quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mesma manhã

Suave cai a manhã e com ela uma brisa corre acariciando as folhas e flores.
Sinto a manhã e a brisa que despertam em boas memórias da infância.
Na infância mal acordava e já tinha que sair andando no frio da manhã
sobre um jegue em busca do córrego em busca d'água e era lindo
ver os primeiros raios do sol desfiando no nascente e dourando o mundo,
se derramando e dando cores ao mundo. O barro poeirento e frio,
o cheiro de estrume seco. O desespero das ancoretas que fazavam
gotas. O acelerar do jegue. A escola logo em seguida. O encontro
com os meninos e os deveres da professora Lenita...
Hoje não mais aquela rotina, menos sonhos, mais realidade,
mas a manhã continua a mesma.  

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Quaresmeira

As quaresmeiras estão tão lindas floridas,
flores rosa e lilás.
Plantas pequenas, árvores enormes,
flores rosa e lilás.
São tão belas e delicadas suas flores,
pétalas, estames...
Enfeitas o mundo, oh quaresmeira...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Caminhar

Caminho com calma, como quem vive e gosta de viver.
Minha trajetória é longa e meu itinerário desconhecido.
Sigo sempre em frente desde o amanhecer ao anoitecer
e as vezes sigo noite adentro. As vezes perco a paciência,
mas a vida se encarrega de me trazer a calma.
Nessa longa caminhada, muitos companheiros seguiram
juntos, mas todos tomaram seus rumos.
E enquanto caminho sempre faço amizade
para não me sentir tão sozinho...
Quantos não chegaram ao seu itinerários,
vô José e vô Chico, vó Sinhá e vó Chica
e alguns amigos camaradas chegaram tão cedo.
A caminhada continua. O tempo tira nossas forças,
mas nos trás experiências...
As vezes penso nisto, não sei por que se só me resta caminhar...
Acho que aprendi com meus medos, melhor esquecer
e caminhar...
São muitos os faróis por onde quero passar
e seguir caminhando até chegar lá. 

Suave manhã

A manhã segue fresca, suave. Sentado, olhando através da janela vejo brisa suave acariciando as folhas de bambus. O solo vermelho úmido fresco abriga folhas secas de bambus e ervas.
Segue manhã sem nada. O mundo que se arrume, eu tenho que fazer minhas coisas, embora roube um pouco de meu tempo para observar a manhã e lembrar de manhãs suaves.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Noite

Noite

Noite escura estrelada.
Calma caiu a noite
escura como um breu.
Toda a profundidade do mundo
ficou tão próxima...
Estrelas no céu
e o que me certa
a noite apagou.
A luz se dissolveu
no escuro da noite.
Mariposas andam
seguindo odores,
morcegos seguindo,
e os gatos com seus
olhos fosforescentes.
Noite, noite, noite.
Em ti tantos encantos.
Luz bruxuleante de lamparina,
amarelo querosene.
Noite e mitos
mais nada.

Palmeiras


Copas pequenas crescem aos céus
feito estrelas verdes ou varas
de condão, caule retinho,
cresce sozinho lá para o céu.

Plantas simpáticas,
de flores amarelas,
são todas belas,

Palmeiras ou coqueiros
assim são chamadas
com folhas usadas
no artesanato
e em tantas coisas...

Palmeiras enfeitam as paisagens,
crescem tão belas.

Coqueiros, pupunhas,
catolés...
São todas tão belas
e brasileiras...

Flor amarela


Anemopaegma de flor amarela,
perfumada e muito bela.

Essa planta crescia
bem ali no meu quintal,

as flores amarelas,
as folhas verde escuro,

Quem diria,
que seria uma Anemopegma,
aquelas flores amarelas,

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O tempo apaga

Silencioso o tempo desbota tudo que existe. Tudo oxida, tudo passa, tudo se acaba. Toda a matéria viva.
Algumas coisas reagem ao tempo, veja a lua, veja o céu e veja o horizonte. Estes parecem ser eternos como o tempo.
Nós somos ínfimos interpretes destes universais.
Hoje somos jovens, amanhã adultos e depois idosos e depois dormiremos e assim a natureza segue ocultando tudo.
Quando volto a casa onde morei que já não é a mesma de muito tempo atrás. Sinto a falta de minhas energias e os meus sonhos, muitas coisas ganharam sentido e realidade e outras perderam sentido e ingenuidade... Nada do que me fazia feliz faz mais, brinquedos e doces... Hoje são marcas do passado.
As flores ganharam nomes e perderam seus mistérios.
O tempo nos leva para o universo de onde viemos o nada. Há quem descreia disso, mas respeito
e respeito a mim mesmo.
Com a vida tudo se fez e ganhou sentido e quando a vida partir
o que restará?
Só o silêncio do tempo, só o céu e a lua e o horizonte.

Na infância guinés e galos cantando e aves e poeira e chuva... Tanta coisa era bela e simples.
Coisas que o tempo e a distância apagaram. Pessoas que dormem e que viraram simples personagem de uma história que a muitos nem chegou a existir.

Mas o tempo vai apagar a tudo que damos sentido só vai restar a vida, o céu, a lua e o horizonte.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Lentamente

Sábado, fim de tarde.
As ruas, os estacionamentos
tudo está tão vazio.
O sol brilha no céu,
seus raios aos poucos
tornam-se tênues
e a tarde vai partindo.
Lentamente,
bem lentamente...

Ecos do passado

Hoje apenas o vento ecoa onde pessoas falavam felizes ou tristes, as matas apagaram os terreiros, chiqueiros e currais, o tempo fez em ruínas as casas, casas de farinha e engenhos; onde havia baixas de cana a seca transformou em árido lugar. O vento que sopra do norte agita os ramos secos das árvores, a velha grande cajaraneira comprova que ali vivia gente. Homens gastando suas forças nas roças, no trato com o mato, em suas roças de milho, feijão, gerimum, melancia, e mandioca. Sob a cajaraneira dormiam cães, galinhas e porcos, quando não se fazia um chiqueiro. Aquelas cajaraneiras fartas de frutos amarelos, acridoces. Nos arredores daquele lugar havia uma faxina que protegia as galinhas das galinhas das raposas e gaviões. Havia ali no baixo cana-caiana e um engenho de onde saiam doces rapaduras, mel e alfinim. Havia casas grandes de farinha de tijolos enormes, coxos e prensas de madeira de onde se extraia a goma e a farinha...
Hoje o que resta? Apenas ruínas e poucas memórias aos poucos as memórias se apagam ou adormecem  na grande passagem da vida.
Já não existem chamas de lamparinas, nem lenha, nem noite de breu...
Hoje a natureza apagou tudo.
Mas ainda carrego na memória a época em que as noites escuras eram iluminadas pela lua e pela lamparina. Época em que as flores mais belas eram as dos jardins.
Carrego na lembrança a alegria do cair das primeiras chuvas, plantar a roça no barro umido, ver a babugem crescendo, córregos escoando a água que sobrava do solo, as sabiás cantando do alto das aroeiras, a planta da mandioca.
Hoje árido torrão de terra que arde o calor do dia... As chuvas e o inverno voltarão, sempre se foram e voltaram como fazia a fauna... Amanhã quando voltarem chuvas será tudo diferente, não haverá mais força física, nem disposição para trabalhar, nem precisão. Nos mudamos, nos perdemos no mundo em busca de outras memórias...
Amanhã não restará nem memórias, ninguém sabe contar as histórias, todos se alienam frente a televisões, desvalorizam os pequenos valores...
Os tempos são outros, a geração é outra...
Que bom que restam estas miseras memórias que logo se apagarão no tempo.
Sem eco, sem tempo, sem nada, nem um romance será, nada mais.  

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh