terça-feira, 17 de julho de 2012

silêncio

O silêncio surdo do mundo
me incomoda.
Tenho medo do silêncio.
O silêncio soa frio
como o escuro da noite.
O escuro é vazio
e ensurdecedor como
o silêncio do nada.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Frio do lado de fora

Faz um frio lá fora...
Prunus e Betulas balançam ao vento.

Faz frio lá fora
e os aviões não param de chegar
nem de partir.

Faz frio lá fora
e o vidro da janela
está gelado...

Faz frio lá fora
muito frio a essa hora.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dúvida

O sol brilha intensamente,
o vento sopra fazendo
os galhos e suas folhas
das árvores balançarem
até parecem felizes.
Perco meu tempo
observando o mundo?

Repetição

Os dias estão a passar,
passam sem parar.
E o que vemos no mundo
muitas vezes se repetem
e parece o infinito.
Acabamos esquecendo
que a vida é finita.
Somos enganados
pelo tempo que cuida
em nos fazer esquecer
quão passageira é a vida.
Esquecemos das emoções
mais forte que nos fazem
nos sentir vivos.
Esquecemos tantas coisas
ao acharmos que nada
de diferente pode acontecer
em nossas vidas,
por acharmos
que tudo não passa
de uma repetição.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Noite vazia

Caiu a  noite,
as ruas estão vazias.
As ruas sempre parecem estarem vazias.
As ruas são sempre silenciosas,
se não fosse o barulho dos aviões
aqui estaria mais para selva.
As ruas são cemitérios de vivos.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mundo meu

Olho para o mundo, vejo formas com suas cores.
Nem sempre reconheço as formas, mas sempre reconheço as cores.
O mundo, que me é apresentado pela visão, é extremamente rico.
Vejo os movimentos das formas e suas cores,
mas nem sempre sei expressar em palavras o que vejo.
Necessito conhecer as palavras e que o outro também tenha conhecimento daquelas.

Vejo um mundo lindo, mas como dizer isso?
A beleza é subjetiva.
Gosto da história das coisas, da vida e de tudo que me cerca.
Não sou um domador das palavras,
pelo contrário muitas vezes sigo a vida sem me expressar.

Como não ser aprendido pela beleza das flores? Suas formas e cores.
Sou surpreendido com a organização das praças e jardins
onde plantas como animais foram domesticadas.

São tantas as flores e plantas e árvores...

E as casas...

Não entendo muito o que eles falam,
mas gosto da forma como se expressam.

E penso porque não nos expressamos assim?

Bem que nosso  mundo poderia ser assim.
Como construiria um mundo meu?
Não sei...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Dias

O dia nasce coberto por um sol lindo, mas em seguida é encoberto por nuvens que se estendem além céu.
Mesmo assim as flores continuam lindas e o rio continua a correr.
Que estranho é o verão Londrino, mais parece inverno nordestino no Brasil.
Quantas histórias ocultas não há nas ruas simetrias e frias de Londres, ocultas pelas nuvens ou
será que foi o verão que as ocultou?
Não sei. Na maior parte das vezes, quando falo com ingleses, mal entendo suas frases
e falas, muitas vezes não entendo o contexto.
Passo o dia conversando e observando seus costumes e não chego a conclusão nenhuma. Nunca chegarei, talvez entenda um pouco lendo Borges. Sei lá.
Nestes dias mesmo conheci portugueses. É estranho falar português com europeus,
mesmo que soe com sotaque mater.
E assim vivo os dias que me foram cedidos em Kew.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Retículo

O que somos?

Não somos nada, não podemos querer ser nada.
Nossa vida que é um acaso é algo nosso
mas que não está sob nosso domínio.
Temos nosso corpo, mas só por mera
respiração, caso ela pare.
Que somos?
Nada além de um corpo
que logo irá se decompor.
E para onde vão nossos sonhos,
nossas memórias, nossos medos?
Desaparecem ou são decompostos com o corpo?
A menos podemos nos expressar
no que fazemos.
Nossas particularidades estão em cada
coisa que fazemos,
no que gostamos,
pensamos...
Somos um pouco de tudo
no mar do nada.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Canção

As flores daqui são tão coloridas,
tão simétricas e perfumadas.
As flores daqui estão em todo lugar.
Como são coloridas e perfumadas
e melhoradas.
Ah, mas as nossas flores
no Brasil essas me encantam
pela simplicidade de ser.
As malváceas coloridas,
as euforbiáceas perfumadas...
Ah, aqui não tem palmeiras para o sabiá cantar.

Adoro as flores daqui,
mas amo as flores de lá.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O silêncio

Existe algo no silêncio que nos amedronta.
O silêncio nos apavora.
Não somos capazes de permanecermos com o outro em silêncio.
O silêncio nos angustia.
Mas porque não buscamos
no silêncio um sentido.
Será o silêncio desprovido de sentido?
Penso que achamos isso,
pois mesmo sós conversamos em pensamentos e muitas vezes gritamos.
Mas muitas coisas belas se expressam
em silêncio como o desabrochar de uma flor
ou o partir de uma tarde crepuscular.

Por não entendermos,
nem pararmos para refletir
em silêncio, falamos muitas vezes
o que o silêncio se expressaria muito melhor.

Saber silenciar é muitas vezes aprender a ouvir.

A reflexão tem como berço
o silêncio.

Jaca em família

 Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...

Gogh

Gogh