quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

na cama

Como sopra intenso o vento,

E seu sopro vem do mar,

Que parece todo respingar,

Gostas de um mar bento,

Pela deusa Yemanjar,

E agora chove,

Quanta beleza nos mostra a natureza,

Ouço o som da chuva,

Onde o vento faz a curva,

Em terras potiguares,

Vejo da janela os mares,

E a chuva pura destilada,

Das nuvens, quanta beleza.

7:39

Praia

16 de dezembro de 2010

O mar

Ontem quando acordei e a abri a janela,

Tinha de paisagem minha acacia bela,

Hoje, vejo outra paisagem

Vindo de longa viagem,

Vejo o mar,

Vento intenso a soprar,

Ouço o mar a cantar,

a palmeira a balançar,

o calor intenso da manhã,

Sem sol, sem céu azul,

Mas sol nublado,

Mar enfesado,

Assim nasceu a manhã,

Bela, quente e ardente,

Com cheiro de mar.

7:27

Antese

Quão efêmera é a beleza da rosa,

que desabrocha em plena manhã,

toda bela, fresca e vigorosa,

e no fim do dia, perde o vigor e afã,

Efêmera é a beleza humana,

Cuidado, o que é hoje não é amanhã,

Se hoje sorri um riso branco,

Se hoje negras madeixas brilham,

Amanhã tudo te deixa,

A beleza o vigor,

Cuidado com o pudor,

Pois nem sempre tens beleza,

A rosa se desfaz em fruto

E tu em que em filhos?

Cuidado rosa,

Cuidado o que expressas,

Porque aqui tu pagas,

Tu muchas rosa,

Senão se valorizar,

Quem de ti cuidará,

Tudo passa,

Tudo morre,

A vida corre,

E a beleza efêmera

A que te sobra.

Cuidado com o que te espetas.

Cuidado com o que tu cativas.

Vida é efêmera.

Chegando a Salvador!!! 23:32.

Plana no ar o desengonçado urubu.

Chegando em Natal 0:40h

Sonho

O tempo é traiçoeiro e está sempre nos seguindo onde quer que vá. Arranca de nós a beleza,

A força e o vigor, mas nos trás de presente a experiência. Nos prepara cada surpresa, nem sempre boa, nem sempre ruim. Na verdade sentimos intenso medo da morte, que nos aguarda e o tempo nos oculta. A morte está presente entre nós, nos apavora, nos leva as pessoas mais queridas, o tempo não perdoa pois conta nossos dias desde o nascimento, vai nos consumindo e nos entrega a morte ao nada.

Daqui do ar, agora lembro das aventuras do pequeno príncipe. Imagina voar pelos ares, conhecendo planetas, explorando o universo. Onde e quanto podemos explorar?

Sinto um sono, também já é quase meia noite.

Brincar de Avião.

15-12-10 23:00

Brincar de Avião.

Quando era pequeno e ainda morava com meus pais. Eu achava o avião a coisa mais interessante que existia, pois não entendia como uma asa de lata voava. Alí naquele sertão só tinha um avião. O avião do pastor Pedro que era um americano e era celebrava cultos na igreja batista. Vez por outra tirava o avião da garagem e voava, não sei pra onde. Naquele monomotor ele subia aos ares. Quando ouvia um barulho no ar, saia correndo para ver a asa de lata passar. Diziam que quem tivesse dinheiro pra pagar ele dava uma volta, nunca tive vontade ou coragem, mas que aquilo me encantava. Ah! Isso sim. Então no fim do inverno quando a palha de milho estava seco eu e meus amigos passavam as manhãs confeccionando cataventos e aviões voando pelos ares da imaginação tal qual urubu, besouro ou beijaflor. Íamos onde a imaginação nos levava. Brincávamos sobre os galhos dos cajueiros ou cirigueleiras de piloto. Era muito divertido ser piloto de avião. Hoje cá estou eu voando, mais pareço um boi na gaiola, mas pelo menos assim encurto o tempo até meu destino e ainda ouço Bach. A vida mudou muito de lá pra cá.

voar

Voar

Em pleno ar,

Estamos a voar,

Muito além das nuvens,

Além da litosfera,

Sobre serras e planícies

Daqui tudo é tão pequeno lá em baixo,

Vemos luzes distantes a piscar,

E um céu tão escuro, nublado,

Só o pisca da asa de lata

Alumia lá fora,

Em pleno céu,

Voa a asa de lata.

15-12-10 23:00

Viagem

15 dezembro de 2010-12-15 22:39

Estamos em pleno ar,

Na ave de lata,

Que não para de pular,

Parece que estamos indo por uma estrada cheia de seixos,

As pessoas até estão caladas,

As luzes estão apagadas,

Estamos indo do Rio para Salvador e depois para Natal.

Aqui dentro fazia calor agora faz frio

E o grande asa de lata não para de saculejar,

Aqui não tem muito o que fazer senão ler, ouvir música.

Estou com vários livros, de prosa e peosia.

Camões, Baudler e Maiakoveski,

Deste o que melhor compreendo é o de Camões

Já o Flores do Mal, nada e o de Maiakovski

Dar para entender o contexto social.

Da Rússia naquele tempo.

Passou um lanchinho.

Ana ta impaciente ora ler, ora tenta dormir,

Agora come.

A luz de dentro da lata impede que veja lá fora.

Sinto um incomodo no nariz agora, uma sensação de falta de ar.

Vou ouvir cantatas de Bach.

Tédio

Perdido no túnel,
na concha do tempo,
perdido em vã pensamento.
Vejo o mundo vazio,
vejo o mundo frio,
coisas, sentimentos,
paisagens. Vivo estou,
vivo sou, ago, faço,
posso dar ar a matéria,
gerar a vida,
mas de que adianta,
o que me adianta,
se o meu mundo é só meu,
como distribuir o meu mundo?
Se nem tudo me agrada,
se parece que a vida para,
se atravesso o tempo,
rompendo o tédio da existência,
se nem todo mundo tem
o brilho de criar,
canaliza sua vida
aos desejos.
E o brilho do criar!
Vejo o céu azul,
bordado de nuvens,
claro pelo sol.
Vejo o céu pintado de estrelas,
vejo a noite recolher
toda a luz e derramar
seu escuro lado
ao todo...
E o tédio me domina,
por só querer o que me agrada,
maldita alma,
fugir da física
é muito difícil,
renegar a natureza
é um sacrifício,
por isso passa o tempo,
derrama-se o tédio
em minha mente,
em minha frente,
resta apenas contemplar
a dor, a existência,
pois sem ação,
sou matéria inerte,
cozinho os pensamentos,
as ideias,
chacoalho a mente,
planto novas ideias,
desejo novos mundos,
e só os encontro dentro de mim,
é hora de mudar,
metamorfosear,
pois o tempo passa,
a matéria é a mesma
senão a moldarmos.

Rotina

Aurora já está quase indo, toca o despertador. Mal acorda, desliga o despertador. E pensa mais um dia. Senta, pensa na existência, pensa no dia que foi, no que vai ser. Levanta, segue para a cozinha, come algo, e segue para o banho. Banha, veste-se, pega o rádio liga, põe o fone, pega a bicicleta e segue para a universidade, ainda está escuro. Pensa na vida, pensa na morte, nos medos, ouve as notícias, fica indignado quando chega na universidade liga o computador, no qual passa o dia todo, quando volta pra casa, frustrado pois ainda falta tanto pra fazer. Segue para a praça pra fazer exercícios, pois se preocupa com a barriga, com a falta de cabelos, com o comentário dos outros, com a vida. Respira fundo, faz um lanche e ler e vai dormir, com um penso na consciência, sem saber se fez ou não o que devia. Finalmente dorme um sono turbulento, se preocupa com tudo e pensa, puxa vou fazer tudo de novo, amanhã.

Leiteiro

Ao quebrar da barra cantam os primeiros galos anunciando o novo dia. O relógio marca três horas. Rincha o jumento lá para as bandas do fim da terra, perto do riacho. Acorda o forte leiteiro, lava a cara, calça a bota e segue para o curral. Uma a uma as vacas são arreiadas e em seguidas desleitadas. lá se vão duzentos litros de leite em um tambor, para ser transformado em queijo. E o leiteiro esse não para vai para casa, toma o café e segue para a baixa tirar comer pro seu gado. Trabalha o dia inteiro pra suas vacas. Vive em função de seu gado e estes em função do leiteiro numa harmonia que segue de geração em geração. Quando cai a tarde, sentado na área da frente, saciada a fome do gado, o leiteiro ver seu gado de bucho cheio a se acomodar. Com a consciência tranquila, janta e em seguida dorme o sono dos justos pra acordar no mesmo horário do dia anterior.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Caos

As vezes a mente parece vazia,
disfarça muito bem pois está mesmo é muito cheia.
De saco cheio de tanta informação, cobrança.
Ave, parece que o mundo vai parar se não
tivermos tudo no prazo certo.
A mente cansa dessas coisas.
A vida seria bem mais bela se não fosse
esse medo que sentimos de ficarmos
desamparados.
Quando o sertanejo ver que chegou janeiro
e não choveu ainda, ele aguarda
fevereiro, marco e abril,
se não choveu ele reza
porque sabe que o fumo é grosso,
e logo as coisas vão se apertar,
espera por Deus.
Acabamos de esquecer de Deus,
acabamos acreditando que tudo
é técnico e que não depende só de
nós muitas vezes.
Abraçamos novas ideias,
e esquecemos as velhas,
as vezes nem guardamos,
jogamos fora, mas se as novas não derem certo?
O que faremos?
Voltemos as velhas ideias
e sigamos a vida,
porque a vida continua
e o tempo passa por cima
do que não segue.

A rosa


A rosa desabrochou no jardim,
era uma rosa escarlate.
Tinha suas pétalas viçosas,
exalava um forte cheiro
de pureza que a beleza
se confundia entre forma
e essência.
Será a rosa uma deusa encantada?
Quem sabe.
Cada rosa tem seu valor,
sua cor, sua essência.
Gosto do cheiro de rosa,
da beleza contida na rosa.

Mas cultivar a rosa,
é preciso paciência,
tem toda uma ciência
vermelha difícil de aprender
a lidar.
Tem ter cuidado com
os acúleos, em saber
tratar de matar sua sede,
tem que entender de rosa,
senão, como vai ter sua rosa,
como vai cultivar a rosa
em seu jardim.

A chuva da tarde

O dia brilhava intensamente,
então passou o meio dia,
o sol ardia em calor,
mas a tarde logo esfriou,
gotas caiam das nuvens,
uma chuva se derramava
na terra, no asfalto, nos prédios
quente.
Gotejando a tarde logo ficou,
as folhas lacrimejavam a chuva,
e o sol se escondia nas nuvens,
Assim partia a tarde cinzenta,
de nuvens massenta,
assim foi mais uma tarde.

Inverno

O sol fica preguiçoso no inverno,
ver as nuvens macias de algodão,
e a todo instante se relcina,
sobre as nuvens e cochila,
se apaga. O sol esse preguiçoso,
passa moleza pra gente,
e o frio da chuva,
cai como luva,
e nos deixa preguiçosos,
gulosos.
A culpa de tudo é do inverno,
que acaba com inferno
do calor, da sede
e trás a vida,
doce água,
destilada água.

Calma

Os dias são brancos,
os dias são longos,
miro no meu horizonte
que é tão curto,
miro então o céu
e um véu não me
permitem ver o
azul.
Olho para dentro
de mim,
vejo um poço
sem fundo,
abrigo dentro de mim
um grande vazio,
sinto intenso frio
no estômago,
na alma...
Onde está o eco de deus?

Não ouco ressoar em minha alma,
as vezes perco a calma.

Olho novamente para o horizonte,
olho para o céu
vejo céu azul,
mas tudo que vejo
é uma paisagem
sem profundidade
o véu passou,
agora vejo o azul.

Minha alma quer calma.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cronos

Não há tempo
pra pensar,
não há tempo
pra amar,
não há tempo,
pra viver.
Só há tempo
pra envelhecer.

Fisis

Que venha o vento,
suave como a brisa,
e leve o calor, refresque a alma,
que me traga um pouco de calma.
Já caiu a noite,
sob a chuva da tarde,
o sol desapareceu,
longe daqui,
a lua nasceu no céu tão azul,
e limpo, mas aqui
só vemos nuvens bravas,
querendo se derramar,
o solo encharcar,
Chuvas e mais chuvas,
molham a terra,
e as plantas que agradencem,
estão tão viçosas,
cada vez mais vigorosas,
desabrocham perfumadas,
e permanecem abertas,
enquanto tem luz do sol,
outras se escondem da luz
só desabrocham e se perfumam
a noite...
Vá entender a natureza,
Vá entender a vida...
O mundo é um só,
mas são tantas vidas,
só uma noite,
só um dia,
Numa sincronia,
onde tudo está em todo lugar,
tudo é harmonia.

Murraya


As ruas de Ribeirão Preto,
estão perfumadas de brancas flores,
flores de Murrayra paniculata,
essa linda Rutácea,
por onde se passa,
percebe a graça,
dessa linda flor,
com seu sedoso odor.
Cachos brancos como a neve,
com um ponto verde de esperança,
das flores de Murraya,
que dão um branco
as ruas quentes de Ribeirão Preto,
Tratadas, podadas, bem cuidadas,
floridas e perfumadas estão as murrayas,
desse lugar quente que nem sertão.
Quando chega a tarde,
que o calor arde,
quase a rachar,
se cai uma chuva,
sorriem as murrayas brancas flores, doces odores...
Logo irão as flores e as chuvas
de Ribeirão, então as aves
saborearão vermelhos frutos de Murraya.
Quando era pequeno,
minha vizinha tinha,
um pé de Murraya,
na casa da mãe dela tinha outro pé,
mas não sabia que se chamava Murraya,
Agora sei que são murrayas de Ribeirão Preto,
de flores brancas, como flores de laranjeiras,
são parentes, pertencem a mesma família...
Que bonito as ruas cheias de murrayas,
bem em frente uma república em frente ao Aulos restaurante,
próximo a unicamp
tem uma república que é só
Flores de Murraya...

Ser

As vezes me pego pensando no vazio da vida. É quando me sinto enfadado, cansado de ver todos os dias as mesmas coisas, nada parece diferente. Sinto minha mente cansada. As vezes tenho necessidade de pensar nestas coisas e nada me deixa feliz por um instante. Quando penso na vida, nas coisas que tenho que fazer sinto um cansaço. Será que estou cansado de viver? Sinto um calor ardente, um sono intenso. Acho que isso são sintomas de stress. Não sei, mas quando reflito sobre o sofrimento da vida, acredito em tal coisa. Essa ictirícia da vida. E me pego caminhando, divagando nas minhas ideias oras vazias, oras plena, completa. Bem que podia ir a uma igreja ou a um psicólogo, mas fico me debatendo feito poeta, resgatando nos instantes mais comuns um motivo para viver. Estou cansado desta dialética capitalista, de pensar sempre no melhor, no máximo. Acho que tudo isso não passa de ilusão. É uma ilusão que o material tende a confirmar. Acabamos nos viciando em ter e nos tornamos dependentes das facilidades que podemos adquirir por meio de nosso trabalho, nossos esforços. As vezes nos esforçamos tanto pra nada. Tentando simplesmente driblar a morte, mas não conseguimos. Simplesmente fazemos isso para suportar o peso da vida. Sinto um calor, uma pressão na mente, um sono. Seguir em frente sem pensar, pois se parar para pensar acabei materializando tudo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Medos

Os dias que passam,
passam chuvosos,
me deixam ansiosos,
cada dia, vem como poesia,
oras trazem alegria,
oras trazem tristeza,
os dias que passam,
levam um pouco de mim,
trazem algo de bom ou algo de ruim,
e a vida passa assim,
ora fagueira,
ora agitada, mas nunca deixa de passar,

as vezes paro para contemplar
a beleza de uma flor,
a beleza de um por do sol,
ou simplesmente ficar ouvindo
a chuva cair,
gosto de ver o sol sorrir,
seus primeiros raios refletir.

As vezes paro para pensar,
o que há de bom na vida,
encontro só recordações,
breves imaginações,
como alucinações...

As vezes sentimos que perdemos
o motivo de viver,
nada vale a pena,
Mas viver é algo indescritível,
viver é existir, é ser
e sendo posso avaliar
cada momento,
dizer o que acho de bom,
o que acho de ruim,
mas só assim posso justificar
minha existência,
tenho poder de julgar.

E nada me faltará.

Flor do campo

Linda flor amarela
que nasce no campo,
sua cor é tão bela,
que me enche de encanto.

Linda flor singela,
se inclinas para o sol,
e dança com o vento,
minha bela flor,

te encontrei no inverno,
estavas a sorrir,
acenou para mim,
e segui sua cor,

linda flor do campo,
me causa espanto,
a teu meigo jeito de ser,
tua simplicidade,
tua felicidade,

a dançar com o vento,
no meio do campo,
sem nenhum canto,

danças com o vento,
sorri para o sol,
e flerta meus olhos,
beijando minha alma.

Tarde

Cai a tarde,
cai a chuva na tarde,
essa tarde quente,
que oras abre o céu,
oras fecha o sol,
céu azul,
nuvem escura,
essa tarde tropical,
inpacienta a pessoa.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Noite

A noite minha única companheira,
chegou calada, e cobriu tudo de escuro,
trouxe consigo uma chuvinha,
E refrescou o meu quarto,
vazio e quente,
estive ausente por um bom
tempo, mas agora voltei,
e me enfurnei
no meu mundo,
me abracei a noite,
e agora hei de dormir
a noite toda.

Tarde

A chuva caiu na tarde,
sobre a terra seca,
pingos caíram,
se aderiram,
e se escorreram
ladeira a baixo,
um forte bafo,
a terra expeliu,
pro céu subiu.
A tarde ardente,
de clima quente,
repentinamente
esfriou,
tão logo se passou.

sábado, 15 de janeiro de 2011

voo

Voa no espaço,
em pleno céu azul,
voa a ave de rapina,
o sol forte a brilhar,
nuvens lentas a passar,
de asas abertas,
voa sem parar,
vôo circular,
seguindo as térmicas.
A ave sobe bem alto
e plana, plana sem parar,
pra lá e pra cá
em movimento circular...

Marcas

Marcas

Levamos no corpo e na alma as marcas do tempo. A cicatrizes da infância feitas pela impaciência e pelas artes. As marcas estão pelos joelhos, nas pernas, nas mãos cicatrizes do comportamento indomado e deseducado. Passado a infância essas marcas não se apagaram, pelo contrário novas cicatrizes são criadas, não mais pelas artes, mas pelo trabalho que se estendem pelas mãos, dos trabalhos manuais. As cicatrizes da infância trazem boas lembranças. Todavia essas marcas são insignificantes. Descobrimos na adolescência o desejo, a ira, a inveja, a tristeza e todos os sentimentos humanos provindas do entendimento humano do mundo. A partir daí surgem as cicatrizes, marcas no espírito não mais na carne. São os dramas vividos pelos seres humanos que se estendem pela vida adulta. Não seria a vida uma viagem e ao longo dessa que em determinadas paradas alguém é obrigado a descer ou alguém é determinado a subir na sua viagem e tornam sua viagem uma peça ilusória. Essas transferências marcam tão fundo que as vezes chegam a tirar o sabor, as cores e a magia da vida, são marcas que nunca se apagam e as vezes provocam desilusão. Levamos todas essas marcas no nosso corpo e em nossa alma. Nos autoenganamos para conseguirmos suportar a vida. Visto que são as cicatrizes, as marcas, que vão nos moldando e dando vida aos personagens que nos apropriamos e nos constituímos. Se ao longo da vida somos muito marcados já nem sabemos mais encenar, uma nova peça, pois as marcas nos tornam pessoas duras, inflexíveis, donos da verdade. Que seria isso senão ilusão. Porque cremos que as marcas nos dão autoridade não seria a construção de uma ideia ilusória. Talvez sim, mas é assim que nos construímos ou somos construídos. Quem sabe? Viver é um eterno aprender e as marcas são aprendizado que não nos faz esquecer que somos humanos, nossas fraquezas e nossas forças nos mostram os nossos limites. Limites estes que podem ser quebrados somando-se o tempo. Sim talvez as marcas nos dêem, mas não podemos de maneira alguma usar desta como verdade plena, pois cada pessoa tem o próprio corpo e a própria alma e através da própria experiência ter suas marcas, pois cada ser é única. O máximo que podemos fazer é dar um norte, mas por longe. É o tempo quem determina cada marca de cada pessoa.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Templo

Distante no horizonte construiu-se um templo.
Uma construção tão robusta, sobre rochas sólidas,
sobre um lindo monte, construido pedra a pedra,
consumiu o suor e o trabalho de devotos homens.
E fez-se cultos dentro do sólido templo,
cuja maior parte do tempo fez-se vazio,
amplo e frio, poucos dias se enchia o átrio.
Ali se celebravam nascimentos, mortes,
batizados. Naquele ambiente vazio,
frio estátuas de santos e um crucificado,
cheiravam a fezes de morcegos.
Aquele templo onde tantos cresceram,
onde tantos sob um teto pela ultima
vez ficaram... Celebrava-se festa.
Agora está cada vez mais vazio,
as paredes em ruina, cada dia
mais vazia e fria.
No horizonte em cima do monte,
um templo foi plantado,
com o tempo esquecido,
o tempo foi consumido,
meus olhos veem o mundo como nunca visto,
vejo cada vez mais longe,
minha face se enruga,
minha testa aumenta cada vez mais.
Meus modos cada vez mais peculiares,
mais duros.
E foi olhando para o templo,
para o monte,
olhando para o horizonte,
que construi em minha mente,
meu mundo, minha ilusão.
Eu constui o meu templo no horizonte.

Meu dia

Hoje o dia nasceu nublado,
oras chovia, oras cessava.
No final da tarde parecia
que o céu ia cair, mas
felizmente não caiu mais
que uma chuva leve,
quando era quase noite,
o céu se abriu
e pude ver o sol
se por no pente.
Um sol crepuscular,
se entregou para
a noite de lua crescente.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sonho


Queria uma casinha velha na serra,
podia viver a mexer com a terra,
contemplar a natureza,
refletir sobre a beleza
da vida, da nossa vida,
não seria uma poesia ou uma prosa,
seria uma sim vida,
em inércia.
Aquela casinha na serra,
aquele pedaço de terra,
quem sabe um dia,
fazendo minhas poesias,
encha minha vida de magia
e siga pra lá,
espero que esteja ao meu lado,
quero muito que siga comigo,
que tenhamos um abrigo,
pra poder ver a chuva cair,
o sol brilhar, a flor desabrochar,
as aves a cantar,
sentir o frio da brisa da tarde,
e viver em harmonia,
essa vida deveras curta,
mas parece tão comprida,
Sigamos para lá.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Memórias

Carregamos dentro de nós memórias boas e ruins.
São essas memórias que nos dão a capacidade de julgar o que é bom e o que é ruim para nossa vida.
Nossas memórias ficam guardadas e vez por outra resgatamos. Temos as memórias longas e as memórias curtas. As memórias longas carregam uma grande importância para o nosso ser, pois elas foram os nossos primeiros alicerces. Vez por outra quando volto a um lugar que vivi por longo tempo, busco resgatar essas memórias. Na maioria das vezes parece ser inútil. Elas vem quando menos espero, mas as vezes me emociona quando consciente vejo algo que me trás reminiscência.
Estive com várias pessoas nestas férias, pessoas muito queridas e descobri nas suas memórias destas pessoas que tinha-mos memórias em comum, mas que não me lembrava e que quando essas pessoas começavam a falar como uma luz, eu relembrava. Emocionei-me ao relembrar com a vizinha de infância os meus tempos de criança. As necessidades porque enfrentávamos. Imagine que não tínhamos o mínimo conforto, na casa dela até colchão de palha de arroz tinha. No entanto éramos muito felizes. Essas memórias me emocionam, não era preciso mais que um pouco a mais de conforto, para nos sentirmos os mais ricos do mundo. Uma garrafinha de guaraná de vez em nunca servia para não ficar chorando em casa quando mamãe tinha que sair.
As balas que papai trazia da feira nos dias de sábado embrulhadas em papel, as balinhas enroladas em papel. Fazia-me tão feliz. Aquelas memórias, doces memórias em que via a minha família unida, junta, como modelo de família que construí em minha mente. Vi todo mundo viver assim unidos. Vi no jeito simples e correto de meus pais e avós a vida ética boa para meu ser. Vi na força rude de meu pai atrás do cabo da enxada e tantos outros pais na labuta, de manhã até a noite o correto jeito de ganhar o pão, sem esperar pelo suor do outro. Vi na harmonia com que vivíamos com os animais, a vaca por nos dar leite, o jegue por nos ajudar com as cargas, o cachorro na vigia da casa e o gato na proteção da comida contra ratos, o respeito essencial a vida.
Foi no trabalho que crescemos e aprendemos a ser éticos. Foi no banco duro da escola que aprendi que é importante aprender, na insistência de meus pais de não faltar a uma aula, na esperança de melhorar a vida que construí, minha concepção da importância do saber, pois sem ele que seria de mim hoje? Como poderia ajudar que me criou, educou e me deu a vida?
São essas memórias que me dão suporte seguir sempre em frente e ser quem sou. Uma pessoa com convicção e amor a vida.

Escrito

Encontrei um papel escrito dentro de um dicionário com letra tremida que reconheci ser a letra de minha avó. Nele estava escrito a data, o ano que ela nasceu, o nome do pai, o dia que casou, a quantidade de filhos que teve, onde estava morando na época que escreveu, o tempo que estudou. quando a mãe morreu, quando o pai morreu e que sentia muita saudades do pai dela. Foi escrito em quatro de fevereiro de 2004, três anos antes de morrer. Achei lindo aquele papel que pra mim virou um documento precioso, uma memória concretizada em vida. Quanta sabedoria de minha avó escrever aquilo. Fiquei impressionado. As memórias transcritas no papel ganham vida fora de nós. Com certeza foi uma dádiva encontra esses escritos. A que horas será que escreveu? Pela manhã ou pela tarde? O escrito não tem pontuação, mas tem uma inteligência tão grande. Imagine, pensar em escrever algo para a posteridade. Acho que tinha uma alma poética, talvez se sentisse sozinha. Tinha-mos uma relação de forte amizade. Todas as vezes que podia desfrutava de sua companhia, por longas conversas ao longo da tarde. Sentados na frente de casa. Vendo o povo passar, cumprimentando esse povo, as vezes alguém parava pra tomar um café. As vezes ficamos apenas contemplando a tarde que se passava lentamente. Dourada e depois que o sol se recolhia nos recolhíamos também. Tardes longas e fagueiras que passávamos por lá.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vida e morte

Estou cansado

Estou cansado de lutar,
estou cansado de olhar,
estou cansado do jeito de viver das pessoas,
estou cansado de tentar achar respostas.

O mundo está ficando entediado,
cada dia mais envocado,
e tudo isso me deixa demasiado
cansado, pois parece que ando em círculos.

Tenho medo de mim,
tenho medo da morte,
tenho medo do amanhã,
tudo está tão embraçado que me deixa cansado.

Corri a vista no mundo e só vi problemas,
vi muita confusão, desilusão.
Vi a vida ressurgir na vida,
vi a morte dominar a vida,

Vi a matéria se transformar,
parei para contemplar o mundo em minha volta.
Deixei de lado a tela do computador,
que só me trazia dor,
mas não adiantou, pois os problemas humanos

são meus também,
como contemplar a natureza
como contemplar a beleza,

se há dor, se a morte, não há quem seja forte.

A união eterniza a vida,
mas como parar para contemplação...

Se cronometro meu tempo,
e consumo cada segundo,
a vida sem contemplação é vazia,
contemplar é vazio...

Viver como um vadio e ver a vida passar,
sem olhar para trás,
só se nunca me mudar.

A vida e a morte,
renovam a natureza.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Reveillon

O ano de 2010 passou tão de pressa,
que logo que vi os primeiros fogos
estourarem lembrei do ano passado,
deu um aperto no coração,
mas passou o ano velho passou,
2011 chegou, pedi muita saúde
e esperança, porque o resto
a gente corre atrás.

retorno

Viajei para muito longe,
mas já estou de volta,
para quem sentiu minha falta,
meu carinho e meu afago.
beijos

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E a manhã se passou tão lenta
quanto uma nuvem em dia de calmaria,
mas se passou, fria e suave,
ornada de flores,
de branco e de vento,
suave lá foi ela,
cantou o sanhaçu,
e ela partiu,
fujiu!

Volta a terra

Finalmente chegou o grande dia,
depois de tanta arrumação,
tanta espera, to cheio de emoção.
O melhor do evento e a organização,
Compra a passagem,
as roupas,
liga,
risca os dias no calendário,
se torna hábito diário,
manhã se arraste,
porque a tarde,
bem no fim do dia
tomarei o avião,
o grande pássaro de lata,
em direção ao nordeste,
ver as areias brancas,
o céu azul,
o mar verde,
a água salobra,
luz sol,
amanhã quando acordar,
vou sair correndo pro mar,
ver o horizonte,
sentir a brisa úmida,
sentir o clima de Natal,
bem no natal
na minha linda terra do sol nascente.

Frouxa manhã

Suave nasce a manhã tão bela,
frouxa a luz entra pela janela,
e as cores verde e amarela,
das folhas e flores da acacia do jardim,
alegres, ao som do vento, dançam para mim,
numa suave valsa,
suas folhas acenam, assim.
dançam os secos frutos,
a luz nesse dia
de céu tão branco,
de sopro de vento tão suave,
ameno,
janela fechada,
e um friozinho tão gostoso,
que me deixa preguiçoso,
nessa linda manhã.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Fim da primavera

Eis que no fim do verão,
chega o frio,
o sol nem apareceu,
choveu quase todo o dia.
Eita que dia fagueiro,
dia preguiçoso,
realmente gostoso,
pra ficar sob as cobertas,
a ver um filmezinho,
curtindo cada instante,
desses últimos
dias do ano,
da primavera.

Brasília


Brasília
linda cidade,
organização da sociedade,
cidade centro do estado,
de céu azul,
jardins coloridos,
de solo argiloso,
vermelho sedoso,
de diversas gentes,
vindas de terras distantes,
do norte, do nordeste sul e sudeste.
Brasília cidade erguida de de aço,
Na pressa sem cansaço,
concreto arquitetônico,
de espaços projetados,
dos campos e cerrados,
eis que surgiu Brasília,
de trânsito agitado,
de elegante gente,
de gente transitória,
curtos e longos mandatos,
corrupção, sem solução.
Brasília linda cidade,
quem bebe nesta cidade,
sente intensa saudade,
sente ansiedade,
de beber do poder,
do céu, da lua,
das estrelas,
das largas ruas,
do planalto.
Que abrigou tanta gente,
que perdeu o desejo da alma,
de voltar para o sertão.
O sertanejo que ai habita,
tem calma,
saudades de seu torrão,
não esquece o seu chão,
de seixos, de sol do sertão,
Brasilia
sob a força do sertão,
ergueu-se,
na poeira vermelha,
de homens de punhos de aço.
se fez capital,
no distrito federal.

Último dia

Bem no fim da tarde o sol partiu,

O vento então soprou,

Soprou como não havia soprado

No fim de semana, soprou até amenizar o clima,

O calor partiu, dissipou no ar,

O sopro do vento deixa todas as plantas felizes

Tudas ficam acenando, pra lá e pra cá.

A luz vai minando,

A noite se entregando,

Os lírios do jardim com suas flores

Cor de fogo e fauce amarela

Ainda estão abertos,

São oito lindas flores,

A bráctea laranja da streulizia

Está tão viçosa...

As folhas da Dypsia,

Com uma panícula toda ornada,

Está num vai lá e vem cá,

E a bolina, cachorrinha,

Está impaciente indo de lá pra cá,

De cá pra lá.

Parece até uma amante esperando

O pé de lã, eita que ta assanhada

A danada.

E o vento sopra,

O oiti ta animado,

Acenando.

Olhando para o nascente pombos se equilibram

Na antena.

E a tarde acaba amena.

18:12 13-12-10

Café

Ah nessa tarde,

Como seria bom

O cheiro de um café,

Só o cheiro bastava,

Podia ser da casa vizinha,

Do norte ou do sul,

O cheiro de café faz muito bem,

Mas nada de café.

Tudo bem por que a tarde está tão agradável.

Tem umas nuvens escuras que parecem

Que irão desfazer em chuva,

Tomara,

Assim passa a vontade de cheirar

O café passado

Na hora.

Morfose

No fim da tarde,

O sol não mais arde,

Nuvens escuras

Escondem o céu,

Escondem o sol,

Não escondem a luz do dia,

Mas amenizam o calor,

As cores pálidas cores,

Esfriam a tarde.

Continua a cantar,

Lá no pé de oiti,

O pardal.

Os cachorrinhos aqui no quintal,

Dentam e dormem,

Acordam, se lambem,

Espantam os mosquitos.

Cortei os meus cabelos nesta

Tarde, fazia um calor na barbearia,

Mas tudo bem, até caíram alguns

Pingos de chuva.

O vento anima as árvores,

Faz balançar as folhas,

A tarde passa bem de vagar,

Tarde sem pressa,

Tarde de minas,

As Minas Gerais.

17:17 13-12-2010.

Melancia

Melancia

O doce sabor vermelho da melancia,

Sobre uma grande bacia,

Com sementes negras e pupa macia,

Cortada em vermelhas talhadas,

Que maravilha sentir o doce da melancia

Bem gelada nunca aguada,

Gotas da calda tão fria,

Lava a boca, lava as tripas,

Macilenta que delicia

É chupar melancia,

De sabor vermelho,

Negras sementes,

Rajada a de verde,

E verde claro,

Enche-me de alegria

O doce sabor da melancia.

13-12-2010

Dezembro

Segunda feira

As flores de dezembro

Ardem no calor,

Diversas são as cores,

Doces são seus odores.

Lindos, límpidos dias,

De céu tão azul,

As vezes aparecem

Capuchos de algodão,

Lentos como tartarugas.

Mas só as vezes,

A maioria das vezes

O sol é tão intenso,

Tão escaldante,

Que nem mesmo

Os lagartos saem para

Heliotermizar,

Quentes ardentes são estes dias,

Salvo quando caem as chuvas.

As maravilhosas chuvas torrenciais,

Caem com uma força,

Uma elegância tal qual uma sinfonia,

Porém são tão rápidas,

Que só dar tempo de lavar

As ruas e os telhados,

Deixando numa alegria

As plantas,

De flores brancas,

Amarelas, azuis

Todas as cores.

Com seus diversos odores.

Florescem as flores do verão,

Sorri toda noite a lua.

13-12-10 9:11

dia longo

Que tarde quente aqui em Uberlândia parece que o mundo todo está pegando fogo.

Até sob as árvores o corpo arde de calor. Agora mesmo um ventinho fresco ta chegando do poente.

São 18:35 e o sol ainda está bem claro.

Dias longos estes de primavera.

Dialogo

Cada pessoa é única, até podemos parecer semelhantes, ou melhor, extremamente semelhantes fisicamente, mas a nossa essência nos é peculiar. A maneira como lemos o mundo sempre diverge.

-O que tu escondes?

-Nada

- mesmo?

- e essa fala?

- por que não cala?

- porque a boca é minha.

- então fale algo de futuro.

- fale voce.

- hum.

- que coisa chata isso que falas.

- tá incomodado?

- se tiver saia.

- Escondes o mais precioso.

- Ah?!

- O que?

- O silêncio, pois quem muito fala muito erra.

- Vai se lascar.

- É muitas vezes o sol não precisa falar,

- nem a natureza, agora entendi voce precisa.

- Vai procurar sua.

- Que cara chato.

Feira

Vende de tudo na feira.

Vende frutas, roupas, comida,

Objetos, cds e simpatia.

Ir a feira traz-me alegria,

Tudo é tão cheio de poesia,

Vemos uma diversidade

Imensa de formas, ideias e gente.

Tem de tudo lá

Tomate, vagem,

Manga, maracujá,

Banana, coco,

Cebola, abacaxi,

Milho verde.

Tem sereais e seus derivados

Feijão, milho, fava.

Tem banca de pastel, acompanhado de mineirinho,

Tem coisas até da china.

Tem queijo, frango frito,

Tem bagaço.

Na alegria do vai e vem

De gente, de cores,

De sabores, de troca

Entre mercadoria e dinheiro,

Pensa, analisa e leva pra casa o

Que se acha melhor.

Da vermelha pulpa da melância

Ao amarelo doce do abacaxi,

O branco macio da banana,

O verde água da alface,

O azedo do limão,

O amarelo rosa da manga,

Hum quantas delícias.

Encontrada na feira de domingo no luizorte.

Um pastelzinho com mineirinho

E um palavreado fulorado dos mineiros

Tornam as feiras mineiras

Tão amistosas quanto as paulistas.

14:47 12 dez. 10

Rosa

A linda rosa no verão

Pós seu último botão,

Tão graciosa no jardim

Parecia acenar pra mim,

E o sol a iluminava,

O vento a acariciava,

A todo transeunte encantava,

Que linda fica ela assim,

Enfeitando o jardim,

A rosa é mesmo

Desdenhosa,

Circundada de olhares,

Tal qual Branca de Neve,

Sorri pela última vez

Depois parte,

Pois a beleza é efêmera,

A vida é breve,

É a vida.

12 dez. 2010 11:34

Marcas

Três borboletas amarelas,

Voam nas paredes do quarto

Do quarto de ana,

Quarto de paredes creme

Como sorvete de milho,

Com um mural

Com fotos de viagens,

De datas,

De uma arara,

De uma praia,

De um prédio

Do jardim botanico de curitiba.

E de uma cama branca,

Do chão vermelho

Do guarda roupas preto,

As borboletas voam,

O quarto não ajuda

Pois o vento não entra muitas vezes,

As cortinas claras não deixa o sol ou o vento entrar.

É dezembro

O quarto está quente...

12-12-10

Noite suave

12 dez. 2010-12-12

Lua crescente no poente,

Sol desponta no nascente,

Uma noite se entrega

A mais um dia.

Hoje é dia de domingo

Que rima com cachimbo.

Lá fora canta o papacebo

Por ser manhã

De domingo,

Tem feira no Luizote,

Faz falta aquela manhã

Nublada, mas tem nada não,

Pelo menos é dezembro,

E hoje é doze do doze

De dois mil e dez.

A lua está crescente,

Aparece no centro do sol

E foge para o poente,

Brilhosa,

Já será cheia

A última crescente se despede do ano,

E se entrega a lua cheia,

Já se foram três estações,

E o sol arde nesse verão,

Também com tamanha

Solidão,

Que poderia se esperar do sol,

Que foge da luz,

Desesperada pela rua.

Jardim

O jardim sedento pede água,

Abro a torneira

E água jorra sobre,

As folhas que brilham,

Ficam a sorrir,

Um ar úmido se

Espalha pelo ambiente,

Enquanto gotas caem

Das folhas,

Há um frescor no jardim,

Um silêncio

Uma paz

20:17

Ocaso

É fim de tarde,

O sol quase se pôs,

E lentamente tudo perde as cores,

Tudo vai enegrecendo,

Verde escuro,

Rosa escuro,

A sutileza das formas

Perdem os contornos.

Finalmente a natureza se recolhe,

Os pássaros calam,

Tudo está perdendo o movimento,

Já é a hora do ocaso,

Onde o breu toma conta da natureza.

O silêncio estático é quebrado,

Pelo sopro do vento,

Que agita as folhas das árvores.

A luz cada vez mais pálida se vai.

O dia se entrega pra noite,

Aqui em Uberlândia.

19:40 11-12-10

Lágrima

11 de dezembro de 2010-12-11

Lágrima

É na dor que nos tornamos mais humanos.

O mundano nos trás conforto,

Na dor, silencia a beleza da cor,

Seja ela espiritual ou carnal.

O corpo sob intensa pressão,

Explode de tanta emoção,

Quão intensa torna-se a respiração,

Descompassado pulsa o coração,

A vida perde o sabor,

Conforme intensa seja a dor,

Nos doamos, nos perdemos,

Tudo perde o valor,

A carne toda arde,

O sangue queima e conforta,

Intensa pulsa a aorta,

Perde a simetria a face,

E os olhos logo marejam

Destilam do fundo da alma,

Límpida, transparente e salina,

Lágrimas que lavam a alma

Trazem conforto e calma.

A perca sofrida,

Que faz parte da vida,

A perca da coisa querida.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Os sentidos

Os sentidos

Os sentidos são a luz da alma,
as vias do saber,
o sabor do viver,
através dos sentidos se busca a calma.

O nosso mundo é descoberto
através do olhar, ouvir,
tocar, saborear.

Vamos construindo nosso mundo,
a partir do que vemos, ouvirmos,
ou sentimos e reagimos a estes estímulos,

Que mundo há além de nós?
ver melhor que não ouve,
ouve melhor quem não ver,
apuramos mais uns ou outros,
de acordo como usamos,
construímos nosso ser,
nossa persona.

Os nossos sentidos
dão sentido a vida.

Dypsis

A linda palmeira
toda frondosa,
linda e magestosa,
é uma Dypsis madagascarensis,
uma não várias,
suas sorriem e refletem o riso do sol,
toda florida,
como é cumprida
a bela Dypsis,
no dia de sol.

O terminal

As pessoas nunca param, vivem nos seus afazeres simplesmente buscando o necessário para viver e muitas vezes para sobreviver. Nessa busca, nesse trabalhos constante vai absorvendo muito a necessidade e dissolvendo o tempo o prazer de viver pra si.


Ônibus vindo e indo,
com frequência
andam pra cá e pra lá.
As pessoas seguem o mesmo rítimo
dos ônibus.
Os ônibus parecem ter vida,
ganham vida, enquanto queimam diesel,
e força dos braços e comando do cérebro.
No terminal, pessoas descem e sobem,
caminham e param.
Aguardam de pé ou sentado.
Apressados partem e chegam,
incessante.
O terminal mais parece um coração
sempre a pulsar.
Pessoas respiram, fumam,
inspiram fumaça, conversas corriqueiras.

De olhos no relógio,
de olho em quem chega,
em quem sai...
Ainda bem que aqui tem
as palmeiras,
e o vento como a luz
invade os corpos,
clareiam, embaraçam
o tempo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Noite eterna

A noite hoje veio, mas veio tão tímida,
demorou a aparecer, e ainda reclamou
que estava cansada, mas a lua veio
vindo, e puxando-a lentamente,
A lua com seu sorriso atraiu todas as estrelas,
que foram se acendendo uma a uma,
vieram piscando,
numa conversa animada
que a noite logo chegou,
veio pálida, sem com certa luz,
noite de lua crescente,
é que nem criança nascendo os dentes,
dá um trabalho, uma pena.
Enfim ela chegou,
obrigou as damas da noite
a se perfumar, se arrumar,
e se embelezar.
Ah, sairam os boêmios,
os jovens, os casais,
e a casa ficou vazia,
Que alegria dos desejosos,
noite embalsama a vida,
a luz fria da continuidade ao dia,
a vida não para.

Lua

Brilha flava a lua no céu,
lua crescente, descamba,
em direção ao poente,
Cá na terra, enamora o jasmim,
a lua briosa,
com seu olhar,
parece me namorar,
caminhando cá e ela sempre lá,
oras se esconde atrás das
árvores, ora aparece sorridente,
e caminha ao meu lado,
luz, lua...
To namoras o jardim?
vi vocês se olhando,
olha que a maginólia
e as acacias vão ficar enciumadas,
elas te escondem,
te acham inconveniente,
mas lua é tua beleza,
podem elas se perfumarem,
se enfeitares,
mas tu lua,
és da dama da noite,
as damas do dia,
amam o sol,
e tu amas o jasmim.
em teu seio lua,
a vida passa assim,
meiga,
calma,
eterna.

Come sabiá

Pus uma banana sob a acacia,
sobre o muro branco,
pra tentar ouvir uma felicidade
gostosa.
Foi maravilhoso
quando voltei do passeio,
após o banho ouvi o corrochiar,
era um belo sabiá.
Um sabiá novo,
daqueles que nasceram aqui no nosso alpendre,
estava numa alegria,
de criança quando encontra bala,
com o bico embananado,
comia fartos pedacinhos,
não sabia cantar,
mas estava a corrochia,
sabiá menino quando vai aprender a cantar,
sob a acacia,
sob o fim da tarde,
sob a sobra da luz finda,
corrochiava o sabiá.

Dalbergia

Hoje o dia está tão lindo, cheio de luz, muito claro.
Através da janela vejo o verde brilhante das folhas,
as cores e os odores das flores. Por falar em flores,
a dalbergia do pátio está tão florida, nossa que linda,
com seus ramos e inflorescências aduncas, suas
flores cremes tão perfumadas, hum como é bom
sentir o cheiro invadindo a janela nossa alma,
ou sair no pátio e contemplar as belezas da musaendra,
da ezembekia, da galactia. Nossa que lindo! que gostoso.
Essas chuvas de verão, esse calor fazem bem a alguém,
os jardins e as plantas agradencem e a dalbergia!
nunca esteve tão linda!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Morte

Num suspiro, um único suspiro
pode ser nosso último,
apenas um para desfazer uma história, uma vida.
Um suspiro separa a vida da morte.

Quando o corpo se cala,
perde o calor, alivia da dor,
o corpo frio, sem alma,
sem temperamento,
ganha enfim uma essência.

Carne fria, lábios cerrados,
olhos embotados.

Onde está a alma,
as ideias, as necessidades?
O sentidos?
Para onde foram?

Um suspiro separa tudo,
faz a diferença,
da consciência a inconsciência.

Então porque tememos tanto a morte?

Se nosso destino iminente é a morte.

Vou falar da aurora,
do jasmim,
da grama,
da magnolia,
porque a vida
está fadada a morte.


Aurora

Aurora

Tu que me acordas,
desperta minha alma,
e acende meu mundo afora,
vai espalhando cores,
fazendo desabrochar flores,
exalando o cheiro da manhã,
deixando as gramas orvalhadas,
gotas cristalinas filtradas nas folhas,
anunciando a chegada do sol, Apolo,

Aurora

Quando me despertas
sinto que é hora de ir embora,
da cama, largar dos sonhos.

Aurora

Tu que calas os cães,
desperta as aves
e as faz cantar,
e toda a manhã desabrochar.

Terra

Do seio da terra,
nasce a semente,
cresce a árvore,
arbustos e ervas.
Do seio da terra,
tiramos nossos sustento,
derramamos suor e
e força, dia a dia,
na enxada a colher,
o grão.
Pro seio da terra
vai a água,
vão os corpos,
fogem as almas.
A terra tudo consome,
tudo recicla,
renova,
no seio terra,
descansa o corpo,
desfaz-se a vida.

Padroeira

O vazio
No feriado de nossa Senhora da Conceição
e eu aqui, trabalhando, a santa vai me
perdoar, mas hoje fiquei aqui a trabalhar.

Maezinha, lembrei de vovó
que a tempos atrás,
num dia de hoje viu a missa,
se benzeu.
Eu estava lá do lado dela,
ficava lendo e vendo
seus lábios mexerem,
a rezar,
aos benditos santos,
Nossa senhora da Conceicão,
protegei a humanidade.

A capital

Sal da terra,
terra do sal,
minha querida Natal,
estou contando os dias,
meu ser está cheio de alegria,
vem a mente poesia,
Natal, cidade do sol,
sinto saudades,
dos seus puros ares,
Natal, minha capital,
me encanta,
me enche o peito
de saudades.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Minha república

Moro com mais três amigos e um cão, o estrela. Estrela é um cão muito legal, mais mole que um coelho, mas muito meigo. Meus companheiros são o Zé Bola, Dani e o Marcelinho. Temos hábitos muito diferentes. Dani é uma pessoa noturna que adora ver seriado de tv. Vive assistindo todos os seriados do Universal. Faz mestrado com parasitologia. Ela é uma general, muito séria, mas não tem muito moral com o Estrela é ela quem mais cuida dele, põe comida, água e faz uns afagos. O estrela gosta muito dela, safado não late com ela. É fácil perceber quando ela chega na casa, primeiro que o estrela não late pra ela, então quando ouço alguém chegar no portão mexer na chave e o estrela for indiferente então já posso imaginar que é a Dani, depois quando ela sobe a escada seus passos são silenciosos. O Zé faz doutorado na genética, é um homenzarão de foz muito máscula, tem mania de limpeza. É um cabra de atitude, mas é viciado em jogo na internet chega na casa, as vezes nem come, já tem bandejado e se enfia no mundo avatar dele. É fácil perceber quando ele chega em casa, pois mal chega na acacia o estrela começa a latir, depois que abre o portão, pisa nos batentes da escada como um gigante pegadas fortes e rijas. Já Marcelinho, faz mestrado comigo na Biologia vegetal, é um cara muito trabalhador, tem mania de trabalho mesmo, sempre que o vejo está trabalhando. O vício dele é estudar Asteraceae e cuidar de idosos. Cuida da mãe que é doente, do avó e do orientador, ainda quebra o galho para deus e o mundo, ah e quando vai para o sítio do pai vai trabalhar. Votz. Quando chega em casa, o Estrela sacoleja as orelhas. Então voce escuta um imperativo. Sobe estrela! E eu que tenho mania de filosofia, sou quase um velho. Saio de casa antes das sete horas, vou vendo o mundo, chego no labe onde fico até as cinco e meia, volto pra casa e quando chego o estrela oras late, oras é indiferente, mas sempre abana o rabo. Chego cedo assim sobra tempo pra contar essas histórias.

Filhos está na hora?

Hoje como quase todos os dias quando que não chove fui fazer alguns exercícios na praça dos Cocos.
Cheguei lá e comecei a me exercitar. Fiz barras, paralelas e quando estava fazendo flexão. Um menino e uma menina se aproximaram. A menina perguntou o que estava fazendo, achei simpático, pela primeira vez uma criança falou comigo. Devo ser muito sério. Meus trinta e um anos já está se mostrando. Acho que por ser sério as crianças não falam comigo. Mas aquela menina veio me perguntar e o menino um loirinho, ambos deviam no máximo ter uns três anos. Ela me perguntou o que estava fazendo e respondi que estava fazendo flexão. O menino perguntou onde estavam meus filhos, se eles estavam brincando, e onde estavam. Nossa tomei um susto com essa pergunta. Então respondi que não tinha filhos e ele perguntou porquê? Não sabia o que dizer. Porque não respondi. Então ele insistiu no porquê! fiquei acuado. Então ele saltou ah vai ter filho em sua barriga!? Ah! o que nossa fiquei mais aturdido que se tivesse levado um soco. Então a menina falou na barriga da mãe dele. Minha nossa! Aquelas crianças. Foi uma sensação estranha. Então depois pensei nos meus amigos que têm filhos, pensei na vida. Ainda bem que eles calaram e foram embora. Não estou pronto para ter filhos ainda foi minha, mas já está no tempo de ter um foi minha conclusão final.

Interrogação

Sartre saiu de casa, fechou o portão, respirou profundamente, olhou a acacia. A rua estava vazia, e meio escura. Montou na bicicleta e saiu pedalando. Pensando na vida e na primeira reta viu no nascente que o sol logo despontara. Seguiu sentindo o frio da manhã. Sentindo as articulações dos joelhos enfadadas. Chegou a universidade ainda escuro. Sacou a câmera tirou uma foto. Em seguida tirou do bolso a chave que abriu suas portas, no interior da sala, vazia escura e ainda quente. Sentou na cadeira sacou o computador, ligou na tomada, acessou a internet, leu colunas de revistas e jornais, enquanto ouvia rádio. Leu um capítulo do pequeno príncipe. Fez tudo isso e sua mente estava vazia, nem um pensamento pra por no papel. Sua mente estava branco como um espelho de celulose. Sentiu-se angustiado. Pensou na vida, nas dificuldades, nas angústias, nos erros que sempre pratica, nas coisas que não consegue fazer. Enfim quantas angústias sente. Pensou em escrever algo, então escreveu sobre o dia, na verdade queria escrever sobre a manhã. O que será que procuras indagou-se. A vida parece sempre tão monótona. Sempre as mesmas coisas, sem ver os resultados, fica assim angustiado. É preciso mesmo sacrificar o ser? Indagou. Inspirou e expirou. Abriu a página e começou a trabalhar. Tudo parece tão monótono, ou será que será ele uma pessoa monótona? Daqui do laboratório o jardim é tão lindo, plantas verdes, floridas. E aqui faltam ideias, palavras ou será que falta vida?

Dia

Manhã de sol,
céu azul,
as folhas das árvores brilham,
manhã de verão,
depois da chuva da tarde passada.
Ruas limpas,
pessoas limpas,
mente a mil.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Limbo

Doces sonhos,
sonhos de dias de paz,
dias de luz, de calor,
dias com campos cheios de flores,
o mundo cheio de cores,
de risos de crianças,
moldado de esperanças,
sonhos com altruísmo,
humanos bons,
natureza pura.

Rios com águas cristalinas,
escorrendo, cantando,
pedras lavadas pelas águas,
o ar limpo, puro,
noites mais escuras,
coberta de estrelas,
pirilampos,
o canto dos sapos,
o frio na serra,
paz na terra,
nada de jornais,
nada de notícias,
cada pessoa com suas vidas,
suas lidas,
que loucura,
mas a vida parece que já teve mais brilho,
foi mais romântica!
Sonhos quem sabe um dia,
viveremos no limbo.

Crepuscular

Tarde crepuscular,
vem, vem me abraçar,
quero ver você chegar,
quero ver o sol partir,
bem devagar,
esperando a noite chegar,
esperando o sol se por,
num céu azul,
com carneiros vermelhos,
doce tarde crepuscular,
onde possa ver o sol se apagar,
atrás do rio,
da mata ciliar,
quero abraçar a tarde,
que enfim o sol já não arde.

Quero ver o sol através das lagunculárias,
quero ver a luz laranja refletir nas águas do rio,
com barquinhos a passar
e seus donos a remar,
quero nesta tarde,
ver a lua chegar,
o dia a noite se entregar,
e no ocaso o acaso,
ver luz e breu a se encontrar,
ver insetos a voar,
a natureza calar,
toda a terra se recolher,
quero viver,
mais e mais pores do sol.
Aqui, alí ou aculá.

Noite vazia

A noite hoje está tão escura, silenciosa e vazia,
quem dera estivesse fria,
A luz amarela e fria
entra em meu quarto,
a luz branca do meu quarto apaga a noite
aqui dentro.

Eis que o silêncio
da noite vazia,
sem estrelas, lua sem nada,
me chama para dormir,
me chama pra sumir
no escuro a noite me entregar,
a noite abraçar,
essa noite silenciosa e vazia.

Dias que passaram

Os ventos do fim do ano sopram,
sopram os dias que se passaram,
um a um a lua os dormiu,
o sol os abriu,
os ventos como o som da orquestra,
sob regência de Mozart embalam
meus sonhos em sua melodia,
entre desilusões, alegrias súbitas,
e tristezas múltiplas.

Levem ventos os dias que me passaram,
como grão de areia nas dunas,
um a um levados ao vento,
sob o peso da vida,
consolida as dunas da vida.

Ventos que passam,
dias que passam,
vidas inteiras,
são levadas,
anos passados,
memórias apagadas,
quando não eternizadas,
nas palavras ou simplesmente,
numa lápide.
Ventos levem os dias que passaram neste ano.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sentir a vida

Sentir a vida

Cada segundo que vivemos,
cada impressão que sentimos,
é única, porque nada do que foi é,
nada do que é foi, nada do que será é.
Cada segundo que vivemos é impar.
Cada odor,
cada cor,
cada sabor,
cada textura,
são únicos,
assim como cada noite é única,
pode ser a última ou a primeira.

Cada coisa que vivemos é nova,
pois acaba de acontecer,
porque é única,
mas nosso cérebro nos engana,
faz-nos crer que o comum
é frequênte.
Nosso cérebro, assim como nossos sentidos,
nos enganam,
nos faz acostumar com o que se repete,
por isso esperamos que sejam
as cores, as mesmas cores sempre,
os cheiros, os mesmos cheiros sempre,
as mesmas texturas, mas será
que a chuva que cai agora é igual a chuva de ontem?
serão as flores da acacia de hoje iguais as da primavera passada?

Será que os nossos erros são repetições,
e os nossos acertos nossas perfeições?

Será que tudo na vida é igual?
Erramos ou acertamos sempre?

A beleza da vida
não está no agora?
Tempos a impressão quando tudo acontece,
está acontecendo igual,
acreditamos realmente nisso?
ou nos enganamos cada dia?

Gostamos das coisas boas,
que estas sejam sempre iguais, boas.
Mas que graça teria a vida?
Se tudo seguisse sempre o mesmo curso.
Temos sempre impressões diferentes,
mas acreditamos ser iguais,
e desprezamos muitas vezes o viver,
o ser.

O tempo passa,
se enrosca em sua concha,
se encrosta,
e nós nos confundimos,
nos iludimos,
e acabamos
desaparecendo,
feito fumaça no espaço.

Soneto da vida

Quando o sol brilha intensamente,
quando o dia pleno, cheio de cores,
nos jardins sorriem as flores,
Quando o dia está pleno, abra sua mente.

Respire, docemente,
que dádiva aos amores,
que plenitude sem dores,
sinta-se alegremente,

pleno, sinta frescamente,
a energia do sol, os odores,
a textura do dia, plenas as cores,

sinceramente,
a primavera se dar ao verão e seus rigores,
na vida, nem tudo é bom, mas olhe sempre as flores.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Meu Natal

A quantos não vejo,
a quantos não beijo,
numa noite enluarada,
numa noite esbraquiçada,
faz tempo que não vejo a lua,
faz tempo que não saio a noite na rua,

Quero numa noite de lua,
caminhar na praia,
me espojar na areia,
namorar a lua,
sentir o sal da praia,
o som de todas as conchas,

vindos de alto mar,
quero me esbaldar,
ver o horizonte
em linha reta.

Que saudades da lua,
que saudades do mar,
quero sentir a lua salgada,
a pele salgada,
a boca molhada,

na pele o cheiro do sal,
da pele protegida,
de cor morena,
ah que delícia poder ver a lua,
viajar nas mares da mente,
se enroscar nas lembranças
do mar,
da orla,
do sal,
de minha linda capital,
minha maravilhosa Natal,
nesse natal,
vou está em Natal,
tomara que tenha lua,
vai ser um super natal,
enfeitado de pisca-pisca,
com a lua no céu
de minha capital,
te amo Natal,
onde todos os dias,
é natal.
Permanente lua.

Estrelas da madrugada

Hoje acordei mais cedo,

As estrelas não tinham apagado ainda,

Brilhavam no céu, feito farol na orla,

Só faltou o barulho das ondas,

Seu estava limpo, puro,

Sem os pirilampos de ferro,

Seguindo sempre suas rotas,

Não, não os vi,

Vi as estrelas, no nascente,

Feito estrelas do nordeste,

Fazia tempo que não via uma estrela,

Além do sol brilhar tanto,

Mas brilhava e como brilhava,

Amarela, não vi uma estrela azul,

Não vi, vi a luz amarela do poste,

As ausência das cores,

Tudo estava com um tom

Amarelado! Engraçado.

O jasmim tinha suas flores amarelas,

O que a falta de luz não faz,

Mas o cheiro de suas flores era o mesmo,

A magnolia esconde as flores,

Por não ter belo tom,

Encanta com o perfume,

E que perfume...

Então minha flor partiu,

O sol saiu,

E o dia veio lindo,

Limpo, como todos dias de sábado.

Lembraças


Se o tempo voltasse,
se caíssemos na concha do tempo,
queria muito poder voltar,
fazer que algumas coisas melhorassem,
dividiria mais o meu tempo com meus amigos,
teria me preocupado mais em ler o que gosto.
Se o tempo voltasse,
se caíssemos na concha do tempo,
eu faria tudo de novo,
meu maior tesouro são minhas lembranças,
são delas que alimento minhas esperanças,
reminiscências de infância,
da moradia, da vida vadia,
dos risos cheios de alegria,
minha vida foi muito generosa,
cheia de prosa,
cheia de surpresas,
de boas amizades,
suportes para minha maior idade
que chega,
carregada de lembranças,
batendo a porta da minha realidade.

Madrugada



É cedo,
no céu ainda brilham estrelas,
aurora desponta no nascente,
madrugada silênciosa e fria,
a rua está vazia,
apenas a acacia dourada de flores,
a magnolia perfumada,
o jasmim manga respiram,
em harmonia.

As estrelas vão se apagando
com e o sol vai despontando,
lentamente, suavemente,
então a noite recolhe seu véu escuro,
e parte para a eternidade,
a acacia sorri para o jasmim que sorri à magnolia.

Ainda é cedo, mas não consigo mais dormir,
estou imerso em pensamentos,
no quarto abafado,
encontro o sábado,
e acordo pra vida.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Saudoso

Minha doce flor,
meu lindo amor,
a chuva cai,
soa aqui o vazio,
não está frio,
mas bem que poderias,
está aqui, Ana,
tem dias que não sai uma poesia,
tem dias e dias,
hoje se fosse mulher estaria de tpm.

a chuva cai,
a acacia enfeitada na calçada,
escorrem gotas de chuva,
divago,
divago,
Ana minha linda acacia,
saudades de tua essência,
dos teus beijos,
mas a chuva ainda cai lá fora,
noite adentro.

A vigem

Há quatro anos atrás, acordei cedo, estava em Natal e tinha tomado uma decisão muito importante na vida. Dormi na casa de meu grande amigo Robério. Acordei, tomei o café, li um pouco do livro que ele me deu, mas não consegui me concentrar, estava muito ansioso. Seria aquele dia meu primeiro voo de avião. Deixaria toda a rotina construída naquela cidade por seis anos de ouro, foi alie que construí quase tudo que penso, fora naquela cidade que me dediquei com muito afinco aos estudos, a amizade e a solidão. Foram aqueles dias monótonos, aquelas ruas de pedra da universidade, aquela areia solta das dunas, aquele sol escaldante junto com aquelas pessoas que aprendi a ver o mundo de outra forma. Foi ali que vivi minha maior paixão a botânica. Alí, estava próximo aos meus pais e qualquer coisa bastava quatro horas e estava no seio, em casa de meus pais. Sei que estava muito ansioso pelo novo mundo que viria. Minha mente estava muito aberta.
tomei meu último banho lá, minha mente ainda estava preso a rotina. Quando então chegou a hora.
Despedi-me de dona Raimunda, das Rocas, de Petrópolis, de Lagoa Nova, da UFRN, de Satélite, de Natal. Tudo aquilo estava ficando para trás. Então chegamos no aeroporto, fiz o chec in, o tempo passou. A hora mais triste, abracei o Robério, a Dani, a Rosali e Antoniela. Emocionado em lágrimas entrei por aquela porta, meus amigos sumiram. Então entrei no avião que logo decolou, quando comecei a ver Natal sumir, chorei e como chorei de emoção, de tristeza? Larguei meu mundo, tentei sofrer menos esquecendo as memórias. Mas nem sempre consigo, vez por outra como uma garrafa na praia vem as boas memórias, sim, pois só guardei as boas memórias, deletei as ruins. E hoje quatro anos depois, posso avaliar como foi essa viagem. Sei que muito aprendi, muita gente conheci, estabeleci uma vez na capital e outra em Campinas não foi fácil, mas também não foi difícil. Suportei com dignidade as dificuldades. A vida está muito boa, não gosto muito porque sei que quando os ventos vão bem, logo aparece a tempestade.
Hoje estou reflexivo.
Deixei tudo pra trás sigo em frente cabeça erguida.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pensar

Quando imagino o que podia ser, que podia fazer e o que eu sou. Reflito sobre toda minha vida, os lugares por onde passei, as pessoas que conheci, com quem vivi e coisas que vivi. A vida já me parece longa, mas parece que pouco aprendi. Parece que cada vez que aprendo, tenho aumenta minha fome de aprender. Eita coisa insaciável é o conhecer. Mas saber o que? pra que? Conheci tanta gente feliz na ignorância. Quando era criança, tinham pessoas que mal tinham o que comer, eram tão humildes e mesmo assim não faltava graça, riso, esperança e alegria. Eu me sentia bem com qualquer coisa. Será verdade que está escrito na bíblia que depois que comemos do fruto do saber, nos tornamos mortais. Talvez sim. Saber que nosso fim é a morte é muito triste. Talvez os animais por desconhecerem de uma linguagem que estire o tempo, sejam mais felizes por ignorar a morte, o futuro. Passa tanto tempo na vida pensando o que podia ser, o que podia fazer e quem sou. Essas reflexões parecem me fazer mal. Sorrir mesmo sem dentes pra mostrar. Ah a condição humana talvez seja triste ou feliz. Quem sabe?
Boa noite

Som da Chuva


Agora lá fora,
as gotas de chuva
caem sobre as folhas, e calçadas,
sobre as pedras da rua,
soam tão macias,
tão frias, que gera arrepio,

mas cá faz um calor!
calor enfadonho,
o sons não trás o frio
talvez o vento traga,
mas a chuva não tá pra vento,
ora aumenta, ora reduz,
as folhas espelhadas reluz a luz fria dos postes.


A chuva calma,
enche a alma,
se sonhos, e o corpo de sono,
a calma da noite,
silenciosa e majestosa,
oculta e negra.

Essa noite, noite vazia,
ao som da chuva,
se cala, e cala a rua,
só que soa é a chuva,
gotas da chuva,
caem
uma a uma,
duas, três, quatro, cinco, seis...
infinitos, de repente de uma nota,
a chuva vira uma orquestra.
ruge um trovão longe
oculto na noite,
longe soa o trovão,
não vi seu reflexo,
mas soou,
a noite calada,
segue embalada,
a cantiga de ninar da chuva,
que encanta minha alma,
me traz calma,
me embala no sono.

chuva

Quanto calor,
quanto vapor,
quanta impaciência,
hoje vai chover,
tenho certeza,
hoje vai chover,
que chova então!

vou ficar de banho tomado,
esperando a ordinária chegar,
chega tão sorrateira,
que despenteia a acacia,
amedronta o estrela.

chega chuva.

Chuvas torrenciais

Todas as tarde de dezembro,
desde o fim de novembro,
chovem,
chuvas torrenciais.

as quatro horas o sol ainda reina no céu,
e aos poucos vai-se fazendo o véu,
uma cortina escura,
apaga o sol,

de repente,
a cortina se desfaz em água,
pura e límpida água,

do bafo quente das ruas,
gotas evaporam,
se unem e se escorrem,
caminho abaixo,
lavando as ruas,
levando as pétalas,

e continua o mormaço,
calor a noite toda,
ainda bem que os mosquitos não aparecem,
e as ruas ficam limpas,

a magnolia perfumada pra mim,
bem perto também o jasmim,
jasmim não Plumeira alba,
enfeita a rua de brancas pétalas,
com fauce amarela.

Sim essas chuvas torrenciais,
atrapalham os namorados,
os esportistas,
mas a mim não,
mesmo que banhe,
aliás tem coisa melhor que banho de chuva,

quando morava em casa de papai,
não perdia uma chuva,
a menos que relampejasse e trofejasse,

caiu eu, rose, lidi e rosa,
na chuva, enchendo os potes,
os tanques,
depois de tudo cheio,
dos lábios roxos,
mamãe nos ensaboava,
e terminava o banho,
nos envolvia na toalha,
nos secava,
e chamava todo mundo pra cozinha,
pra comer cherém.
Era a coisa mais gostosa.

Essas chuvas torrenciais,
evocam minhas memórias mais sutis,

memórias boas.

coisa de verão,
coisa de estação
coisas de fim de ano.

agora

Hoje o sol não apareceu,
o céu está coberto de nuvens,
o vento também não veio.

o dia está sisudo,
abafado.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sorte

É cedo muito cedo,
o sol ainda não nasceu,
a brisa ainda soa fria,
a rua continua vazia,
dentro de mim há medo.

Aurora encarnada e fria,
desponta no nascente,
e anuncia, chega o novo dia,
canta o sabiá,
canta a ciririca,

os cães safados agora que dormem,
passaram a noite na baderna,

um, dois, três transeuntes,
passam para o trabalho, para a caminhada,
em busca de recurso, em busca de saúde,
mas ainda é muito cedo,
de que adianta o medo.

a vizinha acorda, abre a porta e sai pro trabalho,
a magnólia continua perfumada da balada,
e a acacia continua enfeitada.

são seis horas,
o sol vem vindo,
o dia sorrindo,
e tudo começa,
com boa promessa,

a vida segue numa monotonia,
cheia de poesia,
trajédia,
quem será o escolhido,
que terá o corpo consumido,
pelo carro, pelo coração,
quem sabe,
a vida pulsa.

Solidão

A solidão que invade a alma,
encontra no escuro da noite,
no conforto do cansaço, a paz,
estamos sempre sós,
apesar de tentarmos fugir
não conseguimos, estamos sós.

Nos encontramos na solidão,
desde que nos separamos
do seio materno, nos tornamos
solitários, buscamos alento no outro,
mas não encontramos,
pois temos nossos medos,
nossas peculiaridades,
moldadas em nossas decisões
que são feitas a só.

Estamos só quando acordamos,
quando pensamos, só nos pensamos como nós,
estamos só quando dormimos,
quando sonhamos,
nos iludimos, um auto engano.

Somos inconformados com este estado,
estado de solidão.

Como a noite escura,
a lua desolada,
nos sentimos sós,

como a rua vazia,
o fim da poesia,
a solidão,
dorme em nos eternamente.

Reflexão

Se vivemos num mundo tão grande, por que vivemos fechado no nosso mundo pequeno?


Creio na poesia
que me trás alegria,
creio na ciência que me desvenda os mitos,
creio na fé que conforta meu espírito.
Creio na economia
que me alimenta dia-dia.

Sou absorvido pela ideia do melhor,
aprendi a consumir,
aprendi que para consumir preciso de recurso,
todavia só tenho recurso se adquiri-lo,
portanto vendo meu trabalho,
dou o melhor do meu eu,
para ser o melhor e nada nunca me faltar.
Mas os desejos são insaciáveis.
Muitas vezes dôo o melhor de mim para ter algo, viver algo,
e finalmente quando desfruto, percebo o quanto gastei pra consumir o meu objeto desejado.
Então me fecho para o mundo,
tenho no meu objeto de estudo o todo.
Mas porque ajo assim?
Algumas vezes o que nos fazemos é tão nobre, ou acreditamos nessa nobreza,
que acabando esquecendo a grandeza do mundo.
Então passamos a girar em torno de do próprio eu.
é hora de parar e pensar.

Das varias manhas em Natal

Dias muito claros

Quantos dias não acordei,
e fui até o nosso jardim,
ver as flores rosas, amarelas e anis.
Flores de mimosa, chamaecrista, sennas,
centrosemas, crotons.
Nosso jardim ficava pro poente,
de onde podia ver o trânsito dos carros,
no indo e vindo do campos,
podia ver o circular passar,
podia ver lagoa nova,
e o sol que nascia muito radiante,
me fazia sair da cama com a pele ardendo em calor,
ia ali no jardim, refrescar um pouco,
ver as flores,
sentir a areia solta,
molhar o rosto na lavanderia,
fazia isso com frequência,
as vezes corria,
as vezes caminhava
e sempre me banhava,
naquela água maravilhosamente fria,
levava o corpo e levava o calor.
Em seguida o dia começava.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh