Tenho pensado na vida o tempo todo e não sei se é bom ou ruim. Para melhor dizer, não é a vida toda, mas desde o momento que tomei consciência de minha existência. Desde então, soube que a vida tinha um fim. Esta ideia tomou o meu ser. A finitude. Então passei a observar o mundo. A noite, o dia, a aurora, o crepúsculo. E pensava as coisas e estas aconteciam, mas nunca da maneira como imaginava. Então me perco na celeuma de pensamentos... Até que as coisas aconteçam como tem que ser.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
quinta-feira, 18 de março de 2021
quarta-feira, 17 de março de 2021
36. Mucuna
Mucunã cipó calibroso,
Que cresce nós lajeiros
Sobre a vegetação
Vai se enovelando,
Formando ramada,
Quando em florada,
Fica toda roxeada,
Intensamente perfumada,
De longe se ouve o zzzzz
Da mamangava abelha avantajada,
As Folhas trifolioladas são caducas
Se desprendendo na seca,
Fica só o estirão,
Com suas Vargens macias e veludosas
Que espocam atirando as sementes
Que parece encoraçada
Essa é minha toada.
34. Pensar inútil
34. O morto
terça-feira, 16 de março de 2021
Anjico
Árvore enorme
E Sombra rala
Miúdas folhas
Armado tronco
Casca encarnada,
Feito couro curtido,
Mandeira forte e dura,
Usada no carvão,
Na porta e janela,
Na cangaia...
Perfume de verão,
Alimentar a fauna
Plataforma de pouso
Mata frouxa
É o anjico
Esmagadas
Manhã plena ensolarada,
Céu azul oceano céu a brilhar
Então saio a pedalar,
Cruzo ruas olho os jardins
Vou seguindo até a mata
Que vigor viridescente,
Flores amarelas,
Flores alvas perfumadas
Perfume de angélica
Perfume de guabiroba,
Perfume de mutamba,
Eita mata perfumada,
Até o feijão bravo tá florido
Nesta faixa tão estreita,
Cada vez mais esmagada,
Pela construção civil,
Já não sobra quase nada,
E o que sobra ainda descartam lixo,
Pobres árvores esmagadas,
Pobrezinhas perfumadas
Mutamba,
Guabiroba,
Angélica,
E o que sobrar no futuro
Nada nada nada,
Só o luxo
Só o lixo,
A mata tá condenada,
Pobrezinhas esmagadas,
Porém floridas e perfumadas.
segunda-feira, 15 de março de 2021
33. Metafísica
A noite escura
O céu estrelado,
Estrelas brilhando,
Nuvens passando,
Um dejavour,
Faltou o relinchar
De um jegue
Besouros ciciando,
Minha mente está perdida,
Divagando sobre o não ser
A brisa sopra
Os olhos se cansam,
E a ordem lógica não foi achada,
Nenhuma ideia,
Cadê o entendimento?
Como sempre atrasado,
Como sempre acanalhado
Muito querendo e pouco comendo.
E a sextilha?
Não sei ainda,
Mas vou aprender
Estou tentando aprender a aprender.
Mais nada.
30. Imburana
Árvore torta e armada,
Romos abertos e difusos
Casca castanho avermelhada,
Quase sempre esfoliada,
Suas folhas imparipinadas,
Perfumada se rasgada,
As flores reduzidas
Diclinas e tetrameras,
Os frutos cápsulas
Com sementes ariladas,
Na cultura popular,
Se usa a madeira
Pra fazer artesanato,
Porta, bichos, objetos,
Nasce muito na Paraíba,
Mas dá em toda caatinga,
Embeleza nosso lugar.
32. Sabor da vida
A janela aberta,
Quadro na parede,
A brisa fria que entra,
O canto do sanhaçu-palmeira,
O sanhaçu-cinza,
O papa-capim,
O chiado do computador,
A vida é sublime sobre tudo,
Mas lembrar que está vivo,
Pensar nisto tudo,
Pode tornar tudo mais gostoso.
Nosso nenem
O meu amor nasceu contigo,
Seu primeiro choro derreteu meu coração,
Ao te pegar no braço, fui tomado de amor,
Ao te ver sorrir, fui tomado de amor,
Ao te ver respirar, fui tomado de amor,
Ao te ver chorar, fui tomado de dor,
Seu choro é seu código que aprendemos a decifrar,
Tudo fazemos para sentir que estás bem,
Estás bem...
Se dorme te amamos,
Se brincas te amamos,
Contigo nasceu uma nova forma de viver.
Jaca em família
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