quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Doce fruta

A sombra da acácia
um bando de sanhaçus
faz uma algazarra. E cantam
e brigam e voam de cá pra lá.
Meu jardim até mesmo com esse sol
ardente está viridescente.
Quem dera que a brisa visitasse
meu  jardim como visitam os sanhaçus.
Mas brisa não come banana.
Não se chama a brisa.
Então resta fazer algazarra
junto como os passarinhos.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O que me guarda o amanhã?

O que me guarda o amanhã?
O mundo a todo instante sofre mudanças
transformações quer sejam grandes ou pequenas.
Nada permanece estático. E quando se trata
da vida a ausência de mudanças
é quase impossível.
Não sabemos como lidar com as mudanças.
Temos ansiedade pela mudança por medo
ou por curiosidade.
Muitas vezes ignoramos
que a vida ocorre no momento presente
e ficamos aflitos
porque queremos ou não queremos
que ela ocorra.
E tudo isso gera em nós angústia,
incertezas e infelicidades geradas pelo fluxo da vida.
Aos que tem alguma convicção
esses sentimentos são mais tênues,
mas jamais estamos livres deles,
senão não seriamos humanos.
Há mudanças que vem para bem
e há mudanças que não vem para bem.
Vivemos num mundo onde a dúvida é hegemônica.
Onde muitas vezes as pessoas por não terem alicerces
desabam.
Mas porque me interessa o amanhã com suas mudanças?
Se eu posso viver o hoje.
Se eu posso ver o meu jardim, ver um filme,
sair para caminhar e se eu posso viver além das mudanças.


Silêncio da manhã

O silêncio da manhã
é iluminado pela luz
do sol.
O mundo nada ecoa
nesta manhã
que mais parece uma
pintura, mas se fosse pintura
não seria tão bela.
As casas tem suas janelas
abertas e em seus átrios
domina o silêncio.
A poucos instantes ouvi
um galo cantar.
Ele cantou duas vezes.
Lembrei-me de minha
casa na infância
onde de manhã
o terreiro ficava povoado
de galinhas.
Galinhas vermelhas, petras, pedrezes.
Galinhas perocas.
Os galos com suas plumas
iridescentes ficavam
feito soldados
de peito estufado,
imponentes vigiando seu território.
E quando eles ficavam sob a luz
suas plumas se revelavam ainda mais
coloridas e viçosas.
Acabado o alarido,
depois de todas e todos alimentados
os bichos saiam a forragear
insetos sob os cajueiros
e pinheiras e cirigueleiras.
Quando não se deitavam,
se espojavam, se coçavam
numa alegria.
E de vez por outra
galo cantava um canto longe
só para avisar
que ali ele mandava.
E nos ficávamos na
área da cozinha
sentados ou deitas
no chão frio.
E cantava o galo
nas manhãs silenciosas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Murraia

Murraia de flor branca e perfumada,
tuas primas laranjeiras te invejam,
pois enfeitas as ruas e não os pomares.
O doce Murraia onde mais te encontrarei
tão copada e tão abundante,
senão aqui em barão.
As pessoas te amam Murraia,
amam a tua sombra, teu perfume
e tua presença.
Que delícia caminhar
em fevereiro após a chuva
pelas ruas perfumadas.
Ruas da Santa Isabel,
Luiz Vicentim ruas até
não denominadas por mim...
E a noite cai e apaga tuas flores,
mas tu Murraia
seduz por teu perfume
aroma doce.
Habitarás sempre e mim
feito o perfume do jasmim
doce Murraia

Aqui estou

É noite.
A noite fecho a janela. A luz do dia se apaga.
Acendo a luz e vejo meu quarto com maior nitidez do que durante o dia.
Sento-me em frente ao computador.
Em que hei de pensar?
Não sei.
Ah, já sei. Ouvirei o poema tabacaria.
Então ouço-o atentamente
e esse momento se repete
quase diariamente.
O mais interessante é quando mais o ouço e leio,
mais belo ele fica. Mais sentidos ele tem.
Abri um chocolate
e comi e ri quando ouvi a frase "come chocolate".
Eu tento pensar tanta coisa
e acabo não conseguindo pensar em nada.
Ao menos saboreio o som
das frases lapidadas
de Pessoa.
Ao menos neste momento estou plenamente em meu ser.

Tarde fagueira

O verde viçoso das plantas
reflete como espelho
através de minha janela
e torna meu quarto claro.
Faz um calor nesta tarde
que chega a nos dar
moleza.
Os cães latem na rua.
Ah, que impaciência!
Hum, que vontade de dormir.
Mas logo toda essa moleza
passará com a partida do sol.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A flor e o ocaso

A tarde partia
e a noite caia.
O ocaso apalpava
as formas apagando-as
junto com as cores,
caminhava lentamente,
olhando pro céu,
para as curvas
da natureza
que  naquele instante
se recolhia,
me virei lentamente
e vi ali bem próximo
quase ao meu lado.
Vi uma flor de açucena
desabrochava
feito borboleta saindo
do casulo.
Lentamente, gentilmente.
Aquela flor capturou minha
atenção
e o ocaso tudo parou,
em poucos instantes
como ocorre
no entardecer
aquela flor se abriu
suave, alva e sedosa.
Num breve instante
todo ao meu redor
ganhou um doce
aroma...
Então ouvi um som rápido,
um voo zigue-zague,
os batimentos tão
rápidos e suaves
que nem dava para
perceber seu movimento.
Era uma mariposa.
Está voou até a flor,
estirou sua probóscide,
lambeu do meu
e foi embora,
logo vieram mais
que beijara-na
polinizaram-na.
A noite caiu
profunda feito
sono de criança.
No dia seguinte
voltei lá,
mas a flor já murchara,
restava apenas
o futuro fruto.
Por uma breve
noite aquela flor
perpetuou
sua espécie.
E tudo foi tão simples,
tão singelo
como a vida o é.


Redes sociais: um vírus?

O mundo contemporâneo está povoado de pessoas doentes. Não se trata de doenças físicas, mas de doenças psicológicas. O homem contemporâneo conseguiu acesso a informações que a cerca de vinte anos atrás, jamais imaginaria tê-las. Atualmente, a internet, também conhecida com nuvem virtual, canal que pode ser acessado por meio dos mais variados canais, tais como celulares, laptops e tablets, entre outros, proporciona em tempo real frente acesso a milhões de informações. É possível ainda comunicar-se com pessoas em qualquer parte do planeta em tempo real. Acabaram-se as barreiras físicas.
O fluxo de informações gerado cresceu em ordem exponencial. Os veículos de comunicação estão tendo que se modernizar, caso contrário, estarão condenados a desaparecerem. Muitos filtros que eram feitos nas informações pela mídia, já não podem mais serem feito. A informação já não pode ser tão manipulada.  Os programas de rádio para se sustentarem tem de serem interativos. Hoje em dia é possível que pessoas possam tornar-se celebridades do dia para noite.  As pessoas podem viajar e mesmo de onde estiverem podem ouvir ou ver seus programas favoritos.
A menos de dez anos surgiram as famosas redes sociais. No Brasil a primeira rede a aparecer foi o orkut que se expandiu como um vírus, no entanto muitas outras apareceram, mas não conseguiram quebrar a hegemonia do orkut que reinou até recentemente, quando chegou de maneira tímida o facebook e está se expandindo feito rastilho de pólvora. As famosas redes sociais disponibilizam informações sobre todos os seus participantes nelas se cadastradas. Qualquer conteúdo publicado nas redes sociais são de domínio público, até mesmo as informações pessoais. Antes do surgimento das redes sociais a televisão e o rádio eram os únicos canais de acesso de informação da maior parte da população, era também a única via de acesso a vida dos famosos. As redes sociais vieram e mudara essa lógica. Através das redes sociais as pessoas puderam escrever para seus ídolos, para seus políticos e para quem quiser. Uma vez que estas pessoas tem como se informar e informar. Elas mesmo podem se comunicar com os famosos sem os filtros. As redes sociais proporcionaram encontro entre pessoas de diferentes idades, reencontros com pessoas desaparecidas, organização de eventos, vendas e serviu como uma nova forma de expressão. As redes sociais foram responsáveis pelo sucesso de manifestos ocorrentes no mundo todo. No Egito, através do facebook, foi derrubada a ditadura do presidente que governou por muitos anos.
Por meio das redes sociais as pessoas passaram a divulgar própria imagem, dispondo informações pessoais, fotografias e seus trabalhos. Diante dessa facilidade, dessa intensa busca de informação sobre o outro e sobre si. Sim, pois no momento que se expõe na net, as pessoas geram no outro e em si uma expectativa.
Situação que não existia antes da internet, conseguentemente das redes sociais. Surgiu uma expectativa nas pessoas tal situação deixa as pessoas ansiosas. Ansiedade gerada a todo instante. As pessoas não se veem mais sem internet. Estão navegando a todo instante quer se informando, quer pesquisando sobre a vida alheia ou tentando imaginar o que pensam sobre ela. As pessoas estão perdendo aos poucos o hábito de conversar de se encontrar. Hoje é possível ver que muitas pessoas preferem falar por meio da internet através das redes sociais a falar pessoalmente.
A internet, certamente trouxe muitas vantagens a nossa sociedade, mas ao mesmo tempo trouxe também muitas desvantagens. Estamos mais informados, mas ao mesmo tempo sem opinião. As informações não tem tempo de serem processadas digeridas. Talvez no futuro as coisas mudem. Quem sabe conseguiremos nos desintoxicar e nos livrar dessas doenças psicológicas.

O mundo

Nosso mundo é o que percebemos dele.
A maneira como percebemos o mundo
é influenciada por nosso modo de vê-lo,
de senti-lo e de ouvi-lo,
pois ao tentarmos ver, sentir e ouvir o mundo,
acabamos compreendendo-o em parte.
A busca pela compreensão do mundo
muitas vezes dá sentido a vida dos seres.
Uma vez que toda a vida se passa neste mundo,
sua compreensão nos trás experiências,
que nos ensinam a fazer as coisas,
de maneira mais harmoniosas,
torna-nos mais seguros como pessoas.
É preciso está no mundo, muitas vezes,
com alegria, a vontade e energia
de uma criança que experimenta
o mundo de todas as formas
para apreende-lo dentro de si.
É preciso ter sonhos, muitos sonhos
e curiosidade. Aquela curiosidade
que temos diante do desconhecido
e desbravar o mundo
e percebe-lo e vive-lo
da melhor maneira, como seres civilizados.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A noite

A noite chega e trás o silêncio.
Ela cobre tudo com seu mando
negro e tudo fica escuro.
A noite parece fria.
Ela oculta as formas
e as cores.
Quando a noite chega,
quando estou sozinho,
não sinto amizade com a noite,
seu silêncio abafa o meu ser.
A noite cala tudo.
As vezes quando é lua crescente
a lua parece sorrir.
Não vejo graça na noite,
não vejo vida na noite,
será se é porque não consigo
ver as flores?
Sei lá.

Riso da tarde

No fim da tarde a chuva caiu leve.
Enquanto os pingos caíam
das folhas podres do meu jardim,
um doce aroma era exalado.
Fui a janela e traguei
profundamente aquele doce
aroma.
Contemplei a chuva.
Percebi que as folhas
das ervas e da árvore
estavam viçosas,
pareciam rir...
A chuva molhou
meu passeio, mas veio
tão deliciosa.
Tornou a tarde mais bela...

Singela flor

O que por trás das coisas?
Quando olho para uma flor
o que vejo na flor?
Eu vejo formas e cores,
sinto aromas bons ou ruins.
Quando olho para uma flor,
desencadeia em mim
uma série de sensações,
de lembranças boas ou ruins.
Mas não sou um beija-flor
que tem preferências
ao que parece preferem flores vermelhas.
Não, não sou um beija-flor.
Nem sou uma abela que adora as flores coloridas.
As abelhas são capazes de verem as flores
muito antes do sol nascer,
elas sim tem muita afinidade com as flores.
E os besouros e as mariposas
parecem que sentem os aromas
das flores.
Sim estes animais noturnos,
certamente tem algum sentido
apurado que os guia até
as flores, creio que seja o aroma,
ou a coloração branca das pétalas.
Não, longe disso...
Sei que as flores após fecundadas
transforma-se nos frutos mais saborosos
ou amargos.
Sei que as flores representam
a mais singela expressão divina.
Sei que é por meio das flores
que os vegetais se reproduzem
se multiplicam.
Sei ainda que as flores no verão seco
representam a promessa da chuva que logo
virá e regará a planta para o desenvolvimento do fruto.
Sei muito pouco sobre flores,
sei muito pouco sobre os mistérios
da natureza.
Mas entendo que a natureza se revela
constantemente, no ato de reproduzir,
de renova-se e são as flores
e são os polinizadores
que se encarregam
para que não haja
jamais ausência de esperança,
de beleza,
de agrado.

Desordem

Às vezes acordo e sou tomado por meus pensamentos acelerados e desorganizados. Fico um pouco na cama, mas logo sinto um calor espalhando em mim, sinto-me incomodado. Então sou obrigado a levantar, como as minhas ideias costumam ser reticuladas, não consigo articular meus pensamentos. Tenho que aprender a tornar meu pensamento linear. Ideias confusas nos impedem refletir, nos sufoca. Vou a janela, abro-a e contemplo meu jardim que é vivo e viçoso. Gosto de sentir a energia emanada por minhas plantas. Estas pois crescem incessantemente e lentamente. Quando as observamos diariamente, parece que nada acontece, mas basta que nos ausentemos por algum tempo e logo se percebemos como mudou de sua fisionomia do jardim. Ao abrir a janela do meu quarto, fiquei surpreso ao ver como cresceram minhas plantas a Dichorisandra e o Triplaris. Minha Petivria aproveitou-se de minha ausência para florir. Não gosto que ela solte flores, pois tem um aroma muito forte, por vezes desagradável. Vejo que meu quintal precisa ser varrido e organizado. Se os meus pensamentos pudessem serem varridos como o meu quintal, seria mais fácil. Os pássaros até sumiram na minha ausência, acho que é por não ter quem colocasse frutos para eles. Ontem pus uma banana, mas eles não apareceram, só vieram aparecer hoje. Chegaram mais felizes, acho que é por está de volta.
Quando se está só, fica-se ansioso. E assim pensa-se de tudo... Acho que sempre foi assim. Quando morava na moradia, em Natal, nos sábados como hoje, eu tinha roupas para lavar e não tinha máquina, então passava meu tempo e livrava-me de meus pensamentos na lavanderia. Atualmente não é bem assim. Fui infectado com o vírus da contemporaneidade e acordo pensando em trabalho. E como me livrar de meus pensamentos. As vezes leio, escrevo. Estou lendo Ecce Homo, de Nietzsche. Está funcionando. É assim mesmo, temos que ir experimentando, e assim se aprende.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sexta

Para quem está só e nada espera, a sexta-feira é apenas um dia longo que se arrasta até a noite.
À tarde passa bem devagar, passa na velocidade de um caracol a cruzar o jardim. Ainda mais se a tarde é cinzenta e o sol desaparece atrás das nuvens e a noite chega desolada. Uma das coisas que nos alegra é passar na barraca de pastel ou ir a pizzaria. É bom ver o  movimento dos donos acelerando seu serviço para que todos tenham pasteis quentes e refrescos gelados. Vai um vinagrete? Pedi dois pastéis, sabor de pizza, meu favorito, comi-os ali mesmo com um guaraná. Sai satisfeito pedalando.
Quando estava na faculdade sexta-feira tinha jantas fartas. Como não tinha dinheiro, chegava em casa ou ia estudar ou via uma novela, mas não tinha muito o que fazer. As vezes era um tédio, então para matar o tédio, íamos para a cozinha e ficávamos lá confabulando nossos sonhos...
Hoje pouco mudou. As vezes tenho a impressão que a vida é um sonho, ou é ilusão?
Sei lá...
Hoje é sexta-feira, quem pensa nisso, senão os solitários.


Meu jardim e o meu ser

Descobri a pouco um sintoma da minha velhice. Creio que o seja. Saio de casa e ao largar meu cotidiano, meus objetos, meus hábitos já me faz muita falta.
Descobri que meu jardim me faz mais falta que antes. Que minha cama, meus livros, meu quarto é mais agradável que todos que vou, porque tem o meu jeito.
Antes, não era assim, sentia-me bem onde eu ia e se não me sentisse, não estava nem ai. Não me importava muito com esses fricotes. Naquela época o que valia era a emoção, a nova sensação, as descobertas o inesperado. Não tinha muito medo das consequências. Eu queria era ser feliz, mesmo que desse errado e se desse e daí. Eu tinha a impressão de que era eterno.
Hoje estou muito mudado, não tenho a sensação que posso perder meu tempo, valorizo mais as coisas, valorizo mais a mim. Sou menos tolerante. Prefiro o conforto de minha cama e a organização desorganizada de meu átrio. E quando saio, já não deixo tudo para trás. Não eu lembro do meu jardim, dos meus amigos, da minha rua.
É estou realmente assumindo essa face e não sei se é bom ou ruim. Não sei mesmo. A natureza molda suas faces. Nos moldamos nossas faces e assumimos o que melhor nos convém.
A nossa memória as vezes é traiçoeira, pois lembramos de coisas distantes nos dar uma sensação de velhos.
O bom de tudo isso é que sempre podemos recomeçar e como experientes, já sabemos quais os passos a não serem seguidos.
Adoro o meu jardim, mesmo com suas imperfeições e as aves que os povoa e as plantas e o meu horizonte encerrado por sucupiras. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Passagem

E a tarde caiu preguiçosa
e aos poucos foi esfriando
e o sol foi partindo.
Sentado no jardim
sentia a brisa suave
que passava alegrando
o ramos das ervas
e arbustos...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Fortificou

Estava tão seco,
a tarde a chuva caiu,
e regou as ervas
e os arbustos.
A tarde quando a chuva caiu,
o tempo esfriou.
A chuva molhou
a rua e a água
escorreu lavando
as pedras das calçadas.
E tudo que era seco
umedeceu,
e a vida se fortificou.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Feiras-livres


A Feira-livre é uma reunião de pessoas que ocorre semanalmente em um determinado espaço público, onde ocorrem relações comerciais. Nas feiras são comercializadas mercadorias são tanto de origem animal quanto origem vegetal. Muitas vezes as mercadorias são confeccionadas artesanalmente. É nas feiras onde ocorrem encontros das pessoas das mais diversas habilidades e localidades. As feiras-livres, geralmente, são ambientes que proporcionam uma grande diversidade de coisas, de gente e de situações. As pessoas quando vão às feiras apreendem sobre o nome das frutas, dos cereais, dos legumes, das hortaliças, dos animais e de muitos objetos, aquelas pessoas se encontram com conhecidos, discutem sobre os fatos acontecidos, se comunicam e ficam informadas sobre as situações locais, além de obterem suprimento para sua alimentação durante o período da semana. As feiras-livres, antigamente, eram muito mais freqüentadas. Ali iam os cantadores de viola, os vendedores de cordel dentre muitas coisas que poderiam ser vistas. Hoje tudo mudou, quando se vai a uma feira, já não se vêem tantas pessoas, muitas vezes as pessoas vão a feira apenas em busca de algo. As mercadorias encontradas nas feiras, além de serem mais caras, apresentam ainda menor qualidade. Atualmente, poucos comerciantes resistem a pressão dos novos grandes mercados. Hoje existem as grandes redes de supermercados que são bem dotadas tecnologia de conservação dos produtos. Estas novas tecnologias usadas pelas grandes redes de supermercados, além de reduzirem o custo dos produtos, faz com que tenham maior qualidade. As grandes redes de supermercados, em sua maioria de origem estrangeira, foram suprimindo as feiras-livres. Estas são hoje reduzidas a pequenos espaços em poucas cidades.
As feiras que existem estão fadadas a extinção. A propósito gosto de feira e hoje fui a uma feira, no Luizorte em Uberlândia, onde vendem um pastel muito bom. Confesso que fiquei muito triste, pois vi que as mercarias não eram de boa qualidade e eram caras. Percebi ainda que apenas pessoas com baixo poder aquisitivo freqüentavam aquele ambiente. Em seguida fui a um grande supermercado que estava cheio de gente comprando tudo industrializado ou não industrializado, mas em melhor estado de conservação. Percebi quanto é triste esta situação. Na cidade de onde vim a muito tempo que as feiras acabaram, pois o investimento em uma feira traz é prejuízo.
A extinção das feiras-livres é uma coisa muito triste, pois com esta extinguem-se todas as relações sociais que tanto nos humanizavam.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Noite

E a noite arde em calor,
e a brisa entra janela a dentro,
sinto-me suave,
leve feito bolha de sabão
ao vento...
O grilo canta a noite
e a rua vazia
anuncia que é hora
de anoitecer os olhos
e descansar a alma.

Obrigado sol

E todos os dias quando o sol nasce devemos agradece-lo por sua luz que nos aquece e nos ilumina.
Devemos agradecer ao sol por revelar a beleza das flores, suas formas e suas cores.
Devemos agradecer o sol por nos permitir vermos horizontes mais próximo que o céu e as estrelas.
O sol tudo revela a quem tem bons olhos para a vida, a quem o agradece o bem diz,
pois sem o sol não haveria fotossíntese, açúcares ou qualquer forma de vida não estranha.
Agradeçamos ao sol sempre.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O luar

O luar quando me olha é generoso. Queria ser como a lua que reflete toda a luz do sol e alumia a noite para as feras, as flores e as mariposas.

Suave

A manhã nasceu tão suave,
ouço de longe o som das
ondas do mar quebrarem-se
na praia.
Pela janela vejo no jardim
uma pequena roseira
com seis rosas brancas
e sob a roseira
pétalas perfumam o chão,
grama coberta de pétalas,
virgens pétalas.
Do outro lado da rua
a ixora está tão encarnada,
me acena,
ou será o vento que a balança?
Apesar da brisa faz um calor
e a manhã segue
encantada com as ondas
da praia.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Minha mansarda

Na minha mansarda tem uma grande acácia de cachos de flores amarelas tão belas.
Através de minha mansarda vejo meu lindo jardim, com samambaias e monocots
e dicots. O piso que cobre o meu jardim é ocráceo, mais para o marrom.
Sob a sombra da acácia, sobre o muro pus frutas e as aves aprenderam a comer
e a cantar. E todos os dias me sinto feliz na minha mansarda.
Hoje estou em outra mansarda é interessante, pois tem uma  casa verde em frente
onde se encontra uma planta de camélia e uma Ixora de flores vermelhas.
A mulher cria um cão muito simpático e obediente.
A minha mansarda é mais interessante!

Angustia

Acho que nunca seremos completamente feliz, pois acho que a felicidade plena não existe. Trata-se apensas de um ideal, algo platônico. Acho que por termos essa capacidade de viver em dois mundos. O mundo das ideias e o mundo real são lugares que são povoadas por nós pobres seres. Basta apenas um aroma, uma forma, uma cor ou uma canção para fugirmos para o mundo de imaginação onde guardamos nossas memórias. Este lugar é    plenamente íntimo e subjetivo. É lá onde estão arquivados tudo que passou em nossa vida. É lá onde guardamos a ideia de felicidade. 

Chuvinha

A manhã preguiçosa surge lentamente. Enquanto chove uma chuva suave.
E a chuva suave faz suar um doce som
e faz entrar pela janela uma brisa suave.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Através

Através da janela entra a brisa fresca,
assim como a luz que se diluí no fim da tarde,
o sol quase se apagou, as ruas já não ardem em calor.
Através da janela miro par o céu e vejo
lindas nuvens douradas
pela a última luz do sol,
é fim de dia
e o mar continua num vai e vem,
quebra na praia sem parar.
Amanhã é outro dia,
outras paisagens entrarão em minha janela.
Entrará a brisa
e a luz do sol
e outra vez...
e outras vezes...
Vejo belos animais nas nuvens,
bichos dourados...

Que virá?

E o que guarda um dia?
Quem sabe uma poesia,
quem sabe quanta magia
há de se encontrar em um dia?
Sob a árvore, refresco o calor,
sinto o aroma da terra,
e a frescura da brisa da praia.
As matas são tão verdes
e as tardes tão maravilhosas,
longas tardes...
Nunca se sabe o que nos gurda um dia...
nunca se sabe nada...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O mar

Ah, andar na areia branca da praia
e olhar para o horizonte azul,
que abriga o mar, com suas águas
geladas, quase paradas.
Sentir quão intensa é a luz do sol
e amena a brisa do mar.
E olha para trás e ver as florestas
verdes e úmidas.
Como encanta o mar,
quantas pessoa já
não cantaram o mar.
Ontem a noite, a lua estava minguante
queria ver a lua
sendo refletida no mar,
queria ver a luz da lua molhada,
refrescada....
Mas a luz não se molha
e o horizonte nunca tem fim,
e assim é o mar onde quer
que eu vá.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Chuva voltou

Eis que a tarde a chuva caiu e pro céu levou o calor.
Hoje o dia mudou, ficou mais amino, mais belo.
Com a chuva as ervas tornam-se mais viçosas
e belas e floridas.
Que deus leve os dias quentes,
que ele os abençoe
e que me permita viver
sempre que possível
um clima agradável...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A busca

Às vezes me afogo em maus ares e pensamentos e sinto-me triste e angustiado. Mas sei que sempre ressurjo como cinzas surgem após o fogo. A cinza surge leve, suave e macia. Para que se apegar a tanta ilusão, na vida tudo é ilusão, o fogo tudo consome e sobram apenas as cinzas. Não entendo porque sempre nos sentimos deprimidos quando simplesmente não realizamos algo. O riso é uma consequência da boa ordem. Mas temos que seguir em frente diante da desordem, afinal tudo tende a entropia, a desordem. Nunca podemos esperar que nos afaguem o cabelo, temos que aprender a resolver nossos problemas que se tornam infinitos quanto estamos indispostos a resolve-los.
Quando o sol nascer, ouça o canto das aves e depois abra sua janela e veja como está o seu jardim. Se houver flores abertas e viçosas, sorria para elas, pois são um indicativo de que sempre haverá esperança. E se mesmo assim houver maus ares e se ainda se sentir triste e angustiado. Caminhe e veja o mundo com suas formas, cores, aromas, texturas, temperaturas e se ainda assim estiver triste. Vá aprender tango.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Flores da manhã

As flores se abrem suaves e belas
pela manhã e se agitam ao sopro
da brisa e perfumam os jardins
e as praças e as ruas.
A flores coloridas e alegres
povoam nosso viver de mais beleza,
mais encanto e mais felicidade.
Mas as flores são tão efêmeras,
por isso temos que cultivar
nossa roseira, por isso
temos que cuidar de nosso jardim,
e assim uma flor desabrochará
ainda mais bela a cada manhã
e na manhã seguinte e seguinte...
Assim como o cuidado com as flores,
precisamos ter cuidado conosco também,
pois a vida é muito efêmera
e não cremas, mas a qualquer instante
podemos simplesmente nos encantar.

Ah, quando abro minha janela pela manhã,
eu vejo tanto vigor nas flores, nas plantas,
no sol ou na chuva, mas quando vou
ao banheiro e me olho ao espelho,
vejo que não sou tão jovem
quanto ontem na minha infância
e juventude,
e cada vez mais vejo que tenho
que cuidar mais de mim,
tenho que viver mais feliz
e por vezes esquecer
os problemas e dramas
da vida porque eles nunca
se acabarão,
eu morrerei e eles continuarão...
Por isso olho para
as flores da manhã,
pra entender que mesmo
sendo breve a vida,
vale a pena ser vivida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Será?

Canta baixo o sabiá,
parece está a afinar seu canto.
Canta baixo sem parar.
O jardim arde de calor,
algumas plantas estão
de folhas murchas.
Mas canta o sabiá,
sabe que logo a chuva vai chegar.
Ou será um sabia jovem a cantar?
Será?

Quem sou

O que fiz do meu tempo?
Passei muito tempo ao léu.
Eu fiquei olhando para tempo
e para o mundo e não conseguia
entender nada.
Quantas tardes a fio,
curtia minha preguiça
e mais nada.
Então aprendi a ler
e eu li muito.
Passei a ocupar o meu tempo
com as palavras.
Mas as coisas sempre me chamavam atenção.
Nunca me comuniquei bem,
por isso  me escondi entre
as palavras
e me perdi no tempo
sem saber o que fazer
ou quem sou.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lua recatada

E a noite caiu, silenciosamente escureceu.
O sol sumiu poente a baixo,
sumiu lembando a luz e deixando
o calor. E calmamente o mundo
foi se apagando enquanto
as estrelas longínguas
foram se acendendo no céu.
Silenciosamente a noite
preencheu os vales
e ocupou as serras com
sua escura sombra.
Hoje tem lua.
Mas é lua cheia não sei.
A lua é tão recatada
que quando chega se não for
ao jardim é capaz de não se perceber.

Vou a área, sento a cadeira
e vejo a noite cair
e ouço o rádio tocar
as ave marias
das seis horas.

A natureza recatada
assume o instante primitivo.

Paciência é só o brilho do sol

E quando a chuva partiu,
o sol logo sorriu,
o sol mal apareceu,
o mundo logo aqueceu.
E agora paciência,
é verão,
quem não tem piscina
ou é cão,
aguente o calor.
Paciência, aqui parece nunca
haver meio termo,
quando chove, chove muito
e quando faz calor,
sai de baixo.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Paciência

Os dias tem sido tão quentes e secos. Não gosto muito de dias assim, pois nestes dias não tenho animo para nada. Fico em casa e só tenho vontade de comer. Fico ansioso.
Bem queria ser como o sanhaço ou o pica-pau pousar na sombra e deliciar de uma fruta.
Mas que coisa eu penso. Pensar já diria Pessoa é está doente dos olhos.
Então penso tanta coisa... Fico preocupado, coisa que de nada adianta.
Paciência com o dia quente, com a vida, pois é tudo coisa da minha mente.
É sempre tudo coisa de nossas cabeças...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Além do meu jardim

Enquanto meu jardim está viridescente e o sol brilha intensamente. A Europa está branca coberta de neve. O nordeste brasileiro está seco feito pó. No oriente pessoas se matam com seus atentados loucos, coisa que nunca entenderei. A Somália está mais uma vez sendo assolada pela fome.
Enquanto meu jardim tem uma sombra onde sanhaçus comem banana. Nas feiras de São Paulo feirantes gritam   palavras de duplo sentido e as pessoas pra lá e pra cá escolhem as frutas pela beleza ou pelo valor.
Enquanto o meu jardim verdeja. Os carros com som auto incomodam as pessoas ou nem isso mais acontece.
Acho que estou ficando velho de mais para o mundo, não suporto o mundo além do meu jardim.

Sol

Sol quente, luz em excesso.
Ai que dias mais longos.
Esses dias me deixam
impaciente, parece que não passam.
Não sinto vontade de fazer nada.
Não sinto interesse por nada...

Averso

O sol brilha intensamente. É verão.
Nenhuma folha se move, a brisa sumiu.
Por onde andará o vento?
Meu jardim já está pedindo água,
as folhas secas se acumulam sobre o chão árido.
A luz intensa do sol clareia todo meu quarto.
E o calor que surge com toda sua intensidade e chega a me incomodar.
Ligo o ventilador e fico a pensar no meu pensar.
Fico a pensar na ordem das coisas,
a pensar na desordem que há no mundo,
mas que existe uma certa ordem nesta desordem do mundo.
A vida, pra ser vida é preciso que haja ordem
e é a desordem que ceifa a vida.
Então acho que seria melhor se ouvisse algo.
Ligo o computador e lembro de Verdi.
Sim o Nabuco e então ouço e aprecio o som das vozes italianas.
Ah, neste instante me livro dos pensamentos humanos
como quem ama, como quem fuma e como quem bebe
e neste instante esqueço tudo é como se renascesse.
O tempo vai passando e o calor só aumenta.
Prefiro a chuva, mas não posso viver
num mundo onde só haja chuva.
Não posso viver apenas o que nos dar prazer.
É preciso viver o desconhecido e o adverso que é para amar mais o que se tem
ou aprender a amar outras coisas.
Num dia de sol por exemplo
as coisas são mais nítidas, claras,
então saibamos aproveitar das coisas nítidas e claras.
E viva ao Nabuco, viva ao sol e ao dia quente.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Enterrar

As vezes  nos sentimos tristes, cansados. Às vezes nos sentimos tão mal que nem a mais bela tarde de crepúsculo nos anima, nem mesmo a brisa que sopra de longe nos trazendo frescor. Algumas coisas acontecem nas nossas vidas que tem que serem vividas e sofridas, digeridas e depois esquecidas. Tem fatos que nos machucam muito.  Não adianta sorrir quando o coração sofre e é preciso sofrer e enterrar o que não presta, não falo de sementes, mas esquecer o que nos faz mal.

Pensar, sonhar e existir


Todo o meu ser é pensar, sonhar e existir. Não tenho como escapar dos acidentes da vida. Às vezes a vida é um acidente, um triste acidente em que se tem que viver até o fim. O resultados todos já sabemos que a perca é inevitável. E passamos a vida a pensar em algo que nos faça mais feliz, algo que nos faça esquecer o que é óbvio a morte é certa. E quando vivemos, ou melhor sobrevivemos, nas condições mínimas à vida temos que sonhar, senão resta-nos existir. Felizes são os animais e vegetais que vivem e não se dão por isso. Alguns sabem como lidar com a vida enquanto outros não sabem lidar com nada. Quantas vezes ficamos aflitos para que tudo dê certo e então passamos a pensar, a sonhar. Porque existimos independente disto. 

Estações

Abro a janela e olho o jardim coberto de arbustos, samambaias e as folhas secas. Ainda sinto o aroma da noite que a pouco partiu. Respiro profundamente e por um instante viajo no mais longe dos lugares impregnado em meu pensamento. Ah, as folhas secas se acumulam em meu jardim. Minha pobre acácia está sendo atacada    por fungos. E a minha alamanda seca as folhas. Olho para o céu que anda tão azul e penso na vida e não penso em nada. Estações do ano, oh estações ensina-me a amá-las uma a uma. Porque há algo que me faz ser metafísico. Será a ausência da chuva ou do vento?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Espera

A manhã chegará, assim como a tarde e a noite. Tudo passa e nada fica. Quando as coisas são belas continuam vivas. Quanto mais leio Pessoa mais vontade tenho de ler novamente e o mesmo acontece com Borges. Temos que descobrir algo que nos faça bem todos os dias porque esperar por nossos sonhos, isso nos cansa. Ainda mais quando as coisas não dependem apenas de nós. Por isso tem gente que come chocolate, gente que fuma, gente que bebe, nada justifica nada, mas precisamos desfazer de certos pensamentos que nos consomem. Nesse mundo tem que se aprender muitas vezes ao avesso. Não existe o certo. As regras existem para darem uma resolução mais otimizada aos problemas, mas existem pessoas que não entendem nada disso. E nos cansam e se cansam. Leia poesia, leia poesia. Porque amanhã nada sobrará,
absolutamente nada e tudo passará antes de ter chegado.

Bendito

Bendita seja toda manhã em minha vida. Bendito seja a presença do sol ou da chuva. Devemos celebrar a vida todos os dias, todas manhãs, tardes e noites. Devemos celebrar a vida a todo instante, pois tudo que acontece em nossa vida é uma dádiva. A vida é o maior acaso que ocorre no universo. Embora hajam boas e más sortes , não somos responsáveis por muitas coisas que acontecem em nossas vidas. Mas uma vez vivos, bem digamos nossa vida. Um diamante e belo, um carro, uma arte, mas não tem vida própria e não tem valor algum senão for cativado, nos do contrário, somos vivos e podemos fazer de nossos instante expressões eternas ou simplesmente sermos consumidos como adubo e mais nada.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Paraíso

E quando a noite chega, depois que o sol partiu, tudo é escuro.
As flores se fecham e a natureza silencia, apenas o riacho canta noite a dentro.
Suas águas limpas, cansadas, fluem sempre para baixo.
Os pirilampos piscam, piscam e piscam
remedando as estrelas.
Os lobos saem a caça, assim como as corujas e os morcegos.
Vez por outra uma coruja canta chamando a meia noite.
Tudo é escuro, tão natural.
No jardim sapos comem insetos sossegadamente,
A brisa da noite sopra suave,
e a noite vai indo, silenciosa como o sono de criança.
Vai levando os sonhos das crianças
para o paraíso. 

Saudades

E aqui em Campinas todos os dias acordo ao som da maritaca, mas hoje ouvi um som diferente, era o som de um gavião. Que canto lindo. Bateu uma saudade das casas de meus pais.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tarde crepuscular

Hoje a tarde foi tão bela. O céu estava tão azul e limpo. Quando a noite foi caindo e o azul foi cedendo o tom para a noite. Fazia muito que não via um crepúsculo tão belo. O céu vazio, minha mente vazio e o dia se entregando para noite. Ao passar próximo a uma figueira vi que choviam frutos e fazia um som tão agradável. E a tarde foi caindo e o sorrido do sol se apagou para se acender o riso da lua. As estrelas piscaram para mim.
E a noite chegou tão agradável e a vida me pareceu doce como mel, cheirosa como terra ao ser molhada pela chuva...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Noite

Hoje a noite está tão escura. As estrelas brilham longe seus brilhos parecem serem levados pela brisa interestelar. Longe, longe no no céu, vejo o cinturão de Orion, ou as três marias. E sinto a brisa da noite. E sinto o vácuo da noite...E vejo toda aquela noite distante dentro de mim, todo aquele universo me compõe, pois meu maior mistério é saber quem eu sou... E a noite a lua tardou a aparecer. Fui ao varal e coletei as roupas limpas, ainda cheirando a sol. E me recompus e meu quarto e fechei meus olhos para o merecido sono, com a mente na negra noite estrelada.

Longo dia

E a tarde caiu limpa e quente.
A noite certamente será bela, enluarada.
Estou cansado deste longo dia,
quem sabe uma poesia não me
livrará de meus pensamentos,
quem sabe...
senão só a noite poderá
me trazer descanso.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Dias eternos

Que delicioso dia de sol e céu azul.
O vento correndo frouxo
e as árvores com suas copas
frondosas fazendo sombra
pra refrescar seu chão.
Um dia de paz,
todos bem,
tudo bem.
Certos dias são raros,
ou não, pois tudo depende
de nossos humores,
da nossa fé.
E quando nos lembramos dos dias dantes,
sempre pensamos que poderia ter sido melhor,
sempre esperamos o melhor.
Hoje foi um dia especial
que correu frouxo como vento
no final de inverno no milharal
até parece que somos eternos,
e somos eternos na nossa realidade.
No entanto somos passageiros como
hoje, domingo.

Manhã de sol "domingo"

Hoje, difente de ontem, sábado, o sol brilha magestoso no céu azul. Todo o mundo amanheceu animado. O jardim estava sequinho, pedindo para ser varrido. Então me levantei fui a cozinha e peguei o pão de cada dia dos sanhaçus e puz sobre o muro. Depois fui varrer o quintal. Uma brisa fresca soprava do nascente, leve e frouxa. Os ramos longos da a acácia, mas parecia criança na animação a balançar. A rua toda sequinha e vazia. Vez por outra passava um carro ou um transeunte. E então vi como flores desabrocham no jardim sugrir pessoas varrendo suas calçadas, contentes com o dia azul e o sol brilhando forte. Depois fui ao mercado e vi todo mundo bem vestido, limpinhos e cheirosos, comprando alimento para fazer aquele almoço de domingo. Só faltou mesmo encontrar as pessoas voltando da igreja. As flores nos jardim desabrocharam num viço. E assim parece que o verão voltará a todo vapor como candeira de engenho no começo de safra.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Despertar do sábado

E a manhã de sábado nasceu nublada e fria. Mas a natureza está linda. As ervas e árvores  estão tão verdes e vigorosas, algumas até estão floridas. As ruas estão vazias, até os cães dormem e tudo é silêncio. E quando abri a janela o aroma do jardim invadiu o meu ser, enchendo o meu ser de umidade e imenso prazer. E me senti bem e me senti feliz. E que assim seja.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Nem mais nem menos

Hoje a noite chegou e nem percebi. Estava ocupada trabalhando. Não percebi na natureza, encorpei-me no trabalho. Agora que cheguei em casa estou cansado e não tenho animo para nada. Como pode alguém que trabalha oito horas ter ânimo para nada. Não quero ganhar rios de dinheiro, apenas o necessário. Quero poder chegar em casa e ter ânimo para alguma coisa. Não quero que meus filhos estudem nos melhores colégios ou faça as coisas mais legais que eu não fiz. Quero que eles aprendam como aprendi a da valor a vida, independente do que possuo. Suo e vou atrás do que quero, não quero nem mais nem menos, mas o suficiente para ser feliz, o suficiente para poder ler um livro e relaxar como quem bebe ou fuma. Só isso nem mais nem memos.

Silêncio

E quando a manhã cai sob a chuva as aves respeitam e calam só para ouvir a chuva.
E quando a manhã passa e a chuva fica, o dia parece monótono.
A chuva silencia o mundo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Vai embora com a tarde

O céu estava cinzento e as cores tão apagadas.
As pombas e as rolinhas voavam e pousavam
nos telhados.Soprava um vento frio.
Tudo está tão parecido com essa tarde
que minha barriga chega a coçar por dentro.
Ah, cadê o crepúsculo da tarde.
Cadê o céu azul e as nuvens tingidas
de encarnado?
Não hoje a tarde está triste
e eu também estou meio
sorumbático.
Mas a tarde se vai.
Vai tristeza embora com a tarde. vai...

Ser

Chegará o dia em que a velhice nos alcançará. Então, seremos apenas mais um velho. Seremos a causa de alguém ficar em casa. Seremos um peso para alguém que nos dará atenção por carinho ou dinheiro. A juventude não dura para sempre. Não estaremos com as pessoas que amamos para sempre. Então nosso tempo, nosso espaço será lenta e progressivamente ocupado por outros e aos poucos sumiremos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Memórias vivas

Olho para os objetos e através de associações, percebo que eles estão presentes em minhas memórias, exceto quando desconheço-os. Alguns são muito especiais pra mim e por isso estão presentes em minha escrivaninha ou simplesmente espalhados pelo meu quarto. Mas se não os tivesse, minhas memórias morreriam? No meu quarto, guardo muitos livros e quase não tenho fotografias. Tenho uma coleção de rochas que coletei nos lugares mais distantes que fui. Costumo olhar minhas rochas para manter viva as memórias. Agora dei para guardar frases, textos sem valor material algum. Acho que o valor que atribuo aos meus escritos são muito subjetivos. Mas para que guardo-os? não sei. Talvez minhas memórias queiram manterem-se viva além de mim. Pois no momento que materializo-as no papel, já não são mais minhas, mas do mundo... do mundo vieram e para o mundo voltam, cristalizadas, mesmo que nas mais rudes frases.

Transição

Hoje, manhã de janeiro, amanheceu numa gostosura. Abri a porta e fui ao jardim por banana para os sanhaçus e quando sai no jardim, senti o cheiro úmido da  manhã e senti ainda o abraço frio da brisa que soprava do norte. Minhas plantas do jardim estavam tão lindas, pareciam me agradecer por cuidar delas, demostrando sua beleza com toda intensidade. Minha Dichorisandra até abriu uma linda flor lilás e a Russelia várias flores vermelhas. O sanhaçu veio até o muro, deliciou-se com a banana e cantou seu canto singelo.
Hoje, 25 de janeiro, é aniversário de São Paulo e por incrível que pareça consegui visualizar ou acessar memórias de quando morava em Serrinha dos Pintos. Sempre via na te, a sena do bolo gigante. Eu nem imaginava que viria morar aqui.
Aqui estou, feliz com as manhãs, com as plantas com a vida. Todavia sei que tudo vai mudar e continuar mudando, porque o tempo cristalizado é um tempo morto e o mesmo serve para as pessoas.

Som da manhã

O canto das aves junto a aurora anunciam a chegada da manhã.
Bem-ti-vis, João-de-barros e sabiás.
Cantam pra anunciar a chegada do sol.
Ainda que esteja tudo escuro,
cantam pra alegrar o mundo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cair da tarde

E quando a tarde cai,
muitas flores murcham.
As flores do campo
se fecham e se protegem
do sol ou da chuva.
E quando a tarde cai,
o jasmim se perfuma
ainda mais.
E quando a tarde cai,
quantos eventos já
não se passaram.
Na tarde de sol
ou de chuva ouvir
Holst é sempre bom.

Outro dia

A manhã surgiu escura e fria.
Minha rua está vazia.
Nem as aves apareceram
para comer a banana que sempre
lhes ofereço.
Acordei muito cedo,
ainda estava escuro
e fiquei na cama pensando
em muitas coisas.
Então quando me levantei
nada aconteceu no meu quarto,
mas através da janela do meu laptop
vi o que aconteceu no mundo
nas últimas 24 horas.
Fechei a janela do mundo
e tudo continuou escuro e frio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A essência

E assim segue aquele que a tudo amou,
e assim aquele que tanto nos fascinou,
se encantou, foi para o mundo dos elfos,
se transportou para o mundo de sua
imaginação...
A matéria até pose se transformar,
mas a alma viva está
nas memórias e enquanto
estas existirem aquela alma
viverá e um dia só restará
a escrita e um dia
será como o tempo que o antecedeu,
como algo que nada existiu...

Encantamento

Gosto da ideia de que as pessoas não morrem, mas se encantam. Ontem a propósito uma pessoa muito querida se encantou. Adalberto Varela foi uma pessoa que povoou a minha mente antes de conhece-lo, em decorrência das muitas histórias sobre ele. Encantava-me aquela figura clássica, cheia de histórias, paixões pela Biologia. Encantava-me o fato de ter se formado em medicina e nunca ter exercido a profissão, mas se embrenhado pela Zoologia. A primeira vez que falei com o professor Adalberto foi para pedir um favor. Lembro que ele estava regando o jardim, como sempre gostava de fazer. Eu havia perdido um livro da biblioteca e precisava de um professor que indicasse um livro e ele prontamente me ajudou. Com o tempo aquele mito tomou forma e substância. Tornamo-nos grandes amigos. Eu adorava ouvir suas histórias cheias de misticismo e de mitos e de sabedoria. Seu conhecimento de fauna era inquestionável. No mestrado onde desenvolvi meu campo, tornou-se morada de Adalberto, onde cuidava de sua imensa coleção de insetos. Era apaixonado por rock, pincipalmente Pink Floyd. Desenvolveu seus últimos dias de trabalho na ESEC, onde era um mito. Ele tinha muitas histórias sob abduções, elfos entre muitas coisas. A última vez que o vi foi quando fui a ESEC coletar uma planta para meu doutorado. Almoçamos juntos, conversamos muito. Muitas boas memórias estão guardadas. Some o corpo, mas permanece a alma. Descanse em paz professor Adalberto, mas sei que sua alma enquanto existirmos povoará sempre a ESEC e sua sala na UFRN.  

domingo, 22 de janeiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A brisa da vida

Hoje, sei que tudo é passageiro, mas nem sempre foi assim. Só com o passar dos anos foi que a vida me proporcionou experiências que me fizeram amadurecer. A matéria sofre constantemente transformações. Estas transformações às vezes ocorrem muito rapidamente e outras vezes  lentamente. A vida também está sendo constantemente renovada e é só através destas sucessões de eventos que a vida torna-se evoluída e modificada.
Por não compreender que tudo é passageiro, muitas vezes, fiquei indignado com a vida. Todavia, descobri, através das experiências e através de muitas leituras que o final das coisas é o curso normal. E quando descobri que o curso normal é dá sequência a vida independente das dificuldades. Percebi que tenho que fazer sempre o melhor para ser feliz todos os dias. Embora sabendo que a vida é orgânica e que a felicidade é um estado de espírito e que é necessário certas passagens na vida para que possamos crescer. Com o passar dos anos, aprendi ainda que ser fiel as minhas ideias poderia me levar a onde quis chegar. Apesar de tudo isso, tenho certeza que tudo pode melhorar sempre mais e aprendi que as coisas sempre podem piorar também. Descobri que podemos sempre fazer escolhas, embora cada escolha que fazemos há sempre uma dúvida e que estas dúvidas podem nos trazer angústias, a parte disto, as passagens e transformações podem sempre nos ajudar a sermos pessoas melhores.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Perfume do verão

As murraias florescem
e suas flores alvas
perfumam e embelezam o verão.
Ah, o aroma das flores de murraia
é tão doce e suave...
O perfume das murraias
tem aroma de verão.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Observar a natureza

Às vezes preciso me calar e apenas observar a natureza. Preciso sentir o mundo em minha volta. Muitas vezes é só desta maneira que consigo esta plenamente comigo. Eu preciso olhar para a natureza porque só olhando para a natureza eu consigo me livrar dos meus pensamentos. Tem dias que tenho em minha mente tantos pensamentos que acho que tudo aquilo não cabe em mim. Quantas memórias não guardo dentro de mim. Quantos pensamentos desnecessários. Então quando saio para caminhar e olhar para o mundo. Vou aos poucos vou fragmentando e organizando as minhas pobres ideias emaranhadas em pensamentos. Caminho olhando para as plantas, os animais, para o céu, as rochas e tudo que minha vista consegue alcançar. Muitas vezes eu olho para o nada, de tão emaranhado que estão meus pensamentos. Com paciência e persistência vou  organizando meus pensamentos, transformando-os em ideias. E quando tudo está tão difícil, eu oro, eu leio poesia e vou aos poucos me recompondo. Viver não é fácil, ainda mais quando estamos mais preocupados com o futuro que com presente. É por isso que insisto e sempre que posso paro e observo a natureza.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Através

Da janela no meu quarto posso ver o mundo cheio de vida.
Entre o mundo e o meu quarto fica uma janela.
Através dessa janela vejo tanta coisa bela.
A janela do meu quarto dá para o meu jardim.
Através da janela do meu quarto minha vista
acaricia minhas plantas estejam ela com flores
ou não.
O mudo pode ser mais belo
quando se deseja perceber
suas melhores coisas,
mesmo que seja apenas através de uma janela.

Dolce manhã

A manhã surge fria, úmida e silenciosa.
Hoje até os pássaros permaneceram em silêncio.
Meu quarto pareceu tão aconchegante.
Sob meu cobertor me senti tão protegido
e contente porque não feliz.
Naquele momento tudo estava tão pleno.
Nem queria levantar, mas tive que fazer.
Continuo agora no meu quarto,
só ouço o som das aves que já
despertaram. Vez por outra recordo
uma frase de Borges ou de Pessoa
e me sinto muito feliz.
Sinto-me muito feliz
com meu mundinho,
minhas estranhezas,
E fico grato por essa dolce manhã.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Graça da vida

Vivi cada dia da minha vida.
Vivo cada dia que me é dado.
Todos os dias são plenos,
assim tem que ser.
Tenho lembranças de alguns,
outros, a maior parte, esqueci.
Não se vive de memórias.
Acontece que os dias são sempre
cheios de mistérios, não sabemos o nos espera.
Por isso quando acordo
sinto o calor do meu corpo.
Tento senti o mundo através de todo
o  meu corpo, cada ponto de minha pele.
E assim começo um dia.
Abro a janela do meu quarto,
como quem abre os olhos para o mundo...
E vejo as cores, as formas e vejo o mundo;
e sinto os cheiros; e sinto o tempo.
E em cada dia busco sentir e viver tudo isso.
Procuro ser mais humano
pra quando chegar meu fim,
poder agradecer por ter vivido.

Cheiro da manhã

Gosto do cheiro da manhã. Quando a gente acorda e tudo está estático. A casa vazia, pessoas dormindo. Tudo é paz. E a casa exala um cheiro frio da noite. Enquanto em casa tudo é silêncio no jardim, na rua, as aves cantam contentes. Então quando abro a janela sinto o cheiro do mundo. Os odores da manhã invadem o meu ser. E me sinto leve e feliz.

domingo, 15 de janeiro de 2012

A esperada

Estamos no verão,
como é comum nesta estação,
sempre chove a tarde.
Chuvas que vão desde
uma triste garoa,
a uma eufórico pé d'água.
Chove depois para.
As pássaros fazem uma algazarra
enquanto secam suas penas.
As flores molhadas,
ficam inconsoladas,
feito mulheres com
suas maquiagens borradas.
E as ruas ficam vazias
e lavadas e úmidas.
E  a vida continua
agradável.

sábado, 14 de janeiro de 2012

As larvas da tarde

Serena passa a tarde passa.
Tarde, quase sem luz, fria.
Saio a pedalar e percebo que o mundo está tão parado.
O vento que balança os ramos das árvores,
faz-me senti mais frio.
Parece até que tarde estagnou.
As plantas estão tão escuras
e sombrias.

Uma ou outra ave conta e voa e aparece e some.

As mangueiras exaustas da floração,
descansam estáticas com suas folhas negras.
Agora podem ficar em paz,
sem mangas não há mais ninguém para incomodá-las.
Sob a copa das mangueiras mangas podres exalam
um cheiro ácido adocicado.
As goiabeiras estão muito carregadas
de frutos, essas ninguém as incomoda,
pois suas bagas são devorados,
como cadáveres podres,
internamente por larvas
branca.
Larvas brancas vivas,
devorando a carne branca
do endocarpo das goiabas.
Larvas brancas como o céu,
 tarde esta que se despede.
Tal qual dia de funeral.
Chego em casa sem ânimo,
como qualquer coisa,
vou para meu quarto
e incluso fico como as
larvas da goiaba.
Sem ninguém me incomodar,
ou se dar por minha inútil existência,
assim como as larvas.

Verdade?

A verdade existe? Não sei, creio que não.
Verdade... vamos falar a verdade.
Busquemos a verdade das coisas.
Acho que a verdade é uma ferramenta.
A ferramenta mais poderosa
que se criou.
Criaram a verdade para subordinar,
para ser superior.
A assim sob essa ideia,
as pessoas creem serem
superiores. As pessoas
usam digamos seu conhecimento
sobre a verdade e se dizem
autoridade.
Que ideia perigosa
é a verdade.
Acordo e fico pensando no que devo ou não fazer. Primeiro preciso comer algo, mas tem que ser algo substancioso. Só um pão com manteiga faz mal.
Então depois de tudo engolido, tempos que encarar o mundo,
encarar os malditos substantivos.
Temos que engolir o sucesso dos outros,
porque não somos capazes de darmos
verdade as nossas mentiras.
E passa o dia, enquanto isso, vivemos nossas vidas imaginando
nossa mediocridade, porque temos que inventar nossas próprias verdades,
mas baseado nos outros.
_ Não, esqueça os outros, tendes que pensar em si,
porque cada ser é um projeto único.
Então cuidado,
porque certas verdades
não passam de uma mentira
repetida por muitos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Rima breve

E caiu uma chuva leve,
chuva boa é assim breve.
Nem deu para molhar
nada. O sol voltou a brilhar,
e o mundo ficou a gotejar,
gotas leves e suaves
como são as tardes.

Desumano

Então o sol apareceu, brilhando com toda a sua força
e o vento se expandiu por todos os lugares. E os
animais se refugiavam sobre as árvores da floresta,
mas e agora que as florestas foram desmatadas
e os animais reduzidos ou extintos. O que restará
do mundo? apenas lixo e mais nada!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Desordem

Tenho gasto meu tempo pensando em algo que não existe. Pensando como será meu amanhã. Isso chega a tirar o meu sono. Tenho pensado por que escolho isso a aqui? Não sei, as vezes penso que sou louco ou que o  mundo é louco. Sei como regar uma planta sem que me ensinem, mas insisto em tentar regar uma planta da maneira certa. Acho que minhas coisas são muito orgânicas e não funcionam sob a visão da lógica. Sei lá, só sei que no meu jardim as flores teimam e florir, mesmo numa bagunça.

Após a chuva

Hoje, quando o sol apareceu e invadiu o meu quarto, fui até a janela olhar para o mundo. Lá fora tudo parece tão verde e vivo. As aves cantavam felizes.  No céu, o sol brilhava, mas as nuvens ainda apareciam, porém menos densas. As plantas do jardim estavam tão viçosas. Vi que dichorisandra esta com um cacho de flores que logo desabrochará. Como é bom o dia após a chuva.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Flores de jasmim

Flores perfumadas do jasmim
são tão alvas, são tão rosas,
todas doce para mim.

Radiantes como sol
são as flores do jasmim.
Perfumadas, tão perfumadas
são as flores do jasmim.

Um jasmineiro é tão elegante
por suas flores perfumadas,
alvas ou rosas que são todas
belas para mim.

Se sinto a presença do jasmim,
fico todo assim, feliz e radiante.
E viva ao jasmim.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Só chuva

Choveu o dia todo e ainda chove. O sol sequer apareceu. Ficou naquele chove e para. A tarde até apareceu um pica-pau no meu jardim. Ele comeu manga. Quando fui tirar uma foto, ele voou. E o dia passou sem novidades.

Tarde de verão

Chove sem parar,
choveu pela manhã,
e segue tarde a dentro
chovendo, molhando o mundo.
Alguns sofrem,
outros reclamam,
mas a chuva não houve,
só se derrama
na tarde de verão...

Memórias

Os sentidos me abrem as portas para o mundo. Através dele conheço o mundo e internalizo as ações, através deles me tornei quem sou, embora pudesse ser mais plástico as ações do mundo. Estes mesmos sentidos despertam em mim sensações que podem me levar a reviver as coisas. Acender nossas memórias mais longas e torna-las presente. O som, as cores, textura e forma, o sabor. Vivemos o presente, mas sempre avaliando-o buscando em nossas memórias o que conhecemos e assim assimilamos, cimentamos nossos conhecimentos. Hoje pela manhã, quando abri a janela, chovia, então senti um aroma gostoso de chuva, este invadia o meu ser e despertou tão rápido quanto a luz a lembrança de minha casa mãe. O aroma das folhas e madeira molhadas me levaram longe no lugar e no tempo. Então de imediato vi a fumaça saindo da chaminé, o solo molhado, as gramas e o cheiro da madeira queimando. Percebi que naquela época não acreditava que o tempo não passava, me sentia preso, aquelas sensações não pareciam suficientes para mim. As frutas que degustava, a companhia de toda a família unida, a calma daquele lugar que parecia ser eterno. E hoje quando vou lá, fico perdido em meus sentidos, o tempo voa e é eterno. Hoje sei que  nada é eterno, até porque a experiência e os sentidos me mostram isso. Sou menos sonhador, mas vou buscando no passado, a força para realizar o presente.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Erva viva

Ah, o tempo até pode nos roubar tudo, mas pensando bem o tempo nos ensina tanto. Com o tempo aprendemos a sermos melhores ou piores. Se buscarmos sermos melhores o tempo nos dar essa possibilidade. Tendo em vista que a vida são possibilidades o tempo marca esses compassos e sucessivamente vamos melhorando na arte que escolhemos. E vamos cimentando nossos conhecimento, vamos nos consolidando como pessoas, humanizando-nos. Creio que cada um faz sua escolha, mas a mais humilde das escolhas e a convicção faz-nos felizes. As vezes sou ingrato ao tempo porque ele sempre me leva para a morte, mas enquanto isso, delicio-me da arte dos que souberam driblar o tempo e se imortalizaram. Tais pessoas são os pintores, músicos, poetas, pedreiros... tudo quanto respira e realiza. Alguns não se dão conta, mas passaram seus genes para nós nos educaram e o que seria deste mundo se não fossem as pessoas simples? Para isso temos possibilidades e escolhas de driblarmos o tempo, de sermos ainda melhores. Azar de quem busca o contrário, não creio que ninguém seja o pior, creio que muitos não tem persistência. A mais maltratadas das ervas, mesmo pisada e machucada, opta pela vida e renuncia a morte, se seu destino seja breve morte, mesmo assim cada dia que tem, que vive, é para a vida e não para a morte. Que assim o sejamos.

Gemas apicais

Depois de duas semanas fora, voltei para minha casa que me parece diferente, mas estão tudo igual. Acho que esta tudo igual apenas no meu quarto porque o meu jardim está bem diferente.
Hoje quando acordei, abri o computador e li os jornais  não vi nada de diferente. Senti-me cansado por isso tomei um chá, mesmo assim me senti mole. Abri a janela e nem namorei meu jardim, vi que a dichorisandra estava florida. Então deitei-me, levantei apaguei a luz e dormi um  breve sono que me revigorou como se tivesse dormido a noite toda. Acordei muito bem. Peguei um livro e li dois poemas de Bandeira. Então fui a janela e vi como está belo o meu jardim. Todas as plantas tem as gemas recuperadas, estão muito ramificadas, pois sempre que posso capo as gemas apicais que para elas ficarem mais ramificadas, junto as folhas e colo-as no canteiro só para minhas plantas terem adubo natural, trato sempre de rega-las para ficarem mais bonitas. Cuido das plantas, mas quem cuida de mim? Deus, bem e velho Deus dai-me paciência.
Joguei sementes de favas no meu jardim duas germinaram e crescem lindas. As heliconias e o boldo que plantei já pegaram. Creio que choveu bem aqui também nos últimos dias.
E a vida segue e o ano se inicia.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ameaça

Gostaria muito de caminhar agora a tarde, mas o tempo não me anima.
Nuvens escuras de chuva se aproximam rápido, não quero me molhar.
Será se vai chover? O vento sopra forte e frio.
Não sei se quero que chova ou não.

Mais humano

E o que sei eu do mundo?
Algo físico ou algo metafísico.
Quando criança e muito jovem
era regido pela religião e ética
ensinada pelos meus pais.
Hoje que cresci, sinto que ainda
estou preso as ideias de meu pai,
ao carisma e doçura de minha mãe
que sempre fez tudo para me agradar.
E o meu mundo pouco a pouco
foi criando vida, formas e cores
e foi se revelando cada vez mais
diversos.
E descobrir que podia caminhar
com minhas próprias pernas,
e que aquilo que buscava
no mundo onde nasci,
descobri que as formas,
todas as formas tinham nomes,
palavras que poderiam
serem interpretados por todos.
E foi num dia de sol que descobri
que através das formas
poderia tirar meu sustento.
E me sinto feliz ao saber
que saber o nome das
famílias das flores,
poderiam me alimentar.
E o que sei eu do mundo?
Não sei nada,
pois ainda tenho medo,
medo de não dar certo,
de não ter onde morar,
medo de voltar de onde eu vim,
mas voltar para onde eu vim
seria regressar
ou seria falhar?
Não sei,
sei que conhecer o mundo
não faz maior ou menor,
melhor ou pior,
faz-me ainda mais humano.
Faz-me mais humano viver mais e mais
neste breve mundo.

Sem eco


O tempo não para um segundo sequer. Então vai nos consumindo, nos corroendo e nos ensinando. Que memórias tenho do tempo? Quase todas as minhas memórias foram enterradas no tempo, quase todas, restam algumas impressas em fotografias ou documentos, mas são tão poucas. Há ainda as memórias vivas que aos poucos o tempo vai consumindo, meus parentes, vizinhos e amigos a morte os consome. E eu que sou tão displicente, desaprendi de como conversar. Muitos temas não me interessam mais, só porque parece que estou aqui por uma eternidade. É a falta de memórias provoca isso em nós. E quando vou descobrindo que vivi num mundo de mitos e de crenças tão ingênuo em que muitas coisas fazia sentido a luz do mundo em que vivia, hoje parece que vivi num mundo de adultos crianças. Meus avós eram tão simples, mas suas experiências o davam autoridade para seguirem suas vidas, o mesmo modelo foi seguido por meus pais e tios que aprenderam a viver tudo sozinhos, num mundo de faz de contas. Nesse mundo discussões por nada, orgulho de ego era comum. E quantas pessoas não se aproveitaram de suas ingenuidades ou digamos de sua ignorância. Foi naquele modelo, naquela forma que fui moldado como tijolo que quando barro úmido é moldado em uma forma, depois seca e é cozido e nunca mais volta a ser o mesmo barro, porque o fogo mudou as propriedades do barro. Tenho medo de já ter sido cozido e ter perdido a minha plasticidade. As condições onde eu nasci não eram fáceis e por isso o ter era tão importante por questão de sobrevivência e nessa ilusão várias gerações foram consumidas felizes ou tristes. O tempo as consumiu, sem sequer deixar um eco.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sol e chuva

No finzinho de tarde chove suavemente em ribeirão,
o sol ainda teima em aparecer formando uma
linda paisagem, um gostoso contraste entre
a chuva e a luz do sol.
E só de imaginar o calor que estava,
só de sentir a gostosa brisa.
Que felicidade!

Breve ilusão

Guardei tudo,
tudo do ano que passou,
em um porão,
procurei deixar minha mente vazia.
Pensei em tanta coisa...
Então refleti o absurdo,
que escrevi, guardar tudo,
mas que tudo,
tudo meu que só preenche a minha imaginação...
Tudo isto não passa de uma breve ilusão.

Horizonte

Olho para o céu como quem olha para o mar e tudo que vejo é um horizonte distante. Pessoa disse que somos do tamanho do que vemos. Se for verdade sou muito grande porque adoro olhar para o céu a qualquer hora, adoro olhar a linha do horizonte no mar. Talvez não por ser grande é que goste de olhar para o horizonte, mas porque sei que sou tão pequeno, tão ínfimo que ador olhar para longe e imaginar o que poderia encontrar, algo que me tornasse imortal. Olhar para o longe faz bem a minha alma, pois parece que ela sente falta de onde veio do mundo. E olho para o céu, para as nuvens, para o nada, simplesmente imagens do nada do horizonte.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Limões

Quantas vezes penso coisas que me deixam indignado. Às vezes quando saio e percebo o quanto as pessoas precisam se tornar civilizadas. A educação resolveria isso? É muito saliente o desrespeito pelo qual somos pressionados a conviver. Atitudes que vão desde as mais medíocres como furar uma fila, jogar lixo pela janela do carro ou do ônibus, lavar a calçada com jato de água, ouvir o som do carro nas alturas até violência verbal e física no trânsito, assalto ou até mesmo assassinato. E por que esses fatos ainda nos deixam indignados? se são tão trivial onde moramos, além disso temos uma mídia sedenta que necessita ganhar dinheiro, e publicar, mesmo que sejam fatos irreais, quanto mais sensacionalismo melhor. E ainda tem as novelas, e os programas comentando as novelas, uma coivara que se tocar fogo nem cinza produz, vai tudo pelos ares. Creio que o Brasil nunca cresceu tanto, mas ao mesmo tempo, nunca o outro invadiu tanto o espaço alheio. As pessoas pensam que só  por terem poder de aquisição podem desrespeitar os outros, creem que só porque pode comprar, gastar podem invadir o espaço alheio. Indigna-me saber que a Justiça serve apenas para proteger o capital dos ricos. A merda é que hoje nem isso acontece, pois existem ladrões que são eleito pelo povo para surrupiar nossos bens. E o que acontece com os recursos arrecadados que deveria ser investido em diversas coisas na sociedade? Vão parar nos bolsos dos ricos. E como ficamos? Com a cara de ignorantes, sem saber o que fazer. E nós pobres mortais que reclamamos dos ladrões de colarinho, cortamos a fila do banco, jogamos lixo pela janela... porque achamos que podemos! Ah, quando vamos tomar consciência. Será se um dia essas coisas não acontecerão. Não creio, mas se só temos limões, que podemos fazer, tomar limoada azeda.

Imaginação

Não sei voar, nem mesmo a baixas altitudes, mas as vezes algumas coisas me roubam a atenção e emocionam-me e fazem com que voe as altas altitudes, talvez o lugar onde Nietzsche dizia está os ares mais puros. Fisicamente não seria possível acontecer, mas no universo mental, tudo é possível e é através dele que consigo atingir tais alturas. Não faz muito tempo, quando não era tão envolvido por esse mundo capitalista, eu conseguia passar longos instantes olhando para as nuvens e vendo coisas mais lindas e bizarras. E consegui viajar na imaginação, mas a nova vida adotada me arrebatou daquele mundo, só restaram resquícios. Tomaram meu tempo! Acho que aprendia com maior facilidade naquele tempo. Hoje, muitos males me importunam, problemas como onde vou morar, como vou me virar, bem é acho que o  mundo se expandiu,  não é só doces e brinquedos que me fazem feliz. Talvez esteja sendo muito saudosista, mas meu intuito é refletir um pouco, voltar mais para o meu mundo de faz de conta quem sabe assim seja ainda mais feliz.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Chuva na tarde de Ribeirão

Chove em Ribeirão,
chove enquanto o sol brilha,
chove na tarde de sol,
e a água da chuva vai lavando as ruas,
vai roubando o calor
pelo sol doado,
as plantas se movem
ao sopro do vento,
felizes
e a tarde vai ficando mais amena,
mais gostosa.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Nada nos define

O que nos define? A matéria e sua forma, nosso comportamento, tudo que aprendemos. Afinal que ou quem somos? Talvez sejamos um pouco de cada coisa que vivemos. Certo dia um amigo me falou que somos o que absorvemos do outro. É somos tão complexos física, química e psicologicamente pensando que seria impossível nos definirmos. Todavia acho que somos como a água cheio de formas, sem limites. Somos como tudo na natureza, tudo na vida. Somos tudo e nada dependendo dos nossos humores. Nem sempre que ouço uma poesia, uma música tenho harmonia, embora estes estímulos desencadeie muitas lembranças. Acho que somos muito natureza, somos como a brisa sem destinho, somos como o sol claro e quente, como a lua fria e serena, como o mar que se quebra e se deita na praia, somo como as florestas esplendidas, mas podemos ser como covil de raposas escuros, fétidos e traiçoeiros. Nada nos define.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Vazio

Olho para o mundo nesta tarde,
vejo o céu azul, as plantas verdes,
sinto um calor intenso que arde.
O vento sopra lá fora,
as folhas ficam balançando,
parecem estarem mandando
o sol ir embora junto da tarde.
Tudo está tão calmo,
tão quieto, parecem repeitar
o fim do ano. Quando
as tardes são tão vazias
quanto as ruas de Barão.

Iniciar

Assim os últimos dia do ano estão acabando, assim também estão acabando as últimas flores de acácia do meu jardim, restarão apenas frutos e folhas. E assim como o ano inicia, todo o ciclo da minha acácia começa novamente e assim segue a vida.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tempo

O tempo acende a apaga tudo.
O tempo não existe,
as coisas que existem,
e seu espaço de existência
dita o que é tempo.
As vezes há um vazio de tudo dentro
de nós,
Até as ideias perdem a substância,
e nada faz sentido
na ausência de um sonho.
As cores do amanhã
perdem a graça sem a esperança,
mas quem dita as esperanças?
Tudo inexiste,
na ausência de sentido,
na ausência deste espaço
chamado tempo.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sol nascer

E quando amanhecer,
quando o sol cruzar a linha
do horizonte,
quando fizer despertar as flores,
quero está bem acordado,
pra poder sentir
ser abraçado
pelo sol que tanto viaja,
que tanto desperta.
E quando amanhecer,
sei que algo vai acontecer,
espero que seja algo de bom.
Porque já basta
que acontece na vida
antes do sol nascer.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Morte

Eis que o destino a todos chegam.
Chega o dia em que a vida para,
e o calor que circula em nossas veias
estanga e os músculos guardados
no peito já não pulsam e não fazem pulsar.
Já não se sente o cheiro da flor,
nem se ver suas cores.
Neste dia tudo vivo que nos ama
se entristece, eis que não morremos
apenas nos encantamos.

Horizonte

Sempre que pude fui a praia
foi lá contemplar o mar,
gosto de ver a linha do horizonte,
gosto de imaginar
que indo lá eu consigo
ver o muito além da minha visão.
Sei que não vejo tão
longe quanto vejo numa noite de luar,
mas ao menos estou olhando
para o horizonte
como que encara um olhar.
Gosto muito de ver o mar,
gosto de ouvir o ser cantar,
e ver as ondas quebrarem na praia,
gosto de sentir o cheiro
da maresia, aroma que vem da áfrica ou sabe lá de onde.
O fato é que existe algo além
da linha do mar,
algo que me faz viajar.
Sempre me amarei na praia,
mesmo sem saber surfar.
No mar posso viajar vivo
em minha consciência.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh