terça-feira, 1 de novembro de 2016

Verão

Primavera?
Onde?
Aqui é verão...
O sol nasce as 5h e se põe as 17:30h.
Temos luz de dia as 4:30...
Viçosas cantam as aves,
Algumas árvores florescem,
Outras apenas enudecem...
Não temos primavera aqui,
Temos sim um largo e quente verão...
Aqui se passa mais um,
Não é mais um, mas sim o verão...
Onde hibernamos de indisposição e queremos... cama, cama, cama.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Fogo

Muita luz,
Aurora se faz antes das cinco,
O primeiro crepúsculo revela o mundo,
Feito brazeiro rubro que se faz luz,

E o tempo infinito dos diversos ontens,
Ontem velho empoeirado, com teias de aranha,
Ontem jovem de inverno, transparente...
O cheiro e o gosto do tempo...

Esse louco invento humano,

As coisas que parecem envelhecer
Ou não seria nossa percepção,

Agora  mesmo abre em minha memória o sertão
Sertão das vertentes que com suas terras macias
Animavam meu avó que dorme na eternidade por mais de 20 anos...

E essas memórias como brasa de angico que não se apaga ainda.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Revelar

Uma foto,
Uma janela,
O que revela?
O mundo,
As formas...
Através do olhar,
O mundo é mais belo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Cenas

Cenas

Viver é um eterno aprender,
Sequer damos conta deste fato, mas a todos os instantes temos que resolver problemas,
Alguns tem urgência de serem resolvidos e outros se arrastam...
Quando vivemos aprendemos a compreender os fatos como fatos,
A entender as atitudes, a por complicação ou simplesmente descomplicar,
Ah...
Viver é uma arte?
Tem pessoas que nunca aprendem a lidar com a vida...
É preciso a idade para domar ou a perda para ensinar.

Por mais reflexões que façamos,
Nem tudo terá uma explicação suficiente.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Questão

O tempo,

Ah, o tempo...

Perdido no espaço,

Sem tempo!

O que é um sem o outro?

O infinito?

Verão

O verão chegou muito sol e muito calor.
A mata da floresta perde as folhas suavemente,
O dia se arrasta lerdo e quente,
Nasce mais cedo, mas logo se despede
E as noites escuras e estreladas são mais belas,
Árvores florescem coloridas,
A serrapilheira rufa cobre o chão,
Chegou, sim chegou o verão.

domingo, 16 de outubro de 2016

O Humano

Ser humano é ser vulnerável,
Incerto, imperfeito, uma incógnita.
É ter memórias...
Somos a soma do que vivemos.

Busca

Passa,
Agora, eterno devir,
Vêm a ser e deixa de ser...
A existência é um fato.
Em que mundo habito?
O que é a alteridade?
Sei lá...
Passo o dia tentando preenchê-lo com poesia,
Música, filme...
Fugindo de memórias.

E a todo momento tentando descobrir
O c  a   m   i     n    h  o    da felicidade.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O que?

A gente tem o costume de pensar.
E quando se pensa, bem a gente costuma tentar entender o mundo.
Parece que não temos muito o costume de pensar.
Simplesmente fazemos tudo automaticamente.
Tantos fatos acontecem em um dia que muitas vezes não paramos para processá-los.
O que aconteceu hoje na sua vida de bom ou de ruim?
O que aconteceu para que aches, perfeito,
O que?

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ter fé

Houve um tempo, por sinal, maravilhoso que vovó foi morar com a gente.
Aquele tempo pude desfrutar e conhecer nossa matriarca. Vovó se chamava Maria Severina, mas era conhecida pelo apelido de Sinhá de Zé de Neve.
Vovó foi uma das pessoas mais fortes psicologicamente que conheci.
Naquele tempo, acordava demorava a levantar por causa do corpo cansado, mas um momento decidia levantar. Colocava os óculos e saia se arrastando até a cozinha onde tomava café e parte na realidade, geralmente era verão, e vinha lá pra casa porque era mais ameno. A gente morava na serra.
Ai, depois de tomar o café ia para a sala ver televisão.
Vovó era uma pessoa muito católica e sempre via a missa do canal vida de Aparecida.
Rezava e até aprendia as orações.
Perguntava muito e assim aprendi muita coisa sobre nós...
Hoje vovó descansa, mas não esqueço dela jamais...
Seus gestos, suas orações em silêncio... Que bonito é ter fé. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ebulição

Acho que nunca escreverei as palavras certas
para expressar meus sentimentos,
Meio que milho de pipoca estourando...

sábado, 8 de outubro de 2016

Segunda via

Noite que chega,
Dia que parte,
Ocaso, acaso de tudo...
Ontem, hoje... amanhã, talvez.
Coragem,
Força,
Ânimo,
As estrelas, a brisa...
A noite de sábado,

Já não é tão intenso ouvir Capital Inicial,

Espere, to indo cuidar do bebê...

Seria.

risos

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Algo?

A gente aprende com a experiência a observar a vida,
A gente toma consciência do mundo,
Pena que muitas vezes, quase sempre só tomamos consciência das coisas muito tempo depois.
E fica aquela sentimento de ah se soubesse,
Ah, se o tempo voltasse...

Com o tempo a gente que a maior parte de nossas complicações são coisas de nossas mentes.

Que os problemas na maior das vezes nem existiam...
Nos antecipamos por ansiedade.

Disso tudo fica algo?

Instante

Instante,
Aquele instante seu,
Quando você decide vivê-lo em plenitude.
Um banho frio ou quente,
Ou fica atoa contemplando o nada,
As flores, o céu, a lua...

O que dizer do instante?
Tem que gente que gosta de música,
De leitura, de pescar, de viajar, de dançar...

A gente gosta de existir,
Com saúde então...

E o bom de viver é que a gente pode num instante descobrir algo maravilhoso que não conhecia

como agora mesmo, acabei de descobrir Sarah Vaughan. Que delicia de voz.

Bom gosto de música e você?

Tudo na vida ocorre num instante...

Como administra o seu?

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Aprender a viver

As coisas do mundo que enche a vida,
Folhas secas deitadas no chão,
Pássaro cantando e se alimentando,
A beleza do belo,
A feiura do feio,
A graça do engraçado e do chato também,
O vento refrescando,
O cheiro da chuva,
A água fresquinha refrescando,
Sucos... bem doce e gelado,
A existência é preenchida com tanta coisa...
Cada um vive como melhor aprende.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Real

O que acontece agora podemos guardar por tuda nossa vida.
À primeira vez que ouvimos uma música,
Ou conhecemos alguém ou algo.
Viver é tudo isso... Possibilidades, encontros e realidade.
Quando não.... O que poderia.
E se tivesse sido diferente...
Mas a realidade é o que é e deve ser.
Assim aconteceu.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Resposta

Quando estamos a sós, pensamos mais na vida.
A consciência está mais presente em nós.
Ultimamente, tenho pensado muito na vida,
Bom e esses dias são dias densos e profundos quando não 
conseguimos nos conectar com o mundo ao nosso redor.
E aí vem a pergunta como nos conhecermos nesse universo que pode nos deixar felizes?

Sabe lá, é noite. Um cão late lá fora.
Sinto-me cansado e quando estamos cansados ficamos indispostos.
Será o calor?
Não deve haver uma resposta...


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Verão

Manhã bela quente e dourada,
Cantam as cigarras a chegado do verão,
As grandes árvores florescem lilás,
Frutificam docemente,
Canta a Tangara palmae de bico cheio,
Nas alturas sobre a copa onde o sol se esconde,
Solo e folhas secas,
Que linda e caliente estação,
Que maravilha que é o verão.

domingo, 25 de setembro de 2016

Estranho

O nosso corpo é o nosso ser.
Tenho pensado muito na vida.
Sei que sempre o faço, mas ultimamente ainda mais.
Na minha constituição como ser,
Tenho chegado à conclusões muito materialistas.
E como não chegarmos a tal conclusão?
O nosso envelhecimento não responderia?
A morte...
Ou seja nossa biologia.
Estranho isso.
Assim é.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Aprender a viver

O quarto, a porta que abro e fecho
Quando quero,
Quando posso,
Até quando?
Cuido de minha vida,
Cuido da casa
E agora de flores.
Até quando?
Falta carinho nas relações,
Falta viver a vida,
Tudo é tão superficial,
Tudo está ficando tão banal...

Precisamos aprender a viver.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

somA

Mais um dia, menos um dia.
Daqui a pouca adormeço e é sexta-feira.
Que bom...
À incerteza de tudo.
Esse ser presente no momento neste instante.
Sabe lá.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Desconfio

Penso... Penso. Vivo pensando, mas pensar... Deixa pra lá.
O mundo parece oco ou serei eu?
Dias contentes,
Dias felizes,
Já fui mais ou menos feliz, mas que isso importa?
Que importa é o agora e num desses agora partirei,
Partirá...
Nem perceberemos, ser unidade é isso, a impossibilidade de plenitude...
Foi o acaso que me fez.
Será que sou o que sou?
Desconfio que talvez.
Um dia descubro.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Nostalgia

Setembro,
As chuvas agora se foram,
Céu azul, árvores floridas e muito calor.
O ano de 2016 passa,
Vejo passar mais um ano em nossas vidas.
Secas folhas no chão,
Verde esperança.
Nem tudo está perdido,
A nostalgia toma conta de mim.

domingo, 18 de setembro de 2016

Escolher

Domingo,
Uma manhã ensolarada,
O silêncio e o latido canino,
O som do vento,
Tempo, tempo...
A dúvida sobre o que fazer,
Que escolha tomar
Ou não fazer nada...
Existir numa manhã dominical.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Por quê?

Entre rochas, entre espinhos pode florir flores perfumadas,
Flores perfeitas, maravilhosas.
Entre feras crescem tênues animais,
Porque entre nós, humanos não é possível fé?

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

MANHA

Uma flor,
A manhã,
A lua,
As estrelas,
Pássaros,
À luz do sol.
O mundo,
Frutos pelo chão,
Morcegos,
Marx...
O asfalto frio.
TUDO CONSTITUI O VIVER.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ser

Quem somos?
E isso importa? Cada um é ímpar, mas subjetivo impossível.
O que importa é reconhecermos essa humanidade e nos aceitamos com todas as qualidades e todos os defeitos.
Cada dia que passa em minha vida, não tem sequer um em que não me pergunte quem sou.
As conclusões são cada vez mais claras... Sou um ser efêmero numa terra alheira e tudo que tenho é emprestado, meu corpo é como uma vela que se consome cotidianamente. Um dia vivido é um dia a menos.
Acho que por isso somos tão especiais.
Temos em nossas mãos uma decisão que pode mudar completamente o rumo de nossas vidas.

Mas como decidir qual é a melhor maneira de viver?

Qual é a melhor vida para ser vivida?

Nossas sensações, sentimentos são dualistas, dialéticos... Alegria x tristeza...

Qual é a melhor forma de viver essa vida efêmera?

Desde os gregos, talvez muito, muito antes deles já se pregava o "conheça a ti mesmo".

Talvez só assim reconheceremos nossos limites, e aceitemos a realidade e tentemos mudar a situação.

Mas isso são minhas divagações.

Quais são as suas?

Carpe dien

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

viver a vida

Cada instante da vida é precioso,
Pois sempre pode ser o último.
Todo instante é impar e é o que direciona o momento seguinte.
A gente muitas vezes quer cristalizar os momentos...
O máximo que podemos fazer é fotografar e assim revelar a beleza da vida.
Já chorou de emoção?
Num momento infinito... Talvez nunca sinta.
Só sei que queria congelar congelar algumas coisas...
Viver sempre junto dos pais e avós...
Mas o tempo e o vento tudo muda.
E o amanhã se revela real...
E acordamos experientes e solitários
Vividos, consumimos toda a vida sem perceber sua beleza
 Nunca é tarde para perceber e viver melhor.

Lentamente

Estação,
Estações,
Agora que o sol arde,
Faz muito calor,
Agora que conheço o sol uso protetor,
Uso sombrinha,
Tomo chá,
Já sei me cuidar,
Não dá pra ficar adoecendo à toa...
Chegou o verão,
Céu azul,
Flores brancas,
E a vida para ser vivida bem devagarinho.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Mortal

À noite faz silêncio,
Nenhuma ave a cantar,
Tu é escuro exceto o brilho das estrelas
Que faz descansar me preparar para o amanhã que virá.
Oculto está no destino a real possibilidade de acordar-me feliz.
Esse desconhecimento é o melhor conforto para minha mortalidade.

domingo, 4 de setembro de 2016

Preguiçoso

Domingo,
O sol nasce vivo e reina pleno no céu.
Venta,
Venta muito, um vento frouxo e fresco.
Através da cortina passa pouca luz.
Abro um livro, leio um pouco, penso.
Olho o celular
E fico passando o tempo.
Largo o celular...
Levanto,
Tomo café,
Tomo banho...
E volto a deitar.
E o tempo passa preguiçoso.

Bom então vou ouvir Nelson Gonçalves,
E ouço lindas canções.

Sinto-me sem casa na companhia de mamãe e papai.

sábado, 3 de setembro de 2016

Tempo

Momentos,
Momentos marcam nossas vidas...
São tantos os momentos,
Finitos, porém parecem infinitos...
Não temos noção ou precisão quanto tempo durará.
Hoje, amanhã...

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Ir e vir

Vi ver,
Ser,
Ter,
Algo acaso se leva?
Algo acaso se trás.
Diante ou atrás...
O que é o infinito,
Esse tempo que a gente perde pensando na vida.
Viver é acontecer.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Colorir

Nem tudo na vida são flores.
Temos que entender também os dissabores.
Tempos que viver contudo,
Assim aprendemos com a vida
E ensinamos também.
Vamos ser o que somos,
Fazer o que devemos,
Afinal,
Se algo faz sentido em nossa vida,
Bom somos nós que a colorimos com estes sentidos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Última vez

Onde estou?
Para onde vou?
É nos tempos idos que nós mais nos conhecemos,
Somos esse fluxo contínuo,
Somos o desdobrar do viver,
Nosso amanhã são apenas dúvidas,
Dúvidas...
Por isso que tudo é belo,
Pela incerteza,
A vida é bela...
Sempre pode ser a última vez.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Rita Baltazar

Hoje uma pessoa maravilhosa deixou este mundo.
Uma colega, uma amiga, uma professora com quem sempre aprendia quando sentávamos para conversar.
Adorava brincar com ela,
Nossa querida chefe,
Foi assim que a conheci...
Sempre muito elegante,
Sua voz fina, pausada e doce explicava, explicava...
Adorávamos almoçar no la Gula,
Ela amava doces... e botânica e a vida...

Como falar de uma pessoa tão querida?
Bom não precisa falar,
Seu espírito está nas belas coisas que realizou na vida,
Nos detalhes,
Nas coias que fazia com ética e alegria.

Vai doce Rita,

Amanhã seguiremos todos nós.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Efêmera

Efêmera...
Neste tempo,
O sol brilha intensamente,
O céu é muito azul ao meio dia,
A praia de areia branca
O mar com águas a quebrarem na areia da praia,
Oceano azul...
Tudo que vejo,
É como um beijo em minha mente,
Porque o amanhã não me pertence,
Não sei se meus olhos hão de abrir,
É preciso coragem para encarar a vida,
O tic-tac que nos leva o que não tempos
O tempo...
Tenho escutado mais os pássaros,
Tenho observado mais as flores,
A natureza.
Porque sei o quanto a vida é efêmera.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Lucidez

Aprender,
Temos que destruir para construir,
Construir o novo,
Temos que aprender a aprender,
Temos que aprender a pensar,
Vamos criticar,
Tornar evidente o que se pode melhorar,
Não vamos nos contentar,
Não vamos nos engessar,
Vamos fazer algo hoje,
Porque amanhã pode ser tarde demais.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

O inverso

A presença,
O momento,
Um riso,
Uma piada,
A proximidade,
Cada momento é impa quando se ama,
Cada momento na vida é impar,
Sabendo disso,
Quem dera estivesse do lado de quem amo
Sempre
Sempre,
Enquanto há vida...
Amanhã é outro dia,
Não podemos ter saudades,
Saudades é não viver.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Compreensão

O mundo que conheço
É um mundo simples,
Momentos de contemplação
Revelam-me o mundo e seu modo de ser,
Desce as coisas mais sutis,
Até as coisas mais complexas,
O que define o complexo?
Conhecer o mundo é refleti-lo,
Apreendê-lo, compreendê-lo,
E só ai ele se mostra simples,
As relações,
As percepções,
A vida agitada,
Essa quebra
Que se refaz e desfaz...
Viver.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Quiropterocoria

A noite
Após o sol se por,
Réstias rápidas voam,
Voam sem nada ver,
Voam voando no escuro,
Se orientando pelo som,
Leves e macios morcegos,
Voam de lá pra cá
De cá pra lá,
Levando doces frutos maduros,
Orbitando figueiras,
A noite se passa morcegando,
Essa quiropterocoria.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Em frente

A cada passo que se dar se descobre um novo caminho,
Descobre-se um novo caminhar, novos horizontes,
Sempre em frente, seguir sempre em frente,
Quando quiser parar, pare, olhe para trás,
Mas voltar, as vezes é impossível,
Então pode parar para descansar,
Mas seguir sempre em frente,
A diante...

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Dúvida

Saber viver,
Saber caminhar,
Seguir sem olhar para trás,
O que foi nunca volta mais,
ficou perdido no tempo,
Guardado em alguma memória
Que há de se apagar com o tempo,
E não mais ecoará...
Esse corpo de matéria,
Essa mente  rede de informação,
A essência,
Onde encontrar essa totalidade,
Não há...
Ou há?

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Desabrochar

O mundo torna-se mais lindo quando uma flor desabrocha,
O mar fica mais doce a cada pingo de chuva chovido,
O coração pula de emoção a um olhar correspondido,
Em um um segundo tudo pode mudar,
A vida é concebida
E o mundo em flor desabrocha mais belo.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Molhando a tarde

A chuva fria cai molhando toda a tarde,
E canta, canta suave, acompanhada pelas aves,
Chuva intermitente,
Vai contando o tempo da tarde,
Oculto o sol nem deu as caras
De longe essa luz que as nuvens ocultam
Se desfaz em tarde...
Então, vamos ouvir Liszt...

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O pensar

A beleza do pensar,
Descobre-se pensando,
Descobrir o que pensar,
Faz-se imaginando,
Uma frase,
Uma forma,
Um fenômeno,
O mundo vai elucidando,
Hoje, amanhã, ontem,
Em qualquer direção
O mundo vai se revelando,
E um sujeito se gestando.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Experiência

Encontrar-se
A cada dia que se vive,
Descobre-se uma particularidade nova do mundo,
Faces que estão imbricadas nas pessoas,
Nas faces e nas memórias,
Esse desvelar revela muito sobre quem somos,
Revela muito sobre peculiaridades nossas,
Esse contato com o mundo,
Com as coisas,
Situações
Só nos ensinam,
Porque viver é aprender.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Renovar

No mundo há belezas inefáveis a um leigo contemplador, como sou.
A beleza é.
Independente de tudo.
Ela está  por ai aos olhos de quem procura,
Aos olhos de quem conhece...
E muitas vezes precisa ser revelada...
Algumas pessoas tem essa extensão do corpo, porque não da alma.
Somos tomados ao ouvir Aria (Bach),
Mesmo desconhecendo tudo sobre músicas, notas, instrumentos, todavia somos tomados de uma catarse estética.
Ou não há quem se impressione com uma um quadro de Gogh, noite estrelada, por exemplo.

Somos além da cultura, muito além...
A beleza nos arrebata simplesmente.
Certamente tratam-se de pessoas poéticas...
Doce como Cora Coralina...
Ou como avós que aprenderam a cultivar flores
Só para serem cercadas de beleza...
Ou para não se afogarem na solidão,
Ou não veem porque percebem a beleza e o encanto que há em viver
Que constitui a vida...

Lá fora o sol brilha intenso,
Viridescentes as folhas dançam com o vento,
E a tarde se vai
Com o tempo,
Levando a nossa vida,
E a gente a todo instante se renovando.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Aurora

A aurora que surge encarnada,
Escarlate feito brasa,
Uma fogueira consumida,
Revelando vida na brisa que passa
E atiça aquilo que resta do que era matéria,
E foi consumida, e foi embrasada,
Aurora, da vida sacrificada
O sangue quente que esfria e coalha e talha
E desaparece como o calor que esfria
E leva o suspiro de vida
Que leva o calor da brasa
E é cinza,
E já não é mais...
Aurora abstrata,
Crepúsculo primeiro,
Anunciada pelo canto do galo,
E aqui nos trópicos,
Aqui no nordeste,
Aqui onde o sol nasce primeiro,
Cantam alto bem-ti-vis...
Aurora encontro em ti profunda intimidade,
Sedes fontes de reflexão,
Em Minas música da terra,
Em São Paulo superlotação, movimento,
Em Brasília um braseiro frio e silencioso,
Mulheres vendendo café,
E no sertão resta o forró pé de serra...
Agora...
Cabe uma reflexão
Como percebes o aurora?

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O que?

A prata é prata?
A folha é verde?
O sol é amarelo?
A terra é azul?
O que posso apreender do mundo?

Início ou fim?

Enquanto o instante se desfaz,
O que é deixa de ser,
Seguindo o mesmo sentido,
O tempo e o espaço
Esses conhecimentos a priori,
Essa metafísica do ser.
Esse eterno-devir.
A natureza Heideggeriana...
A construção ou a apreensão de um sentido,
A vida...
O instante que se desvela.
O ponto final.

domingo, 17 de julho de 2016

Crença

Sob esse céu,
Sobre esse chão,
Há homens que valem atenção,
Homens de boa índole,
Homens sem má fé,
Que trabalha
Que vive sob sua fé.

Há um lar?
Há um lugar?
Onde podemos encontrar?
Seu lar é seu coração,
Seu lugar é sua inteligência,
Está em todo lugar.

sábado, 16 de julho de 2016

Convicção

O tempo,
O espaço,
O ser,
A vida e sua teia,
Uma direção a seguir,
Um objetivo a atingir,
Uma meta reta.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Tarde dourada

A tarde partia agradável e dourada,
Sentia-me profundamente feliz,
Não me lembro qual era o dia da semana,
Mas me sentia profundamente feliz,
Algo estava para mudar em minha vida,
Algo, sempre está para ser mudado em nossas vidas.
Todavia naquela tarde era diferente,
A mudança iminente,
Encontrava-me na biblioteca central da Unicamp,
Naquele momento, era um total desconhecido as pessoas que ali interagiam, conviviam,
Todavia, num tempo não tão distante, aquela seria minha segunda moradia,
E aquelas tardes seria só minhas...
Todavia havia dúvidas se daria certo ou não... Havia angustia neste fato.
Nem sabia que estaria vivendo meus últimos dias na capital comercial do pais.
O ano era 2007, o mês outubro ou novembro. Não recordo...
Bom, esperava meu amigo, ansioso para contar sobre a prova.
Nem estava refletindo que aquela tarde estaria selando minha terceira grande mudança na vida.
Vindo do centro do meu mundo, Serrinha para Natal, em seguida para São Paulo e ali chegaria a Campinas...
Um sonho nunca imaginado.
Meu amigo chegou, então fomos embora, escureceu...
No dia seguinte voltei para São Paulo, mas tinha deixado ali uma prova respondida que me permitiria Viver uma de minhas maiores realizações na vida "fazer um doutorado em Biologia Vegetal".
Hoje vendo de fora, sei que se tratou de uma de minhas melhores fases de minha vida,
Veio depois Brasília e aqui estou em João Pessoa!
Até quando?
Não sei...
Sei que tenho milhares de memórias, de pessoas que vivi, que brinquei e que ensinei e com elas aprendi a ser quem sou.
E o processo continua,
Apenas imersa em outra paisagem com o mesmo sol dourado. 

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Essência?

E se vai o meu tempo
Nesse esforço de entender o mundo,
Entender a mundanidade,
De entender o meu entorno,
Consumo meu tempo nesse tremendo esforço,
Agora entendo que a essência da vida talvez seja isso,
Está intrincado ao ser essa busca,
O domínio é transcendente,
Bem até  lá será intenso e profundo meu processo de subjetivação,
Será proficuo!
Se o ato de compreender for realmente uma essência,

O ato de metaforizar...

Estou comprometido com a vida,
Até o dia que ainda tenha sentido,
Se perder o sentido,
Como não faz sentido o ciciar dos grilos,
Ai...
Será o fim

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Meta-física

Essa busca incessante,
Essa convicção atenuante,
Esse querer ser,
Essa condição humana,
Toda a subjetividade,
No vermelho da rosa,
No escarlate do sangue,
No traço de Gogh,
Na pena de Borges,
É assim que o mundo se revela,
Essa dialética
Objetiva e subjetiva,
Ou intuição.

sábado, 9 de julho de 2016

Pensamento

A noite escura, silenciosa e quente 
É o momento perfeito para a reflexão.
Refletir sobre a existência e nossos atos.
O que e quem somos.
A soma de tudo isso pode ser projeção sobre o que seremos.
Noite após noite...
É preciso ter em mente que esse "seremos"
É algo finito, semelhante a parafina de uma vela
Que constantemente está sendo consumida pelo fogo,
Enquanto consumida é luz,
Todavia quanto mais brilho mais alto é o auto-consumo.
A vida é limitada em diversos sentidos e formas...
Só percebemos o escuro e o silêncio quando estamos sós.
Nesse sentido a solidão é importante para nos definirmos como seres.
Fisicamente o escuro, silêncio e calor são solucionados através da eletricidade,
Todavia... Não nos tornamos ociosos, pelo contrário criamos mais necessidades
Que nos impede de refletir.
Se dobrar e nos compreender melhor como seres.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Tamizar

Não seria capaz de descrever a beleza de uma sinfonia de Mozart
Ou a harmonia entre as cores de uma tela de Gogh
Ou uma poesia de Pessoa
Ou um conto de Borges
Ou ainda algo mais lindo que a obra botânica de Bentham,
Ou a sagacidade de Marx,
Ou a inteligência de Sartre.
Não, não seria mesmo.
Apenas contemplo e muitas vezes aprendi através do olhar do outro,
Algumas coisas simplesmente arrebatam como Gogh,
Outras necessitam serem subjetivadas...
Quem sabe para serem objetivadas.
Quem sabe.
Todavia objetivar o mundo é tão maravilhoso
Que tento fazer através da fotografia ou ofertando o que subjetivei...
Ah... se me compreendesses...
Se nem eu mesmo aprendi completamente a me compreender,
Como qualquer outro humano sou encantado com o belo seja eles em qualquer uma das vertentes humanas.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

A beleza das palavras

O mundo se torna mais interessante quando conseguimos compreendê-lo.
Essa compreensão se dar de maneiras muito diversas. Muitas vezes depende da perspectiva como se quer compreender. Especificamente no meu caso, além das experimentações dos sentidos, foram as palavras que me arrebataram completamente. Mesmo desconhecendo seu significado fui atraído pela sonoridade, pela organização das letras... ou talvez não foi nada disso.
O que sempre me fascinou foi saber o que significa uma palavra e na maior parte das vezes o significado está associado a sua origem. Imaginemos que através das várias línguas no mundo há palavras para todas as coisas, objetos, estruturas, situações, meios... Absolutamente tudo pode ser verbalizado, no entanto precisamos do domínio de tantas línguas para podermos sorrir maravilhados.
A mim me fazem feliz o grego e o latim, principalmente o latim língua mãe do português... E como nosso português tá mais para brasileiro mesmo temos ainda lindas palavras de origem tupi, africanas... e tantas outras que desconheço, até mesmo o inglês. E cada dia me surpreendo com as palavras que encontro muitas vezes peneiradas em textos que muitas vezes não compreendo tudo, mas filtro ao menos palavras que dão significado a minha vida. Posso verbalizar... pessoas criaram-na e poderei reproduzi-las para explicar o mundo ou melhor entendê-lo.
Hoje entrei em êxtase ao compreender a palavra Cephalotes. Essa palavra trata-se de um gênero de formiga que tem a cabeça achatada e numa espécie, plana e orbicular. a formiga usa a cabeça para tampar o ninho e as operárias só conseguem entrar se tocarem na cabeça da maneira e frequência correta como se fosse o tímpano. Que genial essa palavra grega Cephalo=cabeça e otes=ouvido ou seja cabeça com função de ouvido.
Passei o dia imaginado como foi genial esse biólogo que descreveu esse gênero.

Indiferença

A manhã que caiu suave,
Os pássaros que despertam antes do sol,
Bem-te-vi, bem-ti-vi...
Sanhaçus e saíras
Que se ouve e não se ver,
Elo intimo da mata altântica que se vai,
Se desfaz em lotes, casas e condomínios,
Agora é prédio e mar,
Restam as saíras.
E a manhã se passa indiferente

ser

A vida vai nos delineando,
Hoje uma palavra,
Amanhã uma situação,
Ontem uma memória,
Agora uma impressão,
Que se prende e sustenta,
E percorrerá o tempo,
A minha breve existência.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Alimento

As palavras e os seus encantos,
Em cada canto há coisas,
Que podem serem verbalizadas
Através de palavras,
Seja em português, mandarim ou alemão.
Quem dera conhecesse todas as palavras,
O  mundo viraria um nada,
A poesia comida de cada dia.

São João

São João,
Bomba, traque, estouro.
Fogo, fogueira, bolo, milho assado,
Gente conversando,
Rememorando,
Papai acendeu a fogueira enquanto a gente
Ria e conversávamos,
Sentado na cadeira de balanço,
O mundo pode até acabar.
Bombas bombando,
Risos.
Até consumir toda a lenha,
Até consumir todo o tempo,
Ano que vem tem mais.

Razão

A vida é um eterno desvelar,
A cada instante que se passa ela se revela,
A cada momento que se revela é,
Esse momento em que a consciência se faz consciente,
Memórias, fatos, a luz qualhada da manhã,
O passado e o presente.
O ponto final de cada frase
Que aponta aquilo que quero expressar.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Acordar

Sobre seixos e poeira
Se debruçaram os pingos da chuva
E o solo hidratou
Fez transformação no sertão,
As sementes germinaram,
Os pássaros cantaram,
As gemas brotaram,
E o que era cinza
Foi tomado de cores e
Das plantas formas floríferas floresceram...
E a vida acordou da hibernação.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Peculiar

A beleza do mundo,
A beleza da vida,
Visão, audição, alfação,
O mundo sendo revelado,
Tudo a mim desvelado,
Intento e compreensão,
O mundo, esse meu mundo,
Mundo muito peculiar,
Onde aprendi a olhar,
E a entender sua lógica,
Meu logos...
E o compreender, se desfecha em universal.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Caatinga

Entre seixos e solo seco,
Lajedos e mato fechado,
Ramos intricados e armados,
O sol a pino,
Entre o criso do mato secando,
E o cinza do mato seco,
O escarlate escorrendo dos rasgos dos espinhos,
O  brilho da roseta do chique-chique,
Que lindo é o meu sertão,
O silêncio do meio dia,
O eco da coruja na noite estrelada e fria,
Na cantarolada da passarada ao amanhecer,
Cabeça vermelho,
Ciririca,
Golinha,
Andorinha
E rolinha,
Insetos mil,
Besouros,
Barbeiros,
Percebejos,
Lava-cu,
E o silêncio hirbernante do cururu...
Caatinga minha digital.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Air de Bach

Poucas coisas humanas perfeição semelhante aquela encontrada na natureza.
A música é uma dessas poucas músicas e Bach foi um dos maiores compositores que aqui respirou.
São tantas suas obras e dentre elas algumas me cativam mais. Tenho certeza que a Air de Bach é uma das obras mais lindas que conheço. Aquele momento que ao ouvir penso na existência, na cortina do tempo...
Ao certo acho que a primeira vez que ouvi foi quando ainda morava em Serrinha. Desde então ouço
E contemplo uma obra perfeita humana.

https://www.youtube.com/watch?v=rrVDATvUitA

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Intermitente

Hoje incrível optei pelo silêncio.
Sempre ouço algo, uma música ou uma palestra...
Todavia hoje quis o silêncio orgânico.
Só o vazio do apartamento...
Quis ouvir o som do mundo, além do ronco dos veículos.
Olho a lua,
Hum...
Fechei os olhos e me vi no sertão.
O sertão plenilúneo.
Hoje preferi fugir de significante e significado.
As vezes os corpos querem serem apenas corpos,
Querem se compreenderem como matéria,
Essa matéria de aspiração intermitente.
Talvez tudo isso seja um pouco da compreensão
Sobre mim, sobre minha consciência.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Consciência

Consciência

Observar
Quem observa, sempre observa algo.
Observar sem contemplar é não perceber, não ver.
Só vemos aquilo que conhecemos,
Só conhecemos o que nos causa curiosidade.
Uma vez que os nossos sentidos são nossas vias de conhecimentos.
Então, na maior parte do tempo estamos descolados do mundo,
Olhamos sem observação,
Vemos simplesmente aquilo que é de nosso interesse.
Todavia  viver é um ato dinâmico é ação
E de uma forma ou de outra
Enfim atingiremos a consciência que é a apreensão de um sentido.

Natureza irracional

Natureza,
Flora, flores, cores, odores,
Troncos, folhas, serapilheira,
Um inseto, uma aranha,
Mamíferos, répteis, peixes,
Uma abelha,
Os pássaros, ah os pássaros,
Passarão, Passarinho,
Um poeta percebe a natureza,
Mas um filósofo,
Um engenheiro,
Sabe lá,
Talvez um biólogo botanicando.
Mas a natureza do poeta,
Visa a estética...
Beira a loucura ser poeta,
Brincadeira singela de criança
A dançar...

terça-feira, 14 de junho de 2016

Seta, caminho

Por que entender o ser?
Coisa de poeta ou de filósofo?
Na maior parte do tempo somos pragmáticos,
Pensar a existência é bizarro,
Mas há tanta coisa mais bizarra,
Como mascar fumo e tocar reco-reco.
Creio que nunca entenderemos de fato o ser,
Não encontraremos uma determinação,
Mas assim,
Talvez a gente consiga pensar a existência
E encontrar um caminho e uma forma de viver melhor.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Curtaurta

Este mundo que leio,
Que não entendo nada,
E que me familiarizo,
Mundo louco,
Mundo muito,
Mundo pouco,
É nele que desvela minha vida,
Essa existência braquia.

Espiral

Agora,
Noite jovem de domingo,
Sempre temos algo a fazer ou a esperar,
Pensamos no amanhã,
Pensamos no ontem,
Resgatamos as memórias,
Criamos novas memórias,
Vivemos e descobrimos no viver
Uma fonte eterna do conhecer do aprender,
E como uma vela consumimos o que temos de existência.
Por isso temos que fazê-lo com sabedoria,
Todavia esta só nos chega com o consumo de nossa vida...
Ah, se pudesse voltar atrás...
Não, não há essa possibilidade,
Viver é movimento,
É devir,
Enquanto soa essa música de Mozart,
Enquanto minha garganta está irritada,
Enquanto meu peito pulsa,
Enquanto sinto desconforto,
A vida acontece,
Tudo acontece...
Pode me agradar ou não.
Acendi um incenso de canela,
Tomei um banho e me perfumei,
Vou jantar e o que poderia ser mais perfeito?
As vezes é importante sair do ideal e viver o real.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Reflexo

A noite é surda, cega e fresca.
A noite por ser sombria
É um mar de solidão
Em que nos afogamos,
Talvez por isso que a noite podemos descansar
E encontramo-nos com nossos sonhos,
E talvez assim a gente tente encontrar o melhor de nos,
Na noite há reflexão.

Mundo vasto

Mundo vasto  mundo de Drummond,
De tão vasto,
Onde me encontro?
Onde me encontro?
Não sei aonde estou,
Porque sou devir,
Agora estou aqui sentado na cadeira em frente ao computador,
Mas em instantes não estarei,
Somos movimento,
E me movimento por onde quero,
Tenho a liberdade que o tempo me permite agora,
Porque o futuro está imbricado,
O passado também
E o que me resta é o aqui e agora,
Esse devir,
Não existe essência,
Não existe nada demais,
Só a eterna liberdade sartreana.
Mundo vasto mundo,
Como subjetivá-lo?
É necessário tempo, tempo, tempo,
Tempo que não temos.
E a tarde cai sem que percebamos,
Então amém.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Quem sabe

A noite,
Um cão latindo,
O cansaço,
A alegria que se esvai,
O corpo que quer descanso,
A vida e seus espaços,
O cheiro que nos atrai ou nos repulsa,
Algo que está oculto a nossa compreensão,
Que se dissolve no nada,
Não se expressa,
Mas...

terça-feira, 7 de junho de 2016

Divagação

Uma aurora,
Pés de Castanhola,
A grama verde brilhante crescendo,
Tricomas de ramos e folhas,
Folhas, flores e frutos,
Troncos e ramos,
Rizomas,
Crescer,
Crescer,
Florescer,
Algo em comum? 
A existência,
A existência,
O que sou o eu,
O que é o outro?
Minha percepção,
Sua percepção,
Unidas nos permitem ampliar o mundo,
Veja as rochas,
Vejo as flores,
Veja o céu,
Vejo um grão de areia,
As formas,
As faces...
Alguma explicação?
Divagação...

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Busca

Porto seguro,
Eis o que buscamos,
Porque sabemos a dimensão da solidão.
Somos seres solitários por natureza,
Desde o nosso nascer até nosso falecer,
São atos peculiares, exclusivos,
Que nos faz esses seres tementes a solidão
E buscamos um porto seguro inexistente...
Talvez tudo que buscamos é o ato de buscar.
Quem sabe?
Quem sabe o que buscamos da vida?
São tantas as variáveis...
Ah...
Sabe lá.

domingo, 5 de junho de 2016

Bendita terra

Bendita nossa terra,
Bendita nossa terra natal,
Essa terra fértil que nos acolheu,
Essa terra fértil que nos alimentou e alimenta,
No passado e no presente,
Essa terra bendita que em teu seio guarda nossos queridos entes,
Que assim viveram, aqui existiram e nos produziram,
Somos parte dessa terra,
Somos o que somos por ti bendita terra,
Bendita terra,
Partiremos para ti,
Mas há de abrigar nossas gerações,
Nosso tempo se esvai,
E com ele nos faz sermos quem queremos ser
E aos poucos nos perdemos,
Mas temos a ti bendita terra.
O amanhã é incerto,
Por isso,
Te amo bendita terra.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Inércia

Apaixonar-se pela vida,
Eis maior adrenalina,
Porque o amanhã é tão incerto.
A vida é tão inserta,
Há tanta incerteza,
O que conta é quase nada,
Mero acaso,
A sua existência,
A sua felicidade,
A sua tristeza,
Eterno devir,
Ser...
Ser o que penso,
Não se não pensa em nada.
Eh. inércia.

Apologia a sexta

Sexta-feira.
A gente se sente bem nas sextas,
Esse dia da semana maravilhoso.
Tenho a sensação que renascemos neste dia.
Hoje, melhor que qualquer outra sexta,
A chuva choveu na madrugada,
A chuva chovia na manhã cedinho,
A chuva brinca, chove, pára...
Gostas se desprendem com ternura dos ramos molhados, viridescentes...
Eh, chuva,
Eh, sexta,
Eh, Carlos Pereira e suas crônicas.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Divagar

O vento não tem soprado ultimamente,
A tarde é bela, mas tão organiza,
Quem dera pudesse voar com o vento
Feito pipa, feito ave a planar,
Ir para qualquer lugar
Onde pudesse esquecer de tudo,
Onde pudesse ser esquecido,
E ainda assim existisse,
Não falo da morte,
Mas falo se uma leveza do não ser,
Algo impressionante como o segundo crepúsculo,
Inesquecível como histórias de aventura,
De superação...
Ah, divagar,
Divagar,
Amanhã...
O amanhã nunca será o dia perfeito,
Então, no mundo nasceu Platão,
Que tirou tanta beleza do mundo,
Com a maldita da razão,
Pensamento linear carteziano...
Deus, Deus, Deus...
Essa loucura passageira que é a vida.

Não caminho

Onde encontrar a substância para viver e não apenas existir.
Cada um encontra a sua maneira.
Não existe receita pronta.
Não acredite em autoajuda.
Sinta a vida orgânica.
Tome suas decisões,
Seja responsável por suas atitudes.
Amadurecer é um processo traumático
E requer muita responsabilidade,
Ser quem se quer ser mais difícil ainda...
E a gente vai sendo ator na vida,
Um dia descobre que não era nada daquilo.
A gente descobre a vida,
Ela nos revela.
A consciência nos vem.
A consciência, como diriam os fenomenólogos,
é a apreensão de um sentido...
E vamos tomando consciência da vida,
E a gente descobre que a substância para viver
É ter coragem de sair da cama e fazer o que pra fazer...
O resto são consequências.
Lembre-se a vida não é teleológica.

Valores

Temos ânsia de entender o mundo. Esse mundo que tem tantas faces, tantas vertentes que o pensamento não consegue ou não tem tempo de conhecer. Nosso conhecimento é tão limitado diante do mundo, todavia há aqueles que sempre querem expandir o mundo. E o fazem a sua maneira.
Meu pai muito cedo com 17 anos tomou exemplo dos amigos, saiu de sua terra natal e foi a terras muito distantes. Saiu de Serrinha dos Pintos seio de sua família e foi para São Paulo numa viagem que suponho deslumbrante, foram 17 dias de viagem. Imagina o medo e a emoção de papai. Menino homem, que quando chegou a aquela cidade não tinha sequer um par de sapatos. Largou a enxada, o sol a pino, para trabalhar na construção civil como servente de pedreiro, abraçado a uma esperança deixou de trabalhar apenas para comer por um salário. Papai que nunca tinha visto dinheiro, passou a vender o seu trabalho e a ter algum dinheiro e ajudar a sua família. Bom filho, bom irmão e bom marido. De papai nunca tive queixa, não tenho más histórias, teve que amadurecer muito cedo. Papai na sua simplicidade foi boêmio, aprendeu carpintaria e não ficava seis meses num lugar e já mudava, queria uma nova obra, um novo lugar, novas pessoas. Papai adorava tirar barato, naquela época varava a madrugada ouvindo Nelson Gonçalves de quem tanto gosta. E quando chegava em Serrinha era o cara. Papai conheceu as grandes cidades o eixo da economia da época: Rio, São Paulo. Descreve de cabeça o centro de São Paulo e do Rio...
Papai ampliou sempre o seu olhar, sempre gostou de conhecer o mundo e hoje o tempo cada vez mais torna-o prisioneiro do seu corpo, Borges já dizia e é o que acontece nos tornamos prisioneiros de nossos corpos de nosso tempo e não acompanhamos o nosso tempo.
Apesar de tudo coragem não faltou, seu entendimento é o de seu tempo, hoje encontra-se imbricado em seus pensamentos, muitas verdades que aprendi com ele se desfazem. Verdades que para ele são teorema, verdades como as políticas, que na época do regime militar era que funcionava.
Papai não leu Foucault, Sartre, Nietzsche... Papai não leu teorias. Tudo que aprendeu foi com a vida.
Ele me ensinou valores que são atemporais. Valores que aprendeu com seus pais e irmãos.
Os valores são atemporais. Vão além das fronteiras do conhecimento. 
Por isso devo tudo a meu pai e a mamãe pelos valores que me ensinou.
Creio que mais que bens materiais valores são aqueles bens que melhor de devem deixar para os filhos.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Sujeito

Ser,
Até quando?
Que importa.
O ocaso,
É quem sabe,
Amanhã...
Talvez existirá,
Talvez não...
Impossível,
Imprevisível...
Esse ser subjetivo...

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Imaginário

Imaginário!
O que sou?
Fecho os olhos e sou quem ou o que quero ser...
De tento ouvir que era mentira,
Desaprendi a imaginar,
Ah, meu imaginário, minha maior riqueza que me tiraram...
Quando criança a sobra de pinheiras ou serigueleira era quem eu queria,
Vivia de imaginar,
Aprendi a fazer as coisas imaginando,
Por isso as coisas saem meio torta,
E dai, Gaudi pensava coisa tortas e todos acham tão lindo...
Ah, já nem sei brincar,
Só sei ser um personagem sem imaginação
Que envelhece e empobrece a imaginação...
A realidade é dura,
As pessoas são duras,
O meu imaginário...
Não é perfeito como contos de Borges,
Belo como pintura de Gogh,
Inteligente como Nietzsche,
Mas é meu...
É bom fazer,
É fazendo que aprendemos,
E quando temos gosto...
Ah, o imaginário.

A chuva na mata atlântica


Que o nordestino gosta de chuva, isto não é nenhuma surpresa, mas há aqueles que gostam mais que outros. Refiro-me ao sertanejo. Como sertanejo tenho propriedade para falar. Gostamos muito de ver a chuva, sentir, ouvir e até mesmo cheirar a chuva. A chuva é nossa esperança de dias melhores. Todavia há sertanejos que não conhecem a mata atlântica, nunca chegaram a ir a capital de seu estado, Natal, João Pessoa, Recife entre outras que chove muito. Lembro que ainda muito novinho quando acabara de chegar na UFRN para cursar Ciências Biológicas ficava encantado com tanta chuva, por vezes aborrecido pelos vário banho que tomei só por não ter um guarda-chuva.
Durou muito a conhecer a chuva na mata. Só quando fui a Pipa, a trabalho, onde dormi numa casinha no meio da mata no Santuário Ecológico, a casa fedia a mofo. Todavia quando acordei ouvi a chuva chovendo, suave intermitente então fui para uma área e fiquei ali sentindo a chuva. A chuva como numa sinfonia usava as folhas das árvores para tocar seu canto. Desfiava seus pingos por toda a manhã. Desprestenciosamente chovia. E vivia pela primeira vez a chuva chovendo na mata.
De lá pra cá foi muito tempo... Vi a chuva chover na mata de São Paulo e em muitos lugares, chuva de verão, chuva de inverno...
Aqui da janela vejo a mata sendo tocada pela mata e dou graça por conhecer a chuva na mata atlântica.

domingo, 29 de maio de 2016

Perdido

Uma manhã ensolarada,
Ruas vazias,
Nem um cão a ladrar,
Ecoa em minha mente,
Memórias, memórias
Daquilo que se passou,
Sem retorno,
Sem retorno.
Minha realidade me desagrada?
Sei lá.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Oração

Aurora divina aurora,
Nesta hora que me levanto,
Nessa hora que bom se há espanto,
Aurora, mas se não dormi
Se nem percebi chegar,
Ah, aurora,
Acalentai os corações perturbados, sofridos, desiludidos...
A vida é tão maravilhosa para que no seio do amor nasça rancor,
Fruto da dor,
E como há aqueles que sofrem que pagam tudo resguardam sua vida para se livrar do sofrimento,
Sofrimento inerente a vida.
Aurora, desperta em mim a felicidade e a alegria de viver,
Ao perceber o quanto tenho nas coisas mais simples,
No que parece um nada, mas que é tudo, um bom dia, um gesto carinhoso...
Desperta em mim contentamento com o mais simples e puro dia,
Pois a vida é feita de coisas simples,
Não somos gênios como Mozart, Borges, Gogh, Gandhi, Nietzsche...
Somos seres humanos normais
Que precisa viver a vida de maneira ética,
Precisamos entender que somos o que pensamos e queremos,
Que meio copo não é simplesmente meio copo é sim meio copo cheio...
Tende piedade daqueles que acham que estão se dando bem as custas dos outros,
Que vendem sua dignidade por bens materiais...
Desperta em mim sempre o melhor que pode ser um ser humano,
Porque um dia aurora não te verei chegar.

É tempo de perceber

Uma flor que desabrocha perfumada encanta o dia,
Uma poesia cheia de mistério,
Uma conversa animada,
A chuva no verão,
Poeira ao vento,
O tempo, o tempo, o tempo...
Tempo pra poder viver,
Tempo para conhecer,
Conhecer o mundo, as pessoas, as histórias e as coisas...
Mundo vasto,
Somos grãos de areia ao vento...
Na praia...
A chuva,
A aurora,
O jambeiro florido...
A vida é beleza.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Interrogações

Cada maneira de ser,
É uma maneira de existir,
Quantas maneiras poderemos assumir como ser?
Haveria de mudar se mudasse a língua?
A cultura? os hábitos?
Será?
Poderia ser outro?

Epifania

Uma manhã de chuva suave,
O caos das vias,
Ônibus lotado, calor,
Nada impede de seguir para o trabalho,
Todavia algo distinto pode está acontecendo neste momento.
Uma compreensão distinta do mundo,
Despertada por uma imagem,
Uma palavra, uma música,
Qualquer coisa pode ser causa de epifania.
Ser causa de uma epifania eis grande gloria,
Sábios são os poetas que as fazem estourar como milho de pipoca.
As vezes a gente aprende a fazer da vida um caldeirão de pipoca.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Hoje

E no fim do dia,
Se fecha um ciclo,
Amanhã, talvez,
Tudo pode ser melhor,
Talvez não,
Todavia quem deve esperar pelo amanhã?
Ninguém...

ininterruptamente

Viçosas as árvores crescem ininterruptamente,
Crescem os ramos e o tronco e as raízes,
Trocam-se as folhas,
Produzem-se as flores e os frutos e as sementes,
Tudo a seu tempo,
Agora mesmo, imponentes na mata
Estão imóveis, não há vento,
Só a luz se difunde se entranha, embrenha-se na mata.
Os fungos sempre a consumir a devorar
Troncos, e ramos e folhas mortas.
Algumas aves a cantar,
Seu canto ecoa na mata.
Eu, mero observador,
Não sou árvore, não sou fungo, não sou ave...
Nem sei o que sou,
As vezes sou árvore, sou fungo, sou ave...
Todavia, buscando sempre saber quem sou.
Espinhoso caminho, de saber quem se é,
Como saber quem se é?
Somos o que queremos ser,
Mas a moral, mas os códigos, mas tanta coisa nos desvia de nós mesmos...
Ser um ser livre.
E as árvores crescem ininterruptamente,
Como os nossos anos.

domingo, 22 de maio de 2016

Angústia

Como conseguiria escrever sobre o que sinto e penso
Sobre a existência, as sensações tão peculiares.
Há momentos em que penso que vou explodir de alegria, algo que creio ser felicidade,
No entanto no mesmo dia surge em mim um vazio intenso
Sinto meu peito tornar-se oco como uma caverna carbonática.
Varia tanto em meu ser todos os humores.
Feito milho numa panela aquecendo
E pipocas sendo estouradas...
Não entendo meu ser, não entendo a mim.
Minha memória é um espelho do passado
Que a todo momento como uma galeria expõe quadros
E me faz pensar no passado,
E me faz sentir um profundo niilismo,
Que me deixa descontente estando sou ou acompanhado,
Todavia na solidão creio serem menos brandas as sensações de vazio.
E vai se consolidando em mim um mundo ideal.
Existencialismo,
Kafkianismo,
Borges, Gogh, Mozart...
Aqueles que amo, nem eles me permitem expressar minhas sensações.
Esse meu ser inquieto,
Que garimpa na palavra um sentido para viver,
E nada encontra,
Nada me define...
Ojeriza,
Sabe lá...
Esse medo da vida.
Essas sensações inverbalizavéis, inexplicáveis,
São parte da angústia de nossa existência.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O melhor

Esse chegar,
Se apossar,
O amanhecer pós-madrugada estrelada,
A noitinha plenilúnea,
O silêncio...
Esse silêncio ensurdecedor,
Uma música,
A melhor melodia
Que nos enche de alegria,
Ah esperança que sempre
Enche os nossos corações
A qualquer hora...
Porque viver é a melhor coisa na vida.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh