quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amarela alamanda

A alamanda do meu jardim
está com uma flor amarela,
amarela acacia ou coisa assim,
gosto de flor amarela é tão bela.
Amarelo ovo,
amarelo queimado,
amarelo acácia,
amarelo alamanda,
a natureza quer amarelar
o mundo!

Quando o dia nasce

Quando  o dia nasce,
as aves e as flores nascem juntos.
As aves enchem de sons
e as flores de cores e odores.
Quando nasce o dia
nasce também uma poesia
que espera ser escrita
ou simplesmente dita.
Quando nasce o dia,
a luz rouba o escuro do meu quarto,
as aves o silêncio
e eu desperto feliz,
percebo que a vida passa por um triz.
então abro a janela,
tenho a paisagem sempre bela,
do sol e das árvores.
Sinto a vida solver
o ar da manhã.
Sinto-me beijado pela manhã,
sinto tanta coisa,
que esqueço do meu mundo.
Quando o dia nasce
sou pleno e feliz.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cada um, cada angustia

Quando era criança meus pais me ensinaram a rezar, a ter fé, esperança e a ser uma pessoa de bem. Quando era criança meus pais me protegiam, me alimentavam e se preocupavam comigo. Mas e agora que cresci? Por ter memória curta, me esqueço de orar, perco quase sempre a fé pelo menos continuo sendo uma pessoa de bem. Meus pais já não vivem comigo. Vivo só, e compartilho quase sempre minhas angústias com as pessoas que me cercam. Encontrei uma pessoa com quem posso contar. Mas o fato é que tem dias de verdadeiras angústias. Nada nos faz ou trás a felicidade. A vida nos proporciona tudo. Isto cada pessoa sofre uma angústia.

A vida


Muitas vezes penso na vida. Pode ser a qualquer hora. Penso nas minhas condições, dificuldades, lutas e tudo que me movimenta. A vida, sempre, me parece cruel, pois está sempre tentando nos testar. Há momentos que acho que o meu mundo vai desabar. Sei lá, é o que parece que vai acontecer. Então se me desespero, perco meu promo. Não é sempre, mas acontece. E vejo as coisas que creio está errado, que é injusto e isso me deixa indignado e descarrego tudo na vida. Eu penso tanta coisa sobre a vida, mas não sou capaz de descreve-lhes. As vezes penso que viver é ruim, mas pior é o não viver o não existir. Pois sem a vida nada faz sentido. Então sigo sempre pensando mais e mais oras aprendendo, oras se batendo para aprender, mas sempre sendo. Sem a vida nada é.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pequenas coisas

Fim de ando está ai. As luzes do Natal já piscam nas ruas. Nas lojas todas enfeitadas anunciam os lucros ou o Natal. No shoping as árvores estão piscando a todo vapor. E então sentimos o espírito do ano novo. Sentimos que tudo pode renovar ou não, mas nem pensemos nisso. O ano praticamente já passou, não dar para voltar no tempo. O que vivemos de manhã já não viveremos mais a noite e nenhuma noite. Só temos que viver e quem tiver espírito suave agradeça a Deus ou seja lá em que crês pela sua existência. A vida é tão boa, mesmo com tantas coisas para serem resolvidas, mas isso que é a vida.

domingo, 27 de novembro de 2011

Noite acalentadora

A noite chega, independente do dia da semana, e cala o mundo. Acalenta-o cobre com seu manto escuro e faz a natureza se recatar. Toda a natureza silencia. E aos poucos vai acalmando embalando tudo que ela pode abraçar. Algumas flores se perfumam, não se sabe se é para a noite ou para algum amante. E quando já não tem mais luz. Quando não enxergamos as cores. Finalmente, podemos descansar e dormir em paz.

sábado, 26 de novembro de 2011

As ideias nos alimenta para nos consomir

As idéias tem vida próprias. São elas que nos alimentam, mas são elas também quem nos consome. Não razão, religião ou ser que não esteja atado a elas. Acordamos e vamos dormir, basicamente pensando desde coisas botas até revoluções.
E quando tempos um tempo para desfrutar da vida de  não fazer nada. Ah, elas sabem como nos tirar do sério.
E ficamos assim, lesos...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Passa

E vão o dia e a noite,
passam sem parar,
nos distraímos com as coisas,
com as formas,
com as cores,
seguimos a vida
sem nos darmos conta
que as árvores crescem sem parar.
Que não paramos de morrer,
desde o dia que nascemos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O vento!

E o vento me leva,
noite a dentro,
leve como uma
cipsela,
surfando
nas ondas do vento,
noite a dentro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Curva da vida

As vezes me calo e não penso em nada. Sinto um vazio, algo congelando dentro de mim, e foram de mim como se a pele gelasse e desgelasse!
As vezes fico assim por medo. Fico sem as palavras, ações. As vezes fico mudo e então me dou conta que estou no mundo.
Travo uma luta com a minha existência que acredita ser longa, mas é tão curta, não tem a meia vida de um grama de urânio.
E então tenho tantos caminhos para me orientar que acabo desorientado, pois as escolhas muitas vezes provoca em nós doença mental pior que doença física.
Ansiedade. que rima com vaidade, mas esta é a afirmação em excesso!
As vezes me sinto um inútil, as vezes não e assim vou dobrando a curva da vida.

Esperança!

Ecoa em nossas almas a esperança. Nessa vida já vencida. Tudo que resta é a ilusão e a esperança. Tudo é tão passageiro e surdo como certas tardes, como a meia noite. Então procuramos beber em algo um pouco de ilusão e nos enchemos de esperança. Porque sem ela, a vida é mais dura.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Periodo

Os dias são longos, cansativos. Quando chega a noite sinto vontade de dormir. 

Chuva

A chuva caiu e banhou a tarde,
o sol até tentou, mas não deu as caras
ao dia.
As árvores estão tão viçosas agora,
as folhas molhadas estão coladas ao chão.
E a tarde se vai
se vai.

O amarelo das flores da Acácia

E caem as folhas e veem as flores.
As flores amarelas da acácia enfeitam o meu jardim.
São tantos cachos, tantas flores de um amarelo doce,
um amarelo acácia. Que quando fotografo
sinto uma frescura nas flores,
e congelo aquela imagem na câmera,
em minha mente.
As folhas se foram, e agora
as pétalas pintam o chão do meu quintal de amarelo.
E é sempre gostoso acordar e ver o chão
num caos de cores.
Engraçado que o amarelo das flores da acácia não é
o mesmo amarelo da manga que coloco para o sanhaçu.
É mais vivo, embora menos doce e menos queimado.
O amarelo das flores da acácia
enche minha mente de paz e esperança.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sementes


As sementes esperam o tempo bom para germinar, mas de que adianta se vier a germinar entre espinhos, sobre as rochas. As sementes não tem noção de ambiente. As sementes precisa das mão do semeador, da caridade da chuva, da fertilidade do solo. É preciso paciência, para esperar pela chuva. Muitas coisas dependem de outras e de outras...

domingo, 20 de novembro de 2011

Tese!

O que fica do dia em mim?
Sentado o dia todo em frente ao computador o que posso esperar?
Minha coluna e os meus olhos doem, meu corpo feito carro ao meio dia ferve.
Estou cansado e nem posso parar para sentir a natureza, sentir o dia.
Não dá se quer para escrever uma poesia.
E o dia vai passando se misturando com a noite e a gente sem perceber.
Chega uma hora que não dá o corpo joga a toalha.
Passa pela mente desilusão, medo, pressão.
Nem reza braba ajuda, acho só mesmo o riso de uma criança
ou a uma flor perfumada me encheria de alegria agora,
porque Deus é muito subjetivo, metafísico.
E assim vamos seguindo essa vida, que aliás é única,
numa luta desesperada para sobreviver, sobresair
e no final morrer e ser enterrado feito qualquer bicho.
Sem, essa de ser superior,
vamos apodrecer, virarmos cinza ou pó.
E cair nas areias do esquecimento feito grãos no deserto.
Nem sobra tempo para pensar.

sábado, 19 de novembro de 2011

E o dia passou

E o dia passou,
lento como uma brisa,
em minha mente deixou
o cansaço,
Mas a noite chegou,
mais a noite chegou,
e trouxe o vento,
pra cantar
cantiga de ninar,
para eu dormir.
E o dia longo passou!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Riacho

O riacho corre leito abaixo,
e vai fazendo curvas e sons.
Suas águas oras se assanham,
oras são calmas, calcarias e azuis.
E segue cantando, ecoando
o som da chuva. 
Segue as vezes quebrando
sobre as rochas, mas logo
se recompondo, vai refrescando
o que está em suas margens.
As vezes suas águas correm 
por apenas um dia, as vezes
não chega a alimentar 
o que o espera,
mas o que se pode 
esperar de um riacho
senão sua beleza, frescura e vida breve.

A manhã parte

E a manhã parte levada pela brisa
que balança os cachos da acácia.
Com ela vão o som das aves.
E a manhã se vai,
mais um manhã de sexta,
mas uma manhã de  novembro.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O presente

A tarde vai partindo, lentamente,
como uma noite que caminha para o altar.
Parte ao som dos passarinhos,
de Rachmaninoff.
Parte tranquila como o espelho do lago.

Até que a o carteiro bate lá fora.
Ah, o meu livro de presente chegou.
"Entre flores e espinhos"
de autoria de Joseph Bezerril.
Esse vou guardar, na memória,
não vou esquecer de minha amiga,
Rita de Cássia, sua esposa
que tão gentilmente
me ofereceu!


A tarde

A tarde começou tão clara,
acesa pelas flores amarela
da acácia, tão suave soprada
pela brisa e esfriada pela
sobra da sibipiruna, tão
melodiosa entoada pelo som das
aves.
A tarde encheu meu coração
de alegria, minha mente de cores,
meu ser de energia.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Jardim

No meu doce jardim crescem três neomáricas. As plantas estão tão viridescentes. Como choveu as folhas que caíram da acacia estão úmidas e liberam um cheiro gostoso. O sanhaço não para de cantar. Sobre o ramo da alamanda está um filhote de sabiá e uma danada de uma maritaca está comendo os botões das flores da minha acácia.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Chuva

A manhã uma suave é banhada pela chuva.
Enquanto a brisa atravessa a janela é tão fria.
As aves corrochiam longe.
As águas da chuva escorrem sobre os telhados
marrons e se quebram no chão
anunciando a presença da chuva.
O sol nem deu as caras,
as nuvens barraram a aurora.
O dia amanheceu, mas o sol ficou longe,
feito ébrio que está quase acordado,
mas distante do mundo.
As nuvens se movem no céu
da manhã que antecede o fim do ano.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A chuva da manhã

Na doce manhã de chuva,
nem deixou sol apareceu.
Durante todo esse período,
a chuva soprava sua brisa 
e cantava, se deitava sobre os tetos,
sobre folhas e sobre as ruas.
Suas águas lavam as calçadas
e as ruas.

A doce chuva da manhã
fez toda a natureza calar
para ouvi-la cantar.

Na natureza há um respeito,
quando a chuva fala
todos se calam para
escuta-la.

domingo, 13 de novembro de 2011

Domingo em Viena

Aos domingos muito cedo, soam os sinos. As badaladas anunciam que vai começar o culto a Deus. A porta centra é aberta. Luzes e velas acesas. O sol quase fresco ilumina os becos, ruas e ambientes escuros. A rua vazia, tem o silêncio quebrado pelo corrochio de pardais. Idosos caminha em direção a igreja. Enquanto isso dentro das igrejas os padres e seus ajudantes fazem os acabamentos finais para a missa. Nada entendo do que eles falam, pois as palavras soam em alemão, acho muito bonito, mas não entendo nada, assim como não entendo muito dos afrescos, esses pelo menos dou minha interpretação subjetiva. O cheiro da fumaça que o padre usa para perfumar a bíblia antes do pronunciamento da palavra é igual ao que os padres usam no Brasil. E então começa a celebração e a igreja permanece quase vazia. Então me senti, no Brasil colonial quando as missas eram proclamadas em latim, só estas foram proclamada em Alemão. Vistei uma segunda igreja, não tão distante da primeira. Esta segunda parece a igreja de São Francisco em Ouro Preto, estultuante. No entanto o público não era mais volumoso que na primeira. Uma coisa é certa, aquelas igrejas, tornaram meu domingo mais belo e interessante.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cabalistica


Hoje é sexta-feira, até ai nada demais, afinal é só mais um dia na semana. Todavia hoje é 11 de novembro, mês 11 do ano, não é muita coisa, afinal, é só mais um ano. No entanto estamos estamos no ano de 2011. Pra mim a coisa muda completamente de figura, afinal data semelhante, só acontece de século em século. Uma amiga minha, Letícia Garcia, falou que se tratava de uma data cabalística. Pensei que palavra bonita, mas qual o significado desta palavra. Consultei o dicionário onde fiquei sabendo que significa algo oculto, misterioso. Que bacana pensei. E foi mais um motivo pra matutar. Acho que essas datas cabalísticas, minha nova aquisição  uma palavra, sempre me encantaram. Lembro de algumas datas destas, umas das quais até comprei um livro 7-7-2007. Acontece que tanto número um, nunca tinha visto 11-11-11. A última vez que aconteceu essa data cabalística foi a um século atrás, nem os meus avós haviam nascido. Acredito que para os meus bisavós essa data não tinha significado algum. Como posso saber, se nem alfabetizados eles eram, como podia expressar algo. Acho que naquele tempo, a o sentido da vida se restringia a luta para sobreviver, já que o nordeste não oferecia tantos recursos, talvez se fossem alfabetizado, hoje teria alguma memória escrita num papel. Mas isso não aconteceu. Até ai a geração dos meus bisavós e avós já passou para o mundo da maioria. Refleti ainda que se para o tronco de minha geração, essa data não tinha significado algum, me espanta que meus data não faz muito sentido. Por que? Creio pelo fato que só lembranças ou dos fatos que precisamos ou por meio de certas fontes que para ter acesso faz-se necessidade de conhecer as letras, as palavras, os contextos e como meus meus pais não desenvolveram o hábito da leitura, suas memórias estão muito restritas ao cotidiano. As lembranças das gerações de meus familiares eram encerradas com seus corpos em suas covas ou dissolvidas quando eles partiam para lugares distantes de seus familiares. Ao que parece essa situação era muito comum as pessoas naquele tempo.
Essas reflexões causam me uma certa tristeza,  no entanto, fico feliz pela oportunidade que me foi dada. Abracei-a com toda força. Creio que na próxima que ocorrer uma data tão cabalista não estarei mais vivo, talvez meus netos. Já terei sido reciclado pela natureza. No entanto, meus netos terão poderão ler essa simples reflexão, terão ciência de que neste mundo, seus antepassados viviam, sem nada dessas tecnologias, nem por isso sucumbiam, eram muitas vezes mais felizes, embora muito sacrificados pela vida, e é um tempo não tão distante. Talvez eles leiam esse pequeno texto. Isso mesmo estou falando com voce. Saiba que na vida tudo são possibilidades, e a vida é curta, e que datas cabalísticas  como esta são raras. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sono

No meio da noite
é tudo tão calado,
parado.
Só a lua continua acesa no céu.
Só a magnólia e o jasmim
continuam a perfumar o mundo.
As aves dorme, enquanto os
grilos cantam.
A acácia do meu jardim
estática parece me olhar,
parece querer me chamar
a atenção com tantas flores.
Hoje a noite
está tão quente,
meus olhos se fecharam,
mas o meu juízo
teima em me maltratar
e não me deixar dormir.

E esse ar parado,
nenhuma brisazinha
pra amenizar o clima.
Ainda bem que vai chover
no feriado,
assim poderei ficar
despreocupado com o calor
que teima em não me deixar dormir.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O sol e a almanada

O sol no céu azul feito nau no meio  do mar
 arde mais quando brasa de fogueira de São João.
Cá na terra, no meu pequeno jardim
uma bela alamanda insulta o sol
com o brilho de suas folhas viridescentes.
Fico a parte só miro a alamanda,
não dar para encarar o sol.
Então desvio o olhar à acácia,
aos sanhaços não estão nem ai,
só se preocupam em deliciar seu naco de manga.
E assim o sol se vai
e a alamanda fica sem seu brilho.
As vezes acho que a alamanda encara o sol
só para para ganhar brilho.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

cai a noite

E quando cai a noite, escurecem as palavras em minha mente.
E quando cai a noite e a brisa não aparece,
ai, minha mente padece.

Breve suspiro

Quase sempre nos acostumamos com tudo. Está acostumado com as coisas é torná-las invisível. Quantas pessoas, situações ou objetos que temos ao nosso não se tornam invisíveis. Muitas vezes esquecemos de dizer palavras carinhosas, o que sentimos por elas, de lhes dar atenção, carinho e afeto. Quase sempre cremos serem eternas, fazem parte de nossas vidas. Acontece ainda celebrações entre os amigos, saídas para o bar, e simplesmente não comparecemos, então nós é caímos no esquecimento e nós é nos tornamos invisíveis. Acontece ainda que queremos muito alguma coisa então quando finalmente compramos, passamos a desejar outra coisa e simplesmente não curtimos. Mas ai, certo dia, as pessoas passam para o lado da maioria, os amigos ou você se muda, a coisa é roubada. Só neste momento que a invisibilidade ganha forma e cor e tu então ver que a vida passou e nada passado é reversível, tudo até pode parecer igual mas na essência tudo é diferente. Creio que é necessário refletir sobre a vida, rever os conceitos, e valorizar mais o que temos. A final a vida parte num breve suspiro. E caímos no esquecimento.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Infância

A alguns anos atrás morava numa num sítio de uma cidade pequena. Esse sítio chamava-se Serrinha do Canto era povoado da cidade de Serrinha dos Pintos no RN. A vida no sítio era muito calma e pacata. A maior parte do tempo não tinha muito o que que fazer, senão ajudar meu pai na roça que era raro e por água em casa, quando muito tirar comer para o gado. Meu pai nunca explorou muito nossa mão de obra, dava prioridade aos estudos. Sabia que era muito importante. Adorava mesmo era viver o inútil do ser. Ficar acordado durante a tarde pra poder comer doce as escondidas, fazer ponche de limão enquanto mamãe dormia. Meu irmão aprendeu a fazer até doce de leite. E ficava sem fazer nada à toa. As vezes, observava as formigas trabalharem, as abelhas polinizarem as flores ou simplesmente ficava vagando. E ficava imaginando coisas, esperando sempre que algo de bom acontecesse e sempre acontecia. Primeiro vinha o inverno e coloria todo o mato seco de verde, enchia as plantas de flores e frutos. Hum como eram doces as goiabas e as melancias verde por fora e vermelhas por dentro, os melões, as suculentas annonas (pinhas), e no fim as cajarandas. Essas frutas amarelas maravilhosa com sabor acridoce caim no chão feito lama e perfumava tudo em sua volta. Mais tarde quando o inverno acabava era época da colheita,  e em seguida vinha a época do caju. Gostava tanto de caju que meu amigo me apelidou de caju. Vivia sob os cajueiros feito bacurim, rasgando e deliciando os suculentos pseudofrutos. Acabava a safra e tava todo mundo gordo. Minha felicidade estava muito ligada a fartura de comida. Vida boa, vida atoa.

A barata


Era tarde da noite e não havia ido dormir ainda, mexia no computador. Então vi um vulto entrando no meu quarto. Não dei muita atenção. Então desliguei o computador e fui dormir. Até ai tudo bem, apaguei as luges, curtia o canto longe dos grilos, mas em pouco tempo, ouvi algo se mexendo em meu quarto, não eram os malditos pernilongos. O que seria? Esperei mais um pouco, ouvi então o som de um voo, então acendi a luz e fiquei procurando, não encontrei nada. Apaguei a luz e logo depois começou o chiado. Ah, danada, pensei. Estava quente, não estava conseguindo dormir. Então acendi a luz e vi aquelas antenas feito orelhas de jegue se mexendo. Eis a grande decisão matá-la ou não? Senti-me um juiz e um carrasco ao mesmo tempo. Baratas são insetos da ordem Blattodea. Alimentam-se de restos de comida e podem ser vetores de doenças. Apresenta exoesqueleto formado de quitina. Este exoesqueleto é rijo quando a barada se locomove faz um chiado asqueroso, além do mais quando por acaso pisamos sobre uma delas se ouve o um som de algo quebrando. Em nossa visão as baratas são seres tão nojentos, mas seria esto um motivo ou justificativa para que a matasse  ou seria o fato de ela ter invadido no meu quarto e estivesse tirando minha tranquilidade? Vale salientar que as baratas surgiram no planeta milhões de anos atrás, quando nós ainda não existíamos. Não seria nós os invasores de seu ambiente? Bem para muitas pessoas esses motivos são suficientes para tirar a vida até mesmo de um ser humano. No entanto, não tive coragem de abater aquele pequeno animal, então peguei um papel higiênico peguei-a pelas antenas e atirei-a no jardim. Fechei a janela e foi dormir. Pensando nas baratas que são brutalmente assassinadas.

domingo, 6 de novembro de 2011

O som da tarde

Ouço as aves cantarem,
o vento se debater contra
as folhas. Também ouço
a tarde chegar.
Esta chega como criança
diante do diferente, tímida
e quando menos se espera
se doura com a partida do sol.
A tarde guarda muitas coisas
para mim, oculta os meus medos,
mais que as outras horas...
enquanto isso fico quietinho
no meu quarto.
Ouvindo o som da tarde,
e saboreando a luz da tarde.

sábado, 5 de novembro de 2011

As coisas

Não sei o que acontece com o mundo ou com as coisas. As vezes me preocupo com as coisas e suas coisas. Acho que me apego as coisas, por medo de perder essas valorosas coisas. Mas o que são essas coisas tão valiosas para mim? Não sei, mas absorvo tanto do mundo externo que tem dias que meu mundo interno parece vazio, desordenado. As coisas do mundo são um só mistério que criamos para nos refugiar de nossos medos.

As aves, as flores e as árvores

As aves, as flores, as árvores são tão vivas tão belas.
As aves enfeitam o céu, as flores os bosques, os jardins
e as árvores a floresta.
As árvores são moradas das aves e suporte das flores.
As aves dispersam frutos e sementes das árvores,
e as flore atraem as aves para as árvores.
As árvores, as flores e as aves
são tão amigas, tão belas...

Luz da manhã



French Neoclassical Painter, 1774-1833
                                                         Vi a luz da manhã, dourada como ouro aceso. Essa manhã fria começou a aquecer o mundo e dar-me profundidade das cosias. Essa luz revelou a forma bela das flores perfumadas e as coisas ao meu redor.
Através dela pude apreciar o meu jardim. Essa luz veio e invadiu o meu ser, me fez acordar, abrir a janela
e sentir a brisa fria que povoava meu jardim, no entanto a luz apagou as estrelas da noite. Gosto das estrelas, mas também gosto do céu azul, mas a luz também revelou o céu azul, revelou ainda as palavras escritas nos livros, acho a leitura mais fresca de manhã. E assim a manhã veio, dourou minha vida, me trouxe sabedoria e capacidade de discernir as coisas. Nem sempre temos a luz da manhã para revelar as coisas em nossas vidas. Não podemos conhecer as pessoas e suas ações, senão superficialmente, as pessoas não são como a luz da manhã reveladoras, mas em sua maioria são profundas com rios submersos sob rochas calcarias. As vezes as pessoas parecem serenas como a luz da manhã, mas estas pessoas podem estarem apenas ocultando suas verdadeiras intensões. São tantos os males que há no mundo, quem dera que estes males fossem ingênuos como a luz da manhã. Os males do mundo, creio que se trata de uma invenção humana, criada como todas as coisas criadas pelo homem de seus sentimentos mais ocultos. Esses sentimentos são tão ocultos que não podem ser revelados por luz alguma, nem mesmo raio x seria capaz de revelar. O mundo se revela sob a luz da manhã e a ciência ajuda a revelar mais o obscuro, mas nem tudo pode ser revelado, então vamos aprendendo, refletindo, compreendendo o mundo, mais contemplando mais a luz da manhã.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sair para caminhar

Sair de casa é essencial
pra sentir a vida pulsar,
as pernas caminhar,
sentir um aroma diferente,
encontrar uma flor,
uma paisagem,
ver gente.
As vezes nos fechamos
com os nossos problemas
e esquecemos do mundo
que há lá fora.
As vezes esquecemos
que temos todo um universo
em nosso interior
que necessita de ideias
externas,
saia para caminhar,
veja agora as Murraias
florescem, e perfumam
e enfeitam as ruas com suas
flores candidas.

Os passarinhos e as flores

O canto dos passarinhos me encanta,
bem como sua leveza, sua beleza.
Passarinhos cantam pra encantar,
voam de lá pra cá, voam sem parar.
Passarinhos são coloridos,
plumulosos, tão alegres,
tão belos. As aves embelezam
a natureza como as flores,
mas as flores perfumam
porque só sabem perfumar,
passarinhos cantam por só saberem cantar.
Os pássaros e as flores são tão
agradáveis, tão amigáveis.
As flores e os pássaros povoam
meu jardim, minha mente,
minha alma, engraçado
eles me trazem calma.
Acho que roubam dos deuses
só para povoar o meu jardim,
acho que sim.
Os passarinhos cantam
e as flores perfumam
e eu os admiro.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

tradução DNA

Tempo,
espaço,
cor,
forma.

Na concha do tempo,
nos caracóis do cabelos
 me perco e me encontro.

Quantas voltas me dar o tempo,
que extensão tem o meu corpo?

Faces, braços, pernas,
troncos o corpo.

Os sentidos filtram para nós o mundo,
a ciência ler o mundo com mais profundidade.

E contamos o tempo,
em anos, décadas,
então morremos,
nossa geração,
não se perde na concha do tempo,
e fica apenas
a memória ou  não fica nada,
tudo que permanece é a leitura
do DNA.

Acacia

Cachos de flores amarelas,
pêndulos crescem nos ramos nus,
flores grandes e muito belas,
são despetaladas pelo vento,
e tingem de amarelo
o meu pequeno jardim.

Passagem













O dia acaba a meia noite
e começa a meia noite.
O dia deixa de ser
e vem a ser.
e ciclicamente
o tempo vai passando
sem que percebamos.
Noite e dia, dia e noite.
Num contínuo
que não dar para perceber,
quando se percebe 
o que é já foi.
Passa a infância,
a adolescência,
logo nos tornamos adultos,
idosos e chega a morte,
e nos faz mergulhar na eternidade.
Nem percebemos
que na vida tudo
tem suas passagens,
pois assim como num dia
que temos
manhã, tarde e noite,
as vezes percebemos
outras vezes não.
O aniversário é uma
passagem por onde passamos
e não tem como voltar,
no entanto é através dessas
passagens que construímos
nossa essência,
que sobresaimos
a existência.
Temos que respeitar as passagens,
respeitar nosso corpo,
e por fim a nossa vida,
seguindo sempre
em frente, com esperança
de ver um novo amanhã
sempre.

sábado, 29 de outubro de 2011

Neomarica




Flores lilás e candidas
Neomarica candida
Neomarica cerulea
Que belo é nosso jardim,
flores belas,
coloridas,
simétricas
flores de neomárica,
pra mim,
pra quem passa,
e é de graça,
neomárica...
são tão belas para mim.

Acácia amanhece

É muito bom acordar e ser abraçado pela manhã com seu hálito fresco, cheio de odores.
É bom ainda acordar e ver o sol sorrindo, afogando o mundo em luz, e este semelhante
ao girassol com sua coroa de luz, laranja nos rouba atenção. E então vem as aves
e cantam no meu jardim. Um casal de pombas namoram na sibipiruna, é até
engraçado. No meu jardim as plantas crescem desapercebida e aos poucos
a acácia vai se enfeitando com seus racemos amarelos e se torna maravilhosa,
feito uma poesia de Pessoa.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Crescer

"The Infant Samuel," by Sir Joshua Reynolds, 1776 (The National Gallery, London)

Todas as crenças que temos por verdade, ruem a cada dia. Toda a minha fé que me movia, me tornava mais forte foi reduzida ao empírismo ou ao racionalismo. Acreditava que Deus estava no céu, mas ai vieram os físicos, matemáticos astrônomos mostraram que céu só havia galáxias e estrelas, sem nenhuma presença de Deus. Acreditava ainda que Deus me ouvia sempre que orava e atendia aos meus desejos, no entanto vieram os cientistas políticos e disseram que Deus não é injusto, ao atender o meu pedido, não seria justo com o outro. E o mundo foi descortinando meus pensamentos, minhas esperanças, Deus era um personagem importante na minha vida. Ao longo de minha vida sempre quis saber o que tinha por trás das coisas. E muitas vezes era empirista, reducionista, não sabia sobre o conceito de substância é aquilo que está por trás, nem entendida nada sobre o princípio de organização, não sabia nada sobre átomo, molécula ou qualquer conceito de matéria. Sendo, assim, tentava compreender a essência das coisas, só sei que dissecava frutos, desmontava objeto, mas nunca encontrei nenhuma essência. Não sabia química, biologia, física, mesmo assim tentava entender o mecanismo da vida, das coisas o princípio da vitalidade. Porém compreendi que minha vida é também faz parte dessa matéria é é composta por essa substância, no entanto  não tem como me dissecar, ou reduzir-me, descobri que apesar de sermos todos compostos da mesma matéria, somos todos diferentes, temos habilidades, comportamentos e crenças diferentes. E com o passar do tempo vim a descobrir que nada faz sentido no mundo, nas coisas em lugar nenhum. Somos nós que criamos as coisas, damos sentido e valores, pois sem nós nada faz sentido, existe por ter existência. Nem tudo é exato, nem tudo é errado, crescemos, mas ao crescer, enche-nos nossa cabeça de sentimentos,
de medos, desilusões, de maneira que já não nos basta apenas ilusões. Resta-nos reconfortar com o bom que podemos viver e lutar contra o que nos faz morrer.

Manuel de Barros

Manuel,
Manuel de Barros
suas poesias tem tanta alegria,
vida e metafísica.
Manuel ainda bem
que voce nasceu,
sem voce minha vida
teria menos poesia,
sem voce,
teria um olho cego,
mas ainda bem que me ensina a ver
a beleza da vida,
da natureza
e do mundo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Oculto

Amanhã vai ser outro dia,
e quando amanhecer,
o sol vai brilhar,
as aves vão cantar,
as flores vão abrir,
alguém vai dormir,
alguém vai trabalhar,
Amanhã quando amanhecer
alguém vai nascer,
alguém vai morrer.
Amanhã vai ser o dia mais importante
da vida de alguém,
alguém vai viajar,
alguém vai se encontrar.
Amanhã, certamente, vai existir,
independente de todos nós
que não sabemos,
mas somos todos
ocultos, somos todos
perdido neste mundo,
acreditando que somos melhores
que os outros,
que merecemos mais,
que trabalhamos mais,
e nunca paramos para
pensar no amanhã,
porque não nos interessa o amanhã,
não nos interessa o presente,
o que nos interessa é a certeza
de que somos especiais
para alguém,
e nunca sabemos que somos especiais
para nós mesmos,
por isso,
passamos a vida ocultos,
sem saber o que vem no amanhecer.

Oculta


No lago tranquilo nadam
as aves,
ou seria no rio tranquilo 
que nadam as aves?
Enquanto a vida no lago ou no rio segue
a parte.
uma senhora de chapéu mira no horizonte além do lago,
bem próximo da li um homem de chapéu observa-a,
mais distante um homem de terno observa o que acontece.
A mulher está imersa em seus pensamentos,
enquanto trança suas ideias,
olha o horizonte,
olha as aves,
seria uma transeunte ou virá sempre ali?
a grade com curvas barrocas servem de suporte para
a senhora que sente de tocar algo sólido,
sente necessidade de sentir que esta viva.
E tudo se passa
sem que ela perceba
que é a única oculta naquele lugar.

As aves e as frutas

Certamente, as aves não sente sabor,
não sei, talvez, ao que parece
sim, pois preferem sempre as frutas
mais madura, que são aquelas mais
saborosas, ou percebem a cor,
ou sentem o cheiro, mas isso não me interessa.
O que me interessa
é que me sinto muito bem
em alimentar os sanhaçus,
e vê-los degustando
a manga ou a banana madura.
Dá-me o mesmo ou mais prazer
que estivesse saboreá-la,
certamente, não estaria
mais feliz do que me sinto
que quando os vejo
pousarem sobre o muro,
a sombra da acácia
 e comerem de naco em naco
toda a fruta,
e depois voam
para os galhos da acácia
e cantam numa alegria
que parecem me agradecer,
e me sinto tão feliz,
certamente. mais feliz que tivesse
deliciado daquelas frutas.
As aves são tão generosas,
cantam sem cobrar nada,
numa alegria, numa sintonia,
que me fazem feliz
a cada instante
que vem e que vão.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Que sou?

O que me constitui?
A água que bebo,
a comida que ingiro,
as imagens que vejo,
os sons que ouço,
o cheiro que sinto,
o calor ou o frio.

Tudo em é processado,
interpretado e transformado,
e quando não absorvido é excretado.

Sou o que sou,
o que projeto,
e que busco ser,
mas afinal o que faz
de mim ser quem sou?

Seria o acaso.

Por que paro para ver o céu estrelado,
sentir o aroma das flores,
ver as crianças brincando,
suponho que veja beleza.

Por acaso vou construindo
que vou me tornando.

Vou seguindo minha vida
com meus dramas,
as vezes minha mente crer está a beira de uma tragédia,
mas são coisas minhas.

Nada explica que eu sou,
porque sou o que sou
e o que é, simplesmente é.

Sou eu quem filtro as minhas
verdades e muitas vezes
por não usar as três peneiras
de Aristóteles,
uso uma máscara que não é minha.

Sou matéria,
energia
e a existência
a prenúncio de minha essência.

Cheiro de flor

A rua está bem perfumada,
afinal o jasmim está florido
a todo vapor com suas
alvas cores e  a magnólia
a toda potência, como é
gostoso acordar e sentir
o doce cheiro de flor.

Jardim

Após a chuva da noite,
a manhã chega tão fresca,
o jardim úmido exala o cheiro
de folha molhada,
as plantas crescem viçosas.
A brisa traz o aroma
das flores de magnólia
do outro lado da rua
e perfumam meu quarto,
os sanhaçus canta
numa felicidade.
A acácia está tão bonita,
perdeu todas as folhas
só para mostrar a beleza
de suas inflorescências
longas, amarelas,
ah, esse aroma de jardim,
aroma da manhã,
são tão doces para mim.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tarde fresca

Na tarde quente a chuva caiu
e logo a tarde esfriou.
As águas correram pelas ruas,
levando as folhas secas.
As flores salpicadas de pingos de água,
as aves voam em busca do doce fruto,
e a tarde passa, suave,
fria, fresca.

Petivéria

A Petivéria do meu jardim está soltando um cacho de flor, ela é tão verde. É linda minha Phytolacaceae que está florindo, parece está sorrindo. 

Estado

Canta sabiá,
perfuma magnólia,
claria sol,
pois as coisas
são tão momentâneas,
por isso,
o sabiá sabe e canta,
a magnólia perfuma,
e o sol brilha...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Saudades

Levo em minha mente imagens de pessoas e lugares maravilhosos, de doces risos, de belas flores. Carrego ainda, muitas saudades dos meus parentes e amigos que partiram e numa viagem sem volta. Pessoas que compartilharam comigo suas alegrias, suas tristezas, seus problemas, mas que me deram o que havia de melhor que podiam me dar a amizade. E de vez em quando consigo resgatar da memória essas imagens, o resgate vem a partir de situações que revivo, em aromas que sinto, em formas e cores, em gesto ou o simples contemplar de uma paisagem. Uma dessas pérolas com quem eu e meus amigos pudemos conviver e compartilhar bons momentos, mesmo que simples momentos, mas muito bons, tudo isso na época em que eramos residentes da moradia estudantil, e dividíamos os mesmos ambientes o mesmo prédio. Seu nome era Taneberge Albano, fazia psicologia, era uma das pessoas boas e religiosas que conheci, tinha a voz suave como o vento ecoando num vale, a rizada engraçada, enfim era uma pessoa super educada.  E uma coisa das coisas que costumávamos fazer era tirar um tempinho para conversar. Geralmente, sentávamos no pátio da residência, onde tinha vários bancos de cimento, a noite e enquanto mirava as estrelas, os planetas, ou simplesmente observava as formigas trabalhando, o papo ia sendo tecido como quem tricota e ver teve. E eu como sempre, sem noção, falava mais do que devia e assim arrancava risos dos amigos e ria com as safadezas dos outros. Naquela época, tinha amigos para conversar, e mesmo tendo o que fazer tirava um tempinho para ser amigo e  ter os amigos, e foi uma época muito difícil, mas muito boa. Foi neste período que conquistei os meus amigos. Todavia, esse meu amigo, quando que iria viajar para uma nova cidade, resolveu ir pra praia comemorar, e foi com o pessoal da igreja tomar banho de mar, e infelizmente o mar tragou-lhes o que mais raro ele tinha, sua vida. Choramos muito, ficamos muito triste, no entanto, restaram boas lembranças, as boas intenções. E as vezes quando estou só, em silêncio, lembro da algazarra que era conversar, não se sentir só.

Flor

As flores são tão efêmeras.
Algumas plantas só florescem uma vez na vida,
outras florescem diversas vezes no ano.
As flores são atraentes
por suas formas, cores e odores.
Algumas flores são tão inconspícuas,
e outras tão perceptíveis.
Algumas flores são tubulares,
outras são petalóides.
Podemos elencar tantas coisas
sobre as flores,
mas o que é uma flor para mim?
O que é uma flor para ti?
Uma flor tem significado
subjetivo, pois cada um
tem lembranças peculiares
com as flore e seus adjetivos.

domingo, 23 de outubro de 2011

Jacaranda

As ruas estão todas vazias, quase nenhum carro passa. É bom caminhar nas tardes de domingo, pois é quando as pessoas estão fadigadas dentro de casa, depois de um farto almoço, as pessoas querem mais é curtir a suas preguiças. Aproveito para caminhar um pouco,  ver o mundo fora do meu quarto. Saio e volto sem falar com  ninguém, não por ser misantropo é que não tenho mesmo com quem falar. As vezes ligo para os amigos que moram longe. E saio na minha bicicleta pedalando, oras aproveitando as decidas e quando aparecem as subidas aproveito para caminhar, e pensar, e contemplar. Contemplo as plantas floridas oras ervas, oras arbustos e oras árvores. Agora por exemplo contemplo as jacarandas, suas flores azuis são tão lindas quando estão floridas. As vezes encontro plantas com flores perfumadas, agora por exemplo, encontro as magnólias e os jasmins. E vou assim passando o meu tempo contemplando. Hoje, quando saia de casa, o céu estava cheio de nuvens, não chegava a ser um céu nublado, estava gostoso. E num certo lugar do percurso fui arrebatado por uma paisagem linda. Aquele céu com nuvens e feixes de luz fugindo das nuvens e formando uma cortina de luz me deixou estático por alguns minutos e ao mesmo tempo pude ouvir as aves cantando, os vagos carros passando, um ou outro transeunte. Fiquei ali parado contemplando. Quantas belezas há na natureza que nos deixa feliz até mesmo numa tarde de domingo.

Graça da manhã


Hoje, acordei mais tarde, que de costume, é domingo, mas mesmo assim os passarinhos já faziam algazarra. Abri a janela e logo meu quarto foi inundado pela da luz da manhã. Então fiquei ali, parado, bebendo da paisagem, que invadia minha vista modificando o meu ser, olhando para o mundo. O céu todo azul, a plantas  verdes com seus caules escuros, para os muros brancos, as folhas secas pelo chão. Enquanto, meu ser foi se afogando no doce aroma das flores de magnólia. E esse era o perfume do mundo e esse era perfume da manhã. E esse era o meu universo, mais uni que verso. Me anima o canto das aves, parece tão feliz. Por isso pus frutas sobre o muro, só pra ver as aves virem e irem cantarem felizes, quem sabe não sou inundado por essas aves. A brisa da manhã passa sua e agita os galhos das árvores parece até da vida. Uma rolinha se coça enquanto está pousada sobre o fio da eletricidade. Cães latem longe. Hum é tão bom.

sábado, 22 de outubro de 2011

Foge

A noite se encerra,
começa o dia,
vaga poesia,
a noite se vai,
o dia se vem,
logo será domingo,
logo será amanhã,
em poucos minutos
o tempo vira,
tudo gira,
e passa...
e foge...
é tempo

Desperta magnólia


As vezes, olho para o as coisas, para o mundo e não presto atenção nos detalhes, nem a nada. Talvez, esteja buscando fora de mim, além da linha de minha visão o que não encontro dentro de mim. Não sei, nem todas formas me encantam, nem todas as cores, nem todos os movimentos nada. As vezes sou eu mesmo. Mas hoje, hoje cedo senti um doce cheiro, era o perfume da magnólia, já sabia! foi lá fora só para conferi e vi ela toda florida. Tive uma manhã toda perfumada.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Noite perdida

A noite caiu escura,
quantas vezes a noite cai,
quantas vezes vem e vai,
e tu não reparas nas estrelas,
não reparas na lua.
A noite não existe para baladas,
a noite não existe para a solidão,
a noite não existe para procriação,
a noite não existe,
a noite deixou de existir para nós,
já não é algo romântico,
já não nos orienta.
Mas creia sinto falta
da noite estrelada,
da noite de lua,
da noite perfumada de caju.
Hoje só percebo a noite
porque faz silêncio,
porque muitas vezes,
não vejo a noite,
pois tenho a noite
dentro de mim,
uma noite que quero fazer dia,
tenho o escuro da noite
dentro de mim,
mas o escuro que há
dentro de mim é o escuro
da ignorância, sem estrela,
sem lua, sem som do vento,
e todo dia tento preencher,
manter acesa a luz de vela,
tento apagar a minha ignorância
e muitas vezes,
perco a noite.

Obscuro

Haveremos de nos encontrar nossos caminhos, pois vivemos a vida como quem anda perdido, sem ter um sentido para tomar. Somos providos de tantos sentimentos que muitas vezes acabamos perdidos. Muitas vezes nos alimentamos tanto deste sentimentos nos tornamos dependentes de algo que venha suprir nossas faltas. Sentimo-nos, muitas vezes, desorientados como quem caminha sob a neblina. E assim vamos nos tornando seres frágeis e sentimentais. Ninguém nos ensina nada sobre a vida, aprendemos tudo observando, num jogo de faz de conta, muitas vezes as pessoas tentam nos ajudar, mas não cremos no que as pessoas tentam nos falar,  na maior parte das vezes somos empiristas, precisamos experimentar para acreditar e vamos aprendendo como cegos ao andar em um lugar desconhecido, vamos aprendendo no tato. Essa maneira de aprender nos custa muito caro, mas é a forma que nos adéqua que buscamos, pois não se aprende a viver senão vivendo. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aposta



Saber que o tempo passa nos angustia e imaginar que a noite estamos mais velhos do que quando o dia  nasceu, que o dia de ontem, nos angustia mais ainda. Pois cada dia que se passa nos aproximamos de nosso fim e assim vamos nos distanciamos de quem fomos, vamos nos transformando, e cada dia mais longe de quando nascemos, e nos afastamos de quem gostamos. Saudades! Vamos seguindo a vida como quem segue cerrado a dentro sem saber o que vai encontrar pela frente. Ah, saber que o tempo passa! Certas vezes temos tanta ansiedade que isso aconteça, que ele passe mesmo e acabamos  por viver a vida sem prazer. As vezes queremos tanto uma coisa que abdicamos de tantas outras cosias, que talvez nos fizesse mais felizes, mas será se vale a pena? Será? Creio que é regredir acreditar que vale a pena ou não. Viver é como fazer aposta, pode se ganhar ou perder com as decisões e o tempo ele nos ensina a fazer as melhores apostas, mas ele passa e nos como carro desgovernado...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O mundo através da janela

Através de minha janela posso ver o céu, o sol, as estrelas, as plantas, as árvores, os carros.
Através de minha janela posso ouvir o som dos carros, o passar do vento entre os galhos das árvores, posso ouvir o canto das aves, dos sabiás, sanhaçus, cambacicas, bem ti vis e cambacicas.
Através de minha janela posso sentir o perfume da magnólia que fica do outro lado da rua.
É através da janela que contemplo meu jardim, as folhas secas espalhadas pelo chão, que vejo a dicorisandra crescer e vibro pra que cresça mais e mais, olho a beleza das samambaias, sem os livros de botânica do Marcelinho, como fazem falta, não dar para consultar o nome dela, vibro pelas Petiverias, pela palmatória que está enorme, pela triplaris e pela alamanda, por fim pela acacia que está tão deprimida. É fim de estação algumas plantas ficam deprimidas, minha acácia está perdendo todas as folhas.
Através da janela contemplo a chuva, adoro contemplar a chuva, ainda mais se é da minha janela, fico tão feliz quanto a Dichorisandra, a Petiveria, a Opuntia, a Allamanda, A samambaia, a Triplaris e a Acacia. Fico feliz em ver os pingos caírem, sem desfazerem nas folhas, no chão e se refazerem em água correndo pelo chão, gosto de ver os cordões de água que caem das biqueiras, tão lindos, transparentes.
Sem dair de casa, através da minha janela eu vejo o mundo e a partir destas imagens construo o meu mundo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Conhecer















Viver é provar a cada dia diferentes sensações, 
Aprender com as situações, 
Superar os medos e seguir adiante,
Mesmo após uma derrota que nada significa,
Pois mesmo que as derrotas nos façam sofrer,
Mas ao mesmo tempo nos fortalece.

Viver é saber despertar dentro uma eterna vontade de compreender, 
aprender, executar e fazer acontecer.

Viver é o eterno exercício de dia após dia buscar sempre novos sonhos que alimentem a alma.

Creio que os sonhos são o alimento do espírito 
E assim como o corpo precisa ser alimentado diariamente,

Assim acontece com o espírito, 
Precisamos nos alimentar sempre com sonhos, 
Mesmo que tomemos emprestado dos outros, 
Nos inspiremos nos dos outros.

As vezes é preciso ter o espírito forte, 
Pois não é fácil seguir a vida,
Visto que a monotonia e a repetição cansam até a alma, 
Por isso é preciso seguir os grandes espíritos que passaram na terra,
Podemos encontra-los lendo bons livros,
Buscando conhecer novas e belas histórias. 

E assim vamos cruzando a vida nos enchendo de essência. 
Nada na vida é de graça, não existe almoço franco. 
É preciso força para seguir, pois a vida passa,
 até mesmo se nos enclausurarmos. 

A vida é constituída de possibilidades, 
Não as jogue fora. 

Pois viver é um eterno conhecer o mundo e a se mesmo.

Vida de sanhaçu


Os sanhaçus ficaram numa alegria o dia todo,

num voar de cá pra lá, vinha e ia sem parar,
numa alegria a cantar e comer e tudo isso
por deixa-lhes de graça uma banana e
a metade de uma manga.
Da banana cedo não quis provar,
só quem quis foi o pacato sabiá,
mas os sanhaçus nem deram
a mínima.
Já está escurecendo,
a manga acabou e a casca
o vento levou
só sobrou mesmo a banana.
O sanhaçu ainda canta.
Chegou e viu que tinha apenas
a banana, nem ai,
come e canta numa alegria,
eita vida boa de sanhaçu
é só voar, comer e cantar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vento

O vento sopra forte durante a tarde,
não para de importunar as plantas,
balança suas folhas, derruba suas
flores e frutos. Ah, mas esse vento,
não para parece criança ruim,
importuna a todos, e sopra
sopra sem parar.

Meu jardim

A manhã nasceu tão úmida
e está tão bela, em meu quintal
há folhas pelo chão,
folhas molhadas, espalhadas
da acácia que orna de beleza
com flores amarelas
que dar até gosto olhar
através da janela.
Os sanhaçus escolheram
meu muro para comer
frutas, é tão bom ouvir
os seus pios vem e voam
numa pressa.
Hum é bom ir
a janela e encher o peito
de ar, e alma de aroma 
da manhã.

domingo, 16 de outubro de 2011

Ordem

A chuva caiu no fim da tarde,
esta se entregou a noite fria.
A noite veio com sua sombra
e apagou a beleza das flores,
apagou tudo quanto eram cores,
e por fim cobriu toda a natureza.
Mesmo assim o jasmim insistiu
e continuou a perfumar o mundo
com suas flores alvas e doces.
A noite veio imperiosa,
não quis mostrar o brilho
das estrelas e então chamou
as nuvens que ocultou tudo quanto
foi de brilho
e então a noite ordenou
que todos dormíssemos,
assim se impôs a noite,
assim fomos dormir,
num sentimento de injustiça.

sábado, 15 de outubro de 2011

Vida perspectiva

   Vivemos em um eterna busca pela felicidade. Carregamos na alma a esperança. As vezes me pergunto o que é a vida? e o que é viver? Acho que estas questões não são apenas minhas, mas inerente a ser humano. A tempos que fico atento ao que acontece em minha volta, observo as pessoas a minha volta, ouço o que falam, o que fazem, pois queria captar algo que explicasse a essência para a vida.
    Quanto aos animais, antes de serem humanizados, porque sempre humanizamos muito as coisas e os seres. Bem quanto estes, creio que a vida é um eterno renovar da espécie. Trazem consigo instinto de sobrevivência. Acho que esse instinto também é inerente a nós. Por exemplo o que explica o amor da mãe para com o filho? Não seria porque o filho é parte dela, é o seu ser renovado e melhorado? mais forte para seguir a diante a espécie, isso quando falado através do canal da ciência soa duro, bestial, porém se usamos metáforas como o fez Shakespeare já havia falado sobre uma forma de se tornar eterno seria através dos filhos. Seria aceito sem discussões.
   Uma das ideias de Sartre é que a existência antecede a essência. Quando penso nessa máxima, percebo que são as relações que dão sentido a nossa vida, sem estas as coisas não fazem sentido. Um exemplo bem comum é que um objeto existe independente de nós. Uma rocha é apenas uma rocha,  no entanto ao trabalhamos aquela rocha podemos da-lhes uma forma que expresse um símbolo para nós. Um escultura por pode ser outro exemplo, através de sua forma expressa algo, a beleza de um corpo. No entanto sem nossa visão humana continua a ser uma rocha. Os objetos não têm essência, tem substância, sabe-se que a substância não expressa a essência, mas sim propriedades químicas e físicas. Quando Eisntein faleceu dissecaram o seu cérebro e o que encontraram além de uma massa cinzenta semelhante a borracha?
   Sei que vida é algo que não cabe um conceito, sei que viver é o que fazemos da vida. Pelo que observo, a vida em si corresponde as possibilidades que se pode realizar a partir dela. Sartre estava certo quando afirmava que ao longo da nossa vida é que vamos construindo a nossa essência. São nossas decisões que vai nos formando e transformando quem somos. Muitas vezes não sabemos denominar o que somos nem porque fazemos algo, mas seguimos o que achamos que é certo. Sartre dizia que somos condenados a liberdade, mas essa liberdade quando relacionada a decisões, somos nós que decidimos ser aquilo que nos tornamos, temos esse poder de decisão, no entanto muitas vezes gera incerteza e angústia. Concordo com Hegel quando afirmava que a vida são possibilidades e as relações advindas destas possibilidade e viver é o que decidimos e fazemos da vida. A vida é todo o momento presente e a felicidade é sermos o que somos, sofrendo, ou alegre,ou triste, porque ser é viver.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O beijo da manhã

Hoje, quando acordei,
a chuva cantava sobre telhado,
o mundo todo belo estava molhado,
um sabiá laranjeira veio cantar
na minha janela e foi uma visão tão bela.
O canto da chuva junto ao do sabiá.
então fui a cozinha e preparei um chá.
E quando abri a janela,
Senti o aroma da manhã,
invadir o meu quarto,
meu corpo e minha alma,
sei que senti aquele aroma
de folha molhada,
senti minha alma estremecer de alegria,
a manhã me beijou,
e a chuva foi testemunha,
e a chuva canta
como num coral
pingo a pingo,
gota a gota,
e assim me embreaguei
manhã a dentro,
Feliz.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Repetição

Quando fico em casa, fico tão cansado. Coisa que faço repetitivamente me cansam. Vou a janela, vou ao jardim a geladeira. Olho os malditos facebook, gmail, yahoo. As vezes me concentro, as vezes não,  minha mente esquenta feito cana passando na engenhoca, feito milho na forrageira ou no moinho, a pressão também esquenta. E nessa embolia, que se segue por todo o meu dia, deixa minha vida tão incomodada, tão cansada. Sinto que a vida é uma eternidade, até chegar a hora de almoço ou de sair para desparecer. E quando saio quando o tempo passou, penso o tempo voa... A repetição maldita como me cansa a alma.

Pássaros

Pus uma banana sobre o muro e veio saboreá-la o sanhaçu, depois veio a cambacica que cantou algo bem de lá da sibipiruna. A tarde está tão enfeitada com o canto dos pássaros. Está nublado, até choveu hoje cedo. Acho que os sanhaçus temem muito nos, porque nem posso olhar que eles já saem voando. Mesmo assim
é tão bela essa tarde.

Dias escuros



Há dias que o sol não aparece,
dias que ficamos sob as sombras
das nuvens.
Há dias que a mente não apetece,
e ficamos mais escuros
que cavernas.
Há dias que não
queremos sair de nosso
caracol.
Há dias que nos sentimos
literalmente caracóis
e nos arrastamos
existência a fora.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Noite de lua

Hoje a noite o céu está tão claro e limpo. A lua cheia clareia as ruas e as praças. Na rua Felizberto Brolezze, onde tem um doce pé de jasmim de flores cândidas e perfumadas, ao passar ali próximo, com tanta claro da lua pude ver as flores e beber o do seu odor, é tão gostoso. Então, fui caminhando até minha casa que estava sob a sobra das sibipirunas. O vento sopra fazendo chiar as folhas das árvores de minha rua. As árvores estão tão bonitas, suas folhas brilham ao refletir o brilho da lua como espelho sob a água. Que noite serena e cheia de paz. Enche-me de saudade de tempos atrás. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Natureza condenada

Que maravilha é poder contemplar a natureza. Ver as aves voando pelo céu, cantando entre os ganhos das árvores. Sentir o perfume de uma flor. Sentir a bruma afagar nossa face. Quanta coisa há na natureza que não sabemos expressar e muitas vezes e preciso beber na poesia e se encher de metáforas e melhor compreender a natureza. Para percebermos e entendermos a natureza precisamos saber substancializar, materializar em palavras, pois o que vemos e quando o buscamos ver passamos a perceber sempre e mais. Todavia, falta um olhar humano à natureza. Olhamos para a natureza sempre com um olhar progressista, pois em nosso entender o que merecemos é o conforto. E esse conforto leva ao sacrifício da natureza. Não compreendemos ainda que a natureza é anterior a nossa existência e que portanto somos produto seu. Que a natureza é em sua maior parte transformação. A natureza se recicla, contudo a natureza viva, essa está desaparecendo dia a dia em função de nossa espécie. Então hoje será preciso ir a literatura para ver a beleza da natureza que se acaba sem parar.

domingo, 9 de outubro de 2011

uma gota de chuva ou um pingo da alma

Agora é tarde e chove.
O sol nem apareceu, pois
as nuvens não deixaram.
Agora é tarde e chove.
Chove uma chuva lenta,
sem pressa
e seus pingos vão
apagando as marcas de pó
do mundo,
vão lavando as ruas.
Até plantas estão sorrindo.
Agora é tarde e chove.
Os pingos da chuva
são gotas que lavam a terra.
Os pingos da chuva são doces.
Assim como os pingos lavam a terra,
as lágrimas costumam
lavar a alma,
e as vezes como a chuva,
costumam cair em tardes de chuva.
Às vezes quando chove
a tarde e quando aves cantam,
as lágrimas costumam
fazer os olhos sorrir,
se choramos é de emoção,
uma boa emoção,
porque as tardes de chuva,
sempre nos faz lembrar
quem amamos,
que nos faz lembrar que somos humanos.

Mudanças

A vida é tão passageira e nela as mudanças ocorrem sem cessar e em grande velocidade. Não faz muito tempo que o dia nasceu e fazia muito sol e calor, agora, pouco o tempo depois, está nublado e esfriou. Não faz muito tempo era criança e não entendia nada, hoje poucos anos depois, sou adulto e o aprendi muito com as mudanças, porque de certa forma elas atuaram também em mim. As mudanças me deram muita experiência. São tantas as transformações que acontecem em nossas vidas e, muitas vezes, ocorrem tão depressa.
Ao longo da vida vamos abraçando estas mudanças, pois fazemos parte delas, parece nos acostumamos tão fácil que até parece que nascemos com elas. Todavia, tem dias que a realidade nos trás a reflexão e pelo que percebo essa mudanças velozes as quais vivemos não nos permite cimentar os fatos, as ideias, os sentimentos que nos tornamos seres frágeis. Percebemos e conhecemos diversas realidades, mas quanto realmente compreendemos? Essa reflexão me veio a mente porque muitas vezes temos uma leve visão de compreensão do as coisas que acontecem no mundo. Cremos que determinadas situações são instrumentos de fácil resolução, no entanto a realidade é outra, só quando  estamos vivendo essa situação é que percebemos que não é o tão fácil quanto pensávamos e ai, ao vivê-las, ocorre uma mudança em nosso paradigma de mundo e com o tempo vamos acumulando experiências, vamos nos adequando ao mundo nos tornando mais humildes, mais experientes, mais humanos. Todavia na velocidade em que as coisas estão acontecendo, não sei se isso será possível. Estamos passando pela vida, sem viver. As mudanças que  nos levam a sabermos viver em harmonia, mas se estas ocorrem em grande velocidade o que absorvermos, certamente, é algo muito inferior ao que poderia ser apreendido. Muitas vezes fugimos dos problemas, driblamos as situações, mas o fato é que mais cedo ou mais tarde nos será cobrado. Portanto é preciso coragem para entender que a vida é passageira que as mudanças ocorrem sem parar.

Mãe natureza

A natureza em movimento,
a ondular pra lá e pra cá,
como é gostoso o vento,
um vento suave, que até
parece a voz da natureza.
O vento e as sinuosidades
da natureza são tão belos.
O chiado das folhas,
o aroma da flor,
a semente ou frutos
alados tão suaves
são levados ao vendo.
As vezes oramos
e cremos que o vento
levarão nossos desejos a Deus.
Sortuda é a praia
que tem o vento como
correio,
e manta para o continente
suas águas.
O vento é testemunha
que a natureza
não necessita de nossa
presença para se fazer
em movimento,
pois tudo em sim
é movimento
e é triste quando
não percebemos
nem mesmo sua
generosidade na menor dar brisas,
na beleza e no perfume das flores,
deveríamos ser mais gratos
para quem nos acomoda,
porque o pior sentimento
é a ingratidão.

sábado, 8 de outubro de 2011

silêncio

O silêncio de minha casa incomoda minha alma!

Mikania

O nosso jardim nem sempre é regado,
acho até que ele sofre um bocado,
mas assim é  melhor, pois as ervas ficam
mais aromáticas quando murchas.
Em nosso jardim tem várias espécies de plantas lindas.
Temos uma cana, uma cidreira, um mamão,
uma tumbergia entre outras.
Há ainda um lindo pé de guaco,
sim é uma bela Mikania glomerata Spreng.
Acho que ela se acha
mais bela no jardim.
Está sempre tão bela,
não precisa que a reguemos,
enquanto estão muchas
ela está verde,
florindo e sorrindo.
A danada nem dar bola
para nós.
Que independente é ela.

Solidão



Creio que temos noção de quanto somos pequenos diante do mundo. Acho que sabemos muito bem o que podemos ou  não fazer e também o quanto nos tornamos ou somos mais fortes quando não estamos sozinhos. No entanto, nem percebemos o quanto somos seres solitários. Certa vez um amigo escreveu que nascemos e morremos só. Então diante desta frase compreendemos que cada um destes fatos são, extremamente, subjetivos, pois só mesmo o indivíduo é capaz de expressar a sua própria sensação de dor, medo, solidão, alívio,    alegria, felicidade entre tantas outras. Cada um expressa da maneira que aprendeu. Sabemos, portanto, o quanto é importante sabermos nos relacionar com as pessoas que nos rodeiam, que  conhecemos e até mesmo com quem desconhecemos. Visto que tudo na vida gira em torno de relações, sei que é uma afirmativa muito forte, mas que creio ser verdade. No entanto o que podemos fazer de útil se só pensamos apenas em nós mesmos, creio que a relação será unilateral. E isto poderá nos levar num caminho sem volta a solidão. Bem diante de tantas frases expostas, creio que não fiz uma boa introdução sobre solidão. Nem terei como fazer, pois creio que seja um sentimento peculiar e talvez, assim sendo como a felicidade a solidão é um estado de espírito, sentimento de abandono. Bem também não quero conceituar a solidão, nem tenho autoridade para isso. Então pensemos se a solidão é um estado é um estado de vazio, de niilismo, por que se escreve sobre esse tema. Não seria melhor esquecer? Ora eu mesmo já escrevi diversas vezes, sobre esse tema. E se quero pesquisar sobre basta acessar a internet e podemos perceber que é um sentimento comum entre nós seres humanos, então encontraremos milhares de arquivos, fotos, vídeos, poemas, tudo sobre solidão. Mas o que entendemos por solidão? Não sabemos apenas sentimos. Sentimos sempre ou vez por outra, nem todo mundo tempo espirito forte. Conheci pessoas que nunca sentiam solidão e olhe que eram muitos simples, enfrentava os dramas da vida com energia e alegria. Pessoas as quais dava gosto está junto. Então me questiono será então um sentimento bom ou mal? Já questionei se reflito sobre a vida. Então creio que a solidão as vezes é uma chave para abrir nossa mente para a reflexão. Não creio que o seja de toda má.  Se é mais fácil de se comunicar nos dias de hoje, por que nos sentimos cada vez mais solitários? Nem sei porque, talvez pelas escolhas que temos que fazer, pelas dúvidas e medos, talvez por isso achamos melhor ficarmos sozinho. Então não tem prosaque ou álcool ou droga que dê jeito. Pense que como qualquer coisa na vida que passa, a solidão também vai passar. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Pensar


Os dias e noites se passam sem parar, e sucessivamente, vão adicionando histórias a nossa vida e subtraindo nossa vida. Seria muito pejorativo falar em consumir a vida, seria muito capitalista usar esse termo. O fato é que o tempo passa, envelhecemos independente de qualquer coisa e de nós. Não tem jeito, paciência essa é uma lei irrevogável. No entanto quantas vezes pensamos para pensar nesta situação. Em algum momento de nossa vida paramos para refletir sobre a vida. Creio que muitas vezes não, a natureza humana sábia nos faz esquecer, todavia acredito que a reflexão sobre nossa vida muitas vezes pode nos ajudar a nos entendermos, a sermos mais parcimoniosos e buscarmos viver melhor. Quantas vezes não imergimos de corpo e alma em nossos objetivos para cumprir tudo ali no prazo certo, muitas vezes sacrificamos nossa vida só para que no final encontremos uma recompensa a qual achamos que será tal qual encontrar um diamante. Já fui e sou muitas vezes vítima desta emboscada. Então foi através das poucas reflexões que faço que decidi que necessitava fazer algo que me desse prazer, mesmo que fosse por poucos instantes. Lembro que meus pais antes de dormir rezavam e nos fazia rezar juntos, não entendia o que significava, eles nos explicava que não eramos animais para ir dormir sem rezar. Depois de muito tempo compreendi que através da oração é que muitas vezes paramos para pensar na vida. Achei muito legal essa interpretação que dei para o porquê da oração. Mas se pararmos para analisar, quando oramos, realmente conversamos com nos mesmo, refletimos sobre nossas atitudes, nossos gestos e prometemos melhorar. Sim nós humanos adoramos melhorar as coisas, aperfeiçoar, gostamos por natureza de perfeição, mesmo que não signifique que sejamos.  O fato é que refletir sobre a vida é um exercício que deve ser cultivado, pois muitas vezes pode tornarmos seres melhores.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh