quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Brasil

Eu sou Brasil,
não sou vil,
sou lá do Brasil,
de bem longe,
entre Paraiba e Ceará,
sou potiguar,
terra de Cascudo,
de gente pobre, humilde
mas forte,
gente que sobrevive no sertão.

Sim sou Brasil,
não sou vil,
quando nasci,
a lamparina alumiava minha casa,
não sabia ler, na tinha livro,
mas não perdi o pavio,

descobri na palavra
a escada e a força
para sempre andar para frente,

sou Brasil,
não sou vil,
onde quer que eu vá sou BRASILEIRO,
seja do norte ou sul,
de tudo o Brasil me ensinou
um pouco, as vezes fico louco,
mas no Brasil,
aprendi a não ser vil.

Última luz

No fim da tarde,
quando tudo parecia
perdido o um fio de luz vermelha do sol
apareceu na lareira da casa,
mas foi tão breve,
tão raro que me pareceu
o mais belo de todos,
as vezes as coisas raras
são as mais belas,
as vezes inperceptíveis,
e eis que a luz se foi,
o dia se foi,
e a noite chegou.

Verão

O verão aos poucos parte,
árvores secam e perdem a folhas,
os dias longos começam a encurtar,
e as flores que floriam agora são frutos
que amadurecem, cheios de cores e apodrecem
nas calçadas, nas ruas.
O sol já não está tão intenso
e o vento sopra com maior frequência,
os dias já não são mais tão azuis,
logo o verão partirá,
e deixar para o outono
o trabalho de remover as folhas
secas e alcamar o rio,
o vento vai soprar mais frio,
as flores já não mais abrirão na manhã,
e as árvores nuas, já não mais dançarão
com o zefiro.
Logo o verão irá passar,
logo o outono vai chegar,
e depois o inverno
e novamente a primavera e o verão,
sempre virão,
todas as estações, mas
as casas e os jardins serão renovadas,
ficarão mais belas,
e a ponte que liga os lados do rio
já não mais poderemos cruzar com
as próprias pernas,
as estações passarão,
quantos verões ainda virão?
Sabe lá, hoje, tenho certeza
de minha existência, de que não estamos
juntos, mas logo estaremos nos encontraremos,
mesmo que neste verão não estejamos juntos
e as vezes me sinto feliz,
e as vezes me sinto triste,
faz parte da vida,
a passagem das estações.

A chuva

No fim da tarde,
em que o sol não apareceu,
no fim da tarde
quando a noite
começara a chegar,
a chuva começou
a suar no telhado,
e então sai a caminhar,
sentindo os pingos
da chuva levar minhas
boas e más ideias,
a chuva veio e me livrou
de um dia de cansaço.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A morte

A noite enquanto todos dormiam,
era uma noite muito escura,
as estrelas piscavam no céu negro,
os animais quietos nos seus lugares,
e vênus subia ao céu,
saudoso como olhos
a lacrimejar,
o galo cantou,
e o ressono calou,
ela veio como o vento
do norte, que chega sem avisar,
veio, foi breve,
ninguém percebeu,
veio e se foi levando
consigo uma alma,
o dia nasceu,
o leite foi desmamado,
mas ela não acordou,
desesperado as pessoas
começaram a chorar,
a pensar no que ia ser
e não ia ser.
Aquele corpo esfriava à eternidade,
não mais ressonará,
nem verá uma nova noite,
ou um novo dia,
a mãe mandou
avisar a vizinhança,
na igreja o sino soou seu som fúnebre.
Os vizinhos vieram,
os parentes mais distantes,
enquanto isso a alma sorria
sua desencarnação,
quando o corpo partiu
para o cemitério,
a alma sumiu como
o vento do norte...

Descoberta

Descubro todos os dias a beleza de viver no perfume de uma flor, nas diversas cores do céu, na generosidade das chuvas para com os jardins, no gesto do simples bom dia, boa tarde ou boa noite, na timidez da luz da lua.
E quando caminho e exploro o mundo ao meu redor com minha visão, minha audição, meu olfato descubro
quão grande pode ser o meu mundo quando estou atento as simples coisas. Há dias em que me sinto mais sensível a essas descobertas e outros dias menos sensível a generosidade da natureza. São nos dias que sou mais egoísta que me afasto do que pode me oferecer as pequenas coisas. Estou aprendendo a viver, sei quanto não é fácil, pois são tantas sensações, mesmo assim vou caminhando com o tempo, vou descobrindo que o tempo e o mundo deixam marcas em minha mente e em meu corpo e vai domando meus sonhos, e muitas vezes afiando meus desejos, preciso ser mais forte e rejeitar a tanta coisa ruim que me persegue, como sentimento de fraqueza e de medo. Quem sabe assim não me sinta mais feliz todos os dias.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sangue e alma

Não podes encontrar minha alma,
não podes me encontrar com calma,
pois em meu peito bate o coração,
em meu peito infla cada pulmão.

Circula em meu corpo
o quente sangue,
sangue cheio de ar,
sangue líquido,
sangue sólido,
circula sem parar,
em minhas vias quentes,
em minha mente quase sempre ausente,
há de está minha alma,
há de está minha calma.

Minha alma certamente está lá,
porque estou cada dia
no passado, no futuro
e no presente,
sou mais nunca estou,
quando arde em meu peito,
quando uma lágrima desfia
de meus olhos,
quando explode o meu peito
tanto ar,
quando como uma caldeira
meu sangue pulsa,
sou mais humano... sou mais animal,
porque sei que corpo e alma
neste instante são um só.

Alma

Assim como um rio turvo
é o nosso pensamento
desconhecido.
Desconhecida a profundidade,
a força de sua correnteza,
assim é a nossa alma,
desconhecida.
Sem sede ou lugar,
sabemos que existe,
mas onde está?
isso é um mistério
que nos espanta.

Segredos do rio

Silencioso, misterioso é o rio,
em suas águas turvas sabe-se
o que o habita e o que conduz,
no movimento de vai e vem
de suas mares, nas ondas
ganhas pelo sopro do vento,
o rio cria e recria formas,
movimentos, sutis.
O rio silencioso e misterioso,
nunca se revela,
embora reflita o que está
em suas margens.
O rio não cessa
seu movimento,
nem na noite ou no dia,
nem sob lua ou sob o sol,
nem no calor e nem no frio,
pois para ser rio,
necessita de movimento,
de água, caso contrário,
não o seria,
O rio por mais transparente que seja,
carrega seus mistérios,
por que não se conhece,
as vezes é o vento que o doma,
as vezes é a chuva,
a natureza é que muitas vezes
o decifra, porque é sua mãe,
e as mães conhecem
profundamente suas crias,
embora algumas vezes
desconheça, mas sempre
sabe qual o curso que o rio
vai tomar.
O rio é silencioso, quando não
tem cachoeira,
mas em si é misterioso.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Outono

As rosas e as árvores
com seus frutos maduros,
começam a amadurecer
as folhas que aos poucos
perdem o verde e o viço,
e começam a se espalhar
pelas ruas e jardins.
O sol brilha intenso e
o vento que não para de
soprar oras esfria,
oras esquenta,
e os dias que eram
longos encurtam,
as bétulas espalham
suas sementes
a fora,
logo será outono...

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh