sábado, 16 de março de 2013

Lar

Fecho a porta do meu quarto,
aqui é o meu pequeno universo.
Abro-lhes quando quero
e para quem desejo.
Entra, senta, toma um chá.
Aqui é o meu lugar agora,
amanhã sabe-se lá,
mas agora, fique a vontade.
A casa é sua.
Que as pessoas especiais
sejam sempre bem vindas ao meu lar.
Aqui tudo é simples,
mas o coração e a boa vontade são grandes.
Aqui deixo entrar a luz e o ar.
No momento final,
partirei e podem ocupar de tudo
deste átrio,
vai ver que não vou deixar nada,
além de objetos,
pois sou o meu pensar,
o meu falar,
meu querer,
mais nada.

sexta-feira, 15 de março de 2013

O leiteiro

Por que simplesmente acordamos tristes?
Há dias em que nada na vida está errado,
tudo está muito bem, mas nos sentimos tristes.
Esta tristeza seria um sentimento carregados
por todos ou por apenas algumas pessoas?
Nem toda beleza da vida nos anima,
nem as melhores coisas, nada.
Porque algo nos falta nos sentimos assim
incompletos.
Seria memórias de coisas que vivemos
guardadas em nosso inconsciente
que aflora e nos faz sentir-nos assim?


Um leiteiro,
todos os dias punha a cangaia na burra e com os caixões de litros de leite e saia para a cidade
para vender leite. Não se sabia se era feliz ou triste, pois ele sempre sorria. Sorria de sua condição ou de seu estado?
Era uma pessoa com dificuldades mentais, nem louco, nem normal. Era uma pessoa que possivelmente nunca casaria, pois tinha uma mente pueril. Não trabalhava na roça porque não tinha força e jeito com a foice e a enxada.
Por isso era o vendedor de leite...
Fazia atividades de menino: por água em casa, vender leite e pastorar o gado...
Era tímido e sempre sorria.
Havia nele alegria ou tristeza ou medo ou subordinação.
Desconhecia as letras e lia a natureza como ela de expressava. Ignorava a beleza das flores, a lealdade dos cães, os animais eram apenas animais.
Via no riso do leiteiro tristeza...
Será que roubei aquele sorriso triste para mim?
Será que somos capazes de introjetar estes sentimentos.

cada um

Amanhece, oculto pelas nuvens
o sol não aparece,
o silêncio da noite é quebrado
pelo canto das maritacas,
mas cadê os sabiás?
Só temos maritacas?
E o mundo vai revelando
as cores e as formas
suave, a manhã vai crescendo,
e o que devemos aguardar?
As flores da primavera,
um evento que nos faça
intensamente feliz?
Cada um tem uma forma
de ver o mundo,
cada um com sua subjetividade...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Cair dos anos

Vida, breve vida,
assim percebem a que os anos já estão tarde.
Assim sabem quem muitas tardes e luas contemplaram.
Assim sabem aqueles que já amaram e se desiludiram.
Assim sabem os que cruzaram os cinquenta
ou aqueles que a vida maltratou desde cedo.
Quantos não passaram pela vida sem audácia.

Breve vida, vida,
Contemplai cada instante, mesmo que por um breve momento.
E o que hei de contemplar?
Ah, são tantas as coisas
e a vida é tão breve. 

A entrega

Depois da chuva já era tarde.
O calor sumiu, a tarde esfriou.
Depois da chuva o sol
nem apareceu,
o céu ficou coberto de nuvens
cor de azul e os raios que fugiam do sol
tingiam de vermelho o véu de nuvens.
No fim da tarde, após a chuva
são seis horas,
hora do anjo
e o dia se entrega a noite
e mais um dia partiu
nos braços frescos
de uma tarde fresca de chuva.

terça-feira, 12 de março de 2013

Eterno tempo

E o tempo passará como sempre passou,
o tempo passará, os dias e as noites,
mas não será como antes.

Depois de um dia vivido
carregaremos em nós algo
que pode ser eternizado, cristalizado...

Algumas coisas ficam assim
Memorizadas em nossa mente,
guardados e vem a tona,

A luz de algo carinhoso e bom...

E o tempo passará como sempre passou,
E o tempo sempre passará,
E o que guardaremos deste dia

Ou do dia que estará sempre presente
em nossa vida...
Não saberemos qual vai ser esse dia,

Todavia existirá.

Tarde primeiras horas

Meio dia,
O dia cai na tarde,
A manhã suave já passou.
A brise que agora passa
é brisa da tarde...
Aves em silêncio,
Folhas a bailar,
Até a flor descansa
o seu doce odor.
Agora é tarde,
Agora é tarde,
E numa tarde,
numa jovem tarde,
até a natureza relaxa e descansa.
Cochilam meninos,
adultos e idosos.
Nenhuma borboleta
voa perdida,
nada nada...
só um breve cochilo
alcalino,
mais nada.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Metamorfoses da vida

Acordar e ver o sol ou a chuva.
Sentir-se vivo.
Sentir a brisa da manhã
ou o calor do sol radiante.
Ver o vento abanar a copa das árvores,
a abelha visitar as flores.
Sentir o aroma de flor
ou do lixo que também existe.
Poder ir onde quiser por si.
Delicia-se de qualquer coisa
que mate a fome.
Cada segundo é raro,
cada segundo nos faz falta.
Viver tem que ser com prazer
ou com dor...
Viver é mais importante.
Mesmo que às vezes não valha a pena,
Tudo passa, hoje estamos vivos,
amanhã quem sabe?
Os campos elísios
estão cheios de magros,
sábios, leais... todos mortos.
Viver é um conjunto de possibilidades.
A cada manhã que vejo,
a cada manhã que vivo,
tudo pode mudar,
par bem ou para ruim.
Mas tudo muda a todo instante.

A tarde que passa


Mais uma tarde se foi em minha vida.
Esta tarde foi tão agradável e bela.
Quantas tardes já não se passaram,
praticamente uma eternidade de tardes.
Tardes como esta que se passaram
em puro silêncio.
Tardes como esta ensolarada,
sem um sopro de vento.
O lago era um largo espelho brando.
O céu azul desenhado por nuvens
suaves, oras azuis, oras brancas ou vermelhas.
Quantas tardes como está já não se passaram?
Quantas tardes adormeceram para a eternidade.
Olhos que contemplam podem não poderão contemplá-la
nunca mais, nunca mais.
Olhos que pela primeira a viu
terá uma vida pela frente para descobrir
os teus mistérios.
Vivo tentando entender a tarde,
tentado encontrar um pouco de mim nelas,
tentando ser um pouco parte dela.
Os pombos voltam de seus passeios,
papagaios voam aos casais.
E a tarde se desfaz,
E a tarde se desfaz. 
E minha vida, por um fio
o que me trás?
Só o criador saberá o que será do meu amanhã,
é ele quem sabe.

domingo, 10 de março de 2013

O bezerrinho

No curral nasceu um bezerrinho
que é todo vermelhinho,
Nasceu tão fragilzinho.
Todas as crianças do mundo
iriam adorar ver o bezerrinho
que após nascer
já se levantou,
em poucas horas
saiu correndo.
Na manhã seguinte,
quando o sol nasceu
o bezerrinho corria
pra lá e pra cá
de rabinho levantado,
berrava um berro de alegria.
Que alegria e vigor do bezerrinho.
O velho dono do curral
roupa suja, barba por fazer
sorri de alegria
cada bezerrinho que nasce
mais viva é sua esperança
e sua alegria no viver.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh