quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eternidade


Nasce mais um dia,
mas uma lida pela frente...
E a manhã vai passando
a tarde chegando...
Tudo vai passando
e nem percebemos
que a vida passa.
Só quando contamos
os anos que vivemos
ou paramos em frente
ao espelho que o tempo
deixa marcas.

Mais um dia nasce,
mais um dia partiu
e entrou na eternidade
como tantos anos
que se dissolveram
no tempo...

As manhãs sempre passarão
os dias também,
mas nós vamos ficando,
vamos envelhecendo,
se apagando
como o dia no ocaso
até que somos esquecidos
e as manhãs
sempre nascerão
eternamente.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Primavera


 Quando é primavera,
as manhãs são sempre mais belas.
As flores desabrocham em
ervas e árvores.
O sol e o céu são tão limpos.
Campos aromatizados.
Os pássaros fazem seus ninhos
e cantam com tanta vida e harmonia.
Ah, a natureza toda se enfeita.
Ontem na volta pra casa
vi  uma árvore florida.
Toda coberta de
flores brancas perfumadas.
Senti alegria em viver,
senti quão maravilhosa é a existência.
As flores e as aves dão graça pela vida.
Cada uma flor,
cada uma doce flor,
que vejo desabrochar.
Não tenho palavras para explicar
mas sei que quando vejo.

soa a mais bela melodia
criada por Mozart
e é como se os campos
desabrochassem
em flores
como se tudo
se tornasse primavera...
Como é doce, meiga e porque não maravilhosa...
A primavera.
As flores são visitadas
por borboletas
e beija-flores
E tudo é tão belo.

E hoje algo me faz mais feliz
mesmo diante da solidão
ouço  uma doce melodia e quando se acaba
fica apenas o silêncio.
E o dia segue vivo.

Tim Maia http://www.youtube.com/watch?v=7T4gzCpQKgg

Manhã

Cordia glabrata

O dia nasceu fresco,
nuvens desfiam e desfilam no céu.
As aves cantam sem parar,
parecem celebrar a chuva
da tarde anterior.
No chão fresco e úmido,
germinam as sementes
adormecidas, crescem os ramos
das ervas vivas.
A grande paineira,
o mogno se cobrem de folhas.
Jovens folhas coloridas.

Longe candam quero-queros,
andorinhas e tantas outras aves.

Nem ouço o que toca no rádio.

Estou distante. Vivo, mas distante...

Nesta manhã fresca,
tenho tantas imagens
relembradas...

Canto do sabiá, do rouxinó...

A vida é curta
e as manhãs maravilhosas
um respiro de esperança...

Que doce que é essa manhã de primavera.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Universo















O universo cabe em meu verso.
Pobre verso quem sabe infinito.
As vezes bonito e sem vida.
As vezes feio, mas cheio de vida.
O universo azul, azul marinho
é tão belo.
De noite estrelado,
de dia apagado.
A luz do sol tudo revela,
as flores, as cores e as formas.
A luz do sol é energia e é vida.
O mar azul, o céu azul.
Ah, ponho o universo em meus versos.
Versos tênues como semente germinando,
pus tanta coisas nos meus verso.
Tentei dar vida, mas não pude dar vida,
cabe a ti somente a ti doar-lhes ar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Tarde harmoniosa


Quando chega o fim da tarde,
depois do dia perder força,
depois daquela chuvinha.
Como é bom caminhar
ou não fazer nada.
Ouvir Schumann ou o sabiá cantar.
Sentimos a vida tão leve, sem nenhum pesar,
tão agradável.
E se saio para caminhar
sinto os aromas,
vejo as formas molhadas.
E a tarde preguiçosa
mergulha na sombra da noite
e a alma dorme calma.

http://www.youtube.com/watch?v=4fR17bJl2ow

domingo, 23 de setembro de 2012

Nascimento

http://www.youtube.com/watch?v=KRbfFQPaHs4


VENTO NORDESTE - 1979




Nasci numa noite enluarada de verão que de certo o vento nordeste ventava. Era uma noite de quinta feira. Não sei por onde papai estava,
mas mamãe me paria na maternidade "Dr." Manuel Vilaça.  
Às oito horas da noite 1 de novembro de 1979 pela primeira vez vi a luz
do quarto, só  no dia seguinte vi a luz solar.
logo fui amamentado e dormi muito.
Voltei à casa onde fui gerado e já não era mais parte do corpo de minha minha mãe que doou todo o seu amor a mim.
Fui festejado e visitado por todos entes amados.
Riram de felicidade por minha vida a existência.
Era apenas mais um ser sem compreender o mundo em minha volta.
Era apenas uma expressão da vida se desenvolvendo sem nada compreender aos cuidados de meus pais.
Apenas me alimentava e dormia sem nada compreender.
Muito tempo se passou e a casa que me abrigou, abrigou muitos outros e hoje não existe mais, virou pó e as memórias se apagam lentamente.
Partimos muito cedo dali, para o lugar onde cresci e aprendi a apreender o mundo.
Sai do Sítio de fora para Serrinha do Canto... 
Onde cresci sob o amor paterno, mas cresci como cresce uma erva no meio do campo.
Cresci rodeado pela natureza viva, plantas e animais...
Ali, aprendi a sentir, viver e ser do mundo.
Aquele mundo de apenas duas estações a de chuva e a de inverno.
Mundo onde a mais harmoniosa melodia era a das aves que eram quem muitas vezes encantava nas casas entisnadas pela queima da madeira para cozinhar o feijão, o arroz e o toucinho.
Aprendi sobre a vida com a vida.
A natureza aquilo que mais me encantava, aquilo de mais moderno que existia e nós não sabíamos. 
Fui sempre pragmático, aprendi fazendo. Aprendi ajudando minha mãe e meu pai com as lidas da casa.
Ajudei no plantio e na colheita,  na criação dos bichos.
Aprendi a respeitar  os idosos e professores.
Aprendi a me virar e a viver naquele lugar.
Tinha muitos amigos com quem vivi e compartilhei uma vida semelhante.
Eles estavam lá, com suas grandes famílias e dificuldades, mas todos cuidavam de todos. Eramos uma grande família.

Não me lembro a noite que nasci.
Sei que era verão e que o céu estava plenilúnio.
Que a poeira tingia de vermelho os caminhos e os pés dos burros e pedestres.
Nasci só, mas cresci entre muitos
num lugar tão pequeno, mas tão grande para um ser crescer.
Este lugar pequeno que tanto foi habitado aos poucos desaparece.
O vento leva aos poucos as vistas e as almas.
E a terra consumiu e consome aos corpos e as almas.
Hoje  os adultos de minha infância dormem lado a lado.
Já são tantos os que partiram
que parece que estou longe na viagem de minha vida.
Meus avós e alguns tios que sentiram-se feliz quando  nasci já
partiram também ou e apenas dormem à sombra da eternidade.
Dormem com suas histórias que nunca mais serão contadas por falta de memórias.
As histórias desaparecem com seus protagonistas.
E o que faço com minha história que nem sei contar?
Nasci e desde que nasci não paro de caminhar, já passei por tantos lugares, conheci tantas belezas, mesmo assim não paro de
trilhar esta jornada que é a vida...

sábado, 22 de setembro de 2012

Primavera 2012

Flores em antese,
desabrochando com frescura,
beleza e elegância.
E as flores vão se revelando
perfumadas ou coloridas
todas enfeitam a vida.
Flor de jitirana, angico,
crotalária, ingá e ipê.
É primavera.
A primavera chegou ontem
e trouxe consigo
a chuva pra refrescar
as plantas
para desabrochar as flores.
A flores de ontem são plantas de hoje
e as flores de hoje
quem sabe serão plantas amanhã.
É primavera...

Solidão


Quando estou só, penso na solidão
e me acostumo com essa imensidão.
Ver o meu quarto vazio
da nada ouvir, além de minha respiração
ou o inoportuno mosquito tarde da noite.
E o sono que deveria ser meu companheiro
atrasa, parece que não vai chegar.
Quando amanhece a solidão ainda está ali
como todas as coisas que esta trás,
livros sobre a cama, migalhas no chão,
xícara na pia...
Usa a vassoura para varrer a solidão
ou a poeira do quarto.
Ontem a noite choveu e hoje está fresquinho bom para passear,
mas não te esqueças do maldito, bendito trabalho...
Estuda,  estuda se quer ser alguém no amanhã.
E ainda tenho que resistir a solidão.

A solidão é triste.
A solidão é má.

Ela teima em me perseguir,
na graduação me sentia só,
mas vivia numa caravela grande,
que caravela era a residência universitária,
mas lá havia gente pra compartilhar as coisas.

Bem, passou-se pós-graduação
e a solidão continua comigo.
Quero te queimar,
torná-la cinza,
mas sedes mais forte solidão.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Noite de chuva

A noite chegou, nas ruas vazias as luzes do poste alumiam o nada.
A chuva veio com a noite e trouxe raios e trovões.
Os pingos da chuva, o calor dentro de casa...
Fazem me lembrar Campinas.
Da minha casa um barulho irritante não para
de manhã a tarde ou a noite
são as maquinas nos malditos ar condicionados do shopping.
Ao menos tem o barulho da chuva...
E a noite como companheiras.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ando tão solitário. Vivo imbuído em meus pensamentos. Parece que vivo só no mundo.
Eu acordo e já neste ato me preocupo com o que hei de fazer para sustentar o amanhã.
Eu acordo, mal desperto meu cérebro se põe a pensar e a ler e a ouvir que passa no mundo ou o que nele aconteceu.
E esta sede de busca se estende dia adentro.
E consumo os fatos e as palavras que o codificam na crença que eles me darão um norte.
E todo o meu presente é canalizado nisto.
Que me importa o que acontece ao meu lado?
Mal tenho tempo para caminhar e respirar e ver o por do sol...
Meu Deus me sinto tão só.
O lago Paranoá que acaba ou começa perto de minha casa, me distrai. Nele posso ver e sentir o aroma de doces Ipomoea alba, ver as  margens ocupadas por lixo, ver os carros passarem e se engarrafarem na pista enquanto caminho.
Caminho ao lado do lago.
E vejo gente que não fala ou que ignora...
Ah, como me esforço para perder os quilos que se acumularam e que se teimam em permanecer em mim...
Mas ao menos me deixa feliz as Ipomoeas, a tesourinha a voar...
E tem as capivaras que passam nadando, ou que me ignoram, nem tem medo de mim. Outro dia um transeunte que parado olhava elas passarem disse que são nove...
Eu vejo os casais, vejo tanta coisa... vejo as plantas que florescem.
Ontem mesmo que como o sol partiu lindo.
Partiu lindo e só.
Volto pra casa. Com quem hei de conversar?
Com o computador ou o celular?
Essa vida líquida...
Tudo está tão próximo e tão distante.
Tenho sentido falta de Campinas.
Saudades da Dani e do Zé e da nossa casa e da Tereza...
Este tempo corrido... esta vida corrida e líquida.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh