáveis,
Posso me ouvir,
Grita minha consciência,
Aprende o que viver
É simples,
Vive o presente...
Apenas o presente.
E a noite cai profunda,
Muito profunda em minha mente.

Busca

Há algo que me falta.
Não sei explicar nem verbalizar,
Mas há algo que não me preenche
E por isso, noite afora sigo acordado.
Eu contemplo a noite porque sei que ela esconde
O que me falta.
A lua sutil todo mês tenta me mostrar
E alumia aquilo que me falta.
As vezes escolho os caminhos mais errados
Tentando encontrar aquilo que me falta.
Do seio do infinito surgi,
Como num instante divino o universo me criou
E num seio me gerou,
Depois me fiz quem sou.
E o que eu sou?
Essa coisa existente, mas essa coisa que me falta.
E não está em lugar nenhum,
Porque não é material...
Porque está em algum lugar que  não sei como evocar.
Quando parar de procurar,
Serei encontrado...
Temos que nos encontrar sempre
E essa busca é a vida.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh