quarta-feira, 17 de julho de 2013

Em qualquer lugar

A noite caiu
Nem vi o tempo passar.
Palavras pensadas e pensadas.
A noite chegou,
sem que visse os horizontes.
Tudo e nada
É só uma questão de percepção.
O dia passou!
Aqui estou,
Perdido na noite
em qualquer lugar.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Palavra

Como os elos de uma corrente,
As palavras unidas formam uma oração, uma frase.
E o que o texto senão o tricotar com as palavras,
como num tecido em que fios são cruzados,
assim são os textos pinçados com palavras.
As palavras são tão ricas,
pois carregam em si o significado das coisas.
As palavras descoisificam  nossa língua.
Com a palavra certa não se diz, essa coisa que esta na suas mãos,
Se diz esta flor, esta rosa, este livro.
Verbalizam o indizível,
Encurta as explicações,
Pois são signos,
conceitos.
Palavras são o que são.
A palavra é uma luz que acende
na mente de cada um
a todo instante,
ampliando a compreensão do mundo.
Como ficou mais fácil entender o Sertão depois de Guimarães Rosa.
Como  é mais fácil entender nossos sentimentos
verbalizados pelos poetas...
Drummond e Pessoa, falam o que sentimos.
Que palavra Gogh daria a suas pinturas
e Mozart e Bach a suas sinfonias?
Que palavras uso para denominar minha vida?
Não sei! Certas vezes só sinto,
e me expressar é uma forma
de dispersar meus sentimentos.
As palavras servem para entender o mundo
e para minha compreensão de mim mesmo.  

Conjunto matinal

A manhã,
A aurora,
A lua, todo este conjunto é tão belo.
Como é maravilhoso poder despertar
E ver e sentir e viver
A manhã despertar pela aurora
Acalentada pelo olhar da lua.
Quando percebemos,
Tantas vezes estamos concentrados
Em nossos objetivos
que vivemos sem ver e viver
a vida, sem sequer contemplar
A manhã, a aurora e a lua.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Nasce

Suave a bela manhã desabrocha como uma flor.
A brica fresca acaricia as flores, as folhas
e os sulcos de minha pele, brincando
com minha alma, meus pensamentos.
Sigo em frente não dá para olhar para trás...
A vida se revela a cada instante
e a manhã nos alumia, nos faz sentir feliz,
e contemplar a obra do grande criador!

domingo, 14 de julho de 2013

Só resta

E a noite chegou e nem percebi.
Senti que o tempo esfriou,
Mas não vi o sol se apagar,
O tempo passou e fiquei preso
no meu ser...
Só me resta descansar.

sábado, 13 de julho de 2013

Força, fé e trabalho

Cada homem tem a sua arte que forja no desenrolar das horas e dos anos.
Meu tio Aldo que desfechou o próprio destino. Aprendeu a negociar e a trabalhar na roça por gosto e necessidade. Desde muito cedo, por ser o primogênito, teve que trabalhar para ajudar no sustento da família. Vem a minha mente, por que meus avós lhes batizaram com este nome Aldo. Um nome de origem alemã que significa velho. Imagino ainda no começo da década de 1930, quando minha avó Chica e meu avó Chico foram a cidade registrar o filho. A parte isto, meu tio não sei em que ano, iniciou uma jornada hercúlea de negociar. Saia do povoado do Porção e ia a cidade de Alexandria. Carregado de goma, todas as sextas saia no lombo de uma burra vermelha e seguia pelos caminhos longos, monótonos. Se ao menos soubesse os nomes das rochas, das plantas, dos relevos e das paisagens. Talvez não se entregasse tanto aos seus pensamentos e a monotonia, mas não que houvesse monotonia em tantas horas dispendiosas no lombo de um animal. Creio que havia amor, como há no seio humano, as coisas creadas pelo ser superior. Amor pelas paisagens, formas, cores, cheiros e revelar das coisas que surgiam e desapareciam em sua mente. As floradas rosas de jitiranas, o som dos riachos escorrendo, o som do casco nas rochas, a amplidão do mundo e a esperança de ganhar seu dinheiro honesto.
Aldo Batista, servira ao exército, era um homem muito sério, de voz grossa e forte. Era fácil saber quando estava lá em casa, de longe ouvia sua voz contando suas histórias. Será se tinha problemas de audição? Geralmente quem tem fala alto, ou queria ser entendido? Na juventude de meu pai fora não apenas irmão, mas um segundo pai. Tio Aldo, casou com a primogênita, Maria das Neves, de meus avós José e Sinhá. Foi por meio destes que meu pai Chico conheceu e casou com minha mãe Chica. A parte isto.
Como comecei minha fala, além de pequeno comerciante, Aldo trabalhou na roça. Sim, suas roças eram grandes e bem cuidadas. Não gostava de fazer serviço sujo, seus roçados eram zelados desde o plantio a colheita. Dava gosto de ver, mas pareciam grandes hortas. Com a força de seus braços, uma enxada que não precisava ser das melhores, campinava do nascer ao pôr do sol. Como quem ler uma texto clássico, com cautela e reflexão, assim ia capinando. Certamente, pensava na feira do fim de semana, no que faltava em casa, no zelo da família, no melhor para o povo. E assim ia construindo sua vida e seu destino.
Todos os anos cultivava uma roça, com habilidade, fazia suas feiras e dava dignidade a sua família.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Surda noite

É noite.
A noite é silenciosa, escura e triste.
Estou só imerso no mundo e na vida.
A sombra da solidão o que nos faz feliz?
Tentar fazer algo que nos desperte alegria.
Não me parece uma boa opção,
pois, logo vou querer mais e mais.
Será o desejo fonte de felicidade?
Só sei que num instante estou radiante,
no seguinte quero sumir e pouco tempo
depois estou radiante.
E como lidar com esta efusão de sentimentos.
Adestrar-me em uma religião, se moldar a um estilo?
Não sei, não me encaixo em nada disto.
Abro um livro, outro e mais outro.
Ver um filme quem sabe?
Quando é noite que me sinto só,
quando percebo a solidão tocar meu coração,
penso, penso, penso e fico triste,
mas a tristeza é fonte de criação,
pois que venha bons pensamentos,
traga-me tudo de bom,
doce noite escura.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Noite vasta noite

Noite, silenciosa noite,
profunda como minha alma.
E o que ocultas?
O mundo vasto mundo.
Noite vasta noite.

Recarregar

Por vezes, certos instantes, tudo perde o sentido,
mas há tantas coisas que me rodeiam acendem
em mim um novo sentido. As formas e as cores
reveladas pela luz, os livros e o que me cerca.
Todavia nestas horas de ócio que me recarrego,
que busco sair do ócio. Há em mim um sujeito
antiacrático. Sempre foi assim, mas confesso
que sofro neste processo de criação de reinvenção.
Descobri na leitura um princípio construtor,
e encontro em Borges a fonte mais rica.
E por vezes recomeço sempre.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Restaurar

Quando a alma não quer aceitar mais nada,
quando o corpo quer descansar.
Deita e dorme.
Não temos neste instante apetite para o saber
o que nos resta é dormir e sonhar
com tudo feito e criar energia e fazer.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh