segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lua recatada

E a noite caiu, silenciosamente escureceu.
O sol sumiu poente a baixo,
sumiu lembando a luz e deixando
o calor. E calmamente o mundo
foi se apagando enquanto
as estrelas longínguas
foram se acendendo no céu.
Silenciosamente a noite
preencheu os vales
e ocupou as serras com
sua escura sombra.
Hoje tem lua.
Mas é lua cheia não sei.
A lua é tão recatada
que quando chega se não for
ao jardim é capaz de não se perceber.

Vou a área, sento a cadeira
e vejo a noite cair
e ouço o rádio tocar
as ave marias
das seis horas.

A natureza recatada
assume o instante primitivo.

Paciência é só o brilho do sol

E quando a chuva partiu,
o sol logo sorriu,
o sol mal apareceu,
o mundo logo aqueceu.
E agora paciência,
é verão,
quem não tem piscina
ou é cão,
aguente o calor.
Paciência, aqui parece nunca
haver meio termo,
quando chove, chove muito
e quando faz calor,
sai de baixo.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Paciência

Os dias tem sido tão quentes e secos. Não gosto muito de dias assim, pois nestes dias não tenho animo para nada. Fico em casa e só tenho vontade de comer. Fico ansioso.
Bem queria ser como o sanhaço ou o pica-pau pousar na sombra e deliciar de uma fruta.
Mas que coisa eu penso. Pensar já diria Pessoa é está doente dos olhos.
Então penso tanta coisa... Fico preocupado, coisa que de nada adianta.
Paciência com o dia quente, com a vida, pois é tudo coisa da minha mente.
É sempre tudo coisa de nossas cabeças...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Além do meu jardim

Enquanto meu jardim está viridescente e o sol brilha intensamente. A Europa está branca coberta de neve. O nordeste brasileiro está seco feito pó. No oriente pessoas se matam com seus atentados loucos, coisa que nunca entenderei. A Somália está mais uma vez sendo assolada pela fome.
Enquanto meu jardim tem uma sombra onde sanhaçus comem banana. Nas feiras de São Paulo feirantes gritam   palavras de duplo sentido e as pessoas pra lá e pra cá escolhem as frutas pela beleza ou pelo valor.
Enquanto o meu jardim verdeja. Os carros com som auto incomodam as pessoas ou nem isso mais acontece.
Acho que estou ficando velho de mais para o mundo, não suporto o mundo além do meu jardim.

Sol

Sol quente, luz em excesso.
Ai que dias mais longos.
Esses dias me deixam
impaciente, parece que não passam.
Não sinto vontade de fazer nada.
Não sinto interesse por nada...

Averso

O sol brilha intensamente. É verão.
Nenhuma folha se move, a brisa sumiu.
Por onde andará o vento?
Meu jardim já está pedindo água,
as folhas secas se acumulam sobre o chão árido.
A luz intensa do sol clareia todo meu quarto.
E o calor que surge com toda sua intensidade e chega a me incomodar.
Ligo o ventilador e fico a pensar no meu pensar.
Fico a pensar na ordem das coisas,
a pensar na desordem que há no mundo,
mas que existe uma certa ordem nesta desordem do mundo.
A vida, pra ser vida é preciso que haja ordem
e é a desordem que ceifa a vida.
Então acho que seria melhor se ouvisse algo.
Ligo o computador e lembro de Verdi.
Sim o Nabuco e então ouço e aprecio o som das vozes italianas.
Ah, neste instante me livro dos pensamentos humanos
como quem ama, como quem fuma e como quem bebe
e neste instante esqueço tudo é como se renascesse.
O tempo vai passando e o calor só aumenta.
Prefiro a chuva, mas não posso viver
num mundo onde só haja chuva.
Não posso viver apenas o que nos dar prazer.
É preciso viver o desconhecido e o adverso que é para amar mais o que se tem
ou aprender a amar outras coisas.
Num dia de sol por exemplo
as coisas são mais nítidas, claras,
então saibamos aproveitar das coisas nítidas e claras.
E viva ao Nabuco, viva ao sol e ao dia quente.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Enterrar

As vezes  nos sentimos tristes, cansados. Às vezes nos sentimos tão mal que nem a mais bela tarde de crepúsculo nos anima, nem mesmo a brisa que sopra de longe nos trazendo frescor. Algumas coisas acontecem nas nossas vidas que tem que serem vividas e sofridas, digeridas e depois esquecidas. Tem fatos que nos machucam muito.  Não adianta sorrir quando o coração sofre e é preciso sofrer e enterrar o que não presta, não falo de sementes, mas esquecer o que nos faz mal.

Pensar, sonhar e existir


Todo o meu ser é pensar, sonhar e existir. Não tenho como escapar dos acidentes da vida. Às vezes a vida é um acidente, um triste acidente em que se tem que viver até o fim. O resultados todos já sabemos que a perca é inevitável. E passamos a vida a pensar em algo que nos faça mais feliz, algo que nos faça esquecer o que é óbvio a morte é certa. E quando vivemos, ou melhor sobrevivemos, nas condições mínimas à vida temos que sonhar, senão resta-nos existir. Felizes são os animais e vegetais que vivem e não se dão por isso. Alguns sabem como lidar com a vida enquanto outros não sabem lidar com nada. Quantas vezes ficamos aflitos para que tudo dê certo e então passamos a pensar, a sonhar. Porque existimos independente disto. 

Estações

Abro a janela e olho o jardim coberto de arbustos, samambaias e as folhas secas. Ainda sinto o aroma da noite que a pouco partiu. Respiro profundamente e por um instante viajo no mais longe dos lugares impregnado em meu pensamento. Ah, as folhas secas se acumulam em meu jardim. Minha pobre acácia está sendo atacada    por fungos. E a minha alamanda seca as folhas. Olho para o céu que anda tão azul e penso na vida e não penso em nada. Estações do ano, oh estações ensina-me a amá-las uma a uma. Porque há algo que me faz ser metafísico. Será a ausência da chuva ou do vento?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Espera

A manhã chegará, assim como a tarde e a noite. Tudo passa e nada fica. Quando as coisas são belas continuam vivas. Quanto mais leio Pessoa mais vontade tenho de ler novamente e o mesmo acontece com Borges. Temos que descobrir algo que nos faça bem todos os dias porque esperar por nossos sonhos, isso nos cansa. Ainda mais quando as coisas não dependem apenas de nós. Por isso tem gente que come chocolate, gente que fuma, gente que bebe, nada justifica nada, mas precisamos desfazer de certos pensamentos que nos consomem. Nesse mundo tem que se aprender muitas vezes ao avesso. Não existe o certo. As regras existem para darem uma resolução mais otimizada aos problemas, mas existem pessoas que não entendem nada disso. E nos cansam e se cansam. Leia poesia, leia poesia. Porque amanhã nada sobrará,
absolutamente nada e tudo passará antes de ter chegado.

Jaca em família

 Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...

Gogh

Gogh