sábado, 1 de agosto de 2020

2. A vida

A vida parece sempre vazia.
A vida parece incompleta.
Nela o tempo não passa.
A vida é ímpar como tudo é,
Tudo acontece como tem de acontecer,
Com ou sem tempero.
A vida é inadequada,
Um grande acaso.

1. Oração

A noite, o dia, o sol e a lua eternos são,
Cotidianamente vem e vão.
Na anoitecer de uma vida 
O amanhecer de outra vida,
O medo, o carinho e o amor, 
De quem já viveu,
De quem vai viver,
Como em um ciclo vital,
O medo de não ver mais as flores e os filhos,
O medo do desconhecido.
Oh fé, esperança, 
Oh Deus pai, filho e espírito santo,
Ensina a suportar nossos sentimentos 
Basais, terrenos.
Ensina-nos a aceitar a vida como ela é.
Amém.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

61. Enquanto

O céu azul, limpo e completamente nu.
Um grande vazio celeste onde só o sol explendorosamente brilha.
Aqui na litosfera, na biosfera sob a sombra 
De uma pinheira, sinto o frio fresco da manhã. Ao meu lado num pequeno chiqueiro piam pintos órfãos de chocadeira.
No ar o cheiro do chiqueiro de porco.
O chão úmido e enxombrado e frio das sombras noturnas da noite passada.
A noite passada teve uma luz fria da lua crescendo.
Tudo acontecia enquanto dormíamos em paz.
É tão bom tudo isso quando estamos com quem amamos enquanto há vida.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

60. No mundo

Depois da noite de chuva,
A gente levanta e ver a terra molhada,
A gente sente o cheiro do mundo.
A gente tem inúmeras sensações.
São memórias, são construções
É a realidade.

59. Abelhas

Com a chuva de ontem o mato ficará verde por mais dias. Mais flores florescerão.
As abelhas abelharão.
E eu estarei mais contente.

58. Saber popular

Conhecimento popular é algo encantador e meio que mágico. Aparentemente, desprovido de método. É um tipo de conhecimento empírico. Acho fantástico.
Recentemente presenciei a eficácia deste tipo de saber. Estou na casa de papai é fim de julho e do período de chuva. O sol já se encontra no céu limpo querendo torrar tudo.
Primeiro foi papai que disse vai chover ainda os trovões que deram foram muito fortes na última chuva. Dias depois tio Itamar anunciou a mesma coisa que ia chover, pois os trovões haviam sido muito fortes. Só ouvi, mas não dei crédito ou descrédito. Então, ontem à noite, acordei com o som e o frio da chuva. Nossa que maravilha a chuva e a eficácia do conhecimento popular. 
De certo os mais velhos já professavam esse saber e por mim o mesmo alcança mais um fôlego.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

57. Pauta

O som do vento soprando no telhado é maravilhoso.
A tarde nublada e silenciosa.
Na rede olho o telhado
E tento ver o meu eu,
E não vejo nada,
Tudo fora é consciência,
Tudo não passa de consciência e desejo
De que tudo dê certo e sem enganxo.
Na pauta de nossa alma.

56. Anum branco

O sol no céu limpo e azul 
Vai crescendo para o cimo.
Vai crescendo para o cimo.
Um bando de anum trespassa,
O céu da casa,
Céu da casa,
Passam planando e gritando,
Anum branco.

55. Algo místico

Neste vasto universo,
Construir um verso,
Com cara e sentido,
É algo de útil a ser construído,
Ou melhor a ser vivido,
Para isso é preciso trabalho, 
É preciso paciência,
Porque o sentido precisa ser real,
Algo intenso ou visceral,
O uni e o verso,
Algo como Humberto Golden fez,
Como Osho, como Chico Xavier,
Místico, mas também real.
Algo que encante como me encantou.

terça-feira, 28 de julho de 2020

54. Coisas boas

Há dias estamos aqui em mamãe onde podemos contemplar céus noturnos estrelados e frios, cantigas de grilos.
E ao amanhecer despertar com o galo-de-campina e o encanto-de-ouro.
Não tem como não gostar e se adaptar com essas coisas boas.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

53. Sementes

Estes dias, nestes meses, me fazem pensar ainda mais na vida.
Tudo que vem acontecendo de maneira tão atípica.
O trabalho que faz falta, o preenchimento de atividades em casa.
Venho pensando de maneira diferente,
Mas igual.
A consciência de que tudo passa grita
Quando estamos sem metas.
A mata e campos floridos vai secando,
As aves cantando e sem uma câmera é tão difícil capturar uma imagem boa.
Fazer bem feito.
Eis o que nos perturba e nos impede de seguir.
Acho que estou me sentindo uma roça no fim das chuvas só restam as sementes.

domingo, 26 de julho de 2020

52. Força de vontade

Gosto muito de filosofia,
Gosto de música,
Gosto de cinema,
Gosto de todos os derivados de açúcar.
É difícil explicar algo sobre mim.
É difícil entender as coisas que queria 
Que entendesse.
Na minha mente quase tudo faz sentido,
Mas me falta uma lógica linear que me permita objetivar.
Talvez a fotografia seja a única coisa
Que me permite expressar.
Talvez seja a falta de originalidade.
Nunca se sabe.
Resta buscar encontrar uma identidade peculiar que me faça ser original.
Talvez seja uma tola vontade,
Talvez não.
Organizar o mundo é uma tarefa complicada,
Mas temos que trabalhar e continuar tentando.

51. Na vida

A mata fechada coberta de folhas é tão amena que é gostoso ir e vir.
Belo e agradável como uma poesia,
Como uma composição executada.
Há tanta beleza em tudo que a gente fica
Sem palavras.
Só na vida.

sábado, 25 de julho de 2020

50. Poesia do picapau

A tarde caindo,
Dourada luz enverniza 
As coisas de dourado,
Galinha numa barulheira,
Aqui do lado corrochiou um Pica-Pau
Que delícia sentir a tarde caindo,
Com o vento soprando
E o cheiro do mato secando.

49. Percepção

O sol arde murchando as flores,
As plantas mais aromatizadas 
São as mais duradouras,
Os cheiros, as cores e os sons deste lugar,
Lugar meu, terra minha,
Aproximação de minha essência,
Porque as coisas daqui são simples e me faz muito bem.

48. Metamorfose

O tempo vai passando
E mais uma estão chega ao fim.
Já não chove mais neste ano.
E a seca se aproxima rápido,
As ervas floridas secam sem murchar.
A cajaraneira solta seus últimos frutos
E o chão amarelo se torna rufo de folhas.
As aves voam e cantam em sincronia.
Grilos e cigarras cantam e comem desesperadamente,
Jajá tudo estará diferente,
A água já secou.
As arribações estão chegando...

47. Verão

O céu todo azul 
O céu todo nu,
O sol intenso começa
A escaldar no sertão,
Cigarra a cantar,
O vento a soprar,
Encanto e desencanto,
O oculto nos nossos pensamentos.

46. Telhado

Aqui no interior quando acordo
A paisagem mais próxima é o teto
De telhas sem forro,
Vejo formas geométricas no cruzar
Das linhas e ripas em  diagonal
E dos caibros em longitudinal.
A organização das telhas com as frestas
Num tom ócre,
Vejo lanças, vejo facas,
Não limito minha imaginação,
Nem teria como
A imaginação não tem limites,
É nosso maior bem.
Vejo as perspectivas mudarem,
Penso no que acho certo,
Talvez nunca no errado,
Nosso limite é a nossa subjetividade
Ou nem isso.
Melhor ficar quieto sem pensar em nada.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

45. Despropósito

Essa luz diáfana,
Que brilha entre folhas
Sob a copa das árvores.
O frio da sombra das árvores.
O canto das aves.
Luz, luz, luz.
Fico aqui matutando,
O físico e o metafísico,
Penso.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

44. Assim é

A tarde cai silenciosa.
Nublada e fresca,
Pacientemente esperamos o tempo passar.
Melhor assim.
Agora a toa relaxando imóvel apenas ouço 
O zumbido de asas de insetos,
Cantos de pássaros.
O vento fresco sopra em lufadas.
Canta um ou outro sabia.
Assim é

43. Partida

Este ano quando começou estavamos todos juntos. Não sabíamos o que ocorreria.
Conversamos, rimos, trocamos idéias e afetos. Todavia algo mudou. Algo inimaginável aconteceu. Mudastes de mundo e nós ficamos aqui atordoados.
Não cremos ainda que partistes.
Este mês a lua nascerá sem ti. 
Está estação de seca virá sem ti.
Tu dormes na eternidade.
Quando isto acontece só quem fica sofre.
Assim é.

42. Por quê?

À noite, às vezes, nos acordamos
E perdemos o sono.
Quase sempre ficamos pensando no inútil.
Pensar no inútil é tentar resolver o irresovível.
Está no instinto e não na razão pensar.
Assim é.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

41. Mudança

Vi o sol no céu azul,
Vi o calor arder,
Vi as plantas secarem
Cobertas de pélos,
As flores murchas,
Os frutos maduros estourando,
Agora que as chuvas se caem,
Vem o verão,
Com suas peculiaridades,
Precisamos de tudo,
Seca e chuva,
Noite e dia...
Assim são as coisas.

terça-feira, 21 de julho de 2020

40. Ousadia

A prática de olhar
Ver e perceber o mundo,
Num espaço e num lugar.
Onde estamos?
Onde iremos?
Tempo, tempo e tempos.
Temos tão pouco de tudo.
Vamos aprendendo ao viver.
Só isso.

39. julho presente

Julho mês das flores e dos frutos.
No roçado as plantas já secaram,
Tanto o milho e o quanto o feijão 
Só as favas e jerimuns estão verdes,
E as ervas todas floridas de todas as cores,
Alvas,
Lilases,
Rosas
Violetas,
Amarelas, 
Azuis...
Tão belas cores ornadas de formas simétricas.
Perfumadas e visitadas
Por mariposas, borboletas e abelhas nunca vistas.
E julho se vai
Até o ano que vem.

domingo, 19 de julho de 2020

38. Carnaúba

Uma estipe linheira com base áspera,
A pluma é composta de folhas pediladas,
Sendo o pecíolo aculeado,
E a lâmina foliar plicada,
As Inflorescências são panículas laxas
E os frutos Drupas orbiculares,
Estas nascem nos baixios.
E crescem se abanando
Chiando...
Eis a beleza da carnaúba.

38. Realidade

A paisagem ainda está verde.
O sertão não virou cinza ainda,
Todavia já faz calor.
O céu azul traz o vento fresco 
Que logo estará aquecido,
Nuvens alvas desfiadas,
O galo cantando,
Bezerros urrando.
Realidade é isto.
A ilusão foi descortinada,
Assim se passa a vida.

sábado, 18 de julho de 2020

37. Categorias

Aqui tudo é diferente.
O tempo e o espaço.
As estações,
As luas.
Há um mistério nas coisas.
Tudo quer ser racional,
Porém sendo totalmente emocional.
As coisas tem sentido para quem as constrói.
O espaço e o tempo.
Categorias físicas ou coisas do gênero.
A gente só vai se familiarizando com o tempo.
Cada um em sua velocidade.
Alguns chegam e concluem o fim,
Porém outros estão perdidos no tempo e no espaço.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

36. Amanhã

Amanhã se tudo der certo vou ouvir Borges.
Amanhã antes do café vou relaxar.
Vou ouvir um pouco da arte.
Amanhã vai ser tudo diferente.
Que Deus abençoe o amanhã.
Hoje matei a saudade de amigos.

35. Saber

Assim se vai e se passam os dias.
Aprendendo.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

34. Peculiaridades

As paisagens,
A vegetação,
Os animais,
Tudo que vemos e não conseguimos ver,
Tudo que constitui o sistema,
Cada uma das engrenagens,
É algo que merece ser universalizado,
Desvelado,
Para que possamos entender melhor o mundo em que vivemos.
Talvez assim possamos aceitar melhor a realidade,
Já que tudo é efêmero,
E cada espaço ou lugar tem suas peculiaridades.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

33. Hipótese

Pensando criei uma hipótese para a frieza de julho e agosto aqui em Serrinha do canto.
Acho que o frio é porque nessa época, temos
Muita sombra de árvores e por isso o clima se torna mais ameno.
A proporção que seca avança as folhas e sombras se acabam e o calor passa a predominar.

terça-feira, 14 de julho de 2020

32. Aconteceu

À tarde, chega lentamente.
O sol se escondeu nas nuvens,
Na sala deitado na rede contemplo
Os sons e os cantos das aves,
Sinto o cheiro das flores de mimosas,
Aqui e ali cantam aves 
O papa-cebo,
As galinhas.
Ainda de manhã sai pro mato,
Vi flores florindo,
Vi beija-flores,
Vi uma cobra de cipó,
Vi uma Senna trachypus,
E a manhã passou,
E assim é.


segunda-feira, 13 de julho de 2020

31. Julho

Julho chegou,
Os lagos secando,
O vento soprando,
As flores florescem,
Polinização de flores pequenas
E formação de frutos secos,
Que beleza.

30. Contingente

Céu azul,
Sol intenso
E o vento.
Está terra,
Estas paisagens,
Com suas plantas e suas flores,
Nosso modo de viver,
Nosso modo de ser,
Sem muita filosofia,
Aqui a poesia é a vida,
É ser.
O amarelo chamaecista,
O rosa jitirana,
Azul nil da Ipomoea.
Cachorro e gato descansando,
Pintos e porcos comendo,
Descansando,
Sei lá,
Às vezes, a vida é sublime,
Às vezes, trájica,
Às vezes májica,
Sempre contingente.
E assim viver é aprender
E aprender é viver.

29. Tanta beleza

O vento frio de julho,
As floradas de Jitiranas,
O fim do ciclos das águas,
As aves cantando,
As ervas secando
E pulsando de flores e frutos,
Insetos chirliando,
Sabe aqui tudo é tão Natural
Que parece nem acontecer,
Algumas coisas estão ocultas a nossa vistas, outras ao nosso conhecimento,
Mas a beleza plena se encontra aqui,
A beleza plena está com cada um de nós.

domingo, 12 de julho de 2020

28. Fim de estação

Choveu e choveu muito de janeiro até agora em julho.
A terra esfriou e ficou muito úmida.
As sementes germinaram e se desenvolveram.
A potência em ato.
Agora é fim de inverno quando as ervas secam e arbustos, árvores e lianas adormecem perdendo suas folhas.
Mais um ciclo concluído.
Quantos ciclos contemplei
Mais de vinte ou trinta.
Fui e sou feliz com estas sutilezas.
A vida é tão sublime
Que se desvela sempre em minha alma.

27. Felicidade

Despertei feliz,
Quem não despertaria.
Com essa enunciação.
Ainda estava escuro
Quando ouvi duas aves cantando,
Os pássaros mais lindos
A cantar e cantar seu canto.
Um encanto-de-ouro e um galo-de-campina.
No conforto de minha cama,
Ouvindo aquela linda melodia.
O que poderia ser mais belo?
A felicidade é assim
Nós preenche com as coisas mais simples.

sábado, 11 de julho de 2020

26. Mudança

A tarde caiu,
Ainda jovem e luminosa,
Canta sem parar a cigarra,
Piam os pontos,
Cantam galinhas e aves.
Cá estamos noutro cenário,
A espera de uma nova mudança,
Pois tudo muda,
Tudo está constantemente mudando,
E isso é belo e é divino.

25. Eterno

Os pica-paus vocalizam no fim da tarde.
As ramas amarelam,
Os calumbis florescendo e embelezam 
E perfumam minha vida.
Os anos passaram para nós.
A vida se reproduz e continua.
Tanta coisa que me encanta.
Nada é ou pode ser eterno.

24. Vontade

Ontem à noite choveu.
Chover em julho não é comum.
É fim de inverno.
A mata ganha florada,
Ervas, trepadeiras e lianas se encenam 
Para sair de cena.
Logo será outra paisagem.
O ciclo anual se fecha mais uma vez.
Agradeço a Deus por tamanha graça
De poder contemplar mais uma vez 
Está outra paisagem,
Que vai mudando todos os anos.
É uma grande alegria.
Amanhã quem sabe estarei aqui,
Mas fica aqui minha vontade de existência.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

20. Coisas da vida

Viajar por aí e ver o mundo.
Este mundo com suas paisagens
Cheias de formas e combinações de cores,
Os altos e baixos, curvas e retas.
O ir e vir das pessoas,
No ar os pássaros,
O vento.
Já no sertão,
No sertão paraibano
De rosa estão vestidos os pau-darcos
Ou ipês roxos,
Todos num espetáculo de encher os olhos,
Coisas da vida.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

19. Oculto

Os dias são sempre distintos,
Apesar da grande semelhança.
O tempo passa e as coisas mudam.
Somos resistentes as mudanças,
Visto que somos capazes de nós acostumarmos e as mais variadas coisas.
Tudo é muito obscuro e desconhecido.

18. Fé

Dias de paz e alegrias para uns,
Dias de tribulações e tristezas para outros.
Será mesmo o mundo dialético?
Tenho esperanças que não.
Que seja reticulado e não linear.
E fé que esteja evoluindo nesta vida.

terça-feira, 7 de julho de 2020

17. Encontro

Ter fé é um dom,
Ter fé é uma graça,
Só os grandes tem,
E aqueles que não tem,
Busquem.
Tudo é muito incerto,
Exceto a morte.
Tudo pode acontecer, inclusive nada,
Nesse universo contingente,
Devemos descobrir
O que achamos melhor.

16. Fusão

A natureza com seus elementos,
Ar, égua, fogo e terra.
A fluidez
Dos átomos ordenados em moléculas.
As propriedades das substâncias.
Absorção e liberação de calor.
Água no fogo,
Ebulição,
Mistura e difusão
Preparo do chá,
Odor e sabor com as propriedades das ervas.
Do orgânico.
Significado de significados,
Complementares e incompletos.
Entender é o primeiro passo para uma relação duradoura.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

15. Um pouco

A rotina faz tudo parecer igual.
Embora tudo seja completamente diferente.
Na maior parte das vezes não percebemos,
Nem imaginamos.
Há tanta coisa que pode ser percebida.
Não distinguímos os limites
Se é que existem.
Estou com medo.
Mas preciso de força.
Todos precisamos.
É noite de lua cheia.
Céu nublado.
O que vemos através das nuvens?
Paz é tudo que peço.

14. Fatos e relações

As coisas ocultas embaraçam nossa mente.
Abstrações,
Metafísica.
Tenho cada vez menos certezas neste segmento,
Cada vez mais desconheço o mundo,
Ao entender que as leituras que fazemos do mesmo é um balaio de subjetividades.
Tentar entender talvez não seja o caminho,
Mas tentar ver por meio de classes, categorias...
Entender os fatos,
Pois tudo são relações.

domingo, 5 de julho de 2020

13. Agradam-me

Calma a paisagem seca da caatinga me faz sentir paz.
Sentado no banco sob o alpendre da casa,
Olho o nascente e vejo os serrotes e serras
Numa paisagem árida de vegetação e
Seca espinhosa de ramos intrincados.
Sinto o calor do dia e o frescor do vento.
Sinto o tempo.
Gosto de coisas simples como esses lugares,
Seus abrigos, dormidas e comidas.
Gosto do som do chocalho, do rincho do jumento.
Gosto da sensação de vastidão,
Do meu desconhecimento.
Onde sou nada e sou tudo,
Do desconhecimento dessas matas, rochas e serras.
São dias de felicidade viver aqui neste lugar,
Chamado fazenda Almas.

12. Organização

Sensações
O que vejo, sinto, percebo são impressões.
Impressões que podem ou não tornarem-se percepções, saberes.
Os sentidos as vias do saber para se transformar em conhecimento
necessita de organização.
Esta organização pode ser agrupada em forma de classes, categorias.
Contra isto há o mundo adverso, desordenado.
Cheio de ciladas...
E é ai que me perco.

sábado, 4 de julho de 2020

11. Divagar

Há tanta coisa bela na vida.
Escolhemos sempre aquelas que temos afinidades.
Se não escolhemos, acabamos sendo escolhidos.
Algo assim.
Quiçá a natureza pode se mostrar plena e bela,
Ou acontece de estarmos no lugar certo.
Às vezes, ficamos indispostos com tudo.
Mas é coisa de nossa mente e de nosso interior.
Vivemos assim dialéticos ora se achando perdido,
Oras se achando no prumo.
Nesse universo contingente.
O que é o belo?
Talvez Villa-Lobos que ouço.
Talvez o que estou tentando fazer,
Porque a existência é densa.
Tenho certeza e convicção disso,
Quando me leio percebo isso.
As coisas vão acontecendo contingentemente.
Vamos fazendo o que podemos.
E as coisas belas como as flores podem aparecer.
É preciso algum capricho e paciência.
Só.

10. Colheita

O campo após cultivado,
Foi abandonado ao descanso,
Depois foi limpo e fertilizado,
Veio a chuva e choveu,
Fazendo germinar a semente.
O sol aqueceu e permitiu que as plantas se desenvolvessem.
E estas plantas cresceram,
Floresceram e frutificaram
E teve fruto e semente,
E num lupe quantas gerações aconteceram?
Quantas coisas?
Ocorreram, ocorrem e ocorrerão.
Onde estamos neste tempo vegetal?

9. Amor incondicional

Amar, 
Amor de mãe,
Amor incondicional,
Amor incalculável,
Sob todos os prismas,
Energia, fé e gratidão.
Amar além das fronteiras da realidade,
Da existência...
Amar em tempos de paz,
Amar em tempos de gloria,
Amar em tempos de alegria,
Amar em tempos de dor,
Conjugar sempre este verbo...
Sempre...

sexta-feira, 3 de julho de 2020

8. Tentar

Por vezes não conseguímos nos expressar,
Mas conseguímos sentir,
Conseguimos sentir algo que se alinha a nossos pensamentos
Transmitindo nossas sensações.
Sentimos através de alguma música,
Algum poema.
Sentimos uma necessidade de expressar,
E se esvaziar de coisas que nos preenchem e nos faz sentir mau.
Como extrapolar?
Tentando...

7. Coisinhas

A chuva cai fresca e suave.
Como é gostoso ouvir o chiado da chuva chovendo.
As portas e janelas abertas fazem o ar circular,
O cheiro de chá de mate,
Som de clarinet tocando Beethoven,
As coisas, às vezes até fazem sentido.

6. Sentido

O que é um  sentido?
Não conseguirei escrever sobre o sentido,
Porque sei que são muitas as faces que tem a palavra sentido,
E algumas totalmente distintas.
Todavia, sentido toma uma face quando adicionamos um complemento.
O sentido da vida por exemplo.
Sentido me remede a direção.
Os sentidos absorvem na direção mundo corpo.
Queria pensar sobre o sentido da vida.
Se existe um significado, aqui a palavra sentido ganha uma outra roupagem.
Pensamos em sentido quando estamos desiludidos.
Por medo de não existir a direção que desejamos.
Só isso por enquanto.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

5. Metamorfose

Tudo pode mudar numa fração de minuto,
Tudo esta mudando o tempo, mas não percebemos tais transformações.
Não vemos as coisas acontecerem até que estas se expressem
Por meio de fenômenos.
Essa revelação pode ser dolorosa.
Esse mundo contingente...
Nossos medos,
Nossas angústias.
Nossa fé
Na vida,
No amanhã,
Na possibilidade...
Sabendo que uma metamorfose está acontecendo o tempo todo.

4. Sós

A tensão que se cria com a dúvida é terrivelmente desgastante.
Os momentos que vivemos que dependem de reações internas a vista oculta,
Nos consome, nos corrói por dentro.
Neste processo, ficamos todos atordoados,
Sem um norte.
É preciso fé.
É preciso força para não sucumbir aos nervos,
Esta existência prova-se uma atividade de potência.
Vivemos superando os limites da existência.
E não sofremos sós.

3. Matéria para poesia

As coisas ao redor,
Essa realidade dura, objetiva
que nos imprime impressões, percepções,
Que nos afetam.
Coisas que podemos mudar,
Transformar...
Essas coisas são apenas coisas
E a maneira como lidamos com estas
Depende da maneira como as tratamos em nossa mente.
Oras temos um turbilhão,
Oras calmaria,
Bom é poder transformar tudo em poesia.
E deixar a vida menos vazia.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

2. Passar

Os frutos maturam nos ramos,
As folhas perdem o verde se amarelando,
As ervas florescem e secam.
As aves cantam alegres,
Seus filhos cresceram,
O céu azul durante o dia
E atropurpúreo a noite,
Assim é 
Assim chega julho,
Assim vejo e sinto o tempo passar.

1. Transição

Julho recomeça com uma manhã nublada e chuvosa.
A madrugada nublada e neblinosa,
Abre o mês do Cesar.
Enquanto isso, tenho uma perturbação na vista.
Julho mês das flores e das cores e do frio e da transição.
Transição entre inverno e verão.

terça-feira, 30 de junho de 2020

80. Junho

Junho parte,
Mês que me deu alegria e tristeza,
Uma chegada e uma partida,
Chegou um bebê e partiu uma avó.
Mês de festas juninas sem festa, sem fogueira, sem bombas.
Mais um mês na vida.
Mês das floradas no sertão,
O perfume das juremas, calumbis e cumarus.
Do rosa das Jitiranas,
Mês do vento frio,
De céu azul e noites estreladas.
Assim se vai...
Vai com o pai.

79. Conteúdo

O tempo essa matéria valiosa
Que nós utilizamos,
Que consumimos e que nos consome.
Quanta matéria ainda temos?
Muito ou nada?
Ah!
Esperança,
Paciência,
Memórias.

O que carregar conosco?

segunda-feira, 29 de junho de 2020

78. Significado

Os espaços, lugares e as referências são palcos de nossas existências.
Os anos unidade de tempo
Não nós faz apagar completamente as memórias.
Tenho me aproximando bastante de memórias de meu avó José das Neves Teixeira, pai de mamãe.
As memórias são dos domingos quando íamos visitá-los lá no sítio de fora.
Vovó velhinho tinha um topete alvo,
A voz era meio rouca e arrastada.
Chegava na casa da vovó e ia para a sala sentar numa cadeira de balanço.
Não entendia as conversas.
Não entendia o lugar.
Ficava olhando as gaiolas e esperando o tempo passar.
Se as vezes chegava alguém lá se tinha mais conversas.
Nunca falava só ouvia e prestava atenção.
Não sei como mamãe se achava ou se via alí.
Se sentiria em casa?
Não sei, acho que nos demos um novo significado a vida dela.
Não sei. Sei que mamãe amava muito vovó e fazia questão de cuidar.
As vezes ficava olhando os arredores da casa, olhando o mundo que em nada tinha significado.
Assim foi.

77. Pensamentos

O silêncio,
As ruas vazias...
A madrugada  estava nublada,
Choveu,
Depois o céu abriu,
E no azul-marinho um planeta amarelo parecia piscar.
Caminhei pensando
Nas coisas que acho certas
E aquelas que acho erradas.
Acabei me perdendo em meus pensamentos.

76. Tarde

Tarde,
A tarde cai lentamente,
Cai nublada,
Cai fria,
Sob o vento frio
Que passa,
Que passa,


Tarde,
A tarde cai suavemente,
Entre nuvens,
Entre o vento frio.

domingo, 28 de junho de 2020

75. Domingos

A flor do momento,
Memórias, memórias,
Memórias que se constroem e de deletam,
Nessa arte de tecer a realidade,
O presente e o passado,
Avaliando, pensando, organizando...
Memórias que florescem agora,
Hoje, domingo, mais um domingo,
Entre tantos outros, porém a potência vira ato,
E a soma de todas as memórias de domingos
Se funde em realidade,
Nesta realidade!
Realidade peculiar...
Que pode ser última.

74. Existência

A realidade,
Esta realidade momentânea
Que muda incessantemente,
E funde o tempo no espaço,
Num eterno devir,
Deixa de ser e vem a ser.
Esta existência que nos faz e desfaz.
Esta existência que é uma energia,
Que é contingente.
Ponho-me a pensar
No que somos no tempo e no espaço.
Somos substância e energia...
Somos movimento, somos relações,
Mais nada. 

sábado, 27 de junho de 2020

73. Viver

Tem certas composições que nos faz pensar na vida
E perceber que a vida é como uma flor bela, perfumada e passageira.
Na maior parte do tempo não percebemos,
Não tomamos consciência deste fato.
Às vezes, quando percebemos já se passou.
Já se passou a infância e a adolescência e a idade adulta e por fim
Que estamos velho e o que falta é apenas a última fase.
E tudo isso pode ter um significado 
Que pode ser lido como bom ou mal.
Cilada da linguagem?
Quem sabe.
Cada um tem uma forma de ler e entender o mundo,
Mas não pode fugir ao fato de sentir e perceber 
Nas coisas que são unanimes,
Como a beleza e o perfume das flores,
A doçura dos frutos,
A beleza do céu!
Coisas que descobrindo apenas vivendo.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

72. Gerar

Hoje vi uma forma de bebê
Num aparelho ultrassom,
Vi pela primeira vez uma forma
Vida numa barriga,
É meu filhote que cresce na barriga
De Dayane, sinto felicidade,
Por ela, por nós e nossa criança
Que tá sendo gerada.

71. Coisas

As coisas sempre se apresentaram como realmente são, nem mais ou menos.
Somos sempre nós que fazemos uma leitura
Subjetiva do que vivemos.
Por isso, as coisas podem se apresentarem compostas por diversos prismas.
E sempre voltamos a beber na fonte da memória, recriando as coisas,
Fazendo uma nova leitura ou reforçando 
Nossa visão.

70. Aprendendo

Entender este mundo,
Assimilar tantas impressões e sensações!
É uma coisa grande,
É ser e viver,
Talvez nunca entendamos,
Talvez nunca tenhamos consciência de tudo,
Nem mesmo das coisas pequenas de nossas vidas,
Mesmo assim resistimos,
E seguímos com ou sem medo,
Só nos resta seguir em frente ou mineralizar num solo qualquer.
Assim somos,
Assim é nossa matéria,
Assim se comporta nossos sentidos,
Assim age nossa carne,
Assim regem nossos neurônios,
Descobrindo, experimentando,
Aprendendo 
Até o fim.

69. Algo assim

Onde começa e onde termina o tempo?
O que é novo e o que é velho?
Podemos falar algo sobre?
Minha experiências e minhas memórias
Gotejadas no tempo,
Nas situações,
Nas sensações,
Os fatos,
Tudo são relações,
Tempo e espaço!
Hoje verei algo que nunca vi,
Porque não existia,
Mas que pulsa e ganha forma,
Para mim, o meio da vida,
Para ele o início da vida,
Algo assim.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

68. Processo

Tempo,
Espanto,
Tanto tempo na organização,
Tanto tempo na compreensão
De um tema,
De uma filosofia,
De uma maneira de ser...
Com base no que se percebe,
No que se acha,
No que se busca compreender...
Este processo é infinito,
Enquanto viva existir.

68. Maravilhosa vida

Junho quase julho,
As manhãs são sempre claras,
O calor começa a se estabelecer,
O vento sopra frouxo
E a gente ouve um oco que é o mundo,
A mata ficando amarelada,
Plantas em plena florada,
As conversas das pessoas,
Contentes pelo inverno,
As coisas vão se consolidando,
Às vezes, aos que tem memória
Parece uma repetição,
Mas não é,
É nossa vida acontecendo,
Rompendo mais uma primavera,
As coisas vão ganhando significado,
As coisas vão perdendo significado,
E a gente vai só vivendo,
Essa vida que apesar de tudo é maravilhosa.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

67. São João

Dia de São João,
Muita luz, muita alegria,
Tudo foi perfeito e maravilhoso,
Que amanhã venha em paz,
Junho já está partindo,
São João vai se despedindo,
E nós ficando em paz.

66. São João

Após a magia da noite,
A noite escura de céu estrelado,
A cor laranja da fogueira,
Vem a manhã nítida como o dia,
As cinzas da fogueira no terreiro,
As plantas amarelando a florir,
O papa-cebo cantando numa alegria,
O cachorro dormindo,
A gente varre o terreiro,
Retira as cinzas,
Tudo consumado,
Agora, vamos aguardar são Pedro,
Mas são João só ano que vem,
Este ano, não tivemos fogueira,
E nem nada do que foi descrito acima,
Mesmo assim obrigado são João,
Ano que vem quem sabe né!
Que seja eterno enquanto dure.

terça-feira, 23 de junho de 2020

65. O que acontece?

O que acontece depois que partimos?
O que somos deixa de ser,
O corpo material perde os movimentos e a forma.
Para onde vai o pensar?
Estou pensando agora,
Tenho consciência, 
Tenho memórias,
Tenho referências,
Tenho crenças,
Tenho saberes
E num instante não tenho nada,
Não posso nada.
Agora sinto, percebo, sou...
Mas e depois?
O infinito,
O nada,
O silêncio...
Essa incógnita me persegue!
Não sei se aceito,
Acho que me acostumo apenas.
Nascemos uma vez e temos os nossos pais, e irmãos
E uma família só uma vez.
Se voltarmos será outra história.
E o que acontece com nossa consciência?

64. Medo

As preocupações,
Os problemas,
A gente não sabe como conviver com estas coisas,
Ficamos atordoados com situações, de estresse,
Preocupados com o amanhã,
Nada disso nos é dado a conhecer,
Temos que deixar a adrenalina dispersar,
A vida sempre segue em frente.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

63. Igreja

Uma igreja,
O altar,
Os salões,
Os bancos,
O piso, 
O teto,
Os odores,
A cada momento 
Uma situação,
Um espaço,
O grande átrio,
As pessoas,
Os horários,
Os rituais,
As orações,
A fé,
Batismo,
Recomendar a alma,
Esses coisas todas.

62. Conduz

Desce a noite,
Estrelado céu,
Após um dia de sol e luz,
Espaço infinito,
Num dia de eterna luz.
Oh, beleza, oh lindeza,
A tudo isso conduz.

61. Continuo

Os dias passam todos iguais,
Sem diferença,
Só o que muda é o calendário,
Pela manhã caminhada,
E trabalho no computador,
Parada para o almoço e descanso,
A tarde continuação da manhã,
Até o fim da tarde quando o sol dobra o poente.
À noite é para descansar,
E tudo continua,

domingo, 21 de junho de 2020

60. Momento

As flores são efêmeras,
Nem por isso deixam de serem belas,
Muito menos de serem perfumadas,
Nem menos ainda de serem ternas,
O destino de uma flor é ser uma flor,
E no final de uma flor quase sempre há um fruto,
E tudo continua se reproduzindo,
E continuando a ser...
Somos apenas um momento de um ciclo.

59. Matéria

Logo mais tudo será diferente,
Agora tenho minha paz,
Agora me sinto sublime,
Pela música de Mahler,
Até o momento seguinte,
Que aprendi a temer,
Já não existem surpresas sublimes.
Nem sei qual é a matéria para isso.

58. Sublime sinfonia

Meu peito se enche de paz,
Com a quinta sinfonia de Gustav Mahler,
Pois me sinto preso a realidade das coisas como estas são objetivamente,
O céu profundo,
O vento fresco,
A matéria com suas forma, suas peculiaridades
Que me permitem conhecê-las em realidade.
A água que ingiro,
O cheiro das coisas,
Sua dureza ou maciez,
Que melodia fina,
É preciso saber fazer e sentir o que faz para apurar tamanha beleza,
Essa obra que parece que já fui e não existo,
Que sou apenas um espírito vendo o mundo de maneira angelical.
Sentir o que estou ouvindo é sublime...

57. Fumaça

Estar no presente,
Longe do passado,
Está aqui,
Está em qualquer lugar,
Próximo ou distante do imaginário.
Sei lá o que preenche o nosso ser?
O que preenche nossa existência?
Oras as coisas parecem vazias de sentido,
Oras parecem cheia de tudo,
Dança meu pensamento,
Feito som de violino,
Se enovelando e desenovelando,
Feito fumaça de incenso,
Essa existência despropositada,
E nós a todo tempo buscando um sentido,
Será que nos perdemos nesta busca?

56. Junho

O sol suave de junho,
O vento frouxo soprando o dia inteiro,
Os papacebos cantando,
Os capins amadurecendo,
Os cabeças de velho florescendo,
As jitiranas se enovelando cobertas de flores,
As pinhas maduras,
Os catolés com vivas folhas,
Estas são minhas paisagens favoritas
Do lugar onde cresci,
Tudo isso para mim é o mais belo enigma de Deus e da vida.
Vida que se reproduz,
Que é antes de tudo bela
Em uma de suas singularidades,
Quase tudo que é belo é passageiro.
Como é o mês de junho.

sábado, 20 de junho de 2020

55. Vento

O vento sopra animado neste sábado.
Vai por ai assanhando cortinas, perturbando fogo,
E ampliando a sensação de frio.
Com este céu azul de nuvens frouxas,
Que falta faz não poder ir a praia ver o mar.
A amplidão do horizonte,
A areia quente,
A água salgada,
O povo indo e vindo.
Como é a vida.

54. Lenguas

Gosto dos poetas de língua espanhola
Como Neruda, Borges e Galeano.
Sei que há todo um universo,
Mas que desconheço pode ser que seja a língua ou a distância.
Todavia a língua castelhana é maravilhosa,
O som e toda sua composição me permitem ampliar meu universo e me permitem ainda
Conhecer histórias e lugares e pessoas e uma pluralidade fantástica.
O inglês é uma língua muito difícil, pois há nuances que não permite que entenda o sentido exato das coisas, acho muito difícil ler qualquer poeta no original.
O esforço com o inglês é descomunal,
Acho que faria uma leitura melhor se pudesse viver na Inglaterra, mas aqui estou
Sem conhecer Black e Host e Turner.
Ao menos queria a Cup  of tea with milk.

53. Universo

Bem que gosto de ler, não na verdade amo a leitura.
Leitura que me faz pensar, refletir, entender e aprender.
Algumas leituras são muito mais do que isto,
Pois me permitem ver o mundo como não vi,
Sentir, ouvir e existir como alguém diferente.
Nietzsche faz isso comigo.
Algumas leituras são alucinantes, de tamanha inteligência como quando leio Borges.
Admiro Gandhi sob o espectro da leitura e sei que há quem o julgue de forma distinta.
Está realidade objetiva não está disponível a mim. E nem sei se queria subjetivá-la.
Agora me vem a mente as ervas e as árvores e solo ordenado pela chuva. Está realidade é minha e conheço bem.
Minha realidade sempre foi muito simples sem flores pluripétalas, sem frutos suculentos, mas é uma realidade contingente.
A leitura que faço do mundo me permite ampliar e expandir este universo objetivo,
Mostrando que está singularidade faz parte de uma pluralidade que é o mundo.
Aprendi vivendo e acreditando em idéias e sonhos e na realidade contingente.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

52. Quarentena

Hoje, 19/06 completa três meses de quarentena.
Três meses sem sair de casa para trabalhar, socializar ou ir lá pra mamãe.
Três meses de muito trabalho, amplo trabalho no computador.
Artigos e livros confeccionados.
Minha coluna dolorida do desconforto de minha cadeira.
Três meses sem cortar o cabelo,
Se bem me lembro só aconteceu uma vez quando estava fora no sanduíche.
Três meses sei ir a mata,
Onde fui apenas duas vezes na universidade.
Não me lembro disso me acontecendo nos últimos 19 anos.
Três meses só com Dayane em casa,
Assim um cuidando do outro.
A quarentena veio para nos ensinar
A viver de uma maneira diferente.
Estamos todos vivendo uma experiência ímpar.
E tendo a pior política da história.
Sobreviveremos se Deus, Buda, Ala, Shiva permitirem.
É isso, uma grande momento,
De resistência para uns e de final para outros.

51. Sensação

A chuva chove agora,
O sol nem apareceu.
Aqui estou pensando perdido.
Ouvindo o som da chuva.
Penso na existência,
Sinto que estou cansado,
Mamãe não está bem,
Por isso não me sinto bem,
É muito ruim ver alguém próximo 
Assim.
Nada fica com sabor,
É o drama da vida,
É o que devemos enfrentar.
Vai passar,
Amém.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

50. Noite

Noite, 
Escura noite,
Fria noite,
Silenciosa noite, 
O vento dar de açoite,
E balança as árvores de cá pra lá.
No céu, nenhuma estrela brilha,
Só nuvens enxarcadas de chuva.
A noite me dá um descanso,
Para que amanhã tudo corra ainda melhor que hoje.

49. Queiroz

A tarde caiu nublada,
E agora desfia do céu uma neblina suave.
Assim, se vai mais um dia.
Para todos um Grande dia,
O Queiroz apareceu!

48. Insônia

A noite é longa quando se perde o sono.
Quando no silêncio há ruído 
E o pensamento gira desordenado,
Nada a fazer.
Um chá?
O corpo não ajuda sentindo que é impressão.
 A gente fica assim perdido e enfadado.
Pedindo pra não surtar.
Sabendo que está acordado
Já é uma piração.
Mas é isto.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

47. Poesia

A tarde quase partiu,
Há um hiato de luz dourada na minha vista,
As coisas, a paisagem está dourada.
Ouço piado de aves, sanhaçus,
Chiados de pardais.
O que dirão?
Ei... Cadê!!!
Sabe-se lá o que expressa a natureza...
Sabe lá o que é a vida!
Rapaz, costumamos tentar entender o mundo através dos outros e não do nosso olhar.
Os poetas nos ajudam muito mais que tudo.

46. Enfado

Tem dias que a gente sente o corpo enfadado,
Sentimos que algo não está bem,
É uma sensação de cansaço,
A coluna e o abdômen não estão bem,
E nada nos faz sentir melhor.
São essas sensações que nos fazem pensar na vida,
Porém na maior parte das vezes não sabemos como descrever
Estas sensações e nem sei se vale a pena escrever sobre isto.
Sensações semelhantes venho sentindo a vida inteira.
E agora que a tarde caiu
Parece que o cansaço bate mais intenso,
A vida, às vezes, é assim cheia de incógnita.
E sempre buscamos algo que nos faça bem,
E descontamos no açúcar,
Na comida, na bebida...
A gente se sente enfadado, mas precisa seguir em frente.

Em paz

 A hora da partida! Em casa, a vida é tão boa, mas tão boa que passa depressa. Passa sem que se perceba. As coisas vão acontecendo e a gente...

Gogh

Gogh